Inteligência Artificial Aplicada a Sistemas de Controle e Automação ...
Inteligência Artificial Aplicada a Sistemas de Controle e Automação ...
Inteligência Artificial Aplicada a Sistemas de Controle e Automação ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a<br />
<strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong><br />
DAS 6607<br />
Guilherme Bittencourt<br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Automação</strong> e <strong>Sistemas</strong><br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
88040-900 - Florianópolis - SC - Brazil<br />
Internet: www.das.ufsc.br/∼gb E-mail: gb@das.ufsc.br<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.1/39
Epistemologia<br />
Fundamentos<br />
In the Quest of the Missing Link<br />
Sumário<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.2/39
Epistemologia<br />
O conhecimento é um atributo da mente.<br />
O conhecimento se refere à realida<strong>de</strong>.<br />
⇒ Qual a natureza da mente e da realida<strong>de</strong>?<br />
A alma material<br />
Participation Mystique<br />
Homero, Shakespeare: “sombra”, “fantasma”, “vapor”, “sopro”.<br />
Heráclito: processos, “fogo”.<br />
A alma abstrata<br />
Pitágoras: alma como um número.<br />
Platão: formas, idéias. Ética: a mente como “piloto” do corpo.<br />
Aristóteles: enteléquias. Inspiração biológica.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.3/39
O essencialismo<br />
Epistemologia<br />
Conjectura × Percepção intuitiva da essência.<br />
Descartes:<br />
intuições e percepções representam seguros critérios <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
extensão é a essência da materialida<strong>de</strong>.<br />
a mente é inextensa e sua essência é pensante.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.4/39
Epistemologia<br />
Inconsistência da teoria <strong>de</strong> Descartes: corpos extensos – os espíritos<br />
animais – receberem impulso <strong>de</strong> um inextenso – a alma.<br />
Soluções:<br />
Ocasionalistas: paralelismo mediado por Deus (intervensão direta).<br />
Baruch Spinoza: Deus é a única substância, o pensamento e a<br />
extensão são apenas dois dos infinitos atributos <strong>de</strong> Deus.<br />
Gottfried Wilhelm von Leibniz: Deus, ao criar o mundo,<br />
pré-estabeleceu a harmonia (Mônadas).<br />
David Hume (monismo neutro): paralelismo epistemológico, não existe<br />
corpo ou mente, o que existe é um or<strong>de</strong>namento físico e um or<strong>de</strong>namento<br />
mental das mesmas coisas neutras, chamadas “dados”.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.5/39
Fim do essencialismo:<br />
Epistemologia<br />
Isaac Newton: teoria baseada na atração gravitacional, e não em<br />
impulso ou repulsão.<br />
James Clerck Maxwell: As ondas eletromagnéticas não têm extensão.<br />
Albert Einstein: o tempo e o espaço não correspon<strong>de</strong>m à intuição.<br />
Mecânica Quântica: princípio da incerteza <strong>de</strong> Heisenberg, a matéria<br />
só po<strong>de</strong> ser concebida em termos <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.6/39
Epistemologia<br />
Karl Popper (1902-1994):<br />
Assumir tacitamente a existência <strong>de</strong> estados físicos e estados mentais e<br />
sua interação e tentar ampliar o entendimento a respeito <strong>de</strong> como é<br />
possível a interação entre entida<strong>de</strong>s tão distintas.<br />
mundos 1: o mundo físico, o universo das entida<strong>de</strong>s físicas.<br />
mundo 2: o mundo dos estados mentais, estados <strong>de</strong> consciência e<br />
inconsciência.<br />
mundo 3: o mundo do conteúdo do pensamento e dos produtos da<br />
mente humana.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.7/39
Epistemologia<br />
Karl Popper (1902-1994):<br />
Problema corpo-mente, dois subproblemas:<br />
A interação entre o mundo externo (via sentidos) e os estados<br />
mentais.<br />
A interação entre estados mentais e os elementos do mundo 3.<br />
Utilizar o conhecimento sobre a interação entre o mundo 2 e mundo 3<br />
para enten<strong>de</strong>r melhor a interação entre mundo 1 e mundo 2.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.8/39
Epistemologia<br />
Autopoiesis:<br />
O ser humano existe em dois domínios que não se intersectam: o<br />
domínio da corporalida<strong>de</strong> e o domínio <strong>de</strong> nossas interações e relações<br />
enquanto seres humanos (Humberto Maturana).<br />
organização: <strong>de</strong>fine o sistema enquanto unida<strong>de</strong> composta,<br />
<strong>de</strong>terminando a classe <strong>de</strong> sistemas à qual o sistema pertence, suas<br />
proprieda<strong>de</strong>s e o domínio no qual ele po<strong>de</strong> interagir.<br />
estrutura: <strong>de</strong>termina o espaço no qual o sistema existe como unida<strong>de</strong><br />
composta, e que po<strong>de</strong> ser perturbado através <strong>de</strong> interações <strong>de</strong> seus<br />
componentes, mas não <strong>de</strong>termina suas proprieda<strong>de</strong>s enquanto<br />
unida<strong>de</strong>.<br />
Sistema <strong>de</strong>terminado estruturalmente: po<strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> estado, caso mu<strong>de</strong> a<br />
sua estrutura mantendo a organização, ou <strong>de</strong>sintegrar-se, quando a<br />
mudaça <strong>de</strong> estrutura leva a uma mudança <strong>de</strong> organização.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.9/39
Autopoiesis:<br />
Epistemologia<br />
A linguagem se <strong>de</strong>ve à existência <strong>de</strong> um domínio consensual, criando<br />
através do acoplamento estrutural <strong>de</strong> diversos organismos, cada um<br />
fazendo papel <strong>de</strong> meio ambiente para o outro. Este acoplamento<br />
estrutural é formado por coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> ações e<br />
é construído através das interações do organismo com o meio e com<br />
outros organismos.<br />
A idéia <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> objetiva não não faz sentido, pois toda <strong>de</strong>scrição é<br />
sujeito-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e só tem significado quando é realizada em um<br />
domínio consensual.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.10/39
C.S. Peirce semiótica:<br />
Epistemologia<br />
Um signo S representa um objeto O para outro signo, o interpretante<br />
I.<br />
A relação triádica r(S, O, I) não é redutível: o signo peirceano é vago<br />
e geral em extensão e compreensão lógicas.<br />
Semiosis: atualização da série I, I1, I2, . . .,In, on<strong>de</strong>, I: hábito ou lei<br />
mental, que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar um interpretante I1, etc.<br />
O resultado da semiosis é a diminuição da vagueza e o aumento da<br />
generalida<strong>de</strong> dos signos envolvidos, uma ação (as vezes) ou mudança<br />
<strong>de</strong> hábitos (sempre).<br />
A teoria <strong>de</strong> Peirce tem profundas raízes matemáticas e po<strong>de</strong> ser vista<br />
como uma teoria geral da evolução dos sistemas cognitivos.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.11/39
Epistemologia<br />
Ludwig Wittgenstein Tractatus Logico-Philosophicus:<br />
(...) The whole sense of the book might be summed up the<br />
following words: what can be said at all can be said clearly, and<br />
what we cannot talk about we must pass over in silence. Thus<br />
the aim of the book is to draw a limit to thought, or rather – not to<br />
thought, but to the expression of thoughts: for in or<strong>de</strong>r to be able<br />
to draw a limit to thought, we should have to find both si<strong>de</strong>s of<br />
the limit thinkable (i.e. we should have to be able to think what<br />
cannot be thought). It will therefore only be in language that the<br />
limit can be drawn, and what lies on the other si<strong>de</strong> of the limit<br />
will simply be nonsense. (...)<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.12/39
Epistemologia<br />
Ludwig Wittgenstein Tractatus Logico-Philosophicus (1922):<br />
1 The world is everything that is the case.<br />
1.1 The world is the totality of facts, not of things.<br />
1.2 The world divi<strong>de</strong>s into facts.<br />
2 What is the case, the fact, is the existence of atomic facts.<br />
3 The logical picture of the facts is the thought.<br />
3.4 The proposition <strong>de</strong>termines a place in logical space: the<br />
existence of this logical place is guaranteed by the existence of<br />
the constituent parts alone, by the existence of the significant<br />
proposition.<br />
3.41 The propositional sign and the logical co-ordinates: that is the<br />
logical place.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.13/39
Epistemologia<br />
Ludwig Wittgenstein Tractatus Logico-Philosophicus:<br />
4 The thought is the significant proposition.<br />
4.022 The proposition shows its sense. The proposition shows how things stand, if it<br />
is true. And it says, that they do so stand.<br />
4.1 A proposition presents the existence and non-existence of atomic facts.<br />
4.2 The sense of a proposition is its agreement and disagreement with the<br />
possibilities of the existence and non-existence of the atomic facts.<br />
4.461 The proposition shows what it says, the tautology and the contradiction that<br />
they say nothing.<br />
The tautology has no truth-conditions, for it is unconditionally true; and the<br />
contradiction is on no condition true. Tautology and contradiction are without<br />
sense.<br />
(Like the point from which two arrows go out in opposite directions.)<br />
(I know, e.g. nothing about the weather, when I know that it rains or does not rain.)<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.14/39
Epistemologia<br />
Ludwig Wittgenstein Tractatus Logico-Philosophicus:<br />
5 Propositions are truth-functions of elementary propositions. (An<br />
elementary proposition is a truth-function of itself.)<br />
6 The general form of truth-function is: [p, ξ, N(ξ)]. This is the general<br />
form of proposition.<br />
7 Whereof one cannot speak, thereof one must be silent.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.15/39
Epistemologia<br />
António Damásio (1944-): sem emoção não há razão...<br />
O Erro <strong>de</strong> Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano (1996).<br />
O Mistério da Consciência (2000).<br />
Em Busca <strong>de</strong> Espinosa: Prazer e Dor na Ciência dos Sentimentos<br />
(2004).<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.16/39
Fundamentos<br />
Suposições que orientam e divi<strong>de</strong>m as opiniões sobre como a inteligência<br />
po<strong>de</strong> ser capturada por um mecanismo artificial:<br />
a simulação da inteligência requer conhecimento <strong>de</strong>clarativo e algum<br />
tipo <strong>de</strong> mecanismo <strong>de</strong> raciocínio;<br />
a inteligência po<strong>de</strong> ser estudada in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos <strong>de</strong>talhes<br />
<strong>de</strong> percepção e controle motor;<br />
a evolução dos estados <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> um agente po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>scrita em forma <strong>de</strong> linguagem (lógica ou natural);<br />
a inteligência po<strong>de</strong> ser estudada in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos processos<br />
<strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>senvolvimento psicológico e mudança evolutiva;<br />
existe uma arquitetura única na qual qualquer tipo <strong>de</strong> inteligência<br />
po<strong>de</strong> ser simulada.<br />
Programas <strong>de</strong> pesquisa em IA: combinações das suposições acima ou <strong>de</strong><br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.17/39<br />
suas negações.
Conhecimento e conceitualização<br />
Teorias em nível <strong>de</strong> conhecimento: especificação do conhecimento<br />
necessário a uma capacida<strong>de</strong> cognitiva (e.g., solução <strong>de</strong> problemas, uso<br />
<strong>de</strong> linguagem, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, percepção e alguns elementos<br />
<strong>de</strong> controle motor).<br />
Exemplo: o projeto CYC (www.cyc.com):<br />
Cycorp was foun<strong>de</strong>d in 1994 to research, <strong>de</strong>velop, and<br />
commercialize <strong>Artificial</strong> Intelligence. Cycorp’s vision is to<br />
create the world’s first true artificial intelligence, having both<br />
common sense and the ability to reason with it.<br />
At the present time, the Cyc KB contains nearly two hundred<br />
thousand terms and several dozen hand-entered assertions<br />
about/involving each term. New assertions are continually ad<strong>de</strong>d to<br />
the KB by human knowledge enterers.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.18/39
Conhecimento e conceitualização<br />
A capacida<strong>de</strong> cognitiva po<strong>de</strong> ser dividida em duas partes:<br />
uma base <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong>clarativa e<br />
um motor <strong>de</strong> inferência, i.e., um mecanismo capaz <strong>de</strong>, a partir da<br />
<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma situação e da base <strong>de</strong> conhecimento, gerar novos<br />
conhecimentos <strong>de</strong>clarativos que serão, por sua vez, armazenados<br />
na base <strong>de</strong> conhecimento e, eventualmente, utilizados como<br />
instruções para ação.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.19/39
Conhecimento e conceitualização<br />
Conceitualização: escolher uma estrutura matemática – formada por<br />
objetos, funções e relações – que <strong>de</strong>screva o estado das coisas no<br />
mundo.<br />
conceito: componente modular do conhecimento codificado em<br />
estruturas <strong>de</strong>clarativas na memória do computador.<br />
entendimento <strong>de</strong> um conceito: <strong>de</strong> que maneira um conceito reflete a<br />
situação no mundo real? Como este conceito se relaciona com<br />
outros conceitos? Como isto influencia o comportamento do agente<br />
que possui o conceito?<br />
Mas, um programa reflexivo <strong>de</strong>ve representar suas próprias<br />
representações, o que cria problemas <strong>de</strong> recursivida<strong>de</strong> e auto-referência<br />
similares aos problemas encontrados no Paradoxo <strong>de</strong> Russel e no<br />
Teorema <strong>de</strong> Gö<strong>de</strong>l.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.20/39
Conhecimento e conceitualização<br />
Jerry A. Fodor: Mentalese, the language of thought.<br />
"... assume that psychological laws are typically implemented by<br />
computational processes. There must be an implementing<br />
mechanism for any law of a non-basic science, and the putative<br />
intentional generalisations of psychology are not exceptions...<br />
Computational processes are ones <strong>de</strong>fined over syntactically<br />
structured objects; viewed in extension, computations are<br />
mappings from symbol to symbol; viewed in intension, they are<br />
mappings of symbols un<strong>de</strong>r syntactic <strong>de</strong>scription to symbols<br />
un<strong>de</strong>r syntactic <strong>de</strong>scription..."<br />
Since sciences all have laws governing their phenomenon, psychology<br />
and the workings of the brain are not an exception.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.21/39
Cognitivo ou reativo<br />
Todo homem é mortal<br />
Sócrates é homem<br />
Logo, Sócrates é mortal<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.22/39
Percepção e controle motor<br />
Rodney Brooks (moboticistas): sistemas inteligentes sem representação,<br />
construídos incrementalmente <strong>de</strong> maneira que a cada passo<br />
obtenham-se sistemas completos, com capacida<strong>de</strong>s crescentes em<br />
termos <strong>de</strong> inteligência, quando julgados através <strong>de</strong> seu comportamento<br />
no mundo real.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.23/39
Percepção e controle motor<br />
Rodney Brooks (moboticistas): suposições que levam a uma interpretação<br />
errônea da natureza das ativida<strong>de</strong>s cognitivas:<br />
a interface entre o sistema perceptivo e o mecanismo central da<br />
cognição po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita através <strong>de</strong> uma linguagem lógica;<br />
a ativida<strong>de</strong> cognitiva é caracterizada pela atualização regular,<br />
através da percepção ou <strong>de</strong> inferência, <strong>de</strong> uma representação<br />
interna do estado do mundo;<br />
as seqüências <strong>de</strong> ações que permitem a um agente inteligente<br />
realizar tarefas são previamente planejadas através do exame das<br />
possibilida<strong>de</strong>s e da escolha da melhor alternativa.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.24/39
Percepção e controle motor<br />
Problema: a complexida<strong>de</strong> do mundo não permite que este tipo <strong>de</strong><br />
mecanismo cognitivo seja executado em tempo real.<br />
Argumentos filosóficos contra a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um mecanismo cognitivo<br />
totalmente abstrato:<br />
teorias axiomáticas que não levam em conta uma teoria da<br />
percepção e controle motor são excessivamente incompletas para<br />
servir <strong>de</strong> base para um mo<strong>de</strong>lo da cognição e<br />
conhecimento axiomático não é suficiente para capturar todo<br />
conhecimento que um agente po<strong>de</strong> ter sobre o mundo.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.25/39
Percepção e controle motor<br />
Um planejador abstrato, incapaz <strong>de</strong> perceber o mundo ou agir sobre<br />
ele, mas informado sobre as proprieda<strong>de</strong>s do domínio, é capaz <strong>de</strong><br />
fazer previsões e propor explicações?<br />
A única maneira <strong>de</strong> dar sentido à linguagem <strong>de</strong> um tal planejador<br />
seria adotar uma interpretação em teoria dos mo<strong>de</strong>los do possível<br />
significado dos termos que compõem a linguagem. Mas a teoria <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>los é uma teoria que trata da valida<strong>de</strong> e das conseqüências lógicas e<br />
nada tem a dizer sobre intencionalida<strong>de</strong> e significado.<br />
Asas do Desejo <strong>de</strong> Win Wen<strong>de</strong>rs<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.26/39
Linguagem e cognição<br />
Enfoque lógico: raciocinar é passar <strong>de</strong> um estado cognitivo a outro. Estes<br />
estados são caracterizados por funções e relações, cujo significado foi<br />
especificado pelo projetista do sistema, e a passagem <strong>de</strong> um estado a<br />
outro é uma inferências válida na linguagem lógica.<br />
Problemas:<br />
a caracterização <strong>de</strong> um conceito através da linguagem natural po<strong>de</strong><br />
tornar-se tão complexa a ponto <strong>de</strong> não ser mais racionalmente<br />
compreensível.<br />
os conceitos primários utilizados na caracterização não são<br />
compartilhados pelo usuário e pelo sistema.<br />
formas <strong>de</strong> processamento não seqüenciais (processamento paralelo,<br />
processamento distribuído, re<strong>de</strong>s neurias) não têm uma <strong>de</strong>scrição<br />
semântica em termos da teoria <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.27/39
Aprendizado e cognição<br />
Enfoque lógico: a aprendizagem é uma função que recebe uma<br />
conceitualização e retorna uma outra mais “madura” e po<strong>de</strong> ser estudada<br />
separadamente da competência do sistema.<br />
Restrições:<br />
em uma re<strong>de</strong> neuronal não é possível <strong>de</strong>screver em uma linguagem<br />
lógica o estado <strong>de</strong> conhecimento do sistema e a aprendizagem<br />
inseparável da competência.<br />
as trajetórias <strong>de</strong> conhecimento, mesmo em sistemas simbólicos, são<br />
imprevisíveis. Uma reorganização da base <strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong><br />
ter um efeito não linear sobre a competência do sistema.<br />
sistemas com capacida<strong>de</strong> interna <strong>de</strong> automodificação requerem<br />
mecanismos para integrar novo conhecimento ao antigo (in<strong>de</strong>xação do<br />
conhecimento).<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.28/39
Arquiteturas<br />
Não existe consenso na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> IA sobre a questão <strong>de</strong> qual<br />
arquitetura é a mais indicada para a simulação da inteligência, ou se esta<br />
arquitetura é única ou não.<br />
Projeto SOAR: toda cognição po<strong>de</strong> ser simulada em um único tipo<br />
<strong>de</strong> arquitetura e a interação e composição <strong>de</strong> um pequeno conjunto<br />
<strong>de</strong> mecanismos é capaz <strong>de</strong> servir <strong>de</strong> base para a implementação <strong>de</strong><br />
qualquer tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> cognitiva.<br />
Minsky A socieda<strong>de</strong> da mente: a inteligência é o produto <strong>de</strong> inúmeros<br />
mecanismos computacionais especializados (agentes)<br />
Brooks: arquiteturas em diversos níveis on<strong>de</strong> cada nível é capaz <strong>de</strong><br />
agir sobre os níveis inferiores eliminando ou redirecionando entradas<br />
e saídas.<br />
A questão da arquitetura i<strong>de</strong>al é aquela que menos po<strong>de</strong> ser esclarecida<br />
por argumentos filosóficos ou não experimentais.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.29/39
Missing Link<br />
A Connectionist-Symbolic Mo<strong>de</strong>l for Cognition. In: International Symposium<br />
on Methodologies for Intelligent Systems (ISMIS’93), Trondheim,<br />
Norway, June 15-18, 1993.<br />
In the Quest of the Missing Link, International Joint Conference on <strong>Artificial</strong><br />
Intelligence (IJCAI’97), Nagoya, Japan, August 23-29, 1997.<br />
An Embodied Mo<strong>de</strong>l for Higher-Level Cognition, 29th annual meeting of the<br />
Cognitive Science Society (CogSci2007), August 1-4, Gaylord<br />
Opryland Hotel Resort, Nashville, Tennessee, USA, 2007.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.30/39
Missing Link<br />
Cognition is an emergent property of a cyclic dynamic self-organizing<br />
process.<br />
Cognitive mo<strong>de</strong>ls should be epistemologically compatible with the<br />
Theory of Evolution.<br />
Learning and cognitive activity are closely related.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.31/39
Three levels:<br />
Reactive level: insects<br />
Instinctive level: cats and dogs<br />
Cognitive level: humans<br />
Missing Link<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.32/39
Cognitive mo<strong>de</strong>ls in AI:<br />
Missing Link<br />
logical mo<strong>de</strong>ls “sense-mo<strong>de</strong>l-plan-act”<br />
knowledge representation, inference engines, planning (SAT),<br />
reasoning about action<br />
compositionality, modularity, explicit semantic<br />
reactive mo<strong>de</strong>ls “behavior-based artificial creatures situated in the<br />
world”<br />
subsumption architecture, connexionism, fuzzy control,<br />
evolutionary computation, reinforcement learning<br />
self-organization, embodiment, learning<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.33/39
Missing Link<br />
N System<br />
Perception Action<br />
Genetically <strong>de</strong>termined<br />
by the environment<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.34/39
Genetically <strong>de</strong>termined<br />
by the emotions<br />
Missing Link<br />
Memory<br />
N System<br />
Fitness function (emotions)<br />
Genetically <strong>de</strong>termined<br />
by the environment<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.35/39
Culturally <strong>de</strong>termined<br />
Memory<br />
Missing Link<br />
Thought<br />
Emotions<br />
Cognition<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.36/39
Referências<br />
Conclusão<br />
[Bau04] Eric B. Baum. What is thought? A Bradford Book The MIT Press, 2004. p. 478.<br />
[Bro91] Rodney A. Brooks. Intelligence without representation. <strong>Artificial</strong> Intelligence<br />
(Special Volume Foundations of <strong>Artificial</strong> Intelligence), 47(1-3):139–159, January 1991.<br />
[Dav05] Darryl N. Davis, editor. Visions of Mind Architectures for Cognition and Affect.<br />
IDEA Group INC., 2005. ISBN:159140483-5.<br />
[Mat97] H. Maturana. A Ontologia da Realida<strong>de</strong>. Editora da UFMG, 1997.<br />
[McC77] J. McCarthy. Epistemological problems of artificial intelligence. In Proceedings of<br />
IJCAI 5, pages 1038–1044, 1977.<br />
[McD78] J. McDermott. Tarskian semantics, or no notation without <strong>de</strong>notation. Cognitive<br />
Science, 2(3):277–282, July-September 1978.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.37/39
Referências<br />
Conclusão<br />
[Min86] M.L. Minsky. The Society of Mind. Simon and Schuster, New York, 1986.<br />
[MV80] Humberto R. Maturana and Francisco J. Varela. Autopoiesis and cognition: The<br />
realization of the living. In Robert S. Cohen and Marx W. Wartofsky, editors, Boston<br />
Studies in the Philosophy of Science, volume 42. Dor<strong>de</strong>cht (Holland): D. Rei<strong>de</strong>l<br />
Publishing Co., 1980.<br />
[New80] A. Newell. Physical symbol systems. Cognitive Science, 4:135–183, 1980.<br />
[New82] A. Newell. The knowledge level. <strong>Artificial</strong> Intelligence, 18:87– 127, 1982.<br />
[Pei74] C.S. Peirce. The Collected Papers of C.S. Peirce. Harvard University Press,<br />
Cambridge, Mass., 1974.<br />
[Sch02] Matthias Scheutz, editor. Computationalism New Directions. A Bradford Book The<br />
MIT Press, 2002.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.38/39
Referências<br />
Conclusão<br />
[Smi82] Brian Cantwell Smith. Reflection and Semantics in a Procedural Language. PhD<br />
thesis, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA, USA, 1982.<br />
[Smi96] Brian Cantwell Smith. On the Origin of Objects. A Bradford Book The MIT Press,<br />
1996. p. 420.<br />
[Var79] Francisco J. Varela. Principles of Biological Autonomy. New York: Elsevier (North<br />
Holland), 1979.<br />
[Var89] Francisco J. Varela. Autonomie et Connaissance: Essai sur le Vivant. Editions du<br />
Seuil, Paris, 1989.<br />
[VTR91] F.J. Varela, E. Thompson, and E. Rosch. The Embodied Mind: Cognitive Science<br />
and Human Experience. MIT Press, Cambridge, MA, 1991.<br />
[Wit33] Ludwig Wittgenstein. Tractatus Logico-Philosophicus. Routledge & K. Paul,<br />
London, 1933. Originally published in 1922.<br />
<strong>Inteligência</strong> <strong>Artificial</strong> <strong>Aplicada</strong> a <strong>Sistemas</strong> <strong>de</strong> <strong>Controle</strong> e <strong>Automação</strong>DAS 6607 – p.39/39