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clicando aqui - AEAARP

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Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700<br />

Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br<br />

Roberto Maestrello José Roberto Hortêncio Romero<br />

Presidente Vice-presidente<br />

DIRETORIA OPERACIONAL<br />

Diretor-administrativo: Pedro Ailton Ghideli<br />

Diretor-financeiro: João Lemos Teixeira da Silva<br />

Diretor-financeiro Adjunto: Antônio Rounei Jacometti<br />

Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna<br />

DIRETORIA FUNCIONAL<br />

Diretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos Fagionato<br />

Diretora Comunicação e Cultura: Maria Inês Cavalcanti<br />

Diretora Social: Luci Aparecida Silva<br />

DIRETORIA TÉCNICA<br />

Engenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro Gonçalves<br />

Agronomia, Alimentos e Afins: José Roberto Scarpellini<br />

Arquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos Santiago<br />

Engenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto Menegucci<br />

Engenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís Darcie<br />

Geologia e Minas: Caetano Dallora Neto<br />

Engenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi<br />

Tanaka<br />

Engenharia Química e Afins: Denisse Reynals Berdala<br />

Engenharia de Segurança e Afins: Edson Bim<br />

Computação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto<br />

Azevedo Prado<br />

Engenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin<br />

DIRETORIA ESPECIAL<br />

Universitária: Onésimo Carvalho Lima<br />

Da Mulher: Camila Garcia Aguilera<br />

De Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Presidente: Wilson Luiz Laguna João Paulo de S. C. Figueiredo<br />

Carlos Alberto Palladini Filho Luiz Eduardo Lacerda dos Santos<br />

Cecílio Fraguas Junior Luiz Fernando Cozac<br />

Dílson Rodrigues Cáceres Luiz Gustavo Leonel de Castro<br />

Edes Junqueira Manoel Garcia Filho<br />

Edgard Cury Marcos A. Spínola de Castro<br />

Ericson Dias Mello Marcos Villela Lemos<br />

Hideo Kumasaka Maria Cristina Salomão<br />

Hugo Sérgio Barros Riccioppo Ronaldo Martins Trigo<br />

Inamar Ferraciolli de Carvalho Sylvio Xavier Teixeira Júnior<br />

CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP<br />

REPRESENTANTE DA <strong>AEAARP</strong><br />

Câmara Especializada em Engenharia Civil: Ericson Dias Mello<br />

REVISTA PAINEL<br />

Conselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna,<br />

Ericson Dias Mello e Hugo Sérgio Barros Riccioppo<br />

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269,<br />

cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, contato@textocia.com<br />

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes MTb 25679<br />

Departamento Comercial: Promix (16) 3931.1555 - revistapainel@globo.com<br />

Tiragem: 3.000 exemplares<br />

Locação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718<br />

Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - mmnader@terra.com.br<br />

Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.<br />

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os<br />

mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.<br />

Editorial<br />

A partir desta edição, inauguramos uma nova fase da<br />

revista Painel, em que, por meio da parceria inédita com a<br />

Promix e a Texto & Cia, estamos operacionalizando<br />

respectivamente sua comercialização e redação.<br />

Juntamente com o Conselho Editorial da <strong>AEAARP</strong>,<br />

buscamos a modernização, a sustentabilidade financeira<br />

da publicação e o fomento do debate de temas atuais e<br />

relevantes para a sociedade.<br />

Engº Civil<br />

Roberto Maestrello<br />

Através do peso, idoneidade e tradição da <strong>AEAARP</strong>, podemos, ao abrir caminhos<br />

na discussão dos diversos problemas, influenciar nas propostas de soluções melhores<br />

e mais viáveis para nossa região, em todos os sentidos. A publicação, com o passar<br />

do tempo, vai se moldar às expectativas que imprimimos em relação ao futuro da<br />

nossa instituição.<br />

Da mesma maneira, a cada edição do prêmio Profissionais do Ano, vemos, no<br />

resultado, o perfil da <strong>AEAARP</strong>. A escolha de 2007 é reveladora da pluralidade da<br />

instituição. Um dos homenageados pensa a engenharia como solução de problemas,<br />

levando em conta a técnica e a exatidão, sem se esquecer do apelo humano que ela<br />

tem de contemplar. O outro projeta na arquitetura e no urbanismo com a esperança de<br />

ver premiadas as soluções que visem ao bem-estar do individuo inserido e participante<br />

da comunidade. A terceira exerce a agronomia empunhando a bandeira do<br />

desenvolvimento e da modernização da agricultura por meio das práticas racionais e<br />

efetivas do fomento da atividade tratada como agronegócio.<br />

Respeitando a igualdade de importância que os três homenageados têm para a<br />

entidade, Carlos Alberto Gabarra, Marcos Spínola de Castro e Mônika Bergamaschi<br />

personalizam <strong>aqui</strong>lo que queremos para a <strong>AEAARP</strong>: uma entidade organizada, respeitosa<br />

com seu passado, com os olhos voltados para a cidade e o campo de hoje e com a<br />

organização d<strong>aqui</strong>lo que eles serão em alguns anos, colaborando com discussões e<br />

ações que visem à sustentabilidade econômica, ambiental e social.<br />

Estas ações fizeram parte dos temas da nossa Semana da Bioenergia, realizada<br />

pela primeira vez pela Diretoria de Agronomia da <strong>AEAARP</strong>, comandada pelo nosso<br />

companheiro diretor José Roberto Scarpellini e Comissão de Agronomia, em<br />

comemoração à Semana da Agronomia, com sucesso de conteúdo, de público e de<br />

entusiasmo, dignos de aplausos e merecedores de serem seguidos por todas as<br />

outras diretorias.<br />

Neste encontro, vimos que o uso de nossa conhecida cana-de-açúcar como<br />

fonte energética, aliada a culturas anuais de oleaginosas, com a viabilidade da produção<br />

do biodiesel entre outros, incentivam investimentos na área e apontam para nova fase<br />

de desenvolvimento de nossa região. Um dos fatores que impulsionam este cenário é<br />

o fato de esta alternativa surgir no comércio internacional como fonte barata e<br />

competitiva, além de ecologicamente limpa e renovável. Vemos, neste caminho, o<br />

enriquecimento da nossa economia, respeitando, contudo, o meio ambiente.<br />

No campo da construção civil, novos empreendimentos rasgam a paisagem, com<br />

grandes e tradicionais empreendedores desembarcando na cidade, oferecendo<br />

alternativas para compradores, fornecedores e emprego. Na área agrícola, produtores<br />

e industriais investem em novas tecnologias para implementar a produção. As duas<br />

áreas geram riquezas, empregos e renda para a cidade e região, que olha para o<br />

futuro. A <strong>AEAARP</strong> e seus associados são protagonistas desta história.<br />

Em outros terrenos, no entanto, além da novela da CPMF, temos a história do<br />

projeto do governo federal que tramita no Congresso sobre o Pregão Eletrônico. Na<br />

possibilidade de se usar esta ferramenta, eficaz no caso das compras de mercadorias<br />

diversas, porém desastrosa nas licitações para projetos de engenharia, arquitetura e<br />

agronomia que, ao ser contratados, devem ser escolhidos pela excelência, tradição,<br />

experiência e competência profissional. Anos de prática, graduação em faculdades<br />

consideradas referência, pós-graduação e dedicação à vida acadêmica não podem<br />

ser comprados por quilo, nem escolhidos pelo menor preço, como se compram pães,<br />

farinha ou merenda escolar, que podem ser perfeitamente quantificados e qualificados.<br />

O saber não pode ser tratado como mercadoria, pelo contrário, o trabalho de projeto<br />

é dignificante da excelência e do conhecimento.<br />

Neste sentido estamos publicando o brilhante artigo do Presidente do Instituto de<br />

Engenharia de São Paulo. Conclamo-os a lutar para que um projeto como este consiga,<br />

pela nossa atuação, ser aprovado, porém separando o joio do trigo.<br />

Esta é mais uma luta pela valorização profissional!


PROFISSIONAIS DO ANO<br />

A bicicleta foi o primeiro meio de transporte<br />

utilizado por Carlos Gabarra que,<br />

sobre ela, percorreu e conheceu Ribeirão<br />

Preto. À época, a avenida 9 de Julho chamava-se<br />

Independência e o asfalto não<br />

alcançava todas as ruas da cidade. “O<br />

[asfalto] da rua Américo Brasiliense chegava<br />

até a Floriano Peixoto”, exemplifica<br />

o arquiteto.<br />

No final dos anos 1960, Carlos se<br />

enfurnou no escritório de Durval Soave<br />

para conhecer a profissão que concebia<br />

edificações e determinava os traçados urbanos.<br />

O interesse pelo ofício nasceu das<br />

obras executadas pela família e pelas quais<br />

ele ficava responsável por acompanhar.<br />

Em 1973 formava-se arquiteto e urbanista<br />

pela FAU-Faculdade de Arquitetura<br />

e Urbanismo de São Paulo. “Fiz a faculdade<br />

sem sair d<strong>aqui</strong>, vinha toda semana. Ribeirão<br />

é a minha paixão”, entusiasma-se.<br />

No ano seguinte ao da formatura, foi<br />

trabalhar pela primeira vez na Secretaria de<br />

Planejamento da Prefeitura Municipal, levado<br />

por Durval, e tornou-se responsável<br />

pelo desenho e pavimentação de dezenas<br />

de ruas da cidade, abrindo os caminhos<br />

por onde circulam hoje milhares de veículos.<br />

Soma 20 anos no serviço público. Mas,<br />

4<br />

PROFISSIONAIS DO ANO - 2007<br />

resultado demonstra pluralidade da <strong>AEAARP</strong><br />

<strong>AEAARP</strong><br />

Carlos Gabarra e esposa<br />

“todas as vezes que me chamam eu vou,<br />

porque ainda tenho esperança”, diz.<br />

A paixão que expressa ao relatar o trabalho<br />

dá lugar a um tom crítico quando<br />

trata da organização do espaço urbano<br />

na cidade. “Problemas políticos fazem perpetuar<br />

questões que poderiam ser solucionadas<br />

com projetos que existem na Prefeitura”,<br />

diz.<br />

No serviço público ele se dedica ao<br />

urbanismo. No escritório, gosta de construir<br />

casas. A primeira que ergueu fica na<br />

confluência das ruas Nélio Guimarães e<br />

Maringá. “Um amigo disse que deveria<br />

ser tombada”, diz, aos risos. Atualmente<br />

se dedica à obra do Complexo Gráfico São<br />

Francisco, às margens da rodovia<br />

Anhanguera.<br />

Longe dos desenhos, o hobby de<br />

Carlos é a “gasolina”, em sua própria definição.<br />

É um dos fundadores do Clube<br />

do Carro Antigo de Ribeirão e dono de<br />

um Ford 29, um Chevrolet Belair 54, um<br />

Fusca 63 e um Karmanguia 72. Para passeios,<br />

mantém um Mitsubishi 93 e a esposa,<br />

Mara Maria Gonzaga Gabarra, tem um<br />

Suzuki Vitara 98, o mais novo da casa. Ao<br />

todo, já teve mais carros do que anos de<br />

vida, que são 61.<br />

Carlos Gabarra e filhos<br />

Carlos Gabarra<br />

O homem que abriu caminhos<br />

Carlos guarda também uma motocicleta<br />

Yamaha 75, que comprou zero quilômetro<br />

e pretende reformar. Outra, uma Honda<br />

78, tem uma história curiosa: adquirida no<br />

mesmo ano, rodou somente 16 mil quilômetros<br />

porque a mãe dos seus únicos dois<br />

filhos, Ani Cintra e Oliveira, pediu que não<br />

a usasse para não influenciá-los. “Dei um<br />

carro para o Daniel [o filho mais velho].<br />

Ele vendeu e comprou uma moto”, diz,<br />

deixando transparecer certo orgulho e ver<br />

o filho repetir uma de suas paixões.<br />

Além das antigas motocicletas, Carlos<br />

mantém uma Honda Shadon 600<br />

cilindradas que usa nos finais de semana<br />

para “viagens curtas, de 300 quilômetros”.<br />

Para percursos mais longos, vai de<br />

motorhome, que já levou a família para os<br />

lagos andinos, no Chile, em 2006. “Quando<br />

estava na faculdade, usava a barraca.<br />

Hoje ficou mais sofisticado, mas não melhorou<br />

a acomodação”, brinca.<br />

Seu próximo projeto é construir uma<br />

nova casa para ele e a esposa, na City<br />

Ribeirão, de 54 metros quadrados e uma<br />

garagem de 200 metros quadrados, onde<br />

vai acomodar todos os automóveis e motocicletas<br />

- além do motorhome - e então<br />

poderá cuidar de perto de suas paixões.<br />

Carlos Gabarra é nascido em<br />

Ribeirão Preto. A família,<br />

tradicionalmente relacionada à<br />

área da saúde, chegou à cidade em<br />

1929, trazida por seu pai Benoni<br />

Gabarra, que nasceu em<br />

Jardinópolis e mudou-se para<br />

Ribeirão a fim de estudar<br />

Odontologia. Com Olympia Cocchio<br />

teve 11 filhos e, ao final da vida,<br />

contaram 48 netos e 22 bisnetos.


“Reverenciar o histórico, respeitar o<br />

atual e qualificar o futuro” são as bases que<br />

o engenheiro civil Marcos Spínola de<br />

Castro acredita que servem à construção<br />

de uma cidade sustentável. Alçado ao<br />

posto de Secretário de Planejamento e<br />

Gestão Ambiental de Ribeirão Preto,<br />

poucos dias após sua escolha como<br />

Profissional do Ano, afirma que, entre ser<br />

um autônomo e um homem público, ele<br />

gosta mesmo é de ser engenheiro.<br />

Esta é a segunda vez que<br />

assume um cargo público. A<br />

primeira foi entre 1997 e 2000. Nas<br />

esferas privada e pública,<br />

contabiliza 200 mil metros<br />

quadrados de área construída e<br />

afirma que se considera um “faztudo”.<br />

Do edifício que abriga sua<br />

construtora, a Morada Engenharia,<br />

no bairro Vila Seixas, cuidou desde<br />

o projeto até a contratação do<br />

serviço de buffet para a inauguração.<br />

O gosto pela engenharia vem da<br />

capacidade que o ofício lhe dá de resolver<br />

problemas. Está sempre à frente das questões,<br />

procurando “menos culpados e mais<br />

soluções”. Ele acredita que todos,<br />

independentemente da carreira que<br />

pretendem seguir, deveriam cursar uma<br />

faculdade de engenharia. No entanto, apenas<br />

um dos três filhos - Vinícios, Marcela e Pedro<br />

O tradicional happy hour com os<br />

amigos engenheiros civis.<br />

Desenho do<br />

tretravô foi feito a<br />

partir de relatos<br />

de familiares<br />

- anunciou que vai seguir a orientação e a<br />

carreira do pai. “Todos têm alguns dos meus<br />

defeitos. Teimosos, todos são”, brinca.<br />

Nacionalista e idealista, declara-se<br />

viciado em discussões políticas e<br />

classistas. “O que me move é que as coisas<br />

públicas sejam para o bem público, numa<br />

gestão que prime pela eficiência”, discursa.<br />

Ele vê um futuro promissor para Ribeirão<br />

Preto que, em sua avaliação, abriga<br />

empreendimentos que delineiam a<br />

cidade do futuro.<br />

“Nos últimos 150 anos<br />

edificamos degradando e<br />

alterando as áreas de preservação<br />

permanente, como aconteceu em<br />

todos os centros urbanos”, avalia.<br />

Esta ação desenvolveu uma<br />

cidade com ruas pequenas (“para<br />

carroças”) e casas apertadas, sem<br />

recuos. “Hoje o carro é a<br />

vestimenta do cidadão”, compara,<br />

para justificar a necessidade do<br />

planejamento de vias que<br />

absorvam este movimento crescente.<br />

Construir e planejar é o ofício que o<br />

consome. Ao findar a semana, na sexta-feira,<br />

reúne-se com os amigos para o happy hour.<br />

“Conhecemos todos os bares de Ribeirão”,<br />

diverte-se, “com aval e alvará das esposas”,<br />

avisa. A lembrança de uma chácara que<br />

manteve por 20 anos o faz persistir nesta<br />

Marcos, a esposa Rosa e os filhos<br />

Marcos Spínola de Castro<br />

O engenheiro do coletivo<br />

atividade de final de tarde. Nela, os amigos<br />

se encontravam aos sábados para jogar<br />

futebol (o time se chamava “Tim-Tim”, em<br />

alusão ao brinde), truco e “alimentar o<br />

colesterol”. Perto de se tornarem<br />

cinqüentenários, os amigos se dispersaram.<br />

Ele rejeita o rótulo de boêmio, mas<br />

confessa que gosta da boa música<br />

popular brasileira, de “filosofias baratas e<br />

jogar conversa fora”. “É para desopilar a<br />

semana”, explica. Marcos sonha com a<br />

cidade moderna, e que atenda também aos<br />

seus desejos, com “mais bares para visitar<br />

e parques para andar”.<br />

“Eu gosto do coletivo”, diz Marcos,<br />

sintetizando sua história, tanto como<br />

membro de entidades importantes,<br />

como o Sinduscon-Sindicato da<br />

Construção Civil, quanto como dirigente<br />

de órgãos como o Comur-Conselho<br />

Municipal de Urbanismo de Ribeirão<br />

Preto. A maior façanha foi reunir 1,2 mil<br />

pessoas da família Castro em uma festa<br />

realizada em 2001. Entregou para cada<br />

um o desenho da árvore genealógica,<br />

que ele pesquisou e desenhou. O<br />

patriarca da família, seu tetravô Pedro<br />

Seriema (“por causa das grandes<br />

sobrancelhas e da barba que lembram<br />

a ave”), chegou à região de Ribeirão<br />

Preto em 1770. Veio de São João Del<br />

Rei (MG) com meia dúzia de escravos,<br />

sal, pimenta, mulas e carros-de-boi. “Era<br />

um bandeirante”, diz, orgulhoso. Ele<br />

teve 12 filhos, e o bisavô de Marcos<br />

mais 12. O desenho histórico que fez<br />

da família não cabia nos galhos da<br />

árvore, por isso ele cortou o tronco e o<br />

fez em espiral, exibindo robustez e<br />

segurança.<br />

Revista Painel 5


PROFISSIONAIS DO ANO<br />

Criar aves ornamentais em São Carlos<br />

foi a maneira que Mônika Bergamaschi<br />

encontrou de “empobrecer alegremente”.<br />

Ela trata este tema com um descontração<br />

que some quanto discorre sobre o<br />

agronegócio, que abraçou em 1993,<br />

quando começou a trabalhar na ABAG-<br />

Associação Brasileira do Agronegócio, em<br />

São Paulo.<br />

Formada em engenharia agronômica<br />

pela Unesp-Universidade Estadual<br />

Paulista, já sonhou em desenvolver<br />

projetos de pesquisa na área de sementes.<br />

O espírito irrequieto, no entanto, a tirou<br />

deste caminho. “Sou ansiosa para a<br />

pesquisa”, conta.<br />

O convite para trabalhar na área de<br />

crédito rural do Banco Nordeste, na<br />

capital paulista, mudou sua carreira, pois<br />

assumiu um caráter mais econômico. De<br />

malas prontas para voltar para o interior,<br />

dedicar-se às aves e “ser uma mulher<br />

comum”, foi convidada pelo ex-ministro<br />

Roberto Rodrigues para um trabalho na<br />

ABAG em São Paulo que, em 2001, foi<br />

revertido na criação da ABAGRP, da qual<br />

é diretora executiva.<br />

Mônika assumiu o desafio de melhorar<br />

a imagem do setor e acredita que o ranço<br />

do passado, especialmente em relação<br />

àqueles ligados à cana-de-açúcar, está se<br />

6<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

dissipando. Desde setembro de 2001, a<br />

ABAGRP mantém inserções diárias em<br />

emissoras de televisão com informações<br />

que destacam a importância do<br />

agronegócio e, paralelamente,<br />

desenvolve um trabalho educativo em 83<br />

cidades, com 24 mil estudantes e 1,4 mil<br />

professores que recebem capacitação de<br />

Roberto Rodrigues.<br />

Mônika exibe determinação e muito<br />

entusiasmo quando expõe o que os<br />

professores chamariam de<br />

“interdisciplinaridade” de uma usina de<br />

açúcar e álcool, que abrange<br />

ensinamentos de várias disciplinas, como<br />

química, física e geografia. Ela defende o<br />

surgimento do MST-Movimento dos Sem-<br />

Terra, mas ataca sua transformação em um<br />

“movimento ideológico de cunho<br />

político”. Idealista, tem “certeza que é<br />

possível melhorar a atuação do setor na<br />

área ambiental”. Acredita nas pesquisas<br />

sobre transgênicos e que “o Brasil está<br />

perdendo oportunidades” ao barrar o<br />

acesso a este conhecimento.<br />

“Bote ciência nas coisas!”, exclama ao<br />

rechaçar as críticas feitas ao setor que<br />

defende, com unhas, dentes e todas as<br />

armas disponíveis. A preferida é a<br />

comunicação. “A cana ocupa menos de 1%<br />

da área plantada do país”, diz. São, segundo<br />

Em campo, na faculdade Com a família, na formatura Com Roberto Rodrigues,<br />

mestre e tutor<br />

Foto Weber Sian A CIDADE<br />

Mônika Bergamaschi<br />

A imagem do agronegócio<br />

ela, seis milhões de hectares de cana e 220<br />

milhões de pastagens. Para o agronegócio<br />

avançar com sustentabilidade - econômica,<br />

ambiental e social - o país tem “terra, água e<br />

recursos humanos, falta comunicação e<br />

iniciativa política”. E as aves ornamentais?<br />

“Minha mãe toma conta delas e eu as visito<br />

todos os finais de semana”, diz Mônika que<br />

se emociona ao presenciar o nascimento dos<br />

filhotes.<br />

Mônika é a única mulher entre os<br />

15 membros do Conselho da<br />

ABAGRP. Situação semelhante<br />

acontece no Conselho Superior do<br />

Agronegócio da FIESP-Federação<br />

das Indústrias do Estado de São<br />

Paulo, do qual é membro. Estes<br />

cenários não são novos na vida da<br />

executiva, que estudou em um<br />

colégio de padres de São Carlos,<br />

sua cidade natal, e foi eleita em<br />

2005, pela Revista Forbes, com a<br />

mulher mais influente do Brasil na<br />

categoria agronegócio e pecuária.<br />

É a única mulher entre dois irmãos<br />

homens, uma das nove na turma<br />

da Faculdade de Engenharia<br />

Agronômica e das poucas que<br />

terminaram o curso, no início dos<br />

anos 1990. Aos 24 anos, quando<br />

encarou a cidade de São Paulo no<br />

início da carreira, pesava 41 quilos<br />

e era “frágil, magrinha e cabeluda”,<br />

em sua própria descrição. Aquela<br />

que “achavam que ia quebrar”<br />

tornou-se uma das executivas do<br />

agronegócio mais respeitadas do<br />

país, que não aceita rótulos<br />

feministas e acha graça nas piadas<br />

que alimentam a guerra dos sexos,<br />

batalha que ela acredita que ainda<br />

exista.


SOCIAL<br />

Festa vai celebrar<br />

PROFISSIONAIS DO ANO 2007<br />

Luci Aparecida da Silva,<br />

diretora social da <strong>AEAARP</strong><br />

A Sociedade Recreativa e de Esportes<br />

vai sediar, no dia 24 de novembro, a festa<br />

dos Profissionais do Ano 2007. Realizado<br />

pela <strong>AEAARP</strong> há mais de 30 anos, o<br />

evento celebra a dedicação de<br />

engenheiros agrônomo e civil e de<br />

arquitetos e urbanistas às suas áreas de<br />

atuação.<br />

Luci Aparecida da Silva, diretora social<br />

da <strong>AEAARP</strong>, afirma que a expectativa é<br />

reunir 500 pessoas no evento, que terá<br />

música comandada por um DJ e jantar<br />

assinado pelo buffet da Recreativa. “Este<br />

é um momento no qual, além de celebrar a<br />

premiação, promovemos a integração<br />

entre os associados”, afirma a diretora.<br />

Além da entrega do prêmio, a festa<br />

vai comemorar o Dia do Engenheiro e dar<br />

a largada para as comemorações em torno<br />

dos 60 anos da <strong>AEAARP</strong>, que serão<br />

completados em 2008.<br />

As reservas de mesas e convites<br />

podem ser feitas na sede da Associação.<br />

A adesão de R$ 50,00 dá direito a todos<br />

os serviços oferecidos na festa.<br />

15 MIL<br />

É o número médio de pessoas<br />

que já participaram da festa<br />

‘Profissionais do Ano’


ALMOÇO DOS AGRÔNOMOS<br />

8<br />

Cesar recebeu o primeiro prêmio do sorteio,<br />

entregue por Scarpellini e Guido de Sordi<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

A FESTA DA<br />

AGRONOMIA<br />

Mais de 500 pessoas, entre elas, 132<br />

engenheiros agrônomos, suas famílias e amigos<br />

se reuniram na chácara Recanto Boa Vista, no<br />

dia 20 de outubro, no Almoço dos Agrônomos.<br />

Promovido pela <strong>AEAARP</strong> há 32 anos, o evento<br />

encerrou a Semana Agronômica.<br />

Ricardo Rodrigues Nogueira e Scarpellini<br />

Engenheiros agrônomos Presidente Roberto Maestrello,<br />

Juliana Boldini, a 132ª assinatura na lista de<br />

Scarpellini e Geraldo Geraldi<br />

presença, recorde de 32 anos de almoço


Pedro Katayama, Maestrello, Evandra e<br />

Alexandre Barbin e Scarpellini<br />

Luiz Augusto Campos,<br />

José Alberto Monteiro,<br />

Marcelo Arantes de Oliveira,<br />

José Roberto Scarpellini,<br />

José Carlos Barbosa,<br />

Gilberto Soares,<br />

Geraldo Geraldi Junior,<br />

Carlos Alberto Amarolli,<br />

Guido de Sordi,<br />

Dílson Cáceres,<br />

Noboro Saiki,<br />

da Comissão Organizadora.<br />

Guido de Sordi com os músicos Eddy e Christy<br />

Cantinho da Cachaça reuniu a produção de várias propriedades para<br />

recepcionar os convidados na chácara Recanto Boa Vista<br />

Maestrello com agrônomos e o<br />

Profissional do Ano de 2006, Calil João Filho<br />

Giulia, Rosana e José Roberto Scarpellini<br />

Maria Augusta, Adriana Landell,<br />

Marcos Landell e Alex Motta<br />

Brincadeiras para as crianças durante<br />

o almoço dos agrônomos<br />

Patrocinadores: Aeasp, Agrária, Agrichem, Agro<br />

Hemar, Agropampa, Andef, Apis Flora, Bar Curiango,<br />

Basf, Bayer, Bella Sicília, Binova, Bunge Fertilizantes,<br />

Manáh, Café Total, Cap Agropecuária Industrial,<br />

Cheminova, Choops Germânia, Churrascaria<br />

Coxilha dos Pampas, Churrascaria Ribeirão,<br />

Coplana, Dinagro Agropecuária, Dow AgroSciences,<br />

Dopont, Engetubo, Fmc Agricultural, Germiterra,<br />

Gráfica São Francisco, Iharabras, Itograss, Jonh<br />

Deere, Leão Engenharia, Marangatu, Marchesan,<br />

Microsértil, Milenia, Na Terra, Ouro Fino<br />

AgroScience, Oxiquímica, Painew, Pátobras,<br />

Pizzaria Papagone, Realpec, Restaurante<br />

Napoleón, Ribersolo, Seprotec Sementes,<br />

Syngenta, Tracan, Usina São Francisco, Wolf Seeds<br />

Revista Painel 9


TECNOLOGIA<br />

Incubada do Parqtec de São Carlos<br />

cria projeto inédito para Petrobras<br />

Um projeto inovador e sem similares<br />

no mercado está sendo implementado pela<br />

Multicorpos, empresa incubada no<br />

ParqTec, em São Carlos/SP.<br />

Pesquisadores estão desenvolvendo<br />

desde setembro/2006 um simulador de<br />

robô submarino de operação remota (ROV<br />

- Remotely Operated Vehicle) para a<br />

capacitação de pilotos em missões de<br />

manutenção e instalação de plataformas<br />

de petróleo em alto mar. Seu diferencial é<br />

possibilitar o treinamento com redução de<br />

custos.<br />

Um ROV é um submergível nãotripulado<br />

preso a um cabo pelo qual são<br />

transmitidos, além da energia, os<br />

comandos do operador para o sistema<br />

propulsor. Pelo mesmo cabo, o operador<br />

recebe informações dos sensores e<br />

câmeras instaladas no ROV.<br />

As chances de sucesso da missão e os<br />

riscos de acidentes dependem da<br />

experiência e habilidade do operador. Esse<br />

know how, entretanto, é muito difícil de ser<br />

adquirido. Um dos entraves é o alto custo<br />

operacional do equipamento (cerca de<br />

US$ 50 mil por dia), o que inviabiliza sua<br />

utilização para treinamento.<br />

Nesse contexto, o desenvolvimento de um<br />

simulador virtual para esse tipo de veículo<br />

traz inúmeras vantagens. “Permite o<br />

treinamento do operador em diferentes<br />

missões e em situações muito próximas às<br />

encontradas nas operações reais,<br />

aprimorando assim a sua habilidade e<br />

minimizando os riscos de acidentes”,<br />

aponta Marcelo Prado, engenheiro da<br />

Multicorpos.<br />

A exploração de petróleo em águas<br />

profundas é responsável por uma parte<br />

significativa da produção total de<br />

petróleo no Brasil e, desta forma, tem<br />

importância estratégica para o País. “Esse<br />

tipo de exploração, entretanto, requer o<br />

uso de técnicas específicas, tais como<br />

mecanismos, estruturas e ferramentas<br />

adaptadas às condições de luminosidade,<br />

temperatura e pressão”, explica Gerson<br />

Brand, pesquisador da Multicorpos.<br />

Dessa forma, a utilização de veículos<br />

submarinos de operação remota se faz<br />

necessária por trazer inúmeras vantagens<br />

em processos de montagem e manutenção<br />

de equipamentos em águas profundas,<br />

onde mergulhadores só conseguem<br />

alcançar no máximo 300 metros de<br />

profundidade.


BIBLIOTECA<br />

As influências<br />

arquitetônicas,<br />

as decisões<br />

do poder público sobre<br />

o uso e ocupação do solo e os<br />

momentos econômico e político que<br />

definiram o desenho da cidade de<br />

Ribeirão Preto no século XXI são<br />

esmiuçadas no livro “Um olhar vertical e<br />

horizontal - 150 anos da construção civil<br />

de Ribeirão Preto”, com textos e pesquisa<br />

das jornalistas Blanche Amâncio,<br />

Daniela Antunes e Valéria Brizola e da<br />

arquiteta Adriana Capretz Borges da<br />

Silva Manhas.<br />

Rico em imagens, em sua maioria<br />

cedidas pelo Arquivo Público e Histórico<br />

de Ribeirão Preto, e ilustrações do artista<br />

André Costa, o livro apresenta um design<br />

clean, assinado pelo designer gráfico<br />

Wilmar Targa. Dividida em seis capítulos,<br />

a obra faz um retrato da ocupação da<br />

cidade, desde 1845 com uma doação de<br />

terra feita por José Mateus dos Reis<br />

para a construção de uma capela.<br />

Outros momentos<br />

que marcaram a<br />

ocupação da<br />

cidade pontuam a<br />

obra, como a<br />

demolição da velha<br />

matriz, em 1905, e<br />

incremento da<br />

industrialização, a<br />

partir da década de<br />

Livro lança olhares<br />

para a construção<br />

em RIBEIRÃO<br />

1970, que faz emergir o modernismo em<br />

Ribeirão Preto.<br />

A proposta das autoras é que o leitor<br />

faça uma viagem pela história da cidade,<br />

da influência cafeeira à decadência dos<br />

antigos barões, que investiram em<br />

grandes obras, como o Theatro Pedro II,<br />

também retratado na fase de sua<br />

reconstrução e restauro, ocorrida nos<br />

anos de 1990.<br />

“Procuramos expor tanto as grandes<br />

obras quanto as mais populares, como<br />

casas e vilas de imigrantes italianos, que<br />

tiveram relevância na ocupação da<br />

cidade, a fim de mostrar um panorama<br />

geral da história da construção da<br />

cidade”, afirma a arquiteta Adriana<br />

Capretz.<br />

O livro termina com o relato da primeira<br />

tentativa de estabelecer um Plano Diretor<br />

para a cidade - em 1945, com um projeto<br />

encomendado ao engenheiro urbanista<br />

José de Oliveira Reis, que foi chefe da<br />

Comissão do Plano da Cidade e diretor do<br />

Departamento de Urbanismo da Cidade do<br />

Rio de Janeiro - e<br />

Primeira Matriz<br />

avaliações de<br />

profissionais como<br />

Sílvio Contart e<br />

Ozório Calil Junior<br />

sobre a efetivação<br />

deste plano e suas<br />

conseqüências para<br />

o planejamento<br />

futuro da cidade.<br />

“Algumas ações propostas por Reis foram aproveitadas isoladamente, como a<br />

criação do quadrilátero formado pelas avenidas Jerônimo Gonçalves, Francisco<br />

Junqueira, avenida Independência e avenida Nove de Julho. Outras sucumbiram<br />

com a ausência de investimento público, como a ampliação do Bosque<br />

Municipal “Fábio Barreto”, prevista com o objetivo de amenizar o clima, e a<br />

criação de um parque na região do córrego do Tanquinho, no zona norte da<br />

cidade. Em 1945, Ribeirão Preto contava 79.771 habitantes e a estrutura<br />

proposta por Reis previa abrigar 400 mil habitantes. A ausência de um Plano<br />

Diretor fez proliferar ações isoladas e um emaranhado de leis específicas para<br />

o uso e ocupação do solo”<br />

Trecho do livro “Um olhar vertical e horizontal - 150 anos da construção civil de<br />

Ribeirão Preto” - ed. F. I. Mendes Sá


SEMANA AGRONÔMICA<br />

12<br />

Novos rumos para a bioenergia<br />

“O uso de óleos vegetais como combustível pode ser<br />

insignificante hoje. Entretanto, no devido tempo, tais produtos<br />

se tornarão tão importantes quanto o petróleo e o carvão são<br />

atualmente”. A frase soa como atual, porém foi dita, em 1912,<br />

por Rudolf Diesel, criador do primeiro motor movido pelo<br />

combustível batizado com seu nome. A viabilidade das culturas<br />

alternativas para a produção do biodiesel, as pesquisas em<br />

andamento também para a lavoura de cana-de-açúcar e as<br />

potencialidades do mercado consumidor e industrial foram<br />

debatidos na Semana Agronômica, realizada pela <strong>AEAARP</strong><br />

em parceria com a APTA Regional e o Sindicato Rural de<br />

Ribeirão Preto. O tema foi a Bioenergia.<br />

Nos dias 17, 18 e 19 de outubro, foram realizadas<br />

palestras que enriqueceram o debate em torno da viabilidade<br />

dos biocombustíveis. Cerca de 250 pessoas participaram do<br />

evento, que levantou polêmicas e apontou caminhos. A<br />

necessidade de investimento em conhecimento foi eleita como<br />

essencial para que os avanços pretendidos pelo poder<br />

público, e aguardados com entusiasmo pela sociedade civil,<br />

sejam alcançados. “Precisamos aprimorar as matérias-primas<br />

Sustentabilidade<br />

no processo de<br />

produção de<br />

bioenergia<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Denizart Bolonhezi<br />

(APTA Regional)<br />

O palestrante<br />

ressaltou a grande<br />

contribuição vinda da<br />

agricultura para a balança comercial<br />

brasileira e, comentando sobre a<br />

importância da sustentabilidade, disse:<br />

“Hoje, não é importante só produzir, mas<br />

avaliar como estamos produzindo”.<br />

Bolonhezi comentou sobre a<br />

competitividade dos Estados Unidos na<br />

produção de etanol a partir do milho e<br />

lembrou que o governo norte-americano<br />

destinou à agricultura U$ 34 bilhões, em<br />

subsídios, no período de 1995 a 2003.<br />

Falou da importância da transgenia<br />

para a melhoria da produtividade das<br />

culturas e como forma de baixar custos e<br />

da necessidade da adoção de sistemas<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

conservacionistas de manejo do solo para<br />

reduzir o uso do óleo diesel, garantir<br />

economia de água, manutenção da<br />

produtividade e baixar o custo geral de<br />

produção. Falou também do risco da<br />

monocultura. “De 1975 a 1995, a Austrália<br />

aumentou a área de cultivo de cana e a<br />

produtividade. Mas não conseguia mais<br />

melhorar a produtividade, depois de 20<br />

anos. Hoje, estamos fazendo cana em cima<br />

de cana e os australianos viram que o<br />

combinado de culturas rotativas e o uso<br />

de pastagem têm contribuído para o<br />

aumento da produtividade”. Finalmente<br />

lembrou que é preciso reduzir custos de<br />

produção de matérias-primas para o<br />

biodiesel e viabilizar consórcios.<br />

Manejo bioenergético para<br />

produção integrada de alimentos,<br />

fibras e energia<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

José Roberto de Menezes (consultor)<br />

O crescimento da economia mundial,<br />

as particularidades da legislação<br />

e já existem pesquisas em andamento”, afirma José Roberto<br />

Scarpellini, engenheiro agrônomo e diretor de Agronomia,<br />

Alimentos e Afins da Associação.<br />

Os biocombustíveis são conhecidos por pesquisadores<br />

há pelo menos 100 anos. “É uma energia limpa, que garante<br />

a sustentabilidade do ponto de vista ambiental e insere muita<br />

gente em um mercado de trabalho ainda pouco explorado”,<br />

avalia Scarpellini. O aprimoramento tecnológico, em sua visão,<br />

deve atender às culturas que demonstram mais aptidão para<br />

a produção de óleo, entre elas a soja, o amendoim, o dendê<br />

e macaúba.<br />

O Brasil tem 20% da área agricultável do planeta, 10% da<br />

água doce do mundo e o sol que atinge o território brasileiro<br />

equivale à energia gerada em 24 horas por 320 mil usinas<br />

hidroelétricas como a de Itaipu. Além disso, existem <strong>aqui</strong> mais<br />

de 200 espécies de plantas produtoras de óleo. Este foi um<br />

dos cenários apresentados durante as palestras, cuja<br />

conclusão aponta o Brasil como o país com mais condições<br />

de produzir bioenergia. Veja um resumo das apresentações<br />

de cada palestrante.<br />

ambiental no Brasil, o preço do petróleo, a<br />

questão da logística, a competitividade do<br />

álcool de milho nos EUA frente à<br />

interiorização da economia no Brasil, a alta<br />

carga tributária e juros brasileiros e a<br />

proibição dos transgênicos no Brasil são<br />

os principais determinantes do atual<br />

cenário para a agricultura nacional.<br />

Menezes analisou custos e<br />

financiamento de várias culturas,<br />

comparando culturas transgênicas e<br />

convencionais. E alertou: “De 1996 a 2007, os<br />

prejuízos da proibição tecnológica (OGMs)<br />

ultrapassam R$100 bilhões no Brasil”,<br />

lembrando da importância do manejo<br />

bioenergético e da integração agriculturapecuária<br />

. “Um boi de 14@ produz 15<br />

toneladas de fertilizante por ano”, ressaltou.<br />

Como exemplo, o álcool de milho nos<br />

EUA chega a uma produção média de<br />

9.000 kg/ha. em 140 dias, com rendimento<br />

de 25 litros de álcool/ha./dia e a cana-deaçúcar<br />

brasileira tem produção média de 80<br />

t./ha. em 365 dias, com rendimento de 17<br />

litros de álcool/ha./dia.<br />

Veja a íntegra das palestras no site - www.aeaarp.org.br.


SEMANA DA AGRONOMIA<br />

Manejo varietal em cana-de-açúcar:<br />

estratégias de alocação<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Marcos G. Landell (APTA/IAC)<br />

Nos últimos 30 anos o Brasil teve<br />

ganhos significativos com pesquisas,<br />

houve investimento contínuo e<br />

modernização dos grupos de pesquisa.<br />

As pesquisas em cana-de-açúcar foram<br />

muito maiores do que em outras culturas,<br />

o que acabou gerando uma vantagem para<br />

a cana. O produto foi modificado com a<br />

melhora genética e isso gerou um salto na<br />

produção: o aumento da produtividade<br />

foi de 38,5%, o aumento do número de<br />

cortes dobrou de 3 para 6, o rendimento<br />

industrial para 1 tonelada de cana passou<br />

de 90 quilos de açúcar para 120 quilos e de<br />

60 litros de álcool para 89 litros e a safra<br />

passou de 165 dias para 220, um aumento<br />

de 33%, no período.<br />

Landell lembrou as variedades<br />

regionais geradas pelo IAC vêm<br />

proporcionando ganhos significativos,<br />

apresentou algumas variedades e<br />

resultados positivos da seleção regional<br />

em algumas localidades brasileiras.<br />

Cenários da pesquisa em<br />

cana-de-açúcar<br />

Engenheiro Agrônomo Tadeu Andrade<br />

(CTC-Piracicaba)<br />

Dentre as novidades em pesquisa<br />

para a cana-de-açúcar, o palestrante<br />

apresentou o sistema de lavagem a seco,<br />

desenvolvido entre CTC e ITA. A cana<br />

passa por uma câmara de ventilação que<br />

recolhe impurezas vegetais e terra – esta<br />

compromete o sistema de moagem e, com<br />

o novo sistema, volta para o campo.<br />

Outra novidade para o campo é a<br />

gaseificação do bagaço e palha da cana<br />

que gera seis vezes mais energia. “Se o<br />

país utilizasse as mais avançadas técnicas<br />

em co-geração, o setor sucro-alcooleito<br />

estaria provendo 30% da energia<br />

consumida no país”, afirmou.<br />

Nos canaviais a tendência é a<br />

miniaturização do processo de análise de<br />

cana com o infravermelho, hoje disponível<br />

nas esteiras gerando informações online.<br />

Mas novas técnicas de coleta de imagem<br />

por satélite identificam variedades e<br />

longevidade de uma plantação.<br />

E a grande corrida mundial hoje é pela<br />

busca de enzimas capazes de quebrar as<br />

moléculas de pentoses (moléculas de 5<br />

carbonos) encontradas na celulose para a<br />

produção de açúcar. Não existe processo<br />

conhecido para trabalhar com as<br />

pentoses. Hoje o açúcar é produzido com<br />

hexoses (6 carbonos). No dia 13 de<br />

setembro de 2007, em Copenhague, o<br />

governo brasileiro firmou acordo de<br />

pesquisa com a maior produtora de<br />

enzimas do mundo, a dinamarquesa<br />

Novozymes.<br />

Tendências e desafios da<br />

mecanização da lavoura canavieira<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Kesler Bastos (John Deere)<br />

O palestrante fez uma análise do<br />

mercado mundial em que os<br />

biocombustíveis propiciarão uma nova<br />

era para a política agrícola global. Neste<br />

cenário, a demanda global de açúcar<br />

crescerá 26 milhões de toneladas e a<br />

demanda por etanol crescerá duas vezes<br />

ou mais com excelentes perspectivas<br />

para o preço do açúcar e álcool. Haverá<br />

aumento do uso da cana para produtos<br />

variados, tendência de aceleração das<br />

fusões e <strong>aqui</strong>sições por multinacionais (e<br />

Fundos) como parte da expansão<br />

acelerada de implantação de unidades<br />

produtoras, ao lado da ampliação das<br />

preocupações com a questão ambiental e<br />

a crescente importância e participação da<br />

Petrobras no Brasil e no exterior. Haverá,<br />

ainda, melhoria na coordenação de P&D<br />

e no modelo energético brasileiro e maior<br />

busca de opções de acordos para etanol/<br />

açúcar com entrada livre nos EUA/<br />

Europa.<br />

Os solos e a cana-de-açúcar<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Helio do Prado (APTA/IAC)<br />

Especialista em pedologia, o<br />

engenheiro agrônomo apresentou as<br />

potencialidades de cada tipo de solo para<br />

o cultivo da cana-de-açúcar. “Determinar<br />

o tipo de solo é necessário para definir o<br />

manejo correto, que auxilia no aumento da<br />

produção na indústria”, afirmou. Ele<br />

explicou que a quantidade de argila<br />

predominante em cada solo interfere na<br />

quantidade de água que será absorvida<br />

pela planta. O “argisolo” – que tem grande<br />

quantidade de argila abaixo da camada<br />

arável – é mais comum na região de<br />

Jaboticabal, rumo ao oeste do Estado.<br />

Nele, a planta tem a possibilidade de<br />

absorver mais água. O “latossolo”, ao<br />

contrário, tem valores de argila similares na<br />

camada arável e abaixo dela, e possibilita<br />

menor acesso à água. A quantidade de<br />

água absorvida pela cana é determinante<br />

em seu desempenho industrial. Não ter<br />

Veja a íntegra das palestras no site - www.aeaarp.org.br.<br />

conhecimento sobre o solo onde está<br />

plantando “é o mesmo que não ter alicerce<br />

em um prédio”, disse.<br />

Plantio direto e a cana-de-açúcar<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Denizart Bolonhezi (APTA Regional)<br />

O manejo do solo depois da colheita é<br />

determinante para garantir a qualidade da<br />

safra seguinte. Quando o m<strong>aqui</strong>nário<br />

agrícola remexe toda a estrutura do solo,<br />

as chuvas tendem a açorear o terreno e<br />

algumas plantações são totalmente<br />

perdidas. Ele expôs imagens de canaviais<br />

que poderiam ter sido preservados com o<br />

manejo adequado do solo. “A chuva leva<br />

os fertilizantes”, disse o engenheiro<br />

agrônomo. Manter a palha da cana na<br />

terra garante material orgânico para a<br />

planta e retém mais água, sem prejudicar o<br />

solo. O sistema de manejo de solo<br />

apresentado pelo agrônomo não é comum<br />

nos canaviais, mas já é usado em outros<br />

tipos de culturas. Na região de Ribeirão<br />

Preto, uma das poucas usinas que optaram<br />

por este tipo de manejo é a Usina Alta<br />

Mojiana, de São Jo<strong>aqui</strong>m da Barra. “Não<br />

revolver o solo resulta em dividendos.<br />

Revolver é prejuízo”.<br />

Manejo de pragas na<br />

cultura da<br />

cana-de-açúcar<br />

Engenheira Agrônoma<br />

Leila Dinardo Miranda<br />

(APTA/IAC)<br />

A palestrante<br />

apresentou as formas de<br />

identificação,<br />

tratamento e combate<br />

das pragas mais comuns<br />

nos canaviais, como a cigarrinha, o<br />

cupim e a broca. Ela abriu a apresentação<br />

ressaltando a necessidade de o produtor<br />

decidir a tática de combate tendo como<br />

base a “análise de custo/benefício que<br />

leva em conta o interesse e o impacto nos<br />

produtores, na sociedade e no<br />

ambiente”. Há formas de combate<br />

usando inimigos naturais e controle<br />

químico. Perda da produtividade, de<br />

qualidade da matéria-prima, aumento dos<br />

custos de controle de contaminação e<br />

redução da longevidade dos canaviais<br />

são as principais conseqüências destas<br />

pragas. A agrônoma ressaltou ainda a<br />

importância de verificar a procedência<br />

das mudas e o cuidado em sua retirada,<br />

como forma de evitar as pragas nas<br />

plantações.<br />

Revista Painel 13


SEMANA AGRONÔMICA<br />

Manejo de plantas daninhas em<br />

cana-de-açúcar<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Carlos Azania (APTA/IAC)<br />

O palestrante expôs as principais<br />

espécies de plantas daninhas que atacam<br />

os canaviais e os herbicidas usados para<br />

combatê-las. Algumas exigem mais<br />

aplicação de herbicidas e,<br />

conseqüentemente, maiores custos de<br />

produção, entre elas a tiririca e a grama<br />

seda. O agrônomo explicou que a<br />

possibilidade de cultivo de cana<br />

transgênica gera a oportunidade de usar<br />

apenas um tipo de herbicida, de amplo<br />

espectro, que poderá reduzir a grande<br />

diversidade de herbicidas usados na<br />

plantação.<br />

Importância econômica<br />

da co-geração<br />

de energia<br />

Prof. Dr. Zilmar José de<br />

Souza (Unesp/<br />

Jaboticabal)<br />

O Brasil é o país que<br />

mais produz energia<br />

renovável no mundo:<br />

41% da energia do país<br />

são de fontes renováveis contra 14%<br />

no mundo, onde o carvão ainda é a<br />

maior fonte. Com esta informação o<br />

palestrante abriu sua exposição, que<br />

teve como foco a necessidade de<br />

investimento industrial em novas<br />

fontes de geração de energia. É uma<br />

oportunidade, em sua visão, para o<br />

setor sucroalcooleiro, que já atende o<br />

mercado nos períodos de seca, uma<br />

vez que a principal fonte de energia do<br />

país são as usinas hidroelétricas. Ele<br />

mostrou gráficos que revelam que o<br />

consumo no Brasil - 163 kw/h-mês -<br />

está abaixo da média mundial que é de<br />

210kw/h-mês. A demanda reprimida, em<br />

sua visão, deve ser atendida pelo setor<br />

sucroalcooleiro, o que obriga um<br />

redirecionamento da produção<br />

agrícola e a conseqüente definição de<br />

um novo marco regulatório para o<br />

setor. Segundo ele, a iminente crise<br />

energética em 2012 pode ser evitada<br />

com planejamento. Em sua avaliação,<br />

este é um cenário favorável para o<br />

setor sucroalcooleiro, cuja entrada<br />

neste mercado é mais viável do que<br />

“estacionar as barcaças de<br />

termoelétricas” na costa marítima,<br />

causando riscos e danos ao meio<br />

ambiente.<br />

14<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

Girassol como base<br />

para o biodiesel<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Dílson Rodrigues<br />

Cáceres (CATI-DSMM)<br />

Reconhecidamente<br />

um dos grandes<br />

entusiastas do biodiesel,<br />

o pesquisador assinalou<br />

logo no início de sua<br />

exposição: “O programa do biodiesel<br />

começou com 20 anos de atraso”. Ele<br />

apresentou o panorama histórico da<br />

produção e pesquisa do girassol e avaliou<br />

que há capacidade de expansão no Brasil.<br />

Este cenário se deve, principalmente, pelas<br />

características da planta: alto teor de óleo<br />

nos grãos possibilita a extração a frio, a<br />

torta resultante da extração tem boa<br />

qualidade nutricional, produz mel, pode<br />

ser usado para rotação de culturas, tem<br />

baixo custo de implantação, entre outras<br />

coisas. No entanto, falta tradição do<br />

agricultor com a cultura e incentivo à<br />

pesquisa, alguns dos entraves para a<br />

expansão da produção no país. O<br />

histórico do cultivo de girassol comprova<br />

esta avaliação: depois da desaceleração<br />

da produção, registrada em meados dos<br />

anos 1980, a retomada coincidiu com o<br />

investimento da indústria em novas<br />

tecnologias, no final da década de 1990.<br />

Cultura do pinhão manso<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Eduardo Suguino (APTA Regional)<br />

A rusticidade e o teor tóxico do pinhão<br />

manso são algumas das informações<br />

disponíveis sobre a planta, tratada como<br />

coqueluche do biodiesel. O palestrante<br />

alertou para a falta de informações a<br />

respeito da viabilidade de seu uso em larga<br />

escala para produção de biodiesel e a<br />

proibição do uso comercial no país, uma<br />

vez que não está cadastrada no Registro<br />

Nacional de Cultivares, do Ministério da<br />

Agricultura. “Ninguém pesquisava a<br />

fundo o pinhão manso até três anos<br />

atrás”, disse. A destinação da torta<br />

resultante da extração do óleo, altamente<br />

tóxica, é apenas um dos entraves para o<br />

uso industrial. Esta massa não pode ser<br />

usada para alimentação animal, ao<br />

contrário de outras matérias-primas, e há<br />

risco de contaminação do lençol freático.<br />

“A avalanche de otimismo em relação à<br />

planta não foi acompanhada de avalanche<br />

de pesquisa, necessária para seu uso<br />

como fonte energética”, alertou. Sua<br />

produção atualmente é restrita à<br />

agricultura familiar, como cerca viva e<br />

suporte para plantas. Há utilidade também<br />

como fonte de energia para iluminação<br />

pública, planta medicinal, óleo lubrificante<br />

e tintura.<br />

Potencial das variedades de<br />

amendoim para o biodiesel<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Inácio J. de Godoy (APTA/IAC)<br />

“A indústria do biodiesel está tratando<br />

as questões no atacado, sem descer no<br />

detalhe dos aspectos qualitativos das<br />

culturas”, disse o pesquisador, que<br />

apresentou as potencialidades do grão -<br />

composto por 25% de proteína e até 50% de<br />

óleo. O IAC pesquisa variedades com maior<br />

teor de oléico. A “IAC Caiapó” é a variedade<br />

com mais vantagens, atualmente, para a<br />

produção de óleo - é composta por 60% de<br />

óleo. No entanto, exige um período mais<br />

longo de produção, o que a torna inviável<br />

para as áreas de renovação de cana. Esta<br />

variedade é também mais resistente,<br />

evitando controle químico das plantações.<br />

A “IAC 147” é outra variedade que está em<br />

desenvolvimento. Tem alta produtividade<br />

em grãos e em óleo e estará disponível nos<br />

próximos anos. O instituto também pesquisa<br />

variedades de amendoim com maior teor de<br />

ácido oléico, que oferecem ao mercado de<br />

matérias-primas para biodiesel produtos que<br />

contribuem para a qualidade do combustível,<br />

além do potencial para a indústria de<br />

cosméticos. A produção nacional<br />

atualmente está direcionada<br />

predominantemente para o mercado interno.<br />

O maior atrativo comercial é o uso culinário,<br />

especialmente a Tatu e a Runner, o que limita<br />

o uso desta cultura para o biodiesel.<br />

A macaúba como fonte<br />

de óleo para biodiesel<br />

Engenheiro Agrônomo Jo<strong>aqui</strong>m<br />

Azevedo Filho (APTA Regional)<br />

A APTA mapeou os locais no Estado<br />

de São Paulo onde há árvores de macaúba.<br />

Folhas, sementes, estipe, frutos, plânulas e<br />

raízes têm usos comerciais, tanto para a<br />

obtenção de madeira para parede, ripas e<br />

caibros, quando para a indústria<br />

farmacêutica (raízes) e artesanato<br />

(sementes para confecção de botões e<br />

bijuterias). O palestrante disse que quer<br />

empolgar os pesquisadores para que<br />

desenvolvam pesquisas sobre a planta,<br />

considerada praga de pastagem e eliminada<br />

por criadores de gado. O mapeamento feito<br />

pela APTA confirmou que, por este<br />

motivo, as árvores ficam restritas às áreas<br />

Veja a íntegra das palestras no site - www.aeaarp.org.br.


de difícil acesso. A produção de óleo a<br />

partir da macaúba pode chegar a 4 mil kg<br />

por hectare, e tem qualidade de azeite.<br />

“Vamos usar para alimentação e deixar a<br />

soja para o biodiesel”, disse. A<br />

predominância de óleo nos grãos chama a<br />

atenção: a casca tem 8% de óleo, a polpa<br />

tem 30% e a amêndoa 50%. A tecnologia<br />

para extração do óleo deve avançar para<br />

viabilizar o uso na produção do biodiesel.<br />

Mamona e agroenergia<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Roberto Branco (APTA<br />

Regional)<br />

Incentivos do<br />

governo estão<br />

proporcionando<br />

crescente produção da<br />

mamona no Brasil. O<br />

Nordeste é o maior<br />

produtor, com destaque para o Estado da<br />

Bahia, mas, apesar de ser considerada uma<br />

cultura cosmopolita capaz de suportar<br />

vários tipos de solo – existem dados de<br />

produção até na Escócia –, o Norte e<br />

Centro-Oeste do país não têm cultura de<br />

mamona. Sul e Sudeste brasileiros têm<br />

Eu fui<br />

João Batista Lorenzato,<br />

produtor de amendoim<br />

em Dumond<br />

Adquirir conhecimento<br />

para direcionar sua<br />

produção. Foi este o<br />

objetivo do produtor ao<br />

atender o convite da <strong>AEAARP</strong> para<br />

participar da Semana Agronômica. Como<br />

homem da terra, “já sabia que o<br />

amendoim não é competitivo para a<br />

produção de biodiesel”. “Estes<br />

encontros colaboram para orientar o<br />

produtor sobre as boas práticas da<br />

agricultura que auxiliam na<br />

comercialização de nossa produção”.<br />

Eduardo Romão,<br />

Secretario Municipal de<br />

Agricultura de Jaú<br />

A cana-de-açúcar é<br />

responsável por 80% da<br />

cultura agrícola de Jaú e<br />

pelo menos 80% das<br />

propriedades agrícolas do<br />

município têm até 50 hectares. Foi para<br />

buscar novas oportunidades de negócios<br />

para estes produtores, abrir as portas da<br />

cidade para a realização de pesquisas na<br />

área agrícola e potencializar as políticas<br />

públicas em andamento no município que<br />

o secretário participou do evento. “O<br />

biodiesel é uma janela de oportunidades”.<br />

tecnologia para cultivo da mamona com<br />

outros produtos. O Brasil tem alguns<br />

aspectos que favorecem o aumento da<br />

produção da mamona como grande área<br />

territorial agricultável, incidência de<br />

radiação solar, pluviosidade ao longo do<br />

ano, política de incentivo à produção de<br />

bioenergia junto com a necessidade<br />

mundial de combustíveis alternativos.<br />

A soja no contexto da<br />

agroenergia<br />

Engenheira Agrônoma<br />

Sandra Helena Uneda<br />

(APTA Regional)<br />

Segundo maior<br />

produtor do mundo, o<br />

Brasil cultiva soja em<br />

todas as suas regiões.<br />

Principal matéria-prima<br />

para a produção de<br />

biodiesel e uma das mais competitivas no<br />

país, segundo a pesquisadora, a soja tem<br />

merecido pesquisas de melhoramento que<br />

têm conseguido aumentar o percentual de<br />

óleo na planta, com prejuízo do teor de<br />

proteína, dispensável na produção do<br />

biodiesel. A pesquisadora fez uma análise<br />

Modesto Barreto, professor<br />

da Unesp de Jaboticabal<br />

A Semana Agronômica, na visão<br />

do professor, é a oportunidade<br />

para discutir fontes alternativas de<br />

energia, “senão fica setorizado”.<br />

“A diversificação é benéfica até<br />

para a cana”, diz. As dificuldades expostas em<br />

relação à viabilidade do uso de algumas culturas<br />

para o biodiesel foram relevantes. “É bom que as<br />

dificuldades sejam colocadas”.<br />

Flávio Augusto Santos Silva,<br />

estudante de Engenharia<br />

Agronômica do Centro<br />

Educacional Moura Lacerda<br />

O evento expôs informações<br />

relevantes e esclarecimentos que<br />

podem ajudar a definir sua área<br />

de atuação profissional. O<br />

biodiesel, na visão do estudante, “promete” um<br />

futuro rentável. “O mundo depende muito disso”.<br />

Caroline Sampaio,<br />

estudante de Biologia da<br />

Unesp de Jaboticabal<br />

Veio interessada em saber<br />

sobre as inovações na<br />

pesquisa e no mercado e,<br />

principalmente, para ter contato<br />

com profissionais. “Eu tinha uma idéia a<br />

respeito do biodiesel e estou saindo com outra<br />

visão por conta das opiniões que vi sobre<br />

custos e tecnologia”.<br />

Veja a íntegra das palestras no site - www.aeaarp.org.br.<br />

do cenário da produção de soja no Brasil<br />

e ressaltou que a produção brasileira está<br />

encostando nos EUA e o Brasil já tem<br />

grande chance de ser o primeiro produtor<br />

mundial nos próximos anos.<br />

Integração lavourapecuária:<br />

alimentação animal<br />

Engenheira Agrônoma<br />

Maria Lucia Pereira<br />

Lima (APTA Regional)<br />

A integração<br />

lavoura-pecuária vem<br />

sendo bastante<br />

pesquisada no país,<br />

entretanto, apesar de seu maior desafio<br />

para o tema estar no custo da implantação,<br />

especialmente devido ao custo da<br />

semente, o grande problema, ainda, é a<br />

dificuldade de acesso do produtor às<br />

informações. A pesquisadora ressaltou<br />

que o assunto está nos artigos<br />

acadêmicos e é desconhecido do<br />

empresário rural brasileiro. Minas Gerais e<br />

Goiás abrigam as propriedades mais<br />

organizadas no Brasil em termos de<br />

integração lavoura-pecuária.<br />

Luciana Lazaro,<br />

estudante de Zootecnia<br />

da Unesp de Jaboticabal<br />

“O evento me acrescentou<br />

bastante, especialmente o<br />

tema integração lavourapecuária”.<br />

Manoel Polycarpo de<br />

Castro Neto<br />

Coordenador Geral EDF<br />

(Brasília) ANP-Agência<br />

Nacional de Petróleo<br />

“A ANP acompanha os<br />

eventos relevantes que<br />

tratam do biodiesel no Brasil pelo fato de<br />

que esses eventos são uma esperança<br />

de novidades e novas luzes em relação ao<br />

que estamos trabalhando”, disse. Sobre o<br />

evento, acrescentou: “A semana está muito<br />

bem organizada. A questão da cana e do<br />

biodiesel foram muito bem trabalhados”.<br />

Patrocinadores: Syngenta, John Deere,<br />

Fundação Agrisus, Du Pont, Milenia,<br />

Faesp, Senar, Coplana, FMC e Basf.<br />

Apoio: CATI, APTA, Fórum Permanente<br />

de Debates Ribeirão Preto do Futuro,<br />

FEA/RP, Observatório do Setor<br />

Sucroalcooleiro, Seprotec Sementes,<br />

Mútua Caixa de Assistência, Jornal<br />

Cana, FundAg, CTC e Associação Rural<br />

de Ribeirão Preto<br />

Revista Painel 15


SEMANA AGRONÔMICA<br />

BALANÇO<br />

“Agroenergia: matérias-primas”<br />

O workshop, promovido pela<br />

<strong>AEAARP</strong>, de 17 a 19 de outubro, contou<br />

com cerca de 180 participantes, mais 20<br />

palestrantes, mediadores e debatedores.<br />

As palestras e debates foram de alto<br />

nível técnico, tendo sido alcançados<br />

todos os objetivos propostos. Realizouse<br />

uma integração entre os principais<br />

grupos que pesquisam matérias-primas<br />

para a agroenergia no Estado de São<br />

Paulo, especialmente os maiores avanços<br />

técnicos na cana-de-açúcar, com<br />

apresentação de lançamento próximo de<br />

nove novas variedades, melhor<br />

aproveitamento dos resíduos da cana,<br />

quer sejam palhada, bagacilho etc.,<br />

encurtamento da exploração da cana-soja,<br />

com aumento de disponibilidade de área<br />

para renovação e conseqüentemente<br />

produção de alimentos ou culturas<br />

energéticas. Manejo de solos, pragas e<br />

ervas daninhas e plantio direto sobre<br />

palhada.<br />

Embora, nos próximos dias, o<br />

16<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento poderá incluir a Jetropha<br />

curcas (pinhão manso) no Registro<br />

Nacional de Cultivares e, assim que<br />

oficializado o registro, o cultivo e a<br />

comercialização do pinhão manso ficam<br />

liberados, algumas objeções a esta<br />

matéria-prima (considerada a mais<br />

promissora) foram colocadas no evento.<br />

Outras matérias-primas, como a<br />

mamona, que tem alto valor como óleos<br />

finos (evitar atrito), o amendoim e<br />

macaúba, como substrato alimentar, o<br />

problema de pássaros na produtividade<br />

do girassol também mostrou dificuldades<br />

para utilização destas matérias-primas.<br />

As matérias-primas que mostraram-se<br />

mais promissoras na opinião dos técnicos<br />

que debateram o assunto seriam a soja<br />

(que deve ser melhorada com variedades<br />

específicas para este fim) o amendoim<br />

(com novas variedades oléicas e redução<br />

nos custos de produção) e o pinhão<br />

manso, resolvendo-se os problemas de<br />

colheita e cultivares registrados.<br />

Foram mostradas possibilidades no<br />

manejo bioenergético para produção<br />

integrada de alimentos, fibras e energia e<br />

a sustentabilidade no processo de<br />

produção de bioenergia.<br />

O setor está se organizando e este tipo<br />

de discussão, envolvendo pesquisadores,<br />

representantes da indústria do biodiesel,<br />

dos produtores de cana, de energia, dos<br />

produtores de matérias-primas, dos<br />

representantes de montadoras, das<br />

agências reguladoras e Petrobras é de suma<br />

importância, o que deve ocorrer em breve.<br />

Segundo participantes da reunião,<br />

ainda estamos longe do profissionalismo<br />

em relação à agroenergia, mas existem<br />

muitas informações soltas e<br />

concatenando-as logo teremos um forte<br />

programa de agroenergia, tão forte como<br />

o Proálcool.<br />

Jose Roberto Scarpellini<br />

coordenador do evento


PAINEL DE NEGÓCIOS<br />

Painel de Negócios<br />

LIGUE E ANUNCIE 16 3931.1555<br />

Revista Painel 17


SAÚDE<br />

Hipertensão<br />

A pressão arterial alta (hipertensão) é<br />

uma doença crônico-degenerativa que<br />

provoca elevação anormal da pressão nas<br />

artérias. Atinge aproximadamente 6% a<br />

8% das crianças, 20% dos adultos e 65%<br />

dos idosos. A hipertensão é<br />

diagnosticada quando a pressão do<br />

paciente, medida várias vezes em um<br />

consultório médico, é igual ou superior a<br />

140mmHg (pressão sistólica) por 90<br />

mmHg (pressão diastólica).<br />

Causa - Entre as principais estão os<br />

maus hábitos de vida, como o consumo<br />

excessivo de sal, alimentos gordurosos,<br />

bebidas alcoólicas, sedentarismo, carga<br />

emocional excessiva gerada pelos<br />

compromissos e dificuldades da vida<br />

cotidiana, tabagismo e fator genético.<br />

Principais sinais e sintomas - Em<br />

geral, ela não produz sintomas durante<br />

anos, mas deixa pistas quando lesa algum<br />

órgão vital. Alguns são a cefaléia,<br />

sangramento pelo nariz, tontura, rubor<br />

facial e cansaço. Os pacientes mais graves<br />

podem apresentar sonolência ou mesmo o<br />

coma em razão do edema cerebral, situação<br />

que requer tratamento de emergência.<br />

Quando o distúrbio afeta o cérebro, os<br />

olhos, o coração ou os rins, pode causar<br />

cefaléia, fadiga, náusea, vômito, dispnéia,<br />

agitação e visão borrada.<br />

Complicações - A pressão lesa os vasos<br />

sangüíneos, que vão se tornando<br />

endurecidos e estreitados e podem entupir<br />

ou romper. Quando o entupimento de uma<br />

artéria acontece no coração, o quadro de dor<br />

é denominado angina e pode ocasionar<br />

infarto do miocárdio. No cérebro, a ruptura ou<br />

obstrução arterial leva ao acidente vascular<br />

cerebral (AVC). Se o órgão atingido for o rim,<br />

pode instalar-se a insuficiência renal.<br />

Terceira maior causa de mortes no<br />

planeta, no Brasil, 30 milhões sofrem de<br />

pressão alta e, a cada ano, 150 mil morrem em<br />

decorrência desse<br />

mal. O distúrbio é<br />

responsável por<br />

40% dos casos de<br />

derrame cerebral, por<br />

20% dos infartos e<br />

por 70% das lesões<br />

renais dos pacientes que fazem<br />

hemodiálise.<br />

Tratamento - O indivíduo com pressão<br />

alta deve ser tratado durante toda a vida.<br />

O tratamento consiste em remédios que<br />

ajudam a controlar a pressão e em manter<br />

hábitos de vida saudáveis. A hipertensão<br />

não tem cura, o tratamento a controla.<br />

Prevenção - A qualidade de vida e hábitos<br />

saudáveis de alimentação são a única<br />

maneira de prevenir a hipertensão ou de<br />

controlá-la.<br />

Dr. Alcyr Barbin Filho<br />

cooperado da Unimed Ribeirão Preto


CREA-SP<br />

CREA-SP<br />

O CREA-SP-Conselho Regional de<br />

Engenharia, Agronomia e Arquitetura do<br />

Estado de São Paulo vai recadastrar os<br />

profissionais da área tecnológica até o dia 30<br />

de dezembro deste ano. A convocação atinge<br />

aqueles que têm carteiras e vistos emitidos<br />

antes de 18 de dezembro de 2006. No primeiro<br />

semestre o Conselho recadastrou 90 mil<br />

profissionais em todo o Estado.<br />

De acordo com o CONFEA, aqueles<br />

que não atenderem à convocação perderão<br />

o acesso a serviços oferecidos pelo<br />

Conselho, inclusive a possibilidade de<br />

registro de ART-Anotação de<br />

Responsabilidade Técnica. O<br />

recadastramento deverá ser agendado<br />

através do site www.creasp.org.br, onde o<br />

profissional escolherá um dos escritórios<br />

do CREA.<br />

O procedimento foi determinado pelo<br />

CONFEA-Conselho Federal de<br />

Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em<br />

julho de 2006, e tem por objetivo atualizar<br />

os dados cadastrais de profissionais<br />

brasileiros e estrangeiros em atividade no<br />

país. Os profissionais que providenciarem<br />

o documento até o prazo vão usufruir do<br />

desconto de 50%, com o valor da taxa<br />

fixado em R$ 14,50.<br />

Após o recadastramento, a nova<br />

carteira estará disponível em um prazo de<br />

aproximadamente 90 dias. Neste período,<br />

para fins legais, o profissional vai utilizar<br />

um documento provisório emitido pelo<br />

Conselho. Após o prazo previsto na<br />

convocação, as carteiras antigas perderão<br />

validade legal e será cobrado o valor<br />

normal para emissão de novos<br />

documentos de R$ 29,00.<br />

fará recadastramento até dezembro<br />

O QUE É<br />

NECESSÁRIO LEVAR<br />

Os profissionais de engenharia,<br />

agronomia e arquitetura<br />

poderão agendar horário de<br />

atendimento no CREA.<br />

- Requerimento de Profissionais,<br />

preenchido e assinado*<br />

- carteira de identidade **<br />

- se estrangeiro, cédula de<br />

identidade com indicação de<br />

permanência no país **<br />

- Cartão de Cadastro de Pessoa<br />

Física (CPF) **<br />

- título de eleitor, se brasileiro **<br />

- diploma (frente e verso) caso<br />

o registro anterior tenha sido<br />

efetuado após de 30 de junho<br />

de 1992<br />

- duas fotografias atuais,<br />

tamanho 3x4, em cores e<br />

com fundo branco<br />

- comprovante de pagamento<br />

da taxa de carteira (R$ 14,50<br />

até dia 30/12 com boleto<br />

bancário impresso ao<br />

efetuar o agendamento)<br />

* Pode ser obtido no site do<br />

Conselho, por meio do<br />

qual é também possível<br />

fazer o agendamento -<br />

www.creasp.org.br<br />

** Original e cópia<br />

Para aqueles que<br />

quiserem inserir o tipo<br />

sanguíneo na carteira, é<br />

necessário apresentar<br />

o original e a cópia do<br />

comprovante<br />

laboratorial ou atestado<br />

médico de tipo<br />

sanguíneo e fator Rh.<br />

O Call Center do<br />

CREA - 0800.171811<br />

está dirimindo as<br />

dúvidas dos<br />

profissionais que<br />

ainda não<br />

providenciaram o<br />

recadastramento.


OPINIÃO<br />

Repúdio ao Pregão Eletrônico<br />

para serviços de Engenharia<br />

A sistematização das compras<br />

públicas, permitida pelo desenvolvimento<br />

da tecnologia da informação, foi um<br />

grande avanço no combate à má gestão<br />

pública e à corrupção, permitindo também<br />

uma maior igualdade nas oportunidades<br />

de fornecimento de bens e serviços aos<br />

governos. A introdução do Pregão<br />

Eletrônico foi um grande avanço para o<br />

Brasil e seu uso deve ser difundido e<br />

incentivado.<br />

Mas engana-se a sociedade e seus<br />

representantes ao considerar o Pregão<br />

Eletrônico um elixir mágico, capaz de<br />

solucionar todos os problemas<br />

envolvendo as contratações do poder<br />

público. Como também enganam-se<br />

aqueles que consideram o menor preço o<br />

mais importante, senão único, fator de<br />

seleção de prestadores de serviços de<br />

engenharia e arquitetura.<br />

O projeto em tramitação na Comissão<br />

de Assuntos Econômicos do Senado é<br />

fruto do desconhecimento dos resultados<br />

das licitações em todas as esferas no país<br />

e também da necessidade eleitoreira de<br />

responder à opinião pública, face aos<br />

escândalos revelados diariamente na<br />

mídia.<br />

Enquanto os holofotes apontam para<br />

obras superfaturadas e desvios de<br />

recursos públicos, ficam às sombras,<br />

longe das manchetes, milhares de<br />

20<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

esqueletos inacabados por falta de<br />

capacidade financeira da contratada,<br />

acidentes fatais por falta de qualificação<br />

técnica dos profissionais empregados e<br />

os custos financeiros e sociais da má<br />

seleção de prestadores de serviços.<br />

A inversão do processo licitatório,<br />

priorizando o preço sobre a qualidade<br />

técnica, é uma aberração. Sua defesa só é<br />

possível por parte daqueles que ignoram<br />

a complexidade de um projeto de<br />

engenharia, que desrespeitam a formação<br />

acadêmica dos profissionais e técnicos e,<br />

acima de tudo, não têm consciência do<br />

quanto desconhecem do histórico dos<br />

processos licitatórios brasileiros e das<br />

obras de infra-estrutura do país.<br />

O Jornal O Estado de São Paulo, em seu<br />

editorial de 10 de outubro, defende a<br />

adoção do pregão eletrônico e a mudança<br />

nas regras licitatórias usando<br />

argumentos, no mínimo, infantis. Imaginar<br />

que a competição permitirá a manutenção<br />

da qualidade enquanto reduzem-se os<br />

preços é o mesmo que defender o fim do<br />

controle alfandegário na Ponte da<br />

Amizade, imaginando que assim conterá<br />

os preços da indústria.<br />

Pior ainda é querer acelerar os<br />

processos de licitação, como se fossem<br />

estes os responsáveis pelos atrasos<br />

nas entregas das obras públicas.<br />

Não é segredo que as políticas erráticas<br />

Edemar de Souza Amorim<br />

Presidente do Instituto de<br />

Engenharia<br />

e temerárias de gestão de pessoal de<br />

todas as esferas dos mais diversos<br />

governos brasileiros afastaram os<br />

profissionais mais qualificados, que a<br />

falta de investimentos desmantelou os<br />

departamentos técnicos e a<br />

proliferação de cargos políticos quase<br />

eliminou a pouca eficiência do serviço<br />

público.<br />

Por isto, defender um sistema<br />

licitatório que elimine o julgamento<br />

técnico prévio, assumindo ser<br />

constante e homogênea a qualidade<br />

entre todas as empresas, onde o poder<br />

público brasileiro paga rigorosamente<br />

em dia todas suas contas e as fraudes<br />

acontecem na contratação dos serviços,<br />

não nas medições e alterações<br />

posteriores de projetos é imaginar que o<br />

Brasil é a nova ilha da fantasia, bem<br />

diferente dos fatos noticiados<br />

diariamente pela imprensa.<br />

A aprovação deste Projeto é uma<br />

atitude eleitoreira de alto risco para a<br />

sociedade brasileira. Os senhores<br />

Senadores têm o dever de defender os<br />

brasileiros de aventuras populistas na<br />

contratação de serviços de engenharia.<br />

Pois, se os custos relativos à infraestrutura<br />

já começam a travar o<br />

desenvolvimento brasileiro, acrescentar o<br />

risco aos cidadãos a este custo é no<br />

mínimo irresponsável.


CURSOS<br />

GEOSSINTÉTICOS<br />

Conceitos, Aplicações, Noções de Dimensionamento e<br />

Técnicas de Instalação<br />

07/11/07<br />

Das 8h às 18h<br />

Local: Instituto de Engenharia - Av. Dr. Dante<br />

Pazzanese, 120<br />

Instrutor: Eng. Benedito de Souza Bueno<br />

Investimento: Associados do IE/ABMS/IGS:<br />

R$100,00<br />

Não Associados: R$125,00<br />

Estudantes Graduação: R$50,00<br />

Incluso no custo: material didático, coffee break<br />

e certificado.<br />

Manual Brasileiro de Geossíntéticos (única<br />

publicação Brasileira sobre o tema 418<br />

páginas) – R$ 85,00 exemplar<br />

Informações:<br />

IE (11) 5574.7766 r. 214<br />

www.institutodeengenharia.org.br<br />

*Livro texto “Manual Brasileiro de<br />

Geossintéticos” - Editora Edgard Blucher<br />

(418 páginas).<br />

O Manual Brasileiro de Geossintéticos - MBG<br />

é o primeiro livro brasileiro dedicado<br />

exclusivamente ao tema. Seu objetivo principal é<br />

a difusão do atual estado de arte dos Geossintéticos<br />

para todo o Brasil, procurando demonstrar a<br />

facilidade de utilização e a eficiência que esses<br />

produtos podem proporcionar às obras de<br />

engenharias.<br />

Trata-se de uma obra abrangente e profunda,<br />

preparada por um grupo de especialistas da maior<br />

competência no assunto, que apresenta conceitos,<br />

especificações, critérios de projeto,<br />

recomendações práticas de aplicação e, como<br />

se não bastasse, inúmeros exemplos de<br />

aplicação.<br />

Nele contém informações que interessa a toda a cadeia<br />

da engenharia civil, desde o estudante de graduação<br />

até o engenheiro de obra passando, portanto, pelos<br />

pós-graduandos, professores, engenheiros projetistas,<br />

consultores e contratantes de obras.<br />

A redação do Manual esteve a cargo de 26 renomados<br />

profissionais com larga experiência teórica e prática<br />

no assunto, a maioria com mestrado e doutorado em<br />

importantes instituições acadêmicas do Brasil e do<br />

exterior. Isso confere à obra uma característica de<br />

ecletismo e não somente uma linha de pensamento<br />

sobre o tema. R$ 85,00 (20% abaixo do preço de<br />

prateleira).<br />

Alexandre Barcelos Dalri Engenheiro Agrícola<br />

Ary Poletto Engenheiro Eletricista<br />

Danilo Fonseca Mazoni Engenheiro Agrônomo<br />

Luciano Carreira Engenheiro Eletricista<br />

Márcia Serdeira Vallim Arquiteta e Urbanista<br />

Márcio Ferreira da Rosa Engenheiro Agrônomo<br />

Rodrigo Borsari Engenheiro Agrônomo<br />

Wilson José de Bortoli Engenheiro Civil<br />

Controle tecnológico do<br />

CONCRETO<br />

22/11/07<br />

Das 8h às 18h<br />

Local: Instituto de Engenharia - Av. Dr. Dante<br />

Pazzanese, 120 São Paulo /SP<br />

Instrutor: Egydio Hervé Neto<br />

Investimento:<br />

Associados do IE: R$180,00<br />

Não Associados: R$240,00<br />

Incluso no custo: material didático, coffee break<br />

e certificado<br />

Informações: IE (11) 5574.7766<br />

www.institutodeengenharia.org.br<br />

PALESTRA<br />

Método para investigação de<br />

patologias em sistemas de<br />

pintura látex de fachadas<br />

13/11/07<br />

Às 19h<br />

Local: Sede do IBAPE/SP - Rua Maria<br />

Paula, 122 cj. 106 - 1º andar - São Paulo/SP<br />

Palestrante: Engº Jerônimo Cabral Pereira<br />

Fagundes Neto.<br />

Informações: (11) 3105.4112<br />

ibapesp@ibape-sp.org.br<br />

NOVOS ASSOCIADOS NA REDE<br />

O site criado pelo engenheiro<br />

agrônomo Hélio do Prado, do<br />

IAC-Instituto Agronômico,<br />

conta a história da pedologia<br />

no mundo, mostra as<br />

classificações do solo,<br />

disponibiliza um glossário<br />

com verbetes comuns a esta<br />

atividade e divulga artigos<br />

técnicos sobre o tema.<br />

www.pedologiafacil.com.br<br />

Revista Painel 21


NOTAS<br />

22<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

Não à CPMF<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

A <strong>AEAARP</strong> aderiu à<br />

campanha contra a<br />

prorrogação da CPMF-<br />

Contribuição Provisória<br />

sobre Movimentação<br />

Financeira, cujo projeto<br />

tramita no Senado Federal.<br />

Outras entidades da cidade<br />

também assinaram o<br />

documento, entre elas a<br />

ACIRP-Associação<br />

Comercial e Industrial,<br />

ABIMAQ-Associação<br />

Brasileira da Indústria de<br />

Máquinas e Equipamentos,<br />

SINCOVARP-Sindicato do<br />

Comércio Varejista de<br />

Ribeirão Preto, SINDUSCON-<br />

Sindicato da Indústria da<br />

Construção Civil do Estado<br />

de São Paulo, CDL-Câmara<br />

dos Dirigentes Lojistas e<br />

ABAGRP-Associação<br />

Brasileira do Agronegócio da<br />

Região de Ribeirão Preto. Os<br />

interessados em integrar o<br />

movimento devem procurar a<br />

sede do CIESP-Centro das<br />

Indústrias do Estado de São<br />

Paulo, em Ribeirão Preto<br />

(Rua Bernardino de Campos,<br />

1001) ou acessar o site<br />

www.contraacpmf.com.br.<br />

PÉ NO ACELERADOR...<br />

E NO FREIO<br />

O boom da construção civil em Ribeirão<br />

Preto motiva preocupações de arquitetos<br />

e urbanistas que pretendem ver até onde<br />

a malha urbana suportará tamanho<br />

crescimento. O bom momento e euforia<br />

no mercado, estampados em<br />

publicações de circulação nacional, são<br />

compartilhados pelo setor em todo o<br />

país, com registros de recordes e<br />

reações.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

O RECORDE<br />

A ABECIP-Associação Brasileira das<br />

Entidades de Crédito Imobiliário e<br />

Poupança divulgou que no mês de<br />

setembro de 2007 foram concedidos R$<br />

1,85 bilhão em crédito imobiliário, 137%<br />

mais do que no mesmo mês do ano<br />

passado.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

O RISCO<br />

Reportagem do jornal Folha de S.<br />

Paulo, do dia 15 de outubro, alerta<br />

sobre o risco de um “apagão” no setor<br />

da construção por falta de material e<br />

mão-de-obra, caso a aceleração no<br />

consumo se mantenha nos próximos<br />

dois anos. Com informações de<br />

entidades como o Sindicato da<br />

Indústria do Cimento e da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Materiais de<br />

Construção, o texto expõe, como<br />

expectativa de crescimento de vendas,<br />

o índice de 12% entre 2007 e 2008.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

A EUFORIA<br />

A Anamaco-Associação Nacional dos<br />

Comerciantes de Materiais de<br />

Construção revela que no primeiro<br />

semestre deste ano o setor apresentou<br />

crescimento acumulado de 7% na<br />

comparação com igual período de<br />

2006. Na comparação mês a mês, o<br />

desempenho em julho foi 4,8%<br />

superior a junho e 1,5% em relação a<br />

maio de 2007. A Anamaco defende a<br />

redução do ICMS-Imposto sobre<br />

Circulação de Mercadorias e Serviços,<br />

que incide sobre os materiais de<br />

construção, para esquentar ainda mais<br />

suas projeções.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

A REAÇÃO<br />

O SindusCon-SP-Sindicato da Indústria<br />

da Construção Civil do Estado de São<br />

Paulo “acredita que há e haverá insumos<br />

da construção suficientes para atender<br />

a demanda, inclusive se para tanto for<br />

necessário importar, e rejeita eventuais<br />

aumentos oportunistas de preços de<br />

materiais”, segundo nota publicada no<br />

site da entidade.<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

EM RIBEIRÃO<br />

Roberto Maestrello, presidente da<br />

<strong>AEAARP</strong>, avalia que a queda na<br />

inflação, o baixo valor da moeda<br />

americana, entre outros fatores,<br />

forçaram um acúmulo de capital na<br />

poupança, que é investido na<br />

construção civil. Há um aumento da<br />

demanda de projetos nos escritórios de<br />

engenharia e arquitetura e os serviços<br />

necessários para a execução das obras,<br />

como fornecimento de concreto e tijolos,<br />

precisam ser planejados com<br />

antecedência. “Mas não falta material,<br />

pelo menos por enquanto”, diz.


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Gráfica São Francisco

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