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“Reverenciar o histórico, respeitar o<br />
atual e qualificar o futuro” são as bases que<br />
o engenheiro civil Marcos Spínola de<br />
Castro acredita que servem à construção<br />
de uma cidade sustentável. Alçado ao<br />
posto de Secretário de Planejamento e<br />
Gestão Ambiental de Ribeirão Preto,<br />
poucos dias após sua escolha como<br />
Profissional do Ano, afirma que, entre ser<br />
um autônomo e um homem público, ele<br />
gosta mesmo é de ser engenheiro.<br />
Esta é a segunda vez que<br />
assume um cargo público. A<br />
primeira foi entre 1997 e 2000. Nas<br />
esferas privada e pública,<br />
contabiliza 200 mil metros<br />
quadrados de área construída e<br />
afirma que se considera um “faztudo”.<br />
Do edifício que abriga sua<br />
construtora, a Morada Engenharia,<br />
no bairro Vila Seixas, cuidou desde<br />
o projeto até a contratação do<br />
serviço de buffet para a inauguração.<br />
O gosto pela engenharia vem da<br />
capacidade que o ofício lhe dá de resolver<br />
problemas. Está sempre à frente das questões,<br />
procurando “menos culpados e mais<br />
soluções”. Ele acredita que todos,<br />
independentemente da carreira que<br />
pretendem seguir, deveriam cursar uma<br />
faculdade de engenharia. No entanto, apenas<br />
um dos três filhos - Vinícios, Marcela e Pedro<br />
O tradicional happy hour com os<br />
amigos engenheiros civis.<br />
Desenho do<br />
tretravô foi feito a<br />
partir de relatos<br />
de familiares<br />
- anunciou que vai seguir a orientação e a<br />
carreira do pai. “Todos têm alguns dos meus<br />
defeitos. Teimosos, todos são”, brinca.<br />
Nacionalista e idealista, declara-se<br />
viciado em discussões políticas e<br />
classistas. “O que me move é que as coisas<br />
públicas sejam para o bem público, numa<br />
gestão que prime pela eficiência”, discursa.<br />
Ele vê um futuro promissor para Ribeirão<br />
Preto que, em sua avaliação, abriga<br />
empreendimentos que delineiam a<br />
cidade do futuro.<br />
“Nos últimos 150 anos<br />
edificamos degradando e<br />
alterando as áreas de preservação<br />
permanente, como aconteceu em<br />
todos os centros urbanos”, avalia.<br />
Esta ação desenvolveu uma<br />
cidade com ruas pequenas (“para<br />
carroças”) e casas apertadas, sem<br />
recuos. “Hoje o carro é a<br />
vestimenta do cidadão”, compara,<br />
para justificar a necessidade do<br />
planejamento de vias que<br />
absorvam este movimento crescente.<br />
Construir e planejar é o ofício que o<br />
consome. Ao findar a semana, na sexta-feira,<br />
reúne-se com os amigos para o happy hour.<br />
“Conhecemos todos os bares de Ribeirão”,<br />
diverte-se, “com aval e alvará das esposas”,<br />
avisa. A lembrança de uma chácara que<br />
manteve por 20 anos o faz persistir nesta<br />
Marcos, a esposa Rosa e os filhos<br />
Marcos Spínola de Castro<br />
O engenheiro do coletivo<br />
atividade de final de tarde. Nela, os amigos<br />
se encontravam aos sábados para jogar<br />
futebol (o time se chamava “Tim-Tim”, em<br />
alusão ao brinde), truco e “alimentar o<br />
colesterol”. Perto de se tornarem<br />
cinqüentenários, os amigos se dispersaram.<br />
Ele rejeita o rótulo de boêmio, mas<br />
confessa que gosta da boa música<br />
popular brasileira, de “filosofias baratas e<br />
jogar conversa fora”. “É para desopilar a<br />
semana”, explica. Marcos sonha com a<br />
cidade moderna, e que atenda também aos<br />
seus desejos, com “mais bares para visitar<br />
e parques para andar”.<br />
“Eu gosto do coletivo”, diz Marcos,<br />
sintetizando sua história, tanto como<br />
membro de entidades importantes,<br />
como o Sinduscon-Sindicato da<br />
Construção Civil, quanto como dirigente<br />
de órgãos como o Comur-Conselho<br />
Municipal de Urbanismo de Ribeirão<br />
Preto. A maior façanha foi reunir 1,2 mil<br />
pessoas da família Castro em uma festa<br />
realizada em 2001. Entregou para cada<br />
um o desenho da árvore genealógica,<br />
que ele pesquisou e desenhou. O<br />
patriarca da família, seu tetravô Pedro<br />
Seriema (“por causa das grandes<br />
sobrancelhas e da barba que lembram<br />
a ave”), chegou à região de Ribeirão<br />
Preto em 1770. Veio de São João Del<br />
Rei (MG) com meia dúzia de escravos,<br />
sal, pimenta, mulas e carros-de-boi. “Era<br />
um bandeirante”, diz, orgulhoso. Ele<br />
teve 12 filhos, e o bisavô de Marcos<br />
mais 12. O desenho histórico que fez<br />
da família não cabia nos galhos da<br />
árvore, por isso ele cortou o tronco e o<br />
fez em espiral, exibindo robustez e<br />
segurança.<br />
Revista Painel 5