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SEMANA AGRONÔMICA<br />
12<br />
Novos rumos para a bioenergia<br />
“O uso de óleos vegetais como combustível pode ser<br />
insignificante hoje. Entretanto, no devido tempo, tais produtos<br />
se tornarão tão importantes quanto o petróleo e o carvão são<br />
atualmente”. A frase soa como atual, porém foi dita, em 1912,<br />
por Rudolf Diesel, criador do primeiro motor movido pelo<br />
combustível batizado com seu nome. A viabilidade das culturas<br />
alternativas para a produção do biodiesel, as pesquisas em<br />
andamento também para a lavoura de cana-de-açúcar e as<br />
potencialidades do mercado consumidor e industrial foram<br />
debatidos na Semana Agronômica, realizada pela <strong>AEAARP</strong><br />
em parceria com a APTA Regional e o Sindicato Rural de<br />
Ribeirão Preto. O tema foi a Bioenergia.<br />
Nos dias 17, 18 e 19 de outubro, foram realizadas<br />
palestras que enriqueceram o debate em torno da viabilidade<br />
dos biocombustíveis. Cerca de 250 pessoas participaram do<br />
evento, que levantou polêmicas e apontou caminhos. A<br />
necessidade de investimento em conhecimento foi eleita como<br />
essencial para que os avanços pretendidos pelo poder<br />
público, e aguardados com entusiasmo pela sociedade civil,<br />
sejam alcançados. “Precisamos aprimorar as matérias-primas<br />
Sustentabilidade<br />
no processo de<br />
produção de<br />
bioenergia<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
Denizart Bolonhezi<br />
(APTA Regional)<br />
O palestrante<br />
ressaltou a grande<br />
contribuição vinda da<br />
agricultura para a balança comercial<br />
brasileira e, comentando sobre a<br />
importância da sustentabilidade, disse:<br />
“Hoje, não é importante só produzir, mas<br />
avaliar como estamos produzindo”.<br />
Bolonhezi comentou sobre a<br />
competitividade dos Estados Unidos na<br />
produção de etanol a partir do milho e<br />
lembrou que o governo norte-americano<br />
destinou à agricultura U$ 34 bilhões, em<br />
subsídios, no período de 1995 a 2003.<br />
Falou da importância da transgenia<br />
para a melhoria da produtividade das<br />
culturas e como forma de baixar custos e<br />
da necessidade da adoção de sistemas<br />
<strong>AEAARP</strong><br />
conservacionistas de manejo do solo para<br />
reduzir o uso do óleo diesel, garantir<br />
economia de água, manutenção da<br />
produtividade e baixar o custo geral de<br />
produção. Falou também do risco da<br />
monocultura. “De 1975 a 1995, a Austrália<br />
aumentou a área de cultivo de cana e a<br />
produtividade. Mas não conseguia mais<br />
melhorar a produtividade, depois de 20<br />
anos. Hoje, estamos fazendo cana em cima<br />
de cana e os australianos viram que o<br />
combinado de culturas rotativas e o uso<br />
de pastagem têm contribuído para o<br />
aumento da produtividade”. Finalmente<br />
lembrou que é preciso reduzir custos de<br />
produção de matérias-primas para o<br />
biodiesel e viabilizar consórcios.<br />
Manejo bioenergético para<br />
produção integrada de alimentos,<br />
fibras e energia<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
José Roberto de Menezes (consultor)<br />
O crescimento da economia mundial,<br />
as particularidades da legislação<br />
e já existem pesquisas em andamento”, afirma José Roberto<br />
Scarpellini, engenheiro agrônomo e diretor de Agronomia,<br />
Alimentos e Afins da Associação.<br />
Os biocombustíveis são conhecidos por pesquisadores<br />
há pelo menos 100 anos. “É uma energia limpa, que garante<br />
a sustentabilidade do ponto de vista ambiental e insere muita<br />
gente em um mercado de trabalho ainda pouco explorado”,<br />
avalia Scarpellini. O aprimoramento tecnológico, em sua visão,<br />
deve atender às culturas que demonstram mais aptidão para<br />
a produção de óleo, entre elas a soja, o amendoim, o dendê<br />
e macaúba.<br />
O Brasil tem 20% da área agricultável do planeta, 10% da<br />
água doce do mundo e o sol que atinge o território brasileiro<br />
equivale à energia gerada em 24 horas por 320 mil usinas<br />
hidroelétricas como a de Itaipu. Além disso, existem <strong>aqui</strong> mais<br />
de 200 espécies de plantas produtoras de óleo. Este foi um<br />
dos cenários apresentados durante as palestras, cuja<br />
conclusão aponta o Brasil como o país com mais condições<br />
de produzir bioenergia. Veja um resumo das apresentações<br />
de cada palestrante.<br />
ambiental no Brasil, o preço do petróleo, a<br />
questão da logística, a competitividade do<br />
álcool de milho nos EUA frente à<br />
interiorização da economia no Brasil, a alta<br />
carga tributária e juros brasileiros e a<br />
proibição dos transgênicos no Brasil são<br />
os principais determinantes do atual<br />
cenário para a agricultura nacional.<br />
Menezes analisou custos e<br />
financiamento de várias culturas,<br />
comparando culturas transgênicas e<br />
convencionais. E alertou: “De 1996 a 2007, os<br />
prejuízos da proibição tecnológica (OGMs)<br />
ultrapassam R$100 bilhões no Brasil”,<br />
lembrando da importância do manejo<br />
bioenergético e da integração agriculturapecuária<br />
. “Um boi de 14@ produz 15<br />
toneladas de fertilizante por ano”, ressaltou.<br />
Como exemplo, o álcool de milho nos<br />
EUA chega a uma produção média de<br />
9.000 kg/ha. em 140 dias, com rendimento<br />
de 25 litros de álcool/ha./dia e a cana-deaçúcar<br />
brasileira tem produção média de 80<br />
t./ha. em 365 dias, com rendimento de 17<br />
litros de álcool/ha./dia.<br />
Veja a íntegra das palestras no site - www.aeaarp.org.br.