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PROFISSIONAIS DO ANO<br />

Criar aves ornamentais em São Carlos<br />

foi a maneira que Mônika Bergamaschi<br />

encontrou de “empobrecer alegremente”.<br />

Ela trata este tema com um descontração<br />

que some quanto discorre sobre o<br />

agronegócio, que abraçou em 1993,<br />

quando começou a trabalhar na ABAG-<br />

Associação Brasileira do Agronegócio, em<br />

São Paulo.<br />

Formada em engenharia agronômica<br />

pela Unesp-Universidade Estadual<br />

Paulista, já sonhou em desenvolver<br />

projetos de pesquisa na área de sementes.<br />

O espírito irrequieto, no entanto, a tirou<br />

deste caminho. “Sou ansiosa para a<br />

pesquisa”, conta.<br />

O convite para trabalhar na área de<br />

crédito rural do Banco Nordeste, na<br />

capital paulista, mudou sua carreira, pois<br />

assumiu um caráter mais econômico. De<br />

malas prontas para voltar para o interior,<br />

dedicar-se às aves e “ser uma mulher<br />

comum”, foi convidada pelo ex-ministro<br />

Roberto Rodrigues para um trabalho na<br />

ABAG em São Paulo que, em 2001, foi<br />

revertido na criação da ABAGRP, da qual<br />

é diretora executiva.<br />

Mônika assumiu o desafio de melhorar<br />

a imagem do setor e acredita que o ranço<br />

do passado, especialmente em relação<br />

àqueles ligados à cana-de-açúcar, está se<br />

6<br />

<strong>AEAARP</strong><br />

dissipando. Desde setembro de 2001, a<br />

ABAGRP mantém inserções diárias em<br />

emissoras de televisão com informações<br />

que destacam a importância do<br />

agronegócio e, paralelamente,<br />

desenvolve um trabalho educativo em 83<br />

cidades, com 24 mil estudantes e 1,4 mil<br />

professores que recebem capacitação de<br />

Roberto Rodrigues.<br />

Mônika exibe determinação e muito<br />

entusiasmo quando expõe o que os<br />

professores chamariam de<br />

“interdisciplinaridade” de uma usina de<br />

açúcar e álcool, que abrange<br />

ensinamentos de várias disciplinas, como<br />

química, física e geografia. Ela defende o<br />

surgimento do MST-Movimento dos Sem-<br />

Terra, mas ataca sua transformação em um<br />

“movimento ideológico de cunho<br />

político”. Idealista, tem “certeza que é<br />

possível melhorar a atuação do setor na<br />

área ambiental”. Acredita nas pesquisas<br />

sobre transgênicos e que “o Brasil está<br />

perdendo oportunidades” ao barrar o<br />

acesso a este conhecimento.<br />

“Bote ciência nas coisas!”, exclama ao<br />

rechaçar as críticas feitas ao setor que<br />

defende, com unhas, dentes e todas as<br />

armas disponíveis. A preferida é a<br />

comunicação. “A cana ocupa menos de 1%<br />

da área plantada do país”, diz. São, segundo<br />

Em campo, na faculdade Com a família, na formatura Com Roberto Rodrigues,<br />

mestre e tutor<br />

Foto Weber Sian A CIDADE<br />

Mônika Bergamaschi<br />

A imagem do agronegócio<br />

ela, seis milhões de hectares de cana e 220<br />

milhões de pastagens. Para o agronegócio<br />

avançar com sustentabilidade - econômica,<br />

ambiental e social - o país tem “terra, água e<br />

recursos humanos, falta comunicação e<br />

iniciativa política”. E as aves ornamentais?<br />

“Minha mãe toma conta delas e eu as visito<br />

todos os finais de semana”, diz Mônika que<br />

se emociona ao presenciar o nascimento dos<br />

filhotes.<br />

Mônika é a única mulher entre os<br />

15 membros do Conselho da<br />

ABAGRP. Situação semelhante<br />

acontece no Conselho Superior do<br />

Agronegócio da FIESP-Federação<br />

das Indústrias do Estado de São<br />

Paulo, do qual é membro. Estes<br />

cenários não são novos na vida da<br />

executiva, que estudou em um<br />

colégio de padres de São Carlos,<br />

sua cidade natal, e foi eleita em<br />

2005, pela Revista Forbes, com a<br />

mulher mais influente do Brasil na<br />

categoria agronegócio e pecuária.<br />

É a única mulher entre dois irmãos<br />

homens, uma das nove na turma<br />

da Faculdade de Engenharia<br />

Agronômica e das poucas que<br />

terminaram o curso, no início dos<br />

anos 1990. Aos 24 anos, quando<br />

encarou a cidade de São Paulo no<br />

início da carreira, pesava 41 quilos<br />

e era “frágil, magrinha e cabeluda”,<br />

em sua própria descrição. Aquela<br />

que “achavam que ia quebrar”<br />

tornou-se uma das executivas do<br />

agronegócio mais respeitadas do<br />

país, que não aceita rótulos<br />

feministas e acha graça nas piadas<br />

que alimentam a guerra dos sexos,<br />

batalha que ela acredita que ainda<br />

exista.

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