1- introdução - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
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Almei<strong>da</strong> Prado: Eu gosto <strong>de</strong> uma troca na nota sol (1 o tempo) e no solb (9 o<br />
tempo), exatamente quando o ostinato mu<strong>da</strong> a direção <strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>nte para<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte.<br />
Júnia Canton: Em minha dissertação eu comento sobre os contrastes <strong>de</strong><br />
atmosfera entre um Poesilúdio e outro, reforçando a idéia <strong>de</strong> que eles <strong>de</strong>vem<br />
ser tocados na seqüência correta. O que você acha?<br />
Almei<strong>da</strong> Prado: Sim, é uma seqüência <strong>de</strong> microcosmos, e acho que o i<strong>de</strong>al é<br />
tocar os 16, assim fica um universo inteiro.<br />
Júnia Canton: É interessante o fato <strong>de</strong> você ter enca<strong>de</strong>ado o Noites <strong>de</strong><br />
Solesmes, Noites <strong>de</strong> Iansã e Noites do Deserto, por eles conterem símbolos<br />
religiosos. Foi proposital?<br />
Almei<strong>da</strong> Prado: Acho que não, acho que foi espontâneo. As religiões são<br />
diferentes; uma tem uma mística pagã, e outra uma mística católica e outra<br />
muçulmana. Para o ponto <strong>de</strong> vista musical, note bem, o canto do candomblé é<br />
tão místico quanto o canto gregoriano. Em Noites <strong>de</strong> Solesmes também tem o<br />
eco como em Noites do Deserto, mas o tratamento <strong>da</strong>do a esse efeito é<br />
diferente nos dois. O canto árabe tem um tipo <strong>de</strong> vocalize, <strong>de</strong> trêmulo<br />
<strong>de</strong>safinado; têm que sujar a ressonância. Já no gregoriano não existe trêmulo;<br />
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