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Futebol Feminino

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doSSier<br />

CArLA “<br />

CrISTINA<br />

ex-internacional da selecção nacional<br />

Tudo deve<br />

começar nas<br />

escolas ”<br />

carla cristina foi guarda-redes. retirou-se<br />

há duas temporadas, depois<br />

de ter alinhado no terras da costa,<br />

sporting, futebol Benfica e 1º dezembro.<br />

somou 82 presenças na selecção<br />

nacional. continua atenta ao futebol<br />

feminino e vislumbra “uma diferença<br />

importante” e que aponta para o<br />

desenvolvimento da modalidade: “as<br />

jogadoras portuguesas estão cada vez<br />

mais a sair para o estrangeiro e isso<br />

rita fontemanha é a capitã da equipa<br />

nacional de sub-19. aos 19 anos integra<br />

o plantel do Boavista e joga como médio<br />

centro. Uma jovem esperança do futebol<br />

feminino e que, um dia, “adorava ser<br />

profissional… em portugal”.<br />

o gosto pela modalidade surgiu em<br />

pequena. rita recorda, no entanto, que<br />

nem tudo foi simples para começar<br />

melhora o rendimento da selecção<br />

nacional”.<br />

no seu entender, “em portugal as<br />

atletas não atingem esse patamar<br />

porque a conjuntura não permite”.<br />

mas o facto de serem contratadas<br />

para jogar noutras ligas, “aumenta<br />

o rendimento de cada uma delas e,<br />

por consequência, os resultados da<br />

selecção”.<br />

como mudar, então, a realidade<br />

a jogar. “não foi particularmente<br />

fácil, pois<br />

quando era mais nova<br />

tinha o sonho de integrar<br />

uma equipa feminina e, infelizmente,<br />

a zona onde morava não era rica em<br />

clubes”, revela. “anos mais tarde,<br />

contudo, a escola que frequentava<br />

abriu uma escola de futebol feminino e<br />

achei que era a oportunidade perfeita”,<br />

relembra.<br />

Hoje, rita fontemanha sente que ainda<br />

“existem muitas arestas que precisam<br />

em portugal? “com mais clubes e<br />

maiores investimentos”, sugere. “se<br />

houver uma pesquisa mais cuidada e<br />

forem dadas melhores condições às<br />

raparigas, haverá certamente mais<br />

atletas, clubes e apoios. e é nas escolas<br />

que tudo deve começar”, sublinha<br />

carla cristina que, apesar de tudo,<br />

considera que “houve algumas alterações<br />

importantes” nos últimos anos.<br />

“Hoje, o desporto escolar já abrange<br />

ser limadas” para que a modalidade dê<br />

o salto qualitativo que todos pretendem.<br />

“penso que a divulgação da modalidade<br />

tem vindo a aumentar progressivamente.<br />

no entanto, necessitamos<br />

de todo o apoio e visibilidade para<br />

continuarmos a crescer e a evoluir”,<br />

sublinha. “os clubes têm tido um<br />

papel fundamental neste campo, pois<br />

proporcionam cada vez mais e melhores<br />

condições às atletas”, enaltece a capitã<br />

das sub-19 nacionais.<br />

ao olhar para a realidade das com-<br />

o futebol feminino. as mulheres<br />

portuguesas sabem jogar futebol!<br />

devemos trabalhar para haver mais<br />

equipas de futebol de 11”, afirma.<br />

quanto à nomeação de mónica Jorge<br />

para directora do futebol feminino na<br />

fpf, carla cristina não tem dúvidas:<br />

“passa a existir uma pessoa que está<br />

preocupada, apenas, com as questões<br />

do futebol feminino e isso vai abrir<br />

mais portas.”<br />

rITA<br />

“<br />

FONTEMANHA<br />

Adorava ser profissional…<br />

capitã da selecção nacional de sub-19<br />

petições nacionais, rita fontemanha<br />

deixa uma mensagem de esperança:<br />

“ao longo dos anos a competitividade,<br />

tanto no campeonato nacional como<br />

nos campeonatos de promoção, tem<br />

vindo a aumentar devido a uma maior<br />

adesão das raparigas a esta modalidade.<br />

ainda assim, precisamos de melhorar a<br />

formação das jovens jogadoras para que<br />

não saltem etapas importantes no seu<br />

crescimento, de modo a que possam<br />

chegar com mais bases e conhecimentos<br />

ao escalão máximo”, conclui.<br />

ANTÓNIO<br />

VIOLANTE<br />

seleccionador nacional<br />

antónio violante (re)assumiu recentemente<br />

a selecção nacional a. e, pelos<br />

primeiros contactos, percebeu que<br />

“há uma evolução clara” no futebol<br />

feminino em portugal. José paisana é<br />

o responsável pela equipa nacional de<br />

sub-19 e considera que “a formação<br />

está no bom caminho”.<br />

antónio violante voltou a trabalhar<br />

com o futebol feminino e classifica<br />

como “bastante bom” o trabalho<br />

que foi feito pela federação, aliado<br />

às melhorias que houve no quadro<br />

competitivo. “as equipas treinam mais<br />

e, dessa forma, a qualidade do futebol<br />

melhora e isso reflecte-se na selecção<br />

nacional”, argumenta antónio violante.<br />

“em 1993, quando por aqui passei, era<br />

tremendamente difícil juntar as jogadoras.<br />

como não são profissionais, era<br />

complicado juntá-las… as dispensas<br />

eram difíceis. Hoje já temos mais<br />

concentrações e isso só beneficia o<br />

trabalho das selecções nacionais”,<br />

esclarece.<br />

José paisana lembra que é imperioso<br />

20 21<br />

“ Hoje há uma<br />

base maior de<br />

recrutamento ”<br />

aumentar o número de<br />

praticantes. “É fundamental promover<br />

o trajecto de formação da jovem<br />

jogadora, colocar o futebol misto até<br />

aos sub-15, apoiar as associações<br />

distritais na promoção de competições<br />

em idades mais baixas e criar a<br />

selecção nacional de sub-17” para<br />

melhorar o campo de recrutamento e,<br />

por consequência, a qualidade.”<br />

para antónio violante “hoje já há uma<br />

base maior de recrutamento” e que a<br />

selecção a “tem muita gente jovem”,<br />

porque a aposta na formação começa<br />

a dar bons resultados. “antigamente<br />

não havia formação no futebol feminino<br />

e isso dificultava”, lembra.<br />

segundo José paisana “tem de haver<br />

parcerias entre o ministério da educação/desporto<br />

escolar e a fpf, que<br />

promovam e incentivem as actividades<br />

distritais e nacionais para o futebol<br />

de 7 e que reorganize os quadros<br />

competitivos, estimulando as raparigas<br />

para a prática do futebol” afirma o<br />

seleccionador nacional de sub-19.<br />

em Portugal ” JOSÉ PAISANA<br />

muito do trabalho que pode ser feito<br />

para o tal aumento do número de praticantes<br />

e consequente crescimento do<br />

futebol feminino passa, claro está, pela<br />

federação. daí que o nome de mónica<br />

Jorge seja incontornável. antónio<br />

seleccionador nacional de sub-19<br />

espera mudança de mentalidades<br />

violante e José paisana são ambos<br />

dessa opinião…<br />

“É particularmente importante haver<br />

um elemento na direcção da fpf que<br />

está muito por dentro de tudo o que<br />

se passa em portugal e na Uefa e<br />

que tem imensa sensibilidade para os<br />

problemas. a mónica Jorge tem feito<br />

muito bom trabalho e hoje há muito<br />

mais organização! conhecendo bem<br />

a realidade, pode fazer um trabalho<br />

fundamental para as melhorias que<br />

pretendemos”, afirma antónio violante.<br />

o técnico das sub-19 concorda: “a<br />

professora mónica está na fpf há<br />

muitos anos e tem dado um contributo<br />

determinante para o desenvolvimento e<br />

evolução da modalidade. todos nós acreditamos<br />

que ter uma directora para o<br />

futebol feminino será fundamental para<br />

a concretização de algumas medidas<br />

decisivas que não foram tomadas até<br />

agora”, diz José paisana.<br />

o futuro do futebol feminino em<br />

portugal parece estar, pois, assegurado.<br />

assim sejam tomadas as medidas que<br />

todos reclamam… “tem de existir uma<br />

mudança de atitude e de mentalidades<br />

para que a modalidade possa dar o tão<br />

desejado salto”, sintetiza José paisana.<br />

Uma ideia que é reforçada por antónio<br />

violante… “o percurso está a ser feito<br />

e as sementes estão lançadas. mas há<br />

que fazer mais e melhor para que sejam<br />

encontrados outros talentos”, sugere o<br />

seleccionador.

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