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INFORME TÉCNICO TÉTANO ACIDENTAL E NEONATAL - Suvisa

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA<br />

SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA – SESAB<br />

SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO DA SAÚDE – SUVISA<br />

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – DIVEP<br />

INFO RM E TÉ CNI CO<br />

TÉ TA NO ACIDENTA L E N E ONATA L<br />

BAHIA, 2010<br />

Elaboração<br />

Raimunda Maria Campos dos Santos


INTRODUÇÃO<br />

De distribuição mundial, o tétano ainda representa um grave problema de<br />

saúde pública nos países em desenvolvimento. Nas regiões com redução da<br />

incidência, observou-se melhoria das ações de prevenção, com aumento de<br />

coberturas vacinais na infância e medidas gerais de desenvolvimento<br />

educacional e social.<br />

Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido suportando dor física e<br />

vivenciando sensação de morte iminente provocada pelos espasmos e<br />

contraturas musculares.<br />

Mais freqüente no sexo masculino, devido à exposição do homem aos<br />

traumatismos no desempenho das atividades ocupacionais. Em alguns países,<br />

o tétano acidental apresenta sazonalidade e o período do ano com maior<br />

número de casos corresponde à primavera e verão, pela exposição a<br />

traumatismos nas atividades ao ar livre, de lazer e de trabalho agrícola<br />

intensificadas neste período.<br />

ASPECTOS CLÍNICOS DO <strong>TÉTANO</strong><br />

O tétano é uma doença infecciosa não contagiosa causada pelo Clostridium<br />

tetani, produtor de exotoxinas que se fixam ao sistema nervoso.<br />

Agente Etiológico<br />

Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, anaeróbico, esporulado.<br />

Reservatório<br />

Camadas superficiais do solo especialmente contaminados por fezes e até na<br />

pele humana.<br />

Os esporos podem sobreviver no solo seco por dez anos ou mais, podendo ser<br />

encontrado no aparelho gastrintestinal de animais e humano sem causar a<br />

doença.<br />

Em sua forma vegetativa o Clostridium tetani produz três toxinas, sendo a<br />

tetanospasmina responsável pela patogenia do tétano (contraturas<br />

musculares).<br />

2


Meios de contaminação<br />

No tétano neonatal a infecção ocorre por contaminação quando são utilizados<br />

instrumentos para secção do cordão umbilical; fios contaminados para ligadura<br />

do coto umbilical e substâncias contaminadas na ferida umbilical, por exemplo:<br />

teia de aranha, esterco, óleos, etc.<br />

No tétano acidental ferimento provocado por instrumentos pérfuro-cortantes,<br />

lacerações, infecção dentária pós-cirúrgica, infecção pós-aborto, infecção pós-<br />

queimaduras.<br />

Transmissibilidade: Não existe direta ou indiretamente.<br />

Período de incubação<br />

Tétano neonatal: aproximadamente 7 dias / variando entre 2 a 28 dias;<br />

Tétano Acidental: aproximadamente 10 dias / variação 2 a 21 dias.<br />

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA<br />

Definição de Caso de Tétano Neonatal<br />

Caso suspeito de tétano neonatal<br />

Todo recém-nascido que nasceu e sugou bem e que após as primeiras 48<br />

horas de vida e até o 28º dias após o nascimento, começou a apresentar<br />

dificuldade para mamar, ou sugar, independente do estado vacinal da mãe, do<br />

local e das condições do parto.<br />

Todo óbito ocorrido entre o 2º e o 28º dia de vida cuja causa da morte não foi<br />

esclarecido.<br />

Caso confirmado de tétano neonatal<br />

Todo recém-nascido que nasceu e sugou bem e que após as primeiras 48<br />

horas de vida e até o 28º dia após o nascimento apresentou dificuldade para<br />

3


mamar ou sugar e apresentou dois ou mais dos seguintes sinais/sintomas:<br />

trismo, contratura permanente dos músculos da mímica facial, contratura labial,<br />

olhos cerrados, pele da região frontal pregueada, hiperflexão dos membros<br />

superiores junto ao tórax (posição de boxeador), hiperextensão dos membros<br />

inferiores, crises de contraturas musculares, aos estímulos luminosos, ao toque<br />

ou ao manuseio, com sinais inflamatórios ou não do coto umbilical.<br />

Caso descartado de tétano neonatal<br />

Todo caso suspeito que após investigação criteriosa, não preenche os critérios<br />

de confirmação.<br />

OBS: Informação de mãe vacinada e realização de parto hospitalar não<br />

descartam a confirmação do caso.<br />

A clínica é soberana<br />

Definição de caso de tétano acidental<br />

Caso suspeito de tétano acidental<br />

Todo paciente com dificuldade para deglutir (disfagia), trismo, contratura<br />

muscular generalizada, progressiva, com ou sem espasmo apresentando ou<br />

não solução de continuidade de pele ou mucosa, independente da situação<br />

vacinal e história anterior de tétano.<br />

Caso confirmado de tétano acidental<br />

Todo caso suspeito cujos sinais/sintomas não se justifiquem por outras<br />

etiologias e apresente hipertonia dos masseteres (trismo), disfagia, contratura<br />

dos músculos da mímica facial (riso sardônico, acentuação dos sulcos naturais<br />

da face, pregueamento frontal, diminuição da fenda palpebral), rigidez<br />

abdominal (abdome em tábua), contratura da musculatura paravertebral<br />

(opistótono), região cervical (rigidez de nuca), de membros (dificuldade para<br />

deambular), independente da situação vacinal, história prévia de tétano e<br />

detecção de solução de continuidade de pele e mucosa. A lucidez do paciente<br />

reforça o diagnóstico.<br />

4


Caso descartado de tétano acidental<br />

Todo caso suspeito que após a investigação clínico-epidemiológica não<br />

preenche os critérios de confirmação.<br />

INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA<br />

Deverá ser iniciada a partir do conhecimento (notificação) de um caso<br />

suspeito ou confirmado.<br />

Após o conhecimento do caso a equipe de vigilância do município<br />

deve investigar o caso nas primeiras 24h.<br />

É fundamental entrevistar a mãe ou familiar para obter informações<br />

quanto aos sinais e sintomas, considerando que o diagnóstico é clínico.<br />

Tratando-se de tétano neonatal, outras informações imprescindíveis<br />

devem ser coletadas: idade e escolaridade da mãe, local de residência<br />

da mãe (onde se deu a falha da prevenção), acesso da mãe ao pré-<br />

natal, número de gestações, utilização da vacina dupla adulto (dT) pela<br />

mãe, as condições de ocorrência do parto (onde se deu a<br />

contaminação), quem assistiu o parto, instrumento utilizado para secção<br />

do cordão umbilical, material utilizado para amarrar o coto umbilical,<br />

quais as substâncias colocadas na ferida umbilical, condições de higiene<br />

e da vida da família, onde o recém-nascido recebeu assistência e a<br />

evolução do quadro.<br />

Registrar todos os dados na ficha individual de investigação.<br />

Avaliar a cobertura vacinal da área.<br />

Tomar decisões quanto à estratégia de vacinação contra tétano em<br />

mulheres em idade fértil e da população em geral na área de<br />

abrangência.<br />

Analisar a situação da oferta e da organização dos serviços de saúde.<br />

Orientar a população sobre a importância de comunicar ao serviço de<br />

saúde toda suspeita de tétano.<br />

Cadastrar e treinar parteiras tradicionais.<br />

Acompanhar a evolução do caso, complementando as informações na<br />

ficha individual de investigação.<br />

Encerrar o caso em 30 dias e atualizar os sistema de informação.<br />

5


BUSCA ATIVA<br />

Procedimento realizado visando conhecer a magnitude de ocorrência do evento<br />

quando se suspeita que casos possam estar ocorrendo sem registros nos<br />

serviços de saúde.<br />

Tem como propósito identificar casos suspeitos que não foram notificados ou<br />

aqueles oligossintomáticos que não buscaram atenção médica.<br />

A busca ativa pode ser restrita ou ampliada: domicílio, hospitais, rua, bairro,<br />

todas as unidades de saúde do município cartórios de registro civil e até<br />

ultrapassar barreiras geográficas de municípios, estados ou países.<br />

É importante enviar com antecedência um documento oficial solicitando a<br />

liberação da atividade, explicando os objetivos, o período da busca ativa. Caso<br />

necessário solicitar a separação dos prontuários, livros de registro, fichas de<br />

atendimento.<br />

O resultado da busca ativa servirá também como avaliação da sensibilidade do<br />

sistema de vigilância epidemiológica local e para subsidiar a necessidade de<br />

capacitação e/ou atualização, a responsabilidade, a rotina e o fluxo da<br />

notificação.<br />

Recomendações para Busca Ativa<br />

Identificar os locais onde será realizada a busca: hospitais, centros de<br />

saúde, sistemas de informações (AIH, SIM, SIAB), cartórios,<br />

comunidade.<br />

Incluir na busca ativa a investigação de todos os óbitos ocorridos em<br />

recém-nascidos menores de 28 dias de vida sem causa básica definida.<br />

Definir o período da busca.<br />

Listar os diagnósticos diferenciais (ver anexo).<br />

Preencher planilha de registros.<br />

Relação nominal dos casos notificados por ano<br />

É importante compatibilizar o resultado da busca ativa com os dados do<br />

sistema de informação. Caso não esteja no sistema, deverá ser digitado<br />

no município de competência.<br />

O resultado do achado poderá constar em um banco paralelo de<br />

acompanhamento, caso o ano do banco esteja encerrado.<br />

6


Na busca ativa de tétano neonatal atentar para a identificação do recém-<br />

nascido que poderá estar registrado com o seu nome próprio ou como<br />

“recém-nascido de fulana”.<br />

Atentar para as duplicidades.<br />

SISTEMA DE INFORMAÇÃO<br />

A informação é um instrumento essencial para a tomada de decisões. Nesta<br />

perspectiva, representa imprescindível ferramenta à vigilância epidemiológica,<br />

por constituir fator desencadeador do processo “informação-decisão-ação”.<br />

O sistema oficial de informação da vigilância epidemiológica é o SINAN onde<br />

devem ser notificados todos os casos e digitadas todas as fichas de<br />

investigação após serem revisadas por técnico capacitado para corrigir as<br />

inconsistências e incoerências.<br />

PLANO DE ELIMINAÇÃO DO <strong>TÉTANO</strong> <strong>NEONATAL</strong> E CONTROLE DO<br />

ANTECEDENTES<br />

<strong>TÉTANO</strong> <strong>ACIDENTAL</strong> (PETNN)<br />

Considerando a magnitude do tétano neonatal no mundo, durante a reunião da<br />

Assembléia Mundial de Saúde em 1989, a Organização Mundial de Saúde<br />

(OMS), propôs aos países a eliminação desse agravo até 1995. Ainda naquele<br />

ano o Conselho Diretor da Organização Mundial de Saúde adotou a referida<br />

resolução propondo a eliminação do tétano neonatal nos países da América.<br />

Posteriormente a OMS redefiniu como meta de eliminação do tétano neonatal<br />

como problema de saúde pública, o alcance do indicador de menos de 1<br />

caso/1.000 nascidos vivos por distrito/município, no mundo até 2005.<br />

Em 1992 o Brasil aderiu à proposta através da Fundação Nacional de Saúde<br />

(FUNASA), quando foi elaborado o Plano Nacional de Eliminação do Tétano<br />

Neonatal (PETNN), com meta a ser alcançada até 1999.<br />

Em 1995 foi elaborado o Plano Emergencial, priorizando a implementação das<br />

ações, principalmente a vacinação de mulheres em idade fértil (MIF), nos<br />

municípios classificados como de alto risco, ou seja, aqueles onde ocorriam<br />

casos todos os anos, que na ocasião somavam 40 municípios, resultando em<br />

significativa redução de casos. Considerando a associação entre a doença e as<br />

7


condições sócio-econômicas e culturais da população neste mesmo ano foi<br />

incluído o índice de condições de sobrevivência (ICS) utilizado pelo Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para classificar os municípios de<br />

risco.<br />

A partir do ano 2000, com o objetivo de cumprir a meta de eliminação do TNN<br />

até 2003 no país, foram priorizadas as Regiões Norte, Nordeste e Centro-<br />

Oeste em decorrência da maior incidência de casos.<br />

A análise epidemiológica do TNN demonstrou que em muitos municípios<br />

aquele indicador ainda não havia sido atingido; levando em conta este fato e a<br />

factibilidade da eliminação do TNN, foi pactuado com as Secretarias Estaduais<br />

de Saúde, através da Programação Pactuada Integrada (PPI-ECD) a não<br />

ocorrência de casos de tétano neonatal, em todos os municípios do país.<br />

A situação epidemiológica apresentada em 2003 verificou que os casos<br />

ocorreram em municípios de pequeno porte, mais de 80% nas Regiões Norte,<br />

Nordeste, Vale do Jequitionha em Minas Gerais e no Estado de Goiás. A partir<br />

desse perfil foram considerados municípios potencialmente de risco para a<br />

ocorrência de TNN aqueles com menos de 1000 nascidos vivos, incluindo as<br />

áreas de risco das capitais, municípios das regiões metropolitanas e municípios<br />

das Regiões citadas anteriormente.<br />

AÇÕES E ESTRATÉGIAS<br />

Ação: Imunização<br />

Estratégias<br />

Vacinar de mulheres em idade fértil (MIF) e grupos acrescidos de risco<br />

(trabalhadores da lavoura e pecuária, construção civil, mecânicos, serralheiros,<br />

carpinteiros, industriários, marítimos), escolares, aposentados, esportistas,<br />

portadores de úlcera crônica, mal perfurante plantar decorrente de hanseníase,<br />

em áreas rurais, casa-a-casa e a população em geral;<br />

Eliminar as oportunidades perdidas de vacinação encaminhando à sala de<br />

vacina todas as pessoas para avaliação da situação vacinal;<br />

Identificar e buscar faltosos à sala de vacina;<br />

Realizar vacinação em maternidades, escolas, locais de trabalho.<br />

8


Ação: Vigilância Epidemiológica<br />

Estratégias:<br />

Notificar e investigar oportunamente (primeiras 24 horas) todos os casos<br />

suspeitos e adotar medidas cabíveis de controle.<br />

Realizar busca ativa de casos quando não há notificação de casos pelos<br />

serviços: domicílios, hospitais, rua, bairro, todas as unidades de saúde do<br />

município, cartórios de registro civil.<br />

Investigar óbitos em crianças menores de 28 dias.<br />

Compatibilizar as informações das diversas fontes notificadoras: SIH, SINAN,<br />

SIM, SI-API, SIS-PRÉ-NATAL.<br />

Ação: PACS/PSF<br />

Estratégias:<br />

Acompanhar e analisar periodicamente o conjunto de informação de saúde:<br />

SIAB/API/SIS-PRÉ - NATAL.<br />

Identificar, cadastrar e treinar parteiras na área de atuação.<br />

Realizar busca ativa para captar de gestantes para o pré-natal e puérperas<br />

para consulta puerperal.<br />

Identificar e encaminhar de gestantes e crianças faltosas para vacinação<br />

(considerar o cartão de vacinação).<br />

Identificar e notificar de óbitos de crianças < 28 dias sem causa definida.<br />

Ação: Assistência à Mulher<br />

Estratégias:<br />

Aumentar e melhorar o acesso e a qualidade das consultas de pré – natal<br />

orientando para a importância e necessidade de estar com esquema vacinal<br />

atualizado.<br />

Identificar, cadastrar e treinar parteiras na área de atuação.<br />

Prover o acesso ao parto asséptico ou limpo e os cuidados corretos com a<br />

ferida umbilical.<br />

Fortalecer o trabalho de parceria com todas as áreas afins (Saúde da Mulher,<br />

PSF/PACS, Sociedade de Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Infectologia,<br />

Neurologia, Conselhos de classe, sociedades organizadas, lideranças<br />

comunitárias, parteiras, benzedeiras e outros).<br />

9


Ação: Comunicação Social<br />

Estratégias:<br />

Divulgar as ações realizadas nos municípios através de jornal<br />

comunitário/rádio/ TV;<br />

Divulgar as análises aos notificantes e à população de forma que ocorra o<br />

fortalecimento e a participação de todos nas medidas de controle.<br />

Articular com líderes religiosos, pastorais, grupos de teatro, associações<br />

comunitárias e outros.<br />

MEIOS DISPONÍVEIS PARA A PREVENÇÃO<br />

MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA O <strong>TÉTANO</strong> <strong>ACIDENTAL</strong><br />

A ocorrência do tétano também está diretamente relacionada às medidas que<br />

visam a melhoria das condições sócio-econômicas e culturais da população.<br />

Os países que investiram na ação de imunização registraram importante<br />

redução da incidência da doença.<br />

A urbanização, a mecanização da agricultura o acesso ao trabalho e aos<br />

serviços essenciais como educação, saneamento e a melhoria do meio<br />

ambiente são políticas públicas que melhoram as condições de vida da<br />

população.<br />

As ações de educação em saúde devem envolver gestores, gerentes,<br />

empresários, professores, articulando-os em torno de um pacto com seus<br />

empregados, funcionários e alunos para manter o esquema vacinal em dia,<br />

orientação das gestantes e mulheres em idade fértil.<br />

10


ESQUEMA DE CONDUTAS PROFILÁTICAS DE ACORDO COM O TIPO DE<br />

FERIMENTO E SITUAÇÃO VACINAL<br />

História de<br />

Vacinação<br />

Ferimento com Risco Mínimo de Tétano* Ferimentos com Alto Risco de Tétano**<br />

Prévia<br />

contra<br />

Tétano<br />

Vacina<br />

SAT/IGHAT<br />

Outras<br />

Condutas<br />

Vacina SAT/IGHT Outras<br />

Condutas<br />

Incerta ou<br />

menos<br />

de 3 doses<br />

Sim* Não<br />

Sim*** Não Desinfecção,<br />

lavar com<br />

soro<br />

3 doses ou<br />

mais,<br />

sendo a última<br />

dose há menos<br />

de 5 anos<br />

3 ou mais<br />

doses,<br />

sendo a última<br />

dose há mais de<br />

5 anos e menos<br />

de 10 anos<br />

Não<br />

Não<br />

Não<br />

Não<br />

Limpeza e<br />

desinfecção,<br />

lavar com<br />

soro<br />

fisiológico e<br />

substâncias<br />

oxidantes ou<br />

anti-sépticas<br />

e debridar o<br />

foco de<br />

Não<br />

Sim<br />

(1<br />

reforço)<br />

Não<br />

Não****<br />

fisiológico e<br />

substâncias<br />

oxidantes ou<br />

anti-sépticas<br />

e remover<br />

corpos<br />

estranhos e<br />

tecidos<br />

desvitalizad<br />

os.<br />

Desbridame<br />

infecção<br />

nto do<br />

3 ou mais<br />

doses, sendo a<br />

última dose há<br />

+ de 10 anos<br />

Sim Não Sim (1<br />

reforço)<br />

Não****<br />

ferimento e<br />

lavar com<br />

água<br />

oxigenada<br />

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005<br />

Importante! Atendimento de acidentados!<br />

*Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados.<br />

**Ferimentos profundos ou superficiais sujos: com corpos estranhos ou tecidos<br />

desvitalizados, queimaduras, feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo,<br />

mordeduras, politraumatismos e fraturas expostas.<br />

***Vacinar e aprazar as próximas doses, para completar o esquema básico. Esta<br />

vacinação visa proteger contra risco de tétano por outros ferimentos futuros. Se o<br />

profissional que presta atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o<br />

ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva<br />

com SAT ou IGHAT. Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT,<br />

concomitantemente, devem ser aplicados em locais diferentes.<br />

****Para paciente imunodeprimido, desnutrido grave ou idoso, além do reforço<br />

com a vacina, está também indicada IGHAT ou SAT.<br />

11


VACINA<br />

Tetravalente<br />

(DTP +<br />

Hib)<br />

dT<br />

PROTEGE<br />

CONTRA<br />

Difteria,<br />

tétano,<br />

coqueluche e<br />

doença<br />

invasiva por<br />

Haemophilus<br />

influenzae tipo<br />

b<br />

Difteria e<br />

tétano<br />

(adolescente e<br />

adulto)<br />

ESQUEMA E ORIENTAÇÕES PARA VACINAÇÃO<br />

EFICÁCIA<br />

Difteria: 80%<br />

Tétano: 99%<br />

Haemophilus<br />

influenzae:<br />

95%<br />

Coqueluche:<br />

75% a 80%<br />

Difteria: 80%<br />

Tétano: 99%<br />

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005.<br />

MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA O <strong>TÉTANO</strong> <strong>NEONATAL</strong><br />

Estabelecer ou reforçar os vínculos da usuária com a unidade de saúde.<br />

Educação em saúde para promover a formação e/ou mudança de hábitos e<br />

atitudes principalmente quanto à importância dos partos ocorrerem em<br />

ambientes limpos, uso de instrumentos adequados e não utilizar substâncias<br />

caseiras na ferida umbilical.<br />

Garantir pré-natal de qualidade a todas as gestantes.<br />

Cuidados higiênicos com o recém-nascido especialmente o tratamento correto<br />

com a ferida umbilical.<br />

INÍCIO DA<br />

VACINAÇÃO<br />

(IDADE)<br />

2 meses de idade<br />

Sete anos de<br />

idade e MIF.<br />

Para pessoas que<br />

não tenham<br />

recebido o<br />

esquema básico<br />

completo e os<br />

dois reforços<br />

DOSE / DOSAGEM / VIA DE<br />

ADMINISTRAÇÃO /<br />

INTERVALO ENTRE DOSES<br />

3 doses / 0,5 ml / IM / 30– 60 dias<br />

Três doses / 0,5 ml / IM / 60 dias<br />

entre as doses, mínimo de 30 dias<br />

REFORÇOS<br />

Aos 15 meses (1º<br />

reforço) e entre 4-6<br />

anos (2º reforço)<br />

Ambos devem ser<br />

feitos com a vacina<br />

DTP<br />

Uma dose a cada 10<br />

anos, exceto em<br />

caso de gravidez e<br />

ferimento grave.<br />

Antecipar o reforço<br />

se a última dose foi<br />

há mais de cinco<br />

anos<br />

12


ESQUEMA E HISTÓRIA VACINAL – MULHERES EM IDADE FÉRTIL<br />

HISTÓRIA DE VACINAÇÃO<br />

MULHERES EM IDADE FÉRTIL<br />

CONTRA O <strong>TÉTANO</strong> GESTANTE NÃO-GESTANTE<br />

Negativa<br />

(nenhuma dose comprovada)<br />

Menos de 3 doses registradas<br />

3 doses ou mais + 1 reforço há<br />

menos de 5 anos da última dose<br />

3 doses ou mais + 1 reforço<br />

entre 5 a 10 anos da última dose<br />

3 doses ou mais + 1 reforço há<br />

mais de 10 anos da última dose<br />

3 doses, com o intervalo<br />

entre 30-60 dias.<br />

Se iniciar o esquema<br />

tardiamente, garantir pelo<br />

menos 2 doses (programar a<br />

2ª dose para no máximo 20<br />

dias antes do parto e<br />

completar o esquema no<br />

puerpério)<br />

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005.<br />

Importante<br />

Completar o esquema<br />

Não é necessário vacinar<br />

1 dose de reforço<br />

1 dose de reforço<br />

Esquema vacinal com 3<br />

doses, intervalo de 30-60<br />

dias + reforços<br />

Completar o esquema<br />

Não é necessário vacinar<br />

Não é necessário vacinar<br />

1 dose de reforço<br />

1 Se a gestante não tiver o esquema básico completo, deverá usar pelo menos duas<br />

doses, a 2ª dose deverá ser aplicada até 20 dias antes da data provável do parto,<br />

para que haja tempo suficiente para a formação e repasse de anticorpos para o<br />

feto. A 3ª dose no puerpério, no retorno da consulta pós-parto, ou em outra<br />

oportunidade, quando a mulher comparecer ao serviço de saúde.<br />

13


Lembretes:<br />

Em qualquer comparecimento da mulher ao serviço de saúde, a mesma deverá ser<br />

abordada quanto a sua história vacinal para (Tétano e Rubéola).<br />

Investigar a história vacinal da infância.<br />

Analisar os reforços - a última dose a mais de 5 anos a gestante tem indicação para<br />

a dose de reforço.<br />

Em caso de ferimento suspeito para o tétano realizar a profilaxia recomendada<br />

pelo Ministério da Saúde.<br />

14


Anexo 1<br />

Diagnóstico diferencial Tétano Neonatal CID 10<br />

Lesão intracraniana secundária ao parto P 10<br />

Meningites bacterianas G 00<br />

Encefalites G 04<br />

Peritonite aguda K 65<br />

Hipoglicemia P 70<br />

Alcalose P 74<br />

Envenenamento (estricnina) T 65<br />

Epilepsia G 40<br />

Septicemia P 36<br />

Onfalites P 38<br />

Kernicterus do recém-nascido P 57.9<br />

Tétano Neonatal A 33<br />

Diagnóstico diferencial Tétano Acidental CID 10<br />

Intoxicação por estricnina T 65<br />

Meningites bacterianas G 00<br />

Tetania<br />

Raiva A 82<br />

Histeria F 41.9<br />

Intoxicação por metoclopramida T 45.0<br />

Intoxicação por neurolépticos T 43.3<br />

Processos inflamatórios da boca e faringe acompanhados de trismo K 10/K22<br />

Doença do Soro T 80.6<br />

Tétano Acidental A 35<br />

15


REFERÊNCIAS<br />

1. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Capacitação Integrada da<br />

Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis (Sarampo,<br />

Rubéola, PFA/Pólio, Difteria, Coqueluche e Tétano Neonatal). Brasília –<br />

DF. 124 p. 2006.<br />

2. _____________.Guia de Vigilância Epidemiológica. Tétano Neonatal e<br />

Acidental – 6ª ed. Brasília - DF. p. 696-720. 2005.<br />

3. GALAZKA, A. Tetanus.<br />

http://www.whglibdoc.who.int/publications/2004/9241592303_chap 6.pdf.<br />

Access in April, 2006.<br />

4. Guia para vacunacion de mujeres embarazadas. Tetanus.<br />

http://www.cdc.gov/spanish/imunizacion/pregnant-woman-s.htm. Acesso em<br />

13/12/2005.<br />

5. PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Neonatal Tetanus<br />

Elimination. Field Guide. Washington: PAHO, 2005. (Scientific and<br />

Technical Publication Nº 602<br />

6. SHIN, D. H. et al. Recently Occurring Adult tetanus in Korea: Emphasis<br />

on immunization and Awareness of Tetanus. J Korean Med Sci 18: 11-<br />

6, Korean, 2003.<br />

16

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