06 ART
06 ART
06 ART
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EDIÇÃO N° 16<br />
Maio / Junho - 2009<br />
Márcio Beranger -<br />
Administrador das APAs<br />
do Pau Brasil e Serra de<br />
Sapiatiba<br />
Pag. 19<br />
Ferlagos investe em<br />
obra inteligente<br />
para economizar<br />
Pag. 05<br />
Vem aí a grande festa<br />
de 32 anos da<br />
Asaerla em julho<br />
Pag. <strong>06</strong><br />
<strong>06</strong> <strong>ART</strong><br />
ON LINE<br />
Marque Associação dos<br />
Arquitetos e Engenheiros<br />
da Região dos Lagos
2<br />
Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA)<br />
Centro - Cabo Frio - RJ<br />
Tel.: (22) 2645-6524<br />
e-mail: asaerla@gmail.com<br />
EXPEDIENTE<br />
Conselho Diretor biênio 2009-2010<br />
PRESIDENTE:<br />
- eng° Humberto Sanchez Quintanilha<br />
VICE-PRESIDENTE:<br />
- eng° José Deguchi Junior<br />
DIRETOR SECRETÁRIO:<br />
- eng° Luis Sérgio dos Santos Souza<br />
DIRETOR TESOUREIRO:<br />
- eng° Raimundo Neves Nogueira<br />
(Dokinha)<br />
DIRETOR TÉCNICO:<br />
- eng° Marco Aurélio dos Santos Abreu<br />
DIRETOR SOCIAL:<br />
- eng° Milton José Furtado Lima<br />
DIRETOR DE MEIO-AMBIENTE:<br />
- eng° Juarez Marques Lopes<br />
DIR. DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:<br />
- eng° Ricardo Valentim Azevedo<br />
DIRETORES DE PUBLICAÇÕES:<br />
- eng° Fernando Luiz F. Caedoso<br />
- eng° Luis Carlos da Cunha Silveira<br />
COMISSÃO FISCAL:<br />
- eng° Luiz Césio Caetano Alves<br />
- eng a Maria Yara Coelho<br />
- eng° Aurenio Ribeiro<br />
- eng° Elídio Lopes Mesquita Neto<br />
- eng° Anísio Machado de Resende<br />
- eng° Raul Antonio Alberto L. Lazcano<br />
ASSESSORIA DE IMPRENSA:<br />
W2Imagens.com<br />
-Walmor Freitas - (22) 9214-3940<br />
walmorfreitas@globo.com<br />
IMPRESSÃO:<br />
Gráfica do Jornal do Commércio<br />
TIRAGEM:<br />
5.000 EXEMPLARES<br />
EDIÇÃO N° 16<br />
Maio / Junho - 2009<br />
A ASAERLA tem se esforçado<br />
em oferecer à comunidade e,<br />
principalmente aos seus<br />
associados, todas as condições e<br />
oportunidades para seu<br />
crescimento profissional, sua<br />
atualização tecnológica e<br />
informações a respeito do que de<br />
mais recente tem surgido no nosso mercado profissional.<br />
De forma incansável, a entidade tem buscado se tornar<br />
merecedora dos votos de confiança de seus associados. Uma<br />
associação capaz de unir forças e idéias de seus profissionais<br />
em prol de uma melhor qualidade de vida em sua comunidade.<br />
Reuniões sociais, fóruns, palestras, cursos, etc., tudo para<br />
que os profissionais da região se unam e acreditem que sua<br />
associação é muito mais importante do que já demonstra e,<br />
com a participação e o prestígio de todos, poderá realizar muito<br />
mais.<br />
E começamos com o lançamento do primeiro curso da<br />
parceria ASAERLA e A+C Desenvolvimento Profissional:<br />
Construção Sustentável - Técnicas para Edifícios Sustentáveis.<br />
Com um detalhe: os associados que estiverem em dia com<br />
a anuidade terão um desconto de 10% já para este curso.<br />
E não é só! Para que todos possam aproveitar esta<br />
oportunidade, a ASAERLA está oferecendo uma anistia a todos<br />
os associados em débito. Basta que quitem a anuidade de 2009.<br />
Com isso o profissional receberá um cartão personalizado de<br />
associado da ASAERLA.<br />
Numa parceria com a “A+C<br />
Desenvolvimento Profissional”, a<br />
ASAERLA está oferecendo em Cabo<br />
Frio o curso “Construção Sustentável -<br />
Técnicas para Edifícios Sustentáveis”.<br />
Eng° Milton José Furtado Lima<br />
Maio / Junho 2009<br />
PALAVRA DA DIRETORIA<br />
Com a apresentação deste cartão o associado terá vantagens<br />
e descontos diferenciados em diversas casas comerciais e<br />
fornecedores que aos poucos vão se tornando parceiros da<br />
ASAERLA.<br />
E tem mais! Em julho, a ASAERLA pretende realizar um evento<br />
que visa ser uma festa anual e de importante valor para todos da<br />
região: comemoraremos os 32 anos de fundação da ASAERLA.<br />
A ASAERLA está lançando também uma campanha de<br />
conscientização da responsabilidade na condução das obras na<br />
cidade. Não só os profissionais envolvidos, mas principalmente<br />
os proprietários e contratantes deverão se conscientizar que sua<br />
obra é, antes de tudo, um investimento. E como tal, deve ser<br />
tratada de forma séria e responsável. E é por isso que a ASAERLA<br />
lançará a sua “caderneta de obra”. Trata-se de um diário,<br />
fornecido pela associação, onde o profissional responsável<br />
deverá anotar todos os fatos, ordens e acontecimentos ocorridos<br />
na obra. Este diário é, antes de tudo, um documento de suma<br />
importância para a obra.<br />
Por fim, um lembrete muito importante, vital para a associação<br />
e que poderá ser o primeiro ato de confiança e cooperação<br />
demonstrado pelo profissional: ao preencher uma <strong>ART</strong>, no campo<br />
“Código Entidade de Classe”, preencha com o número “6”, para<br />
aquelas feitas por escrito, ou “Associação de Arquitetos e<br />
Engenheiros da Região dos Lagos”, quando on line.<br />
Milton José Furtado lima é<br />
Engenheiro civil e diretor social da Asaerla<br />
Construção Sustentável - Técnicas para Edifícios Sustentáveis<br />
HORÁRIO:<br />
das 09h às 18h - (Sexta-feira e Sábado)<br />
CARGA HORÁRIA: 16 horas/aula<br />
LOCAL: a definir (em Cabo Frio-RJ)<br />
VALOR: À vista = R$ 790,00<br />
02 parcelas = R$ 410,00<br />
03 parcelas = R$ 282,00<br />
Para Associados ASAERLA: Desconto de 10%<br />
INSCRIÇÃO: Srª. Tereza Maria.<br />
Tels: (11) 2626 0101 e (11) 3868 3090<br />
Email: toliveira@amaisc.com.br<br />
Um curso altamente procurado e do<br />
qual os profissionais da Região dos<br />
Lagos só conseguiriam participar em São<br />
Paulo.<br />
O número de vagas é limitado!<br />
PROGRAMA DO CURSO:<br />
1.1- Materiais e Métodos Construtivos<br />
• Impactos ambientais da construção<br />
• Técnicas construtivas para construção<br />
sustentável<br />
• Análise do ciclo de vida dos materiais<br />
• Controle de resíduos e desperdícios na<br />
construção<br />
• Reciclagem de materiais construtivos<br />
1.2- Instalações e Equipamentos para Edifícios<br />
Eficientes<br />
• Sistemas de Condicionamento Ambiental<br />
• Sistemas eficientes de condicionamento<br />
ambiental<br />
• Síndrome do edifício patogênico<br />
• Iluminação Artificial Eficiente<br />
• Projeto de iluminação energeticamente<br />
De acordo com a parceria firmada,<br />
todos os cursos a serem oferecidos em<br />
Cabo Frio pela ASAERLA terão um<br />
desconto de 10% para os associados em<br />
dia com sua anuidade.<br />
eficiente<br />
• Técnicas e tecnologias avançadas para<br />
iluminação artificial eficiente<br />
• Automação e Controle<br />
• Sistemas de controle e automação predial<br />
• Gerenciamento de energia<br />
• Uso racional da água<br />
• Tecnologias para conservação, reuso e uso<br />
racional de água<br />
• Sistemas de controle de consumo de água<br />
1.3- Gestão, Regulamentação e Certificação<br />
• Sistemas de avaliação e certificação de<br />
edifícios sustentáveis<br />
• Regulamentação nacional e internacional<br />
• Políticas e incentivos à construção<br />
sustentável
Maio / Junho 2009 3<br />
Falta de ciclovias embola o trânsito<br />
Excessso de veículos, falta de vagas e ciclistas que desrespeitam as leis tornam complicado o trânsito em Cabo Frio<br />
Qualquer campanha para estimular a<br />
população cabofriense a deixar o carro em<br />
casa já vai nascer prejudicada. A cidade que<br />
tem um dos maiores índices de ciclistas,<br />
não está preparada para uma invasão de<br />
bicicletas e as poucas ciclovias que existem<br />
não são interligadas.<br />
Por falta de um projeto que estimule o<br />
cidadão a sair de casa pedalando para ir ao<br />
trabalho, escola e até ao lazer muitos<br />
moradores usam a bicicleta apenas para dar<br />
uma voltinha no quarteirão.<br />
O estímulo a utilização do meio de<br />
transportes alternativos, como por exemplo<br />
a bicicleta, segue uma tendência mundial.<br />
Os municípios tendem a se adequarem a<br />
esta nova consciência com a interligação dos<br />
bairros por meio de ciclovias e com a criação<br />
de bicicletários públicos.<br />
-Antes de qualquer intervenção nesse<br />
sentido é importante um reestudo de todo<br />
o trânsito da cidade por engenheiros<br />
devidamente habilitados-, alerta o engenheiro<br />
José Deguchi Junior.<br />
Técnicos da Asaerla têm recebido diversas<br />
reclamações de moradores e turistas que<br />
apontam a falta de espaço para bicicletas e<br />
o excesso de veículos nas ruas da cidade.<br />
-Somente com estudo aprofundado de<br />
engenharia de trânsito que possa prever a<br />
cidade para cinco ou dez anos é que teremos<br />
algo concreto para desafogar o nó no<br />
trânsito de Cabo Frio-, alerta o engenheiro<br />
Luiz Carlos Silveira também membro da<br />
Asaerla.<br />
Mesmo quem busca meios alternativos<br />
de se deslocar pela cidade esbarra em obstáculos<br />
que tornam a opção de deixar o<br />
veículo na garagem uma aventura. A falta<br />
de calçadas bem estruturadas, a inexistência<br />
de ciclovias contínuas e de estacionamentos<br />
seguros para bicicletas, aliadas ao transporte<br />
coletivo deficiente, são problemas que<br />
põem em xeque propostas como a de “Um<br />
Dia Sem Carro” praticado em diversas<br />
cidades brasileiras.<br />
Ciclistas provocam<br />
mais acidentes<br />
A bicicleta sempre foi muito utilizada<br />
na cidade mas ainda são poucas as ciclovias<br />
que ligam os bairros periféricos ao centro.<br />
Um dos problemas enfrentados pelo poder<br />
público quanto aos ciclistas se refere a Ponte<br />
Feliciano Sodré – que liga os bairros da<br />
Gamboa e Jardim Peró ao centro da cidade,<br />
onde todos os dias centenas de trabalhadores<br />
passam pelo local sem obedecer as placas<br />
de alerta.<br />
A presidente do departamento de Planejamento<br />
da prefeitura, arquiteta Anne<br />
Kellem Apicielo, afirma que o problema<br />
maior na Ponte Feliciano Sodré é exatamente<br />
as pessoas que ignoram a placa que proíbe<br />
o tráfego de bicicletas e se arriscam junto<br />
aos veículos, o que provoca diversos acidentes<br />
naquele local.<br />
-A Ponte Márcio Corrêa foi projetada<br />
exatamente com mão dupla para os ciclistas<br />
não utilizarem a antiga ponte como<br />
único acesso à cidade. As pessoas têm<br />
preguiça de dar a volta, a nova ponte sai na<br />
Dalila Tardelli<br />
Cabo Frio é uma das cidades com mais bicicletas na região<br />
Avenida Julia Kubistchek que também dispõe<br />
de ciclovia. No entanto, as pessoas preferem<br />
se arriscar na Ponte Feliciano Sodré,<br />
o que ocasiona os grandes índices de<br />
acidente naquela área- afirmou Anne<br />
Kellem.<br />
A falta de respeito às leis do trânsito tem<br />
provocado muitos acidentes com ciclistas<br />
em Cabo Frio. Segundo levantamento realizado<br />
no final de 2008, pelo diretor de<br />
trânsito de Cabo Frio, Alcimar Almeida,<br />
70% dos acidentes ocasionados na cidade<br />
tem envolvimento de ciclistas.<br />
-Os ciclistas não respeitam faixas,<br />
tampouco contramão, placas de sinalização<br />
nem pensar. Estes a meu ver é o que<br />
implica para o alto índice de acidentes com<br />
ciclistas na cidade-, disse o diretor<br />
lembrando que a Guarda de Trânsito, dependendo<br />
da infração, multa e até apreende<br />
o veículo, como forma de reeducar o<br />
cidadão.<br />
-Não é uma cultura que se muda da<br />
noite para o dia . Acreditamos que com a<br />
implantação de um projeto possamos mudar<br />
a forma do cabofriense rever seu modo<br />
de vida, pelo menos no trânsito-,completa<br />
Alcimar.<br />
Prefeitura estuda<br />
mudanças no trânsito<br />
e deficientes ganham<br />
novos ônibus<br />
As secretárias de planejamento e transporte<br />
estudam o Sistema Integrado de<br />
Mobilidade (SIM), que tem como principal<br />
meta viabilizar maneiras sustentáveis de<br />
melhor qualidade de vida à população, reeducação<br />
no trânsito e inovar com transportes<br />
sustentáveis.<br />
- A cidade de Cabo Frio em toda sua estrutura<br />
urbanística foi feita para os transeuntes,<br />
com o passar do tempo o número de<br />
carros que transitam na cidade cresceu muito<br />
e as ruas foram ficando estreitas. Sofremos<br />
hoje com a falta de vagas de estacionamentos<br />
no dia-a-dia da cidade, isso sem citar em<br />
épocas de alta temporada. O que pretendemos<br />
é conscientizar a população a criar hábitos<br />
que não cause tanto impacto, seja ele<br />
estrutural ou ao meio ambiente - explicou o<br />
secretário de transporte de Cabo Frio Mauro<br />
Branco.<br />
Novos ônibus para deficientes<br />
A cidade de Cabo Frio recebe, na primeira<br />
quinzena deste mês, 20 novos ônibus<br />
adaptados para portadores de deficientes<br />
físicos, conforme previsto por lei. Segundo<br />
a assessora de imprensa da Auto Viação<br />
Salineira, Aline Zaap, entre os equipamentos<br />
de acessibilidade estão o elevador e o espaço<br />
destinado a cadeirantes, assentos destinados<br />
a pessoas obesas, além de outros itens especificados<br />
pelas normas técnicas NBR 14.022<br />
e 15.570, da Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas (ABNT). De acordo com Aline, a<br />
chegada desses novos ônibus é mais uma<br />
etapa do processo de adaptação de toda a<br />
frota da empresa
4<br />
MEIO AMBIENTE<br />
Invasões desafiam gestores de APAs<br />
O clima esquentou na reunião promovida<br />
em Cabo Frio pelo Inea (Instituto Estadual<br />
do Ambiente) com os membros do<br />
Conselho Gestor das APAs do Pau Brasil e<br />
da Serra de Sapiatiba, no Parque Municipal<br />
Ecológico Dormitório das Garças. O<br />
encontro, que tinha como objetivos iniciais<br />
a reestruturação do Conselho e o resgate<br />
das atividades do mesmo, acabou sendo<br />
palco para denúncias de invasões a essas<br />
áreas e para queixas relativas à falta de reunião<br />
dos conselhos gestores, o que, segundo<br />
os participantes, imobiliza a sociedade civil<br />
diante de tais práticas criminosas.<br />
Na ocasião, o público formado por mais<br />
de 40 pessoas, entre representantes de entidades<br />
civis, do poder público e da sociedade<br />
civil, conheceu o novo administrador<br />
das APAs do Pau Brasil e Serra de Sapiatiba,<br />
Márcio de Azevedo Beranger, que reconhece<br />
nas invasões o maior desafio de sua<br />
gestão.<br />
- Estamos empenhados em conter as invasões<br />
e, para isso, vamos desenvolver<br />
projetos dentro da unidade de conservação<br />
que visem à utilização dessas áreas para<br />
fins turísticos. Afinal, temos que ocupá-las<br />
com atividades que respeitem o ambiente.<br />
Do contrário, ficaremos sempre reclamando<br />
das invasões -afirma Márcio Beranger.<br />
Em Búzios, os casos mais recorrentes são<br />
de depredação ao meio ambiente, de acordo<br />
com a diretora operacional da ong Viva<br />
Búzios, Giselle Leal.<br />
- As invasões se dão nas áreas pertencentes<br />
as cidades de Armação dos Búzios e<br />
Cabo Frio. Uma enorme área foi devastada<br />
com a retirada de bromélias nativas para<br />
fins comerciais, sem a consciência da<br />
degradação que isto causa a natureza.<br />
Também na cidade de Búzios, foi encontrada<br />
uma enorme área devastada com<br />
invasão de construção de moradias e trilhas,<br />
na altura dos bairros José Gonçalves e<br />
Baía Formosa - relatou Giselle.<br />
Conselheiros tomam posse e convocam<br />
a sociedade para denunciar danos ao ambiente<br />
A participação da sociedade na composição<br />
do conselho gestor também foi<br />
outro fator discutido na reunião. Até<br />
aquele dia, o Inea havia recebido 13<br />
cartas de intenção para integrar o<br />
Conselho, um número considerado<br />
baixo pela maioria das autoridades<br />
presentes. Entre as cartas recebidas,<br />
ainda não havia nenhuma do setor<br />
turístico, que representa o mais importante<br />
na economia da região.<br />
- A falta de participação da sociedade<br />
nessas reuniões me incomoda principalmente<br />
nessa região, onde temos tantos<br />
tesouros naturais. O ambiente é de<br />
todos nós, então toda a sociedade tem<br />
que se mobilizar. O fortalecimento do<br />
Conselho é imprescindível – afirma Taís<br />
Figueiredo, presidente da Comissão de<br />
Direito Ambiental da OAB.<br />
Para o biólogo José Henrique Macedo<br />
de Moura, que é diretor do Parque<br />
Municipal Ecológico Dormitório das<br />
W2 Imagens<br />
O engenheiro Marcio Beranger durante reunião do Conselho gestor da Apa-Pau Brasil em Cabo Frio<br />
Garças, o setor turístico não vai ficar de<br />
fora da composição do Conselho. -<br />
Embora ainda não tenham se manifestado,<br />
alguns representantes do setor turístico<br />
já compareceram na reunião de hoje<br />
e acredito que nos próximos dias devem<br />
comunicar ao Inea a sua intenção de compor<br />
o Conselho. Afinal, todos sabem que<br />
o município precisa de reestruturar esse<br />
grupo, já que é ele que dá amparo nas decisões<br />
que são tomadas sobre as questões<br />
ambientais – diz o biólogo.<br />
Represetantes da Asaerla também<br />
estiveram no encontro<br />
Para o engenheiro Luis Sérgio, diretor<br />
da entidade, essas reuniões devem acontecer<br />
com mais frequencia para que as<br />
ações sejam cobradas dos poderes constituídos<br />
com rigor.<br />
-É uma árdua tarefa.Temos que planejar<br />
ações e cobrar atitudes do poder<br />
público imediatamente-, disse o engenheiro.<br />
Maio / Junho 2009<br />
Saneamento e lixo<br />
poderão ser isentos de<br />
taxa de licenciamento<br />
ambiental<br />
Projetos públicos para saneamento básico<br />
e construção de aterros sanitários poderão<br />
ficar isentos de taxas para obtenção<br />
da licença ambiental. A proposta da secretária<br />
estadual do Ambiente, Marilene Ramos,<br />
será votada nesta sexta-feira (15/05) pelo<br />
Conselho Estadual do Ambiente (Conema),<br />
também presidida por Marilene. A idéia já<br />
teve parecer favorável da câmara técnica do<br />
órgão.Projetos públicos para saneamento<br />
básico e construção de aterros sanitários<br />
poderão ficar isentos de taxas para obtenção<br />
da licença ambiental. A proposta da<br />
secretária estadual do Ambiente, Marilene<br />
Ramos, foi votada nesta em maio pelo Conselho<br />
Estadual do Ambiente (Conema),<br />
também presidida por Marilene. A idéia já<br />
teve parecer favorável da câmara técnica do<br />
órgão.Além de água e esgoto e da<br />
destinação final de resíduos sólidos, a proposta<br />
de isenção da taxa de licenciamento<br />
também incluirá a construção de moradias<br />
para população de baixa renda. O objetivo<br />
da iniciativa é baratear também os projetos<br />
associados ao pacote habitacional recém<br />
lançado pelo governo federal.<br />
- A proposta de isenção tem a ver com<br />
o interesse social desses projetos. Não faz<br />
sentido encarecer investimentos relacionados<br />
a pacto do saneamento. Há casos de<br />
prefeituras que conseguem levantar<br />
recursos para obras, mas não têm verba<br />
para as taxas – diz Marilene.<br />
As taxas para a obtenção do<br />
licenciamento ambiental encarecem os<br />
investimentos. A secretária Marilene Ramos<br />
citou alguns exemplos: para um projeto de<br />
R$ 350 mil de investimentos saneamento<br />
básico da Pró-Lagos, o custo estimado de<br />
licenciamento foi de aproximadamente R$<br />
70 mil. Em Quissamã, um aterro sanitário<br />
teria de pagar aproximadamente R$ 78 mil.
Maio / Junho 2009 5<br />
Ferlagos investe em obra inteligente<br />
W2 Imagens<br />
Insituição aposta<br />
no planejamento<br />
para economizar<br />
água e energia<br />
Em tempos de crise, a palavra<br />
de ordem é economizar em<br />
todos os sentidos. Entretanto é<br />
preciso planejar com muito cuidado<br />
as ações que vão nortear<br />
o dia-a-dia para realizar uma<br />
economia sustentável com resultados<br />
positivos. É o caso da<br />
Fundação Educacional da Região<br />
dos Lagos, Ferlagos que<br />
planeja economizar sem alterar<br />
o ritmo da unidade de ensino.<br />
Este mês a Ferlagos começa a<br />
utilizar á água captada das chuvas<br />
para abastecer banheiros e<br />
outros serviços.<br />
De acordo com o diretor financeiro<br />
da entidade, Elvis<br />
Lage tudo foi planejado para<br />
implantar o novo sistema de<br />
captação de água.<br />
-Começamos pela planta,<br />
que indica pontos de captação<br />
e tubulação até chegar na cisterna<br />
e o retorno para as caixas<br />
que vão distribuir essa água<br />
captada-, explica Elvis que<br />
aponta os cursos da Ferlagos<br />
que são referência como<br />
Biologia, Meio Ambiente e<br />
Administração.<br />
-Temos cursos que se destacam<br />
pelo ensino responsável do<br />
ambiente e planejamento de<br />
consumo. Temos que dar o<br />
exemplo-, ensina.<br />
Operários trabalham na construção da nova cisterna que vai receber água da chuva<br />
Com a nova cisterna só para<br />
captar água da chuva, cerca de<br />
42 mil litros de água estarão à<br />
disposição para uso o que vai<br />
significar cerca redução de 30<br />
a 40% na despesa mensal que<br />
atualmente ultrapassa oito mil<br />
reais.<br />
-Consumimos cerca de 270<br />
mil litros de água com descarga<br />
e lava-mão nos banheiros dos<br />
alunos. Agora vamos economizar<br />
muito-, prevê.<br />
Projeto arquitetônico<br />
visa economia de energia<br />
Elvis lembra que o projeto de<br />
expansão da Ferlagos, de autoria<br />
da arquiteta Anne Kellen<br />
Apiccello privilegia as grandes<br />
aberturas de janelas para aproveitar<br />
ao máximo a luz natural<br />
tão forte na região. Outra preo-<br />
cupação é com a posição de<br />
portas e janelas para melhorar a<br />
ventilação e diminuir o uso de<br />
ar condicionado e ventiladores.<br />
-Também usamos esquadrias<br />
de PVC que duram mais e evitam<br />
a madeira-, disse Elvis.<br />
Na construção também foram<br />
usados garrafas Pet para<br />
concretagem de lajes.<br />
-Tínhamos um projeto e utilizamos<br />
com a certeza de economizar<br />
e reaproveitar materiais-,<br />
disse o engenheiro Milton<br />
José Furtado Lima, da Flecon<br />
Engenharia e responsável pelas<br />
obras de expansão da Ferlagos.<br />
A própria cisterna foi<br />
construída numa sobra de<br />
terreno da instituição e tem um<br />
formato não convencional pois<br />
acompanha o espaço disponível<br />
que se aproxima de um<br />
triângulo retângulo.<br />
Além disso, explica o diretor<br />
Elvis, todos os professores são<br />
orientados a ensinar aos alunos<br />
noções de economia e atitudes<br />
responsáveis visando preservar<br />
o ambiente em que vivemos.<br />
O engenheiro Milton completa<br />
dizendo estar muito feliz<br />
com a aceitação do projeto e<br />
que a Ferlagos, por ser uma instituição<br />
de ensino e única genuinamente<br />
cabofriense, tem o<br />
dever de ser tornar exemplo<br />
para as demais instituições da<br />
cidade.<br />
-Fico feliz pela confiança que<br />
a Ferlagos, através de seus diretores<br />
e da Sr a Andréa, sua presidente,<br />
depositou nas idéias e<br />
projetos de sustentabilidade<br />
apresentados pela construtora -<br />
disse.<br />
Prolagos coloca<br />
flúor na água<br />
distribuida na região<br />
A água distribuída pela Prolagos<br />
aos municípios de Iguaba Grande,<br />
São Pedro da Aldeia, Cabo Frio,<br />
Búzios e Arraial do Cabo está<br />
recebendo a adição de flúor. A medida<br />
atende à Portaria 518, de 2004, do<br />
Ministério da Saúde, que estabelece<br />
os procedimentos de controle e<br />
vigilância da qualidade da água para<br />
consumo humano e seu padrão de<br />
potabilidade, e ao Termo de Compromisso<br />
de Ajustamento de Conduta<br />
(TAC), assinado com o Ministério<br />
Público em dezembro de 2008.<br />
Segundo o químico Alexandre<br />
Pontes, responsável pelo Departamento<br />
de Qualidade da Prolagos, no<br />
TAC assinado com o Ministério<br />
Público, ficou determinado que a<br />
concessionária teria até janeiro de<br />
2010 para começar a adição de flúor<br />
na água.<br />
- Conseguimos cumprir a determinação<br />
bem antes do prazo final,<br />
pois já tínhamos todo o projeto para<br />
a execução da medida pronto, só<br />
estávamos aguardando o parecer<br />
técnico dos órgãos fiscalizadores -<br />
destacou o químico.<br />
Alexandre lembra que o Ministério<br />
da Saúde define que o limite<br />
máximo de flúor na água para consumo<br />
humano seja de 1,5 mg/litro.<br />
- A água que chega à casa dos<br />
consumidores pelas tubulações da<br />
Prolagos está com a dosagem de flúor<br />
variando entre 0,6 a 0,8 mg/litro;<br />
totalmente de acordo com o nível de<br />
segurança estabelecido pelos agentes<br />
fiscalizadores – afirma Alexandre.
6<br />
Uma data que merece ser comemorada<br />
No mês de julho a<br />
ASAERLA – Associação<br />
de Arquitetos e<br />
Engenheiros da Região<br />
dos Lagos comemorará<br />
32 anos de fundação. E<br />
uma data como esta não<br />
poderá passar em branco<br />
para os profissionais dessa<br />
indústria tão importante<br />
para a Região dos Lagos.<br />
Sendo assim, no dia 18 de<br />
julho a ASAERLA promoverá<br />
um coquetel<br />
comemorativo no Costa<br />
Azul Iate Clube.<br />
Pretende ser o primeiro<br />
de muitos outros eventos<br />
que a ASAERLA<br />
promoverá a partir de<br />
então, com a presença dos<br />
principais profissionais,<br />
construtoras,<br />
fornecedores e empresas<br />
do ramo, além de autoridades<br />
dos municípios da<br />
Região dos Lagos e dos<br />
órgãos ligados à indústria<br />
da construção civil em<br />
geral.<br />
Durante a festa será<br />
divulgado que, a partir<br />
do próximo ano, 2010,<br />
esta data comemorativa<br />
será sempre festejada e<br />
servirá, dentre outras<br />
intenções, principalmente<br />
para a premiação<br />
de diversos profissionais,<br />
empresas e fornecedores<br />
que se destacarem em<br />
diversas categorias no<br />
ano anterior ao evento.<br />
A escolha dessas categorias<br />
será feita pela<br />
diretoria da ASAERLA<br />
e a eleição dos destaques<br />
em cada categoria será<br />
feita pelos profissionais<br />
associados. Nessa noite<br />
estarão presentes os<br />
mais destacados profissionais<br />
da região,<br />
numa oportunidade de<br />
se confraternizarem e<br />
mostrarem a força e o<br />
peso da nova<br />
ASAERLA.<br />
O acesso ao evento será<br />
através de convites<br />
individuais. Aos associados<br />
em dia com a<br />
ASAERLA estarão<br />
disponíveis 4 convites ao<br />
preço de 1. Aos demais,<br />
os convites poderão ser<br />
adquiridos na ASAERLA,<br />
até o dia 10 de julho, com<br />
o Engº. Raimundo<br />
Nogueira (22 - 9974<br />
0541) ou a Srª. Teresinha<br />
Semblano (22 - 9968<br />
4020). Vale lembrar que<br />
os convites serão limitados<br />
e a ASAERLA já<br />
informou que está promovendo<br />
uma anistia<br />
fiscal a todos os associados<br />
que quitarem o<br />
ano de 2009.<br />
Realmente, é uma festa<br />
que nenhum profissional<br />
poderá perder!<br />
Se em fevereiro a<br />
Construção Civil respondeu<br />
por 30,96% das contratações<br />
realizadas em todo o<br />
país, em março o resultado<br />
foi ainda maior. Dados do<br />
Cadastro Geral de Empregados<br />
e Desempregados do<br />
Ministério do Trabalho e<br />
Emprego (CAGED),<br />
analisados pelo Departamento<br />
Técnico do<br />
SINDUSCON-RIO,<br />
indicam que dos 34.818<br />
novos postos de trabalho<br />
abertos em todo o Brasil,<br />
16.123 (ou 46,31%) foram<br />
na Construção Civil. Este<br />
total é bem superior aos<br />
2.842 postos abertos em<br />
fevereiro, mas ainda deixa o<br />
saldo acumulado no<br />
primeiro trimestre (30.289)<br />
bem abaixo do apresentado<br />
no mesmo período de 2008<br />
(99.654). Em 12 meses, o<br />
Maio / Junho 2009<br />
Construção civil lidera<br />
crescimento em todo o país<br />
Em 12 meses, o<br />
acumulado no interior é<br />
de 15.215 novos postos<br />
de trabalho, contra<br />
4.318 registrados em<br />
março de 2008<br />
saldo é de 128.503, quase<br />
50% menor que o<br />
acumulado apurado em<br />
março de 2008 (241.926).<br />
No Estado do Rio foram<br />
abertos 3.883 novos postos,<br />
um pequeno aumento se<br />
comparado aos 3.693 apurados<br />
em fevereiro. No<br />
trimestre, o Estado acumula<br />
a abertura de 9.320 postos,<br />
um pouco abaixo dos<br />
10.602 registrados no<br />
mesmo período do ano<br />
passado. Em 12 meses, o<br />
saldo é de 32.301, acima do<br />
auferido em março de 2008<br />
(21.885). Já no município<br />
do Rio foram criados 2.059<br />
postos de trabalho, com<br />
pequena queda em relação a<br />
fevereiro (2.378). No<br />
acumulado do ano, são<br />
5.943 contra 8.243<br />
registrados no primeiro<br />
trimestre de 2008. E em 12<br />
meses, o saldo acumulado é<br />
de 17.086, bem semelhante<br />
aos 17.657 apurados em<br />
março/08. “A Construção<br />
Civil do Rio fechou o 1º<br />
trimestre de 2009, não<br />
apenas recuperando os 4080<br />
Asaerla organiza Comissões<br />
de Trabalho e Estudos<br />
para diversos setores<br />
Engenheiros e arquitetos<br />
vem se reunindo semanalmente<br />
em diversas<br />
Comissões de Estudos e<br />
Trabalho visando colaborar<br />
com o desenvolvi-mento<br />
organizado da cidade. As<br />
segundas-feiras, 18h se<br />
reúnem profisionais do<br />
Grupo de Estudos das Leis<br />
Comple-mentares do Plano<br />
Diretor de Cabo Frio. Para<br />
partricipar os profissionais<br />
devem fazer contato via email<br />
enviando propostas ou<br />
c o m p a r e c e n d o<br />
pessoalmente na sede da<br />
Asaerla, mezzanino do Crea,<br />
na avenida Nilo Peçanha.<br />
A Asaerla participa ainda<br />
através de assento no<br />
Consepla-Conselho<br />
Municipal do Plano Diretor,<br />
Conselho Municipal de<br />
Acessibilidade, Conselho de<br />
Meio Ambiente, Conselho da<br />
Apa do Pau Brasil e do Fórum<br />
do Plano Local de Habitação<br />
de Interesse Social PLHIS.<br />
Profissionais da construção<br />
civil de toda a região<br />
também podem participar<br />
das reuniões abertas que<br />
acontecem às quartas-feiras<br />
na sede da entidade às 18h.<br />
O acesso é livre.<br />
postos de trabalho perdidos<br />
em dezembro de 2008,<br />
como criando mais 5240<br />
novos empregos”, comenta<br />
Antônio Carlos Mendes<br />
Gomes, diretor-executivo do<br />
SINDUSCON-RIO.<br />
Por fim, no interior do<br />
Estado em março, houve a<br />
abertura de 1.824 novos<br />
postos de trabalho,<br />
aumento de 39% em<br />
relação aos 1.315 postos<br />
abertos em fevereiro. No<br />
ano de 2009, no primeiro<br />
trimestre, as cinco cidades<br />
com maior abertura de<br />
postos foram Itaboraí (982),<br />
Magé (778), Macaé (752),<br />
Niterói (464) e Caxias<br />
(313). As maiores perdas de<br />
postos no ano de 2009, no<br />
primeiro trimestre,<br />
ocorreram em Campos (-<br />
416), Angra dos Reis (-<br />
221), Rio das Ostras (-204),<br />
Volta Redonda (-200) e<br />
Queimados (-180). Em 12<br />
meses, o acumulado no<br />
interior é de 15.215 novos<br />
postos de trabalho, contra<br />
apenas 4.318 registrados em<br />
março de 2008.<br />
Chuvas dão<br />
prejuízos em<br />
13 estados<br />
Os danos causados pelo<br />
excesso de chuva dos meses<br />
de abril e maio atingiram 408<br />
municípios localizados em 13<br />
Estados do país, de acordo<br />
com a Defesa Civil Nacional.<br />
No total, 254.361 pessoas estão<br />
desalojadas (hospedadas<br />
com amigos ou familiares) e<br />
122.611 desabrigadas (morando<br />
em abrigos públicos).<br />
Ao menos 45 pessoas morreram<br />
em razão das chuvas nos<br />
últimos dois meses. No Nordeste,<br />
o Maranhão é o Estado<br />
que tem o maior número<br />
de municípios atingidos (95),<br />
seguido pelo Ceará (81),<br />
Piauí (41), Rio Grande do<br />
Norte (30), Paraíba (29),<br />
Pernambuco (14), Bahia (11),
Maio / Junho 2009 7<br />
Começa a dragagem do Rio Una<br />
Após 30 anos sem passar por<br />
nenhum tipo de limpeza ou<br />
dragagem o Rio Una – que liga a<br />
zona rural de São Pedro da Aldeia<br />
passando pelo município de Cabo<br />
Frio até Casimiro de Abreu – e<br />
desemboca no Rio São João, enfim,<br />
poderá seguir seu curso natural.<br />
Máquinas, equipamentos e<br />
operários iniciaram o trabalho de<br />
desassoreamento pela margem<br />
direita do rio. O trabalho surge<br />
como uma esperança para<br />
moradores e pequenos produtores<br />
rurais da região. Em épocas de<br />
chuvas o rio enche e alaga<br />
plantações de arroz e a pastagem<br />
de gados leiteiros que chegam a<br />
produzir cinco mil litros de leite<br />
dia, ficam ameaçadas.<br />
-Com as últimas cheias 150<br />
cabeças de gados morreram –<br />
contou o subprefeito de Tamoyos,<br />
Beto Nogueira.<br />
Apesar de o rio Una ter 30<br />
quilômetros de extensão, apenas<br />
1800 metros passará pela<br />
dragagem. A entrega está prevista<br />
A nova calçada sugerida na montagem<br />
em quatro meses. Porém se o<br />
desassoreamento seguisse toda a<br />
extensão o projeto estaria<br />
concluído em dois anos.<br />
- Estamos aprofundando em<br />
cerca de dois metros e retificando<br />
a largura do rio de 6 a 20 metros.<br />
Com isso esperamos aliviar o<br />
assoreamento naquela área e<br />
acabar com as cheias – informou<br />
o subprefeito de Tamoyos.<br />
O Governo do Estado em<br />
parceria com a Prefeitura de Cabo<br />
Dalila Tardelli<br />
Frio está realizando o<br />
desassoreamento do Rio Una, no<br />
trecho da Fazenda Araça.O chefe<br />
de dragagem, Francisco Barros,<br />
com experiência de 30 anos de<br />
profissão, afirma que a equipe<br />
percorreu um trecho do rio e que<br />
a Fazenda Araça apresenta o ponto<br />
mais critico.<br />
-Com o desassoreamento deste<br />
trecho, o lençol d água se manterá<br />
estável por 15 anos. Com a queda<br />
d água desobstruída se evita que<br />
plantações sejam destruídas –<br />
afirmou seu Francisco. Máquinas e técnicos já começaram a trabalhar na margem direita do Rio Una em Tamoios<br />
Asaerla sugere mudança na calçada em frente ao Charitas<br />
O ex-presidente da Asaerla,<br />
engenheiro civil José Artur de<br />
Almeida Lima durante reunião<br />
quando estava à frente da entidade,<br />
expôs sua preocupação com a<br />
dificuldade que as pessoas têm em<br />
transitar pela calçada em frente ao<br />
prédio do Charitas, Casa de Cultura<br />
José de Dome, no Centro de Cabo<br />
Frio.<br />
-Os degraus da escada histórica<br />
ocupam boa parte da calçada<br />
obrigando os transeuntes a se<br />
espremerem entre os carros e o<br />
pequeno espaço restante. O grau<br />
de dificuldade é ainda maior para<br />
os portadores de necessidades especiais-,<br />
explicou José Artur.<br />
Em seguida, o ex-presidente<br />
apresentou a proposta de se alargar<br />
a calçada naquele trecho em<br />
direção à rua. José Artur afirmou<br />
ainda que não traria transtorno ao<br />
trânsito uma vez ser proibido estacionar<br />
veículos até uma determinada<br />
distância das esquinas. Presente<br />
na reunião, o arquiteto Eduardo<br />
Harguindeguy, que domina a<br />
técnica de criação de maquetes<br />
eletrônicas, se colocou a disposição<br />
para desenvolver o estudo<br />
através de softwares de<br />
manipulação de imagem e o resultado<br />
já pode ser visto na<br />
montagem da foto ao lado. A proposta<br />
foi aprovada pela maioria<br />
dos técnicos da Asaerla. A diretoria<br />
vai encaminhar este trabalho<br />
à prefeitura de Cabo Frio com<br />
uma pequena sugestão e<br />
contribuição da Asaerla ao município.
8<br />
Maio / Junho 2009<br />
Asaerla encaminha propostas para licenciamento de obras<br />
Atendendo a várias solicitações dos<br />
profissionais quanto ao esclarecimento<br />
de dúvidas no licenciamento de obras<br />
em Cabo Frio, a diretoria da ASAERLA<br />
se reuniu com a Secretária de<br />
Planejamento e Desenvolvimento<br />
Urbano, a Arquiteta Rosane Novo<br />
Vieira Vargas e com a Arquiteta Márcia<br />
Cabral para debaterem sobre a seguinte<br />
pauta: trâmite processual, taxa de<br />
licenciamento e licenciamento<br />
ambiental. A reunião foi realizada no<br />
dia 5 de maio de 2009 na sede da<br />
Prefeitura.<br />
Inicialmente as Arquitetas Rosane e<br />
Márcia expuseram o funcionamento da<br />
secretaria quanto a aprovação de<br />
projetos, relataram o sério problema<br />
causado pela mão de obra escassa na<br />
fiscalização bem como a falta de<br />
viaturas para que a reduzida equipe<br />
pudesse realizar visitas. Foi unânime a<br />
opinião de que é imprescindível a<br />
realização urgente de concurso público<br />
para o preenchimento das vagas para<br />
fiscais e que estes tivessem formação<br />
técnica.<br />
Cabo Frio, 10 de junho de 2009<br />
À<br />
PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO FRIO<br />
A/C Ilma. Sra. Arq. Rosane Novo Vieira Vargas<br />
M.D. Secretária Municipal de Planejamento<br />
e Desenvolvimento Urbano<br />
A ASAERLA, Associação dos Arquitetos e<br />
Engenheiros da Região dos Lagos, vem expor<br />
os fatos abaixo citados e retirados da<br />
conclusão de um trabalho realizado pela<br />
ANAMMA - Associação Nacional de<br />
Municípios e Meio Ambiente, para a seguir<br />
solicitar a Vossa Senhoria:<br />
DIREITO DE CONSTRUIR E<br />
LICENCIAMENTO AMBIENTAL<br />
1. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />
MUNICIPAIS<br />
1.1. – Consciência Ecológica e Ambiental<br />
. falta de reconhecimento da importância<br />
das políticas ambientais pela sociedade e pela<br />
administração pública<br />
1.2 – Estrutura Administrativa e Recursos<br />
Humanos<br />
necessidade de capacitação e treinamento<br />
dos dirigentes de meio ambiente;<br />
. estruturas operacionais aquém das<br />
necessidade da gestão ambiental;<br />
. falta de recursos humanos com<br />
capacitação técnica nos órgãos ambientais<br />
municipais<br />
. estruturas e servidores públicos sem<br />
coragem para assumir posições e decisões<br />
que contrariam interesses maiores;<br />
Outro problema relatado foi sobre<br />
a pequena equipe interna para análise<br />
dos projetos, problema este agravado<br />
com a transferência da Arquiteta<br />
Elizabeth Peralta para a Secretaria de<br />
Habitação, porém estavam aguardando<br />
a chegada da Arquiteta Dhanyelle<br />
Garcia que viria somar forças. Foi<br />
exposto pela Arquiteta Márcia Cabral<br />
que Cabo Frio era um dos poucos<br />
municípios que prestava atendimento<br />
diário ao público para tratar de<br />
assuntos de licenciamento e que devido<br />
as limitações já expostas pensavam em<br />
realizar atendimento apenas em alguns<br />
dias da semana, possibilitando assim<br />
maior agilidade, pois iria dispor de mais<br />
tempo para dedicação a análise dos<br />
projetos. A diretoria entendeu como<br />
válida esta mudança desde que o<br />
atendimento passasse a ser realizado<br />
exclusivamente a profissionais, visando<br />
assim a valorização da classe e uma<br />
agilidade processual.<br />
Seguindo ainda com os relatos sobre<br />
o trâmite processual, as Arquitetas<br />
Rosane Vargas e Márcia Cabral<br />
. recursos arrecadados não voltam para<br />
aplicações no meio ambiente;<br />
1.3 – Aspectos legais e Conflitos<br />
Institucionais<br />
. dificuldade na interpretação e na aplicação<br />
prática da Resolução CONAMA nº 237,<br />
especialmente na questão da definição dos<br />
limites da aplicação do licenciamento ambiental;<br />
. necessidade de articulação para a<br />
implantação do sistema de licenciamento no<br />
âmbito municipal, com a necessária<br />
conscientização de sua importância para o Poder<br />
Municipal e para os diversos setores da<br />
comunidade;<br />
. conflito e falta de cooperação com outras<br />
esferas de governo, estadual e federal;<br />
. necessidade de adequação da legislação<br />
municipal à Lei nº 9.605, quanto à questão das<br />
cobranças de multas e penalidades<br />
1.4 – Participação Comunitária<br />
. Falta de maior integração entre a<br />
comunidade e os Conselhos Municipais de Meio<br />
Ambiente;<br />
1.5 – Processo de Gestão<br />
. descontinuidade político-partidária<br />
estancando ou atrasando processos em<br />
andamento de implantação de estruturas e<br />
atividade de controle ambiental;<br />
. preocupação com a fuga de investimentos<br />
em municípios que possuem regulamento<br />
ambiental rigoroso;<br />
. pequena presença de incentivos fiscais para<br />
áreas de proteção ambiental nos municípios;<br />
1.6 – Entorno e Recursos Naturais<br />
informaram ser inúmeros os processos<br />
com falta de documentos e falhas em<br />
projeto, além de possíveis exercícios<br />
indevidos da profissão e da<br />
responsabilidade técnica. Este foi um<br />
ponto importantíssimo da reunião pois<br />
foi de encontro ao que a ASAERLA<br />
sempre lutou que é a Valorização<br />
Profissional. Em relação a falta de<br />
documentos o Engenheiro Civil Juarez<br />
Lopes sugeriu que fosse implantado um<br />
protocolo técnico que fizesse uma<br />
primeira avaliação antes de seguir<br />
adiante, a idéia foi bem aceita por todos<br />
os presentes. Quanto aos possíveis<br />
exercícios indevidos da profissão e da<br />
responsabilidade técnica o consenso foi<br />
o da assinatura do Visto Prévio entre a<br />
PMCF e o CREA-RJ, bem como se<br />
cumprir a lei. O atual Código de<br />
Obras, Lei 109/1979, em seu capítulo<br />
II é bem claro quanto aos<br />
procedimentos a serem adotados.<br />
Os demais itens da pauta, foram<br />
mais rápidos. Foi explicado que a taxa<br />
de licenciamento cabe ao Legislativo,<br />
porém a Secretária Rosane se<br />
. ocupação desordenada, com invasão de<br />
áreas verdes e de preservação permanente;<br />
. implantação de loteamentos irregulares em<br />
áreas de fragilidade ambiental;<br />
. falta de proteção aos mananciais de<br />
abastecimento;<br />
. Impactos de vizinhança de grandes<br />
empreendimentos;<br />
. carência de zoneamento ambiental urbano;<br />
2. CONCLUSÕES:<br />
1. Considerando que há uma flagrante<br />
inadequação das estruturas técnicas<br />
deliberativas e executivas no nível municipal;<br />
2. Considerando que os órgãos ambientais<br />
ainda não tem no Brasil, de maneira geral no nível<br />
municipal, o tamanho e a qualidade que seriam<br />
necessários para assumir seu importante papel;<br />
3. Considerando que os Conselhos<br />
Municipais de Meio Ambiente não funcionam<br />
como seria desejável;<br />
4. Considerando que falta complementação<br />
das estruturas legais;<br />
5. Considerando as necessidade urgente de<br />
criarmos uma nova relação entre os profissionais<br />
e atribuição municipal no que tange à cessão do<br />
direito de construir;<br />
6. Considerando que os profissionais do<br />
sistema CONFEA-CREA são os verdadeiros<br />
interessados na modernização dos<br />
procedimentos administrativos e no respeito a<br />
legislação edilícia;<br />
SOLICITAMOS,<br />
1. A suspensão do atual processo de<br />
Licenciamento Ambiental proposto pela<br />
prontificou em ajudar e se informar<br />
como a ASAERLA poderia<br />
reinvindicar para que a taxa passasse<br />
a ser exclusivamente em função do<br />
tamanho da obra e não mais em<br />
relação ao tempo de duração da<br />
mesma. Quanto ao licenciamento<br />
ambiental foi orientado que houvesse<br />
uma reunião com a Secretaria de Meio<br />
Ambiente.<br />
Cabe destacar o modo solícito que a<br />
Secretaria de Planejamento recebeu a<br />
Diretoria da ASAERLA e o empenho<br />
demonstrado em encontrar uma<br />
solução conjunta para um<br />
licenciamento ideal, empenho este que<br />
já resultou num documento enviado<br />
pelo Planejamento a Associação com<br />
as primeiras medidas adotadas. Diante<br />
aos problemas que foram apresentados<br />
os diretores puderam ver um pouco do<br />
difícil dia-a-dia desta Secretaria. Houve<br />
o compromisso da ASAERLA em<br />
preparar e encaminhar um documento<br />
a Prefeitura Municipal de Cabo Frio<br />
com as propostas para o licenciamento,<br />
cuja minuta segue abaixo:<br />
Secretaria de Meio Ambiente e Pesca até que<br />
seja elaborado o Sistema Municipal de Meio<br />
Ambiente;<br />
2. O estabelecimento de um prazo máximo<br />
de 72 ( setenta e duas ) horas, para a emissão<br />
de novas licenças referentes a pedidos de<br />
execução de projetos unifamiliares e<br />
multifamiliares;<br />
3. A renovação imediata, no balcão do<br />
protocolo, de pedidos de renovação de<br />
licenças de construção;<br />
4. O estabelecimento de prazo máximo de<br />
10 ( dez ) dias úteis para emissão de parecer<br />
de habite-se através da participação de uma<br />
comissão de profissionais da prefeitura;<br />
5. A criação de um GT formado por<br />
membros da ASAERLA, CREA e da Secretaria<br />
de Planejamento e Meio Ambiente para, num<br />
prazo de 30 ( trinta ) dias, estudar e apresentar<br />
uma minuta de um projeto de Lei, com o<br />
objetivo de propor a criação do Sistema<br />
Municipal de Meio Ambiente;<br />
6. A criação de um Protocolo Técnico<br />
composto por um profissional, Engenheiro ou<br />
Arquiteto, conhecedor da Lei de Uso do Solo<br />
municipal, um tecnólogo com formação em<br />
gestão ambiental e um advogado com<br />
conhecimento do Direito Ambiental;<br />
7. A assinatura do convênio para formalizar<br />
o Visto Prévio entre a Prefeitura de Cabo Frio<br />
e o CREA-RJ;<br />
8. Que o atendimento técnico pela<br />
Secretaria seja exclusivo aos profissionais do<br />
Sistema CONFEA/CREA.
Maio / Junho 2009 9<br />
Água e<br />
desenvolvimento<br />
Por Agostinho Guerreiro<br />
A cada ano torna-se<br />
mais premente a mudança<br />
de atitude dos humanos<br />
em relação a seus bens naturais,<br />
mas há ainda muito<br />
o que fazer. Falar em meio<br />
ambiente naturalmente nos<br />
remete ao verde das matas<br />
e, no caso especial do<br />
Brasil, à destruição da<br />
Mata Atlântica e de nossa<br />
floresta Amazônica, mas<br />
urge conscientizarmos<br />
toda a população sobre<br />
outra questão igualmente<br />
importante em nosso país:<br />
a preservação da água.<br />
O Brasil possui cerca de<br />
12% da água doce do<br />
mundo; um planeta onde<br />
45% da população não têm<br />
acesso aos serviços de<br />
água tratada e as projeções<br />
são de que em 2025<br />
mais de 2 bilhões de pessoas<br />
não tenham nenhum<br />
acesso ao recurso. Em<br />
nosso país, as perdas no<br />
transporte da água potável<br />
desde as Estações de<br />
Tratamento até os consumidores<br />
domésticos,<br />
comerciais ou industriais<br />
chegam a atingir 40%.<br />
Em 1992, o Brasil redirecionou<br />
o debate mundial<br />
sobre a preservação do<br />
meio ambiente ao adicionar<br />
a palavra desenvolvimento<br />
ao nome da conferência<br />
promovida no Rio de<br />
Janeiro sobre o assunto. O<br />
país deve, pois, continuar<br />
seu caminho próprio e não<br />
apenas manter os temas<br />
unidos, como utilizar o<br />
desenvolvimento<br />
tecnológico a favor da<br />
preservação de nossa<br />
água.<br />
É urgente, por exemplo,<br />
um grande plano nacional<br />
de incentivo à adoção de<br />
técnicas mais modernas<br />
para irrigação das lavouras<br />
- como o gotejamento -,<br />
pois atualmente a agricultura<br />
consome 70% do<br />
volume extraído do sistema<br />
global de rios, lagos e<br />
mananciais subterrâneos.<br />
Nas residências, é<br />
necessário o incentivo à<br />
adoção de projetos que<br />
contemplem, por exemplo,<br />
o reaproveitamento de<br />
água do chuveiro e pias e<br />
o uso da água da chuva<br />
dentro de um programa<br />
maior e permanente de<br />
incentivo à redução do<br />
consumo.<br />
É preciso, ainda, maior<br />
atenção ao tratamento dos<br />
efluentes domésticos e<br />
industriais, para evitar o<br />
agravamento da poluição<br />
em mananciais não doces,<br />
como nossas lagoas, lagunas<br />
e mares, vide o caso<br />
da Baía de Guanabara, no<br />
Rio de Janeiro.<br />
O tempo ensinou aos<br />
homens, algumas vezes de<br />
forma amarga, que não há<br />
desenvolvimento sem<br />
sustentabilidade. Entre os<br />
recursos naturais, a água<br />
tem papel primordial. E<br />
perder nossa vantagem<br />
original por possuir boas<br />
reservas do recurso pode<br />
nos conduzir a um futuro<br />
sombrio. É preciso começar<br />
agora a construir<br />
uma nova realidade.<br />
Agostinho Guerreio - Presidente do<br />
Conselho Regional de Engenharia e<br />
Arquitetura do Rio de Janeiro (CREA-RJ)<br />
Morar e Construir: sucesso em vendas na Feira Forte<br />
Dez milhões em negócios.<br />
Este foi o valor do sucesso que<br />
é a Morar e Construir conquistou<br />
naFeira Forte em Cabo<br />
Frio. Com 1500 metros de lona<br />
e 850 metros de montagem<br />
divididos em 65 estandes para<br />
38 empresários expor os<br />
produtos e um público de 77<br />
mil visitantes, a sexta edição da<br />
Feira Forte e a quinta da Morar<br />
e Construir deixou os organizadores<br />
pra lá de satisfeitos.<br />
- Mesmo sendo um ano de<br />
crise a feira foi imbatível e conseguimos<br />
firmar dez milhões<br />
em negócios. O que nos deixa<br />
bastante satisfeitos – afirmou<br />
Sergio Gomes, um dos responsáveis<br />
pela Morar e Construir.<br />
Presente na Feira Forte desde<br />
a segunda edição a Morar e<br />
Construir tem como proposta<br />
facilitar a vida de quem deseja<br />
decorar, construir ou até<br />
mesmo comprar apartamentos<br />
e casas.<br />
- A morar é uma feira que<br />
você visita conhece e faz<br />
negócios depois, não temos<br />
como objetivo a venda imediata,<br />
ao contrário da proposta<br />
na Feira Forte que está voltada<br />
à venda para o varejo. Nós<br />
temos procurado ao longo das<br />
edições do evento melhorar o<br />
Dalila Tardelli<br />
“mix” das empresas na feira<br />
procurando cada vez abranger<br />
setores que sejam complementares<br />
e que atendam os<br />
consumidores que venham nos<br />
visitar - disse Sérgio.<br />
Para o próximo ano quem<br />
visitar o evento contará com<br />
novidades. Os organizadores<br />
pretendem trazer outros<br />
segmentos que não estiveram<br />
nesta edição da feira como:<br />
vidraçaria, marmoraria e<br />
madereiras. Além da presença<br />
da Caixa Econômica Federal<br />
que estará com uma linha de<br />
crédito para financiar as<br />
compras dos interessados.<br />
Vem aí a nova MENTAMAC
10<br />
fotos: Marco Aurélio<br />
Prefeitura procura<br />
parceiros no setor<br />
privado<br />
A prefeitura de Cabo Frio busca parceiros na<br />
iniciativa privada para recuperar a Fazenda<br />
Campos Novos.<br />
Segundo o secretário de Agricultura e<br />
Abastecimento, Carlos Alberto de Carvalho, o<br />
prefeito Marquinho Mendes está aberto a<br />
conversar com empresas e investidores para, junto<br />
com a prefeitura, recuperar o patrimônio histórico.<br />
-Estamos buscando empresas e temos a certeza<br />
que esse projeto será vitorioso-, disse.<br />
Para o sub-prefeito da zona rural de Cabo Frio,<br />
Beto Nogueira, a administração da fazenda já<br />
enviou projetos à Fundação Roberto Marinho,<br />
Petrobrás e outras fundações. Nogueira acredita<br />
que o ideal para a Fazenda seja a administração<br />
através de uma fundação cultural em parceria com<br />
a prefeitura.<br />
-Esse prédio é um símbolo para o trabalhador<br />
rural fluminense. É o símbolo da luta, da resistência<br />
e da posse da terra, e o prefeito já entendeu dessa<br />
forma, por isso estamos redobrando esforços para<br />
recuperar a Fazenda-, disse Nogueira.<br />
Atualmente, os funcionários utilizam apenas<br />
algumas salas da fazenda, já que o segundo andar<br />
está interditado.<br />
-No momento todos os municípios estão<br />
passando por dificuldades financeiras por conta<br />
da queda dos royalties, por isso é importante a<br />
parceira com empresas-, disse o subprefeito.<br />
Para o engenheiro estruturista, Marco Aurélio<br />
Abreu, num primeiro momento o problema é a<br />
falta de manutenção mas é preciso um estudo<br />
mais detalhado para saber se a estrutura do prédio<br />
tem algum problema.<br />
-Temos o desgaste natural do tempo, mas não<br />
vejo sinal visual algum tipo de problema na<br />
estrutura, porém as peças de madeira que<br />
compõem o telhado e o assoalho do pavimento<br />
superior estão desgastadas e se não forem substituídas<br />
vão levar ao colapso essas partes-, disse.<br />
A Igreja também está interditada e o estado de<br />
conservação é péssimo.<br />
Patrimônio<br />
ameaçado<br />
Diretores da Asaerla<br />
visitaram a Fazenda<br />
Campos Novos<br />
acompanhados por<br />
técnicos do IPHAN<br />
e secretários da<br />
prefeitura de<br />
Cabo Frio<br />
A matéria sobre a Fazenda Campos Novos<br />
veiculada na edição de n 15 do Informe da<br />
ASAERLA que trazia declarações do secretário<br />
de Agricultura e Abastecimento de Cabo Frio,<br />
Carlos Alberto de Carvalho, anunciando um<br />
processo de tombamento pelo Instituto do<br />
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,<br />
IPHAN, fez com que o chefe do escritório técnico<br />
do órgão em Cabo Frio, Manoel Vieira, entrasse<br />
em contato com a diretoria da Asaerla para<br />
esclarecimentos de alguns pontos sobre o<br />
assunto. Os diretores entenderam, diante das<br />
questões apresentadas pelo Manoel,<br />
principalmente quanto ao estado da construção,<br />
e também devido a extrema importância da<br />
Fazenda para a história nacional, ser<br />
Maio / Junho 2009<br />
indispensável uma visita juntamente com o<br />
IPHAN e a prefeitura, na sede do segundo distrito,<br />
para esclarecimentos dos fatos. A visita<br />
aconteceu no final de maio e foi constatado o<br />
precário estado em que se encontra o prédio da<br />
Fazenda Campos Novos, tendo inclusive o seu<br />
segundo andar interditado.<br />
Segundo o presidente da entidade, engenheiro<br />
Humberto Quintanilha, o conjunto arquitetônico<br />
está comprometido. A começar pelo desgaste<br />
no madeiramento do telhado, do assoalho,<br />
portas e janelas. A varanda superior foi<br />
modificada e o concreto colocado em suposta<br />
reforma está comprometido.<br />
Na visita, diretores da Asaerla também<br />
constataram que as obras de reparos não obe-<br />
Leia na página 12 o artigo “O legado de Campos Novos: Os jesuítas em Cabo Frio” escri
Maio / Junho 2009 11<br />
deceram critérios de restauração e prejudicaram<br />
o modelo histórico da construção.<br />
-O ideal é que todo o prédio fosse interditado<br />
até que se tenha uma solução de reforma dentro<br />
dos padrões exigidos para restauração do local-<br />
, observou o engenheiro Luiz Sérgio. Os<br />
técnicos sugerem ainda que as visitas escolares<br />
devam ser interrompidas para não por em risco<br />
alunos e guias. Quanto ao tombamento existe<br />
apenas o registro no Inepac sob o número do<br />
Processo E-18/000.881/2003 encaminhado por<br />
uma Ong. No site consta também a descrição<br />
do patrimônio.<br />
Diante das explicações das autoridades e o<br />
comprometimento destes da busca de uma breve<br />
solução, inclusive já em andamento a busca de<br />
to pelo engenheiro e historiador Luiz Carlos Silveira<br />
Dalila Tardelli<br />
parcerias por parte da prefeitura, conforme<br />
comentou o sub-prefeito Beto Nogueira, os técnicos<br />
da Asaerla deixam a sede da fazenda<br />
impactados, porém esperançosos da<br />
recuperação e preservação deste patrimônio.<br />
Implantado numa pequena colina circundada<br />
por um amplo descampado, o sítio histórico é<br />
remanescente da antiga fazenda de propriedade<br />
da Companhia de Jesus. O conjunto<br />
arquitetônico do final do século XVII, composto<br />
por casa-grande, igreja de Santo Inácio e<br />
cemitério, forma uma quadra com claustro<br />
interno nos moldes da arquitetura jesuítica dos<br />
primeiros séculos da colonização. original<br />
jesuítica está preservada e pode ser claramente<br />
percebida, apesar dos acréscimos posteriores.<br />
fotos: Dalila Tardelli<br />
IPHAN quer<br />
colaborar<br />
na restauração<br />
O prédio da fazenda está caindo. O alerta foi<br />
feito há mais de um ano por técnicos do Iphan<br />
que constataram que o prédio apresenta diversos<br />
pontos de comprometimento estrutural no madeiramento<br />
do telhado, cobertura e na própria<br />
alvenaria do prédio.<br />
-Durante a comemoração da passagem de<br />
Charles Darwim pela fazenda, recomendamos<br />
a interdição da parte superior da Fazenda. O<br />
prédio precisa receber restauração adequada<br />
urgente-, disse o arquiteto Manoel Vieira, chefe<br />
do Escritório do Iphan em Cabo Frio.<br />
De acordo com Vieira, o Iphan não tem<br />
responsabilidade alguma pelo prédio. A única<br />
relação oficial fica por conta de um processo de<br />
tombamento iniciado em 2003, mas ainda sem<br />
definição.<br />
-Temos sim, a responsabilidade da sensibilidade<br />
que o Iphan tem pelo prédio na questão<br />
do patrimônio histórico-cultural-, disse Vieira<br />
informando que o órgão vem conversando com<br />
a prefeitura e o Inepac para tentar chegar a uma<br />
solução rápida e possível para recuperar o prédio.<br />
Quanto ao custo da obra Manoel Vieira diz<br />
que no momento sem um projeto definido é<br />
impossível prever qualquer custo mas adiantou<br />
que a obra deverá demorar no mínimo dois anos<br />
pra restaurar a fazenda seguindo padrões técnicos.<br />
O arquiteto lembrou ainda que além da obra<br />
estrutural o que mais demora são os detalhes de<br />
restauração da igreja, do altar e de imagens.<br />
-Conversei com nosso diretor no Rio,<br />
arquiteto Carlos Fernando de Andrade, e ele me<br />
disse que se tiver um projeto orçado ele poderá<br />
auxiliar na captação de recursos para contribuir<br />
na recuperação do prédio-, disse Vieira<br />
reforçando que o Iphan faz apenas um trabalho<br />
de apoio entre a prefeitura e o Inepac que já tem<br />
processo de andamento de tombamento.<br />
-A participação da Asaerla nesse processo é<br />
importante porque sabemos que a entidade é<br />
respeitada por ter a nata dos profissionais da<br />
construção civil-, disse Manuel Vieira.
12<br />
Maio / Junho 2009<br />
O legado de Campos Novos: Os jesuítas em Cabo Frio<br />
Luiz Carlos da Cunha Silveira*<br />
engenheiro, pesquisador e escritor e<br />
membro da diretoria da Asaerla<br />
Das inúmeras ordens religiosas européias<br />
à época dos descobrimentos, apenas quatro<br />
vieram estabelecer-se no Brasil colonial:<br />
Jesuítas, Beneditinos, Franciscanos e<br />
Carmelitas, das quais somente a última não<br />
foi implantada em Cabo Frio.<br />
Entre elas, diferenciavam-se os jesuítas<br />
por constituírem uma corporação mundial<br />
(precurssora, por suas características estruturais<br />
e operacionais das modernas empresas<br />
multinacionais), chegando até países como<br />
o Paraguai. Aliás, os jesuítas, a rigor, não<br />
eram uma ordem religiosa, mas sim uma<br />
sociedade civil, a Companhia de Jesus.<br />
No Brasil, tiveram atuação marcante<br />
desde o início da colonização, inclusive mantendo<br />
durante três séculos os únicos estabelecimentos<br />
escolares da colônia, atendendo<br />
a classe média, já que os filhos dos ricos iam<br />
estudar na Europa, enquanto os dos pobres<br />
ficavam mesmo analfabetos (um destes estabelecimentos<br />
que sobreviveu até hoje é o Colégio<br />
Santo Inácio, no Rio de Janeiro).<br />
Em particular, na capitania do Rio de<br />
Janeiro – dominada, ao longo da primeira metade<br />
do século 16, pelo condomínio francotupinambá,<br />
conhecido como Confederação<br />
dos Tamoios, em toda sua extensão, que ia de<br />
Ubatuba(SP) a Macaé (RJ) principalmente<br />
na Baía da Guanabara e no Cabo Frio –<br />
tiveram os jesuítas participação fundamental<br />
nas guerras e nas negociações e acordos (tão<br />
marcante quanto as dos franceses, portugueses<br />
e índios), destacando-se José de Anchieta e<br />
Manuel da Nóbrega, inclusive na fundação<br />
da cidade do Rio de Janeiro, em 1565, na qual,<br />
ao contrário do que em geral se supõe, atuaram<br />
muito mais do que no estabelecimento<br />
da vila de São Paulo.<br />
No tocante especificamente a Cabo Frio,<br />
sua atuação já se inicia com a participação<br />
dos padres jesuítas Baltasar Álvarez e Luiz<br />
Gonçalves na expedição de Antonio Salema<br />
ao cabo em 1577 e em seu testemunho do<br />
genocídio total dos Tupinambás locais, episódio<br />
dquela guerra citada.<br />
Participaram, em seguida, da expedição<br />
de 1615 que fundou a cidade de Cabo Frio,<br />
tendo Constantino Menelau, em homenagem<br />
ao empenho dos jesuítas na<br />
empreitada, rebatizado a chamada Casa de<br />
Pedra dos Franceses, situada no morro do<br />
Arpoador, como Forte de Santo Inácio (de<br />
Loyola, o fundador da instituição jesuítica)<br />
substituído a seguir pelo Forte de São<br />
Mateus, na barra do canal.<br />
Imediatamente após a fundação da<br />
cidade e capitania de Cabo Frio, o<br />
governador geral do Rio de Janeiro e segundo<br />
capitão-mor de<br />
Cabo Frio, Martim<br />
Correia de Sá, encarregou<br />
o jesuíta<br />
João Lobato de<br />
estabelecer uma redução<br />
indígena no<br />
novo território, em<br />
sesmaria doada aos<br />
jesuítas para repor<br />
os braços necessários<br />
à lavoura e outros<br />
serviços, já que<br />
Salema convertera<br />
Cabo Frio num<br />
“deserto de gente”,<br />
segundo aqueles<br />
dois jesuítas que o<br />
testemunharam ( a<br />
escravidão negra no<br />
Brasil era ainda<br />
incipiente à época,<br />
sendo provida pelos<br />
índios). Lobato,<br />
então, “importou”<br />
quinhentos<br />
tupiniquins<br />
“mansos” da fazenda<br />
de Santa Cruz, no Rio, fundando em 16<br />
de março de 1617 a Aldeia de São Pedro<br />
dos Índios (atual cidade de São Pedro da<br />
Aldeia), à qual seria agregado, em 1723, um<br />
daqueles colégios jesuíticos, cujo prédio encontra-se<br />
preservado até hoje.<br />
Logo em seguida, assumiram os jesuítas<br />
a imensa e dura tarefa de desbravar, visando<br />
o estabelecimento posterior de colonos,<br />
o sertão da recém-criada capitania de Cabo<br />
Frio (que se estendia, desde 1619, da Ponta<br />
Negra ao Rio Itabapoana, após a anexação<br />
da extinta capitania de São Tomé, correspondendo<br />
hoje a todo o norte fluminenese<br />
com 45 municípios), dominado pelos ferozes<br />
índios Goitacazes, numa longa e complexa<br />
história que não cabe ser detalhada no<br />
âmbito limitado deste texto. Para tanto, estabeleceram,<br />
em suas amplas sesmarias, três<br />
novas bases de apoio, interligadas pelo<br />
chamado “Caminho dos Jesuítas” e regularmente<br />
espaçadas, a partir da Aldeia de<br />
São Pedro, sob a forma de grandes fazendas:<br />
Campos Novos,.<br />
Santana e a do<br />
Colégio, das duas<br />
últimas derivando<br />
as cidades, respectivamente,<br />
de Macaé<br />
e Campos.<br />
O modelo destas<br />
fazendas era a<br />
fazenda de Santa<br />
Cruz (da qual<br />
constituíam<br />
réplicas em menor<br />
escala), a qual incluía<br />
toda a área da<br />
atual região administrativa<br />
carioca de<br />
mesmo nome mais<br />
os hoje municípios<br />
de Itaguaí e Seropédica<br />
– de longe o<br />
maior e mais diversificadoempreendimentoagropecuário<br />
de todo o<br />
Brasil Colonial –<br />
tendo sido ali<br />
executados notáveis<br />
obras de engenharia para a época tal como<br />
a retificação do Rio Guandú em canais de<br />
irrigação, além da drenagem dos imensos<br />
pântanos da região (atual Escola de Agronomia<br />
do Km47 da Rio-Santos constitui o<br />
remanescente moderno desse mega-empreendimento).<br />
Quanto a Campos Novos, abrangia<br />
originalmente uma área superior a 2.000<br />
alqueires, atualmente desmembrados em<br />
várias fazendas, além de seu próprio ter-<br />
ritório remanescente: Boca da Vala,<br />
Piraúna, Itaoá, Rasa, Ossos, Fazendinha,<br />
Botafogo, Retiro e São Jacinto. Sua sede,<br />
hoje localizada no Km 124 da RJ-124<br />
(Rodovia Amaral Peixoto), incluía a Casa<br />
Grande, o Cemitério e a Igreja de Santo<br />
Inácio. Além de tudo, dragaram toda a<br />
extensão do Rio Uma, para fins de<br />
navegação e irrigação.<br />
Tendo em vista sua posição de base<br />
avançada no início do sertão dos<br />
Goitacazes, dali partiu, em 24 de<br />
outubro de 1619, a expedição visando a<br />
pacificação desta tribo, encabeçada pelos<br />
jesuítas João de Almeida e àquele João<br />
Lobato já citado, abrindo caminho para<br />
outra expedição, também partindo de<br />
Campos Novos, embora organizada em<br />
Cabo Frio, em 02 de dezembro de 1632,<br />
dos chamados Sete Capitães, que implantaram<br />
as primeiras sesmarias no<br />
atual norte fluminense.<br />
Contudo, em 1759, tudo isso veio<br />
subitamente abaixo, quando o Rei de<br />
Portugal, Dom José I, instigado pelo<br />
Marquês de Pombal, eminência parda que<br />
vinha a ser o soberano de fato e inimigo<br />
irreconciliável dos jesuítas e de seu<br />
crescente poder político e econômico, extinguiu<br />
a sociedade de Jesus em Portugal e<br />
colônias, expulsando os padres para o exílio<br />
e arrestando todo seu patrimônio, em particular<br />
seus bens imóveis, para a Real Fazenda<br />
da Côroa, inclusive àquela então<br />
extensa e produtiva fazenda de Campos<br />
Novos, fundada em 1690 tendo por orago<br />
(padroeiro) o próprio Santo Inácio.<br />
Vendida e revendida, de mão em mão<br />
durante os dois séculos e meio seguintes<br />
(completados agora em 2009), Campos<br />
Novos mergulhou no abandona e na decadência,<br />
sendo quase milagrosa sua<br />
sobrevivência até hoje. Conheceu ainda,<br />
contudo, ao longo deste período,algumas<br />
glórias fugazes, como as ilustres visitas de<br />
Auguste de Saint-Hilaire em 1818 e de<br />
Charles Darwin, de 08 a 23 de abril de<br />
1832, durante sua viagem náutica ao redor<br />
do mundo, o qual aproveitou esta quinzena<br />
para iniciar o rascunho de seu livro seminal<br />
sobre a origem das espécies vivas.
Maio / Junho 2009 13
14<br />
Asaerla participa do Consepla<br />
Entidade sugere reavaliação no numero de bairros<br />
e distritos de Cabo Frio<br />
A Asaerla vem participando<br />
juntamente com outras entidades<br />
civis como a OAB, Acia, Ferlagos, etc,<br />
do Conselho Municipal do Plano<br />
Diretor de Cabo Frio, CONSEPLA,<br />
desde o início de suas atividades em<br />
2008.<br />
Ao longo do presente ano, vemse<br />
dedicando o Consepla às análises e<br />
recomendações quanto aos textos<br />
propostos pela Fundação Getúlio<br />
Vargas para as quatro Leis<br />
Complementares do Plano: 1)<br />
Perímetro urbano, já processada; 2)<br />
zoneamento do uso e ocupação do<br />
solo em andamento; 3) Parcelamento<br />
do solo; 4) Código de Obras.<br />
Quanto a lei de perímetro urbano,<br />
apresenta caráter estritamente<br />
político-administrativo,<br />
concentrando-se no abairramento e<br />
na divisão distrital do município. No<br />
primeiro caso, a Asaerla recomendou<br />
um reestudo da quantidade de<br />
bairros, levando-se em conta que o<br />
número proposto (59) parece<br />
excessivo, implicando na<br />
fragmentação excessiva do município<br />
(o qual abrange atualmente por volta<br />
de 166 mil habitantes), tomando-se<br />
em comparação pro exemplo, que o<br />
município do Rio de Janeiro, cuja<br />
população é 37 vezes maior (cerca de<br />
6.200.000) está subdividido, através<br />
do decreto numero 3158 de 23 de<br />
junho de 1982, em apenas 184<br />
bairros (o triplo).<br />
Já quanto a divisão distrital, o<br />
relatório da Asaerla, inversamente,<br />
propõe o reestudo da viabilidade e<br />
conveniência da eventual redivisão do<br />
município em um maior número de<br />
distritos, tendo em conta a evolução<br />
urbana e populacional de Cabo Frio,<br />
que inclui presentemente quatro<br />
pólos distintos de referência, os dois<br />
primeiros no primeiro distrito, os dois<br />
últimos no segundo: 1) O Centro,<br />
isto é, a cidade propriamente dita; 2)<br />
o chamado “Grande Jardim<br />
Esperança; 3) A Orla Litorânea de<br />
Tamoios, urbana com vocação<br />
turística-balneária; 4) A zona rural em<br />
fase de acelerado desenvolvimento<br />
agro-pecuário.<br />
Uma possível ampliação do<br />
número de distritos possibilitaria por<br />
parte do poder público, o reforço e a<br />
diversificação do atendimento aos<br />
habitantes, em função da ampliação<br />
dos equipamentos municipais (postos<br />
de saúde, escolas, parques, etc.) dentro<br />
das características específicas de cada<br />
distinta área do município. O<br />
relatório da Asaerla, apresentado em<br />
reunião plenária ordinária do<br />
Conselho, foi aprovado sem restrições<br />
e formalmente subscrito pelos demais<br />
participantes do Consepla.<br />
Observatório vai vigiar contas públicas<br />
Criado há dois anos o Observatório<br />
Social de Cabo Frio tem como principal<br />
objetivo fiscalizar e levar transparência<br />
às contas públicas. O órgão que é<br />
formado por 15 entidades atuantes em<br />
diversas áreas da cidade de Cabo Frio<br />
com o movimento pela cidadania fiscal,<br />
visa esclarecer a população sobre a<br />
importância dos tributos e evitar fraudes<br />
no processo licitatório.<br />
O cidadão cabofriense, Carlos<br />
Santiago, diz que o objetivo do<br />
Observatório Social é orientar a<br />
sociedade viabilizando a correta<br />
aplicação dos recursos públicos.<br />
- A idéia é que ocorram resultados<br />
positivos na política pública para que<br />
possa propiciar melhores condições de<br />
vida para o município de Cabo Frio,<br />
originários dos tributos, e a correta<br />
aplicação desses recursos - afirmou<br />
Santiago.<br />
O projeto Observatório Social está<br />
presente em nove estados distribuídos<br />
em dezenas e municípios. Em Cabo<br />
Frio, o projeto é o primeiro no estado<br />
do Rio de Janeiro e outras unidades<br />
estão iniciando suas atividades: Niterói,<br />
Nova Friburgo, Campos dos<br />
Goytacazes e Macaé.<br />
- Fizemos o primeiro contato para<br />
uma audiência com o prefeito Marco<br />
Mendes, chefe do executivo, para<br />
informá-lo dos objetivos do<br />
observatório. A reunião não aconteceu,<br />
então enviamos um oficio do qual<br />
fomos informados que nos últimos<br />
meses a prefeitura não tem feito<br />
nenhum processo licitatório.<br />
Pretendemos iniciar as atividades no<br />
próximo mês - disse Carlos Santiago.<br />
Segundo Carlos, o Observatório é<br />
representado por integrantes da<br />
sociedade civil organizada, executivos<br />
e profissionais liberais de todas as<br />
categorias sem vínculo político.<br />
- O objetivo é acompanhar as<br />
licitações públicas que acontecem em<br />
âmbito municipal: prefeitura, câmara<br />
dos vereadores, Ibascaf e Secaf.<br />
Estaremos presente às reuniões para<br />
fiscalizar e evitar fraudes nas licitações<br />
públicas. Caso seja detectado levaremos<br />
ao prefeito para serem tomadas as<br />
providencias, não havendo solução, será<br />
encaminhada a denúncia ao Ministério<br />
Público-,disse.<br />
PROFISSIONAL – ASAERLA<br />
Anísio Machado - engenheiro civil<br />
O engenheiro civil Anísio Machado<br />
de Resende, 49 anos, está sempre<br />
agitado correndo de uma obra para<br />
outra mas encontra tempo para<br />
sugerir, colaborar e ajudar a Asaerla<br />
onde foi diretor social por seis anos.<br />
-Sempre que posso ajudo, agora<br />
estou com muito trabalho e por isso,<br />
não tenho participado das reuniões-,<br />
diz enquanto atende um telefonema e<br />
separa papéis e orçamentos de obras<br />
em seu pequeno escritório.<br />
-Mas no happy-hour eu vou<br />
sempre-, diz (risos).<br />
Anísio alerta que falta maior<br />
entrosamento entre os profissionais<br />
e que, neste momento, cada um<br />
pensa mais no individual do que no<br />
coletivo mas é preciso trabalhar muito<br />
para reverter essa situação.<br />
-Falta um pouco de amizade.<br />
Agora é cada um por si e isso dificulta<br />
muito. Muitos querem criticar mas não<br />
querem ajudar -, reclama.<br />
Anísio também lembra que as<br />
cidades da Região dos Lagos estão<br />
perdendo a característica por não<br />
cumprirem o Código de Obras.<br />
-Cabo Frio, por exemplo, deveria<br />
seguir o Código de Obras que pode<br />
ser antigo, mas tudo que existe no<br />
Código devia ser cumprido-. Quanto<br />
ao Plano Diretor que ainda não teve<br />
todas as leis complementares<br />
aprovadas, Anísio diz que prefere não<br />
Maio / Junho 2009<br />
se meter porque entende<br />
ser uma decisão política.-<br />
Formado pela<br />
Universidade Veiga de<br />
Almeida, 1982, na Tijuca,<br />
no Rio e com Pós<br />
graduação em engenharia<br />
econômica, Anísio, além<br />
de tocar obras tem um<br />
gosto especial pelo<br />
jornalismo. A influência<br />
vem do pai, José Vieira de<br />
Resende, que era jornalista e fundou<br />
o jornal Gazeta da Baixada em 1959<br />
em Cabo Frio. Anísio tem o irmão<br />
Márcio engenheiro elétrico e a irmã,<br />
Márcia, assistente social.<br />
Quanto ao crescimento das<br />
cidades, o engenheiro lembra que<br />
Cabo Frio está perdendo a identidade<br />
devido ao crescimento desordenado<br />
com construções totalmente<br />
inadequadas e o próprio crescimento<br />
da população.<br />
-Não se tem mais lugar para<br />
estacionar e nem projetos a curto<br />
prazo. Talvez ainda dê tempo para<br />
consertar. Se deixar, não terá mais<br />
como consertar-, alerta. Anísio<br />
recomenda que essa discussão além<br />
dos profissionais da construção civil<br />
deva passar pela sociedade e aí cobrar<br />
do poder público.<br />
O engenheiro sugere que a Asaerla<br />
possa iniciar a discussão através de<br />
um Fórum inclusive para mudar<br />
gabaritos em outras áreas afastadas<br />
do centro.<br />
-Tem que ter expandir a cidade.<br />
Não tem outro jeito. Em todo lugar é<br />
assim.Mas é preciso planejamento<br />
para isso-, diz.<br />
Anísio mantém sempre o bom<br />
humor,mesmo quando fala dá má fase<br />
do Flamengo.<br />
-Isso é passageiro. Vai melhorar<br />
muito-, anima-se.
Maio / Junho 2009 15<br />
PAC aquece a construção civil no interior<br />
Engenheiro de Cabo Frio estudou as regra do projeto e já constrói 1.250 caas em todo o estado e indica o caminho a outros profissionais<br />
O programa do governo federal<br />
que vai injetar R$ 34 bilhões para<br />
que milhões de brasileiros tenham<br />
acesso à casa própria está<br />
impulsionado o setor da construção<br />
civil inclusive no interior. Em Cabo<br />
Frio, o engenheiro Antonio Melgaço<br />
estudou a fundo as regras do novo<br />
programa com suporte técnico da<br />
Caixa Econômica Federal e já está<br />
construindo e trabalhando como<br />
consultor para empresas e profissionais<br />
da construção civil.<br />
Segundo Melgaço, o PAC vem<br />
acelerando o setor da construção<br />
civil em todo o país e o projeto Mina<br />
Casa, Minha Vida vem alavanco<br />
negócios.<br />
-É preciso identificar os locais<br />
com potencial de construção, elaborar<br />
um projeto dentro das normas<br />
do programa e dar andamento na<br />
documentação na Caixa-, ensina o<br />
engenheiro que já alavancou<br />
empreendimentos que somam<br />
1.250 casas em todo o estado.<br />
Melgaço disse ainda que qualquer<br />
cidadão ou profissional que<br />
deseja construir pode procurar<br />
orientação na Pórtico Engenharia,<br />
em Cabo Frio.<br />
-Hoje damos consultoria principalmente<br />
para construções no<br />
interior, mas o projeto vale para todo<br />
o país- lembra.<br />
O começo é identificar um terreno<br />
que pode servir para construções<br />
de prédios tipo unidades<br />
familiares e terrenos com<br />
características para construir casas<br />
O programa Minha Casa, Minha<br />
Vida promete viabilizar a construção<br />
de 1 milhão de moradias para<br />
famílias com renda de até 10 salários<br />
mínimos, em parceria com estados,<br />
municípios e iniciativa privada e<br />
pretende impulsionar a economia,<br />
gerar empregos e trazer reflexos positivos<br />
para toda a sociedade.<br />
Cabo Frio vai construir 400 casas com verba do PAC<br />
Casas serão erguidas na estrada velha de Búzios, estrada de<br />
Campos Novos e no distrito de Tamoios<br />
A Prefeitura Municipal de Cabo Frio,<br />
que já aderiu ao programa Minha Casa<br />
Minha Vida, tem uma estimativa de<br />
construir aproximadamente 400 casas<br />
para famílias com renda de até três<br />
salários mínimos, ou seja,<br />
R$1.395,00. Segundo a coordenadora<br />
do PLHIS, Elizabeth Peralta, as<br />
casas serão erguidas na estrada velha<br />
de Búzios, estrada de Campos Novos<br />
e no distrito de Tamoios.<br />
De acordo com a secretaria de<br />
promoção social de Cabo Frio, mais<br />
de mil famílias já se inscreveram para<br />
participar deste projeto. O objetivo da<br />
Prefeitura de Cabo Frio é aumentar o<br />
acesso a casa própria, reduzindo o<br />
déficit habitacional do município, além<br />
de servir à população melhorando a<br />
qualidade de vida.<br />
As famílias beneficiadas com a<br />
construção das casas terão prestação<br />
mensal de 10% da renda familiar. O<br />
valor mínimo da prestação é de R$50<br />
e o prazo para o pagamento são de<br />
dez anos. As prestações só começam<br />
a ser pagas após a entrada do imóvel.<br />
A prefeitura está realizando duas<br />
ações diferentes em relação à<br />
habitação popular. Uma é o “Minha<br />
Casa, Minha Vida”, parte do plano nacional<br />
de habitação, uma parceria com<br />
W2 Imagens<br />
a Caixa Econômica Federal,<br />
construtoras e poder público, com<br />
objetivo de construir um milhão de<br />
casa com recursos federais.<br />
– A Prefeitura está trabalhando com<br />
as famílias com renda familiar de até<br />
três salários mínimos. Lotes do município,<br />
com situação cartorial toda<br />
resolvida, RG do imóvel, estão sendo<br />
liberados e, através de projetos da<br />
construtora, vamos fazer uma seleção<br />
de beneficiários. Ainda não sabemos<br />
quantas casas serão construídas, tudo<br />
vai depender do número de lotes que<br />
a Prefeitura disponibilizará – disse o<br />
secretário de Governo, Alfredo Barreto.<br />
Contribuintes podem<br />
parcelar dívidas<br />
com prefeitura<br />
Os contribuintes podem aproveitar<br />
o momento para quitar as<br />
dívidas com a prefeitura de Cabo<br />
Frio. Já está valendo a lei de<br />
número 2.193/09, que garante a<br />
anistia de juros e multas das dívidas<br />
tributárias, que são provenientes<br />
de impostos, taxas, contribuição<br />
de melhoria e multas de<br />
qualquer natureza, consolidadas<br />
no município de Cabo Frio, até o<br />
ano de 2008.<br />
A nova lei garante ao contribuinte,<br />
que regularize o pagamento<br />
das dívidas atrasadas como<br />
Imposto Predial e Territorial<br />
Urbano - IPTU; o Imposto Sobre<br />
Serviços de Qualquer Natureza -<br />
ISS e o Alvará, com a absolvição<br />
de juros e multa, pagando apenas<br />
o valor original e a correção<br />
monetária.<br />
A lei garante, ainda, o<br />
parcelamento da dívida em sete<br />
prestações, podendo o indivíduo<br />
optar pelo pagamento a vista.<br />
Segundo o superintendente da<br />
Secretaria de Fazenda, Tiago<br />
Fernandes, o objetivo desta lei é<br />
diminuir a inadimplência dos contribuintes<br />
facilitando a forma de<br />
pagamento das mesmas.<br />
Para regularizar a situação, o<br />
contribuinte ou mandatário legalmente<br />
autorizado deve ir a Secretaria<br />
de Fazenda, localizada à Rua Major<br />
Belegard, nº 395, no centro de Cabo<br />
Frio, e solicitar o requerimento para<br />
regularização da dívida, até o dia 30<br />
de agosto deste ano, data que encerra<br />
a vigência desta lei, munido dos<br />
documentos pessoais e de propriedade<br />
do imóvel.
16<br />
Maio / Junho 2009
Maio / Junho 2009 17<br />
Calendário de<br />
eventos<br />
Asaerla<br />
MAIO / 2009<br />
20- Reunião aberta<br />
27- Happy Hour<br />
JUNHO / 2009<br />
17- Reunião aberta<br />
24- Happy Hour<br />
JULHO / 2009<br />
15- Reunião aberta<br />
18- Aniversário da<br />
ASAERLA - 32 anos<br />
AGOSTO / 2009<br />
19- Reunião aberta<br />
26- Happy Hour<br />
SETEMBRO / 2009<br />
16- Reunião aberta<br />
30- Happy Hour<br />
OUTUBRO / 2009<br />
21- Reunião aberta<br />
28- Happy Hour<br />
Confraternização, lazer e muita descontração<br />
no encontros mensais promovidos pela Asaerla
18<br />
As quatro fundações de Cabo Frio<br />
Por Luiz Carlos da Cunha<br />
A primeira fundação da cidade de<br />
Santa Helena do Cabo Frio, pelo<br />
governador da capitania do Rio de<br />
Janeiro, Constantino Menelau, ocorreu<br />
no atual bairro da Passagem, em 13 de<br />
novembro de 1615, ficando fisicamente<br />
instalada em 15 de agosto de 1616e<br />
empossando-se o primeiro dos doze<br />
capitães-mores da nova capitania- a qual permaneceria até 31 de<br />
outubro de 1749 , dia de Holloween – Estevão Gomes, em 07 de<br />
novembro de 1616. Meio século depois foi a cidade trasladada, isto<br />
é, transferida, fato comum a muitas localidades coloniais brasileiras,<br />
assim como em outras épocas e países. A vila de Santo André da<br />
Borda de Campo, por exemplo, fundada em 08 de abril de 1553, foi<br />
trasladada para o planalto de Piratininga e trocou também de padroeiro,<br />
jamais sendo sido fundada uma vila de São Paulo em 25 de janeiro<br />
de 1554. O novo local para Cabo Frio, em frente à lagoa e entre a<br />
Matriz e o Convento, foi considerado mais adequado por cinco motivos<br />
principais:<br />
1) A nova área ficava mais distante da boca da lagoa para o mar,<br />
portanto mais abrigada contra os ataques piratas comuns à época;<br />
2) Possuía solo mais firme que o da Passagem, que era pantanoso<br />
e sujeito a inundações de maré alta (sizígia), conforme sucede<br />
até hoje na cidade colonial de Paraty;<br />
3) Apresentava mananciais de água boa e farta na base do Morro<br />
da Guia (como a fonte do Itajurú), ao contrário da Passagem;<br />
4) Ficava em frente ao melhor ponto de travessia do canal, estreito<br />
e com correnteza firme e sem surpresas, a Boca ou Garganta de<br />
Pedra (em Tupi, “Ita-iurú”);<br />
5) Apresentava o melhor ponto para um atracadouro de<br />
embarcações,em frente à Rua da Praia, utilizado até meados do século<br />
20;<br />
Por sua vez, o primitivo núcleo urbano da Passagem não entregou<br />
os pontos e sobreviveu,em estado de permanente rivalidade com a<br />
segunda cidade até recentemente, inclusive inaugurando em 1761,em<br />
oposição à nova Matriz, seu próprio templo (a igreja de São Benedito)<br />
no local da primeira Matriz extinta. Seus habitantes preferenciais<br />
foram os pescadores, muitos até hoje, tendo em vista o acesso fácil<br />
ao mar a partir da Passagem. Essa rivalidade, já em pleno século 20,<br />
expressar-se-ia através das associações político-musicais dos Liras,<br />
mais ligados à Passagem, e dos Jagunços, mas associados ao lado<br />
do Itajurú.<br />
Aliás, Cabo Frio foi, a rigor fundada não só duas, mas quatro vezes,<br />
se considerarmos a feitoria de Américo Vespúcio em, 1503 e a da<br />
Casa de Pedra dos Franceses em 1555, (talvez o moderno “boom”<br />
turístico/imobiliário seja ainda uma quinta fundação. No novo assentamento,<br />
surgiram a curto prazo; o convento franciscano de Santa Maria<br />
dos Anjos, construído entre 1686 (pedra fundamental) e 1696 (inauguração<br />
oficial); o prédio próprio da Câmara Municipal, em 1661, hoje<br />
desaparecido (não existia Prefeitura, só instalada em 1922); e a Igreja<br />
Matriz em 1666, sendo padroeira, já agora, Nossa Senhora da Assunção<br />
e não mais Santa Helena. Mas isto já é outra história.<br />
*Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e<br />
escritor. É membro da diretoria da Asaerla<br />
Maio / Junho 2009<br />
A casa e as fotos: patrimônios cabofrienses<br />
A discussão que se arrasta há<br />
anos em torno da casa e do<br />
acervo do fotógrafo cabofriense<br />
Wolney Teixera está longe do<br />
fim. Manifestações de apoio a<br />
recuperação do prédio onde o<br />
fotógrafo morava no centro de<br />
Cabo Frio que está caindo tem<br />
promovido generosos espaços<br />
na imprensa regional.<br />
Entretanto, a discussão passa<br />
longe da recuperação do acervo<br />
fotográfico que registra toda a<br />
história do crescimento da<br />
cidade.<br />
Nem sempre fica claro,<br />
porém, que a polêmica e a<br />
mobilização que atualmente<br />
cercam a casa do Wolney se<br />
referem, na realidade, a dois<br />
patrimônios totalmente<br />
independentes entre si, porém<br />
igualmente importantes, que<br />
vieram a se interligar de modo<br />
quase acidental: por um lado,<br />
o acervo fotográfico de Wolney,<br />
qualquer que tenha sido o<br />
domicílio ou o estúdio dessa<br />
dinastia de fotógrafos; por<br />
outro, a preservação do último<br />
e único exemplar arquitetônico<br />
residencial sobrevivente da<br />
cidade do século XVIII. Ver a<br />
“A Casa das Fotos” à página da<br />
edição de numero 13, de<br />
agosto/setembro de 2008.<br />
-No caso do acervo de<br />
equipamentos e “chapas”<br />
fotográficas (emulsão de sais de<br />
prata sobre lâminas de vidro),<br />
cabe serem preservados em<br />
ambiente tecnologicamente<br />
Casa de Wolney virou ponto de camelôs no centro de Cabo Frio<br />
adequado (com controle de<br />
temperatura, umidade, poeira,<br />
etc.), o qual não poderá vir a<br />
ser instalado na pequena casa<br />
sob pena de disvirtuar<br />
totalmente sua arquitetura<br />
original, devendo por isso sê-lo<br />
em outro local. Já no caso do<br />
imóvel, cumpre recuperá-lo, o<br />
que evidentemente é possível,<br />
apesar do avançado de<br />
degradação atual do mesmo,<br />
sendo então aproveitável como<br />
mais uma referência históricocultural<br />
da cidade-, lembra o<br />
engenheiro e escritor Luiz<br />
Carlos Silveira.<br />
O engenheiro civil Marco<br />
Aurélio, apaixonado por<br />
fotografias, defende a preservação<br />
imediata do acervo.<br />
-Não podemos esperar a<br />
finalização de toda esta<br />
discussão, precisamos unir<br />
forças e providenciar imediatamente<br />
a digitalização de<br />
todo esse riquíssimo acervo<br />
fotográfico antes que percamos<br />
mais este importante patrimônio,<br />
porém não podemos<br />
esquecer, em momento algum,<br />
a construção e seu significado<br />
para nossa história-, diz o<br />
engenheiro.<br />
Para o engenheiro Juarez<br />
Marques Lopes é preciso<br />
transformar a casa de Wolney<br />
em Museu da Imagem. -<br />
Lamentamos que os cantos<br />
históricos de nossa cidade sejam<br />
jogados para o escanteio-, diz<br />
Lopes. A fachada da casa na rua<br />
Érico Coelho virou ponto de<br />
camelôs. Com a porta<br />
arrombada, mendigos usam o<br />
espaço para dormir. A<br />
prefeitura de Cabo Frio<br />
informa que o acervo está sendo<br />
negociado com a família de<br />
Wolney mas não diz nada sobre<br />
valores nem prazo para<br />
recuperar o acervo-, alerta.
Maio / Junho 2009 19<br />
Márcio de Oliveira Beranger - Engenheiro sanitarista<br />
“Precisamos preservar nossas belezas naturais para termos um bom produto turístico”<br />
Asaerla - O sr. foi nomeado quando para<br />
assumir a APA?<br />
Marcio - Sou concursado do Estado e foi<br />
indicado logo após concluir o mestrado em<br />
engenharia ambiental, pelo atual presidente<br />
do INEA, Luiz Firmino. Assumi em março<br />
e comecei a trabalhar imediatamente.<br />
Por que os Conselhos ficaram tanto<br />
tempo sem se reunir?<br />
Tivemos uma reunião no final do ano<br />
passado, mas depois da fusão dos órgãos Serla,<br />
IEF e Feema que deram origem ao INEA<br />
tivemos uma lacuna sem reunião do<br />
Conselho.<br />
E qual o primeiro passo?<br />
Precisamos reestruturar o Conselho<br />
porque o próprio decreto que o criou dá dois<br />
anos para reestruturá-lo.<br />
E as câmaras técnicas?<br />
Pois é, precisamos também resgatar o total<br />
funcionamento das câmara técnicas e paralelo<br />
a isso, precisamos ainda reestabelecer a<br />
formação legal dos conselhos.<br />
Não estavam legalizados?<br />
Precisamos cumprir o que determina o<br />
edital e aí teremos os conselhos legalizados<br />
com todos os membros nomeados e suas<br />
funções.<br />
Como a comunidade pode participar?<br />
A participação da comunidade é<br />
fundamental neste processo.E com a<br />
estrutura que temos hoje, mesmo que<br />
tivéssemos uma maior, a demanda de<br />
problemas de campo é muito grande. Por<br />
isso, a participação da comunidade é<br />
importante<br />
Como fiscalizador?<br />
Extamente . A comunidade precisa ser<br />
fiscalizadora mas também precisa saber o que<br />
fazer, o que pode e o que não pode.Senão,<br />
teremos uma demanda muito grande que não<br />
temos como atender com eficiência.<br />
E que fazer então?<br />
Precisamos passar instruções para a<br />
população. Tornar mais conhecidas as<br />
legalidades do assunto, por exemplo o que é<br />
uma APA. Muita gente instruída não sabe<br />
do que se trata. Com a orientação correta,<br />
vão diminuir as demandas para nós do órgão<br />
e aí, sim poderemos nos concentrar nos<br />
problemas mais urgentes.<br />
Um dos grandes desafios do novo administrador das APA’s do Pau Brasil e Serra de<br />
Sapiatiba, na Região dos Lagos, o engenheiro sanitarista Marcio Beranger,35 anos, é<br />
resgatar as atividades dos Conselhos Gestores parados há quase um ano. Nesse<br />
período, aumentaram as invasões, os projetos seguiram em marcha lenta e as<br />
denúncias de mau uso do solo crescem a cada dia em toda a região.<br />
-Temos muito trabalho pela frente, por isso convoco todos aqueles que estão<br />
sintonizados com a causa ambiental para redobrar esforços no sentido de apontar<br />
soluções enquanto damos andamento nas questões burocráticas. Não dá para<br />
esperar mais-, disse Marcio conhecido na região por liderar movimentos ecológicos.<br />
É ama espécie de prevenção ?<br />
Isso, precisamos agir preventivamente e<br />
paralelo a isso resolver alguns problemas que<br />
estão sob a minha gestão como regularizar<br />
instrumentos como a Lei de Zoneamento.<br />
É o ponto de partida?<br />
Sem dúvida. O Zoneamento é um<br />
instrumento de gestão superimportante. Porque<br />
é ele que vai determinar o que pode e não pode.<br />
E o zoneamento está e acordo com o<br />
objetivo das APAS?<br />
Precisamos revisar o zoneamento porque<br />
ele tem alguns problemas. Por exemplo,<br />
temos um loteamento que foi aprovado antes<br />
da APA ser instalada. Mas que não tem nada<br />
que determina o que é uma ZOC, que é uma<br />
área que permite uso e construção, ou uma<br />
ZVCS que não permite loteamento. Mas o<br />
zoneamento não diz ambientalmente nada<br />
que coloque limites onde pode ter uma ZOC<br />
ou uma ZVCS.<br />
Existem alguns problemas assim?<br />
Muitos. Tem loteamento que a metade<br />
W2 Imagens<br />
está numa área e outra metade na outra área.<br />
Isso me traz sérios problemas administrativos<br />
com os donos do loteamento. Porque o<br />
Estado não vai indenizar o proprietário que<br />
vai terminar construindo irregularmente.<br />
Como resolver esse impasse?<br />
Redefinir o zoneamento, passando<br />
algumas áreas quer eram ZVCS para ZOC e<br />
algumas que eram ZOC para ZVCS.<br />
O que determina isso juridicamente?<br />
Temos uma equipe técnica dentro do<br />
nosso órgão que cuida disso. O Conselho<br />
Gestor auxilia nessa conversa porque dentro<br />
do conselho estão também proprietários<br />
destas áreas que tem interesse neste novo<br />
zoneamento. E todos tem um olhar diferente<br />
do meu. Por isso, é precioso ouvir essas<br />
pessoas. Com isso vamos adaptar o<br />
zoneamento o com a realidade e interesse da<br />
sociedade dentro de determinadas regras.<br />
Como os municípios participam deste<br />
processo?<br />
Os municípios têm assento no Conselho.<br />
Eles fazem parte do Conselho Gestor e como<br />
qualquer outra entidade. Por isso, tenho feito<br />
um trabalho de aproximação do Conselho<br />
Gestor com o INEA e também os municípios<br />
porque são os municípios que licenciam a<br />
ocupação do solo, que dão licença de<br />
construção.<br />
E se não houver essa sintonia?<br />
Se o município não estiver trabalhando<br />
articulado como a administração da APA o<br />
município vai ser, muitas vezes, o causador<br />
dos problemas. É precisos entender que o<br />
município além de fazer parte do Conselho<br />
ele tem uma participaçã até paralela ,mas<br />
administrativamente falando até diferenciada<br />
porque nós, da APA temos parceria com a<br />
secretarias municipais.<br />
A administração da APA passa a ser<br />
parceira das prefeituras?<br />
Claro, a prefeitura passa a ser parceira até<br />
porque as ações da prefeitura interfere na APA<br />
e as ações do Conselho interfere na prefeitura.<br />
Os movimentos sociais estão<br />
aumentando e o setor turístico não<br />
participa?<br />
Pois é , convidamos todos, inclusive no<br />
geral temos a participação da TurisRio e das<br />
associações de hotéis de Búzios e Cabo Frio.<br />
Mas todos precisam estar dentro do Conselho<br />
porque precisamos incrementar o turismo<br />
ecológico em Cabo Frio.<br />
Temos um bom exemplo em Búzios onde<br />
estou acompanhando um trabalho com a<br />
secretaria de turismo e de planejamento para<br />
criar e demarcar trilhas visando incentivar o<br />
turismo ecológico dentro da APA.<br />
Afinal a APA precisa ter utilidade?<br />
Exatamente, precisamos definir o que<br />
fazer com as APAS porque senão todos ficam<br />
reclamando que estas ares são usadas para<br />
especulação imobiliária. Por io precisamos<br />
dar uso ligadas a questão turismo da região e<br />
ao meio ambiente. Senão não teremos belezas<br />
naturais para vender como produto turístico.<br />
Qual o pior desafio que Sr. vai enfrentar?<br />
Conter as invasões e poder desenvolver<br />
projetos dentro das unidades de conservação<br />
que permita outros usos que não seja a<br />
especulação imobiliária. O principal<br />
problema das APAs hoje é a invasão. Seja<br />
por construções irregulares ou por atividades<br />
irregulares como por exemplo, realização de<br />
motocross em locais paradisíacos