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Simulado 1 ATENA - Cursinho da Poli

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05100-1<br />

Texto para as questões 49 e 50<br />

O texto abaixo é o trecho de uma crônica política, tipo<br />

de texto muito comum nos jornais, em que o autor apresenta<br />

um comentário sobre os fatos políticos recentes.<br />

A troca de farpas entre Lula e FHC está esquentando<br />

e, ao mesmo tempo, está enchendo nossa paciência.<br />

Lembro um episódio que parece totalmente alheio<br />

à questão e que resultou numa guerra que matou gente.<br />

Inglaterra e Argentina foram às fuças, uma <strong>da</strong> outra,<br />

por causa <strong>da</strong>s Ilhas Malvinas. [...]<br />

Publiquei então, na revista que editava, a foto de<br />

dois homens ilustres, um ao lado do outro: o primeiroministro<br />

inglês, Harold McMillan, e o escritor argentino<br />

Jorge Luís Borges. Creio que, felizmente, eles não tomaram<br />

conhecimento <strong>da</strong> cruel<strong>da</strong>de.<br />

Os dois já estavam mais pra lá do que pra cá, creio<br />

que com mais de 80 anos. Trôpegos, an<strong>da</strong>vam com o<br />

apoio de bengalas esguias e elegantes. Além do mais,<br />

um era cego, e outro, quase isso. Sugeri que os dois decidissem<br />

a briga, não com canhões, navios e aviões,<br />

mas com as respectivas bengalas. Quem acertasse<br />

mais bengala<strong>da</strong>s no outro venceria. O preço <strong>da</strong> paz<br />

nunca seria tão barato.<br />

A briga entre Lula e FHC não chega a ser dramática<br />

como a Guerra <strong>da</strong>s Malvinas. Além disso, não usam<br />

bengalas, pelo menos até agora. Mas <strong>da</strong>ndo um pau a<br />

um e a outro, num ringue que ambos escolheriam de<br />

comum acordo (...) e narração isenta do Galvão<br />

Bueno, teríamos resolvido a questão.<br />

Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 6 mar. 2005.<br />

49. Embora a linguagem culta seja predominante no<br />

texto, é possível identificar marca de coloquiali<strong>da</strong>de em:<br />

a) “resultou numa guerra que matou gente“.<br />

b) “está enchendo nossa paciência”.<br />

c) “publiquei então, na revista que editava”.<br />

d) “quem acertasse mais bengala<strong>da</strong>s no outro venceria”.<br />

e) “o preço <strong>da</strong> paz nunca seria tão barato”.<br />

50. Ao considerarmos a intenção do autor do texto em<br />

questão, pode-se afirmar que predomina:<br />

a) uma linguagem vaga, com pouca informação transmiti<strong>da</strong><br />

de fato, sendo mais importante manter o contato<br />

com o interlocutor.<br />

b) a neutrali<strong>da</strong>de, pois não se percebe marcas subjetivas<br />

no assunto abor<strong>da</strong>do.<br />

c) a opinião do autor, sua visão a respeito do assunto.<br />

d) a intenção clara do autor de persuadir o leitor.<br />

e) a explicação do que significava uma outra crônica,<br />

escrita pelo autor anos antes.<br />

51. Quando estão escrevendo textos na norma padrão<br />

e precisam usar alguma palavra ou expressão diferente<br />

dessa norma, como uma gíria, por exemplo, é comum<br />

os autores indicarem esse uso com aspas. Como as gírias<br />

ou outras variantes, bem como os seus falantes,<br />

não têm o prestígio social <strong>da</strong> norma padrão, o uso <strong>da</strong>s<br />

aspas evita que o leitor pense que o autor do texto não<br />

conhece a norma padrão, ou ain<strong>da</strong> que ele usa uma<br />

linguagem desprestigia<strong>da</strong>, o que poderia ser um problema<br />

para a sua imagem intelectual e/ou social. Pensando<br />

nisso, observe a seguinte manchete de um jornal<br />

de grande circulação de São Paulo, que era o título<br />

de uma reportagem de 2002 sobre o festival de hip hop<br />

Linguagens Urbanas. A matéria foi publica<strong>da</strong> no caderno<br />

de cultura e lazer do jornal. Dizia a manchete:<br />

MANOS VÊM DA EUROPA E INVADEM A CIDADE<br />

Com relação à ausência do uso <strong>da</strong>s aspas na manchete,<br />

observe as seguintes considerações:<br />

I. Não há palavras ou expressões na manchete que causem<br />

estranhamento por estarem sem aspas.<br />

II. O uso <strong>da</strong>s aspas em “manos” poderia ser entendido<br />

como preconceito contra esse grupo, já que evidenciaria<br />

uma não identificação desse termo com algo<br />

“culto/prestigiado” e, talvez, por isso inclusive, elas não<br />

foram usa<strong>da</strong>s.<br />

III. Se a matéria estivesse num caderno voltado para jovens,<br />

as aspas não seriam mesmo necessárias.<br />

IV. A ausência <strong>da</strong>s aspas é, de fato, um problema, pois,<br />

como está, o termo “manos” pode ser entendido em<br />

seu sentido padrão de “irmãos”.<br />

É possível afirmar apenas o que está dito em:<br />

a) I e II.<br />

b) II e III.<br />

c) I e IV.<br />

d) III e IV.<br />

e) II e IV.<br />

52. Há uma tirinha <strong>da</strong> simpática ratazana dos quadrinhos,<br />

o Níquel Náusea, que traz a seguinte aventura:<br />

Níquel é cercado por um bando de ratazanas mal-encara<strong>da</strong>s<br />

que, em tom ameaçador, lançam para cima<br />

dele: “Foi você que disse que a gente quando tá sozinho<br />

vira tudo bundão?” E Níquel, acuado e trêmulo: “Não,<br />

eu só disse que os membros <strong>da</strong> sua coletivi<strong>da</strong>de, quando<br />

isolados, carecem de seus atributos de audácia”. Ao que<br />

o bando dá meia volta e se despede: “Então tá legal,<br />

cara, beleza aí, até mais”.<br />

Pia<strong>da</strong>s à parte, que conclusão pode ser tira<strong>da</strong> do uso<br />

<strong>da</strong> linguagem feito por Níquel Náusea?<br />

a) A norma padrão deve ser utiliza<strong>da</strong> sempre, em to<strong>da</strong><br />

situação de comunicação.<br />

b) As variantes não-padrão devem ser utiliza<strong>da</strong>s sempre,<br />

em qualquer situação de comunicação.<br />

c) Níquel se expressou de modo inadequado, pois deveria<br />

respeitar a variante dos interlocutores com<br />

quem estava dialogando.<br />

d) As ratazanas do bando se expressaram de modo inadequado,<br />

pois como não conheciam o modo de falar<br />

de Níquel, deveriam ter utilizado a variante padrão.<br />

e) Quando alguém se comunica, pode ter a intenção de<br />

usar uma variante para não ser entendido.<br />

12 CURSINHO DA POLI

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