Capítulo 2
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Evolução das Espécies Cultivadas<br />
autopoliplóides se reproduzam assexuadamente. Com freqüência têm partes<br />
da planta maiores do que nos diplóides, como flores, frutos, etc. A triploidia é a<br />
forma mais simples da poliploidia; originados por desequilíbrio nos jogos<br />
cromossômicos, os triplóides são altamente estéreis e reproduzem-se por via<br />
assexuada. Calcula-se que aproximadamente 25% das cultivares americanas<br />
de maçãs são triplóides, o mesmo acontecendo com as peras européias. As<br />
cultivares de bananas comerciais têm 33 cromossomos, enquanto os tipos<br />
diplóides possuem 22. A triploidia na banana é importante porque resulta na<br />
falta de produção de sementes, indesejáveis no fruto. Produz, ainda, aumento<br />
do tamanho e vigor da planta e tamanho do fruto.<br />
Existem cultivares diplóides e tetraplóides de batata, todas da espécie<br />
Solanum tuberosum, além de alguns tipos triplóides. É provável que as espécies<br />
tetraplóides originaram-se por autopoliploidia, principalmente.<br />
Segundo Allard (1971) foram descobertas pelo menos 15 variedades de<br />
uvas tetraplóides espontâneas, formadas a partir de plantas diplóides. Entretanto,<br />
esses novos tipos apresentavam, paralelamente, características indesejáveis.<br />
Portanto, nem sempre a autopoliploidia produz tipos superiores e sua contribuição<br />
para a evolução das plantas foi realmente limitada, conforme o autor.<br />
Ao contrário, a alopoliploidia foi mais eficiente no processo de evolução<br />
das plantas cultivadas. Consiste na hibridação entre espécies afins, com<br />
posterior duplicação do número de cromossomos. Verificou-se que os híbridos<br />
estéreis tornavam-se férteis pela duplicação dos genomas, fator de especial<br />
importância na hibridação interespecífica. Esses tipos, chamados anfidiplóides,<br />
são férteis e geralmente produzem descendentes férteis. Segundo muitos<br />
autores, os anfidiplóides constituem os próprios F 1 s do cruzamento entre<br />
diferentes espécies. O produto da duplicação dos genomas desses anfidiplóides<br />
são também férteis e constituem os alopoliplóides, sem um termo específico<br />
para designá-los. Há quem considere os dois termos sinônimos. Provavelmente,<br />
a metade das plantas cultivadas e 70% das gramíneas forrageiras são<br />
alopoliplóides (Allard, 1971).<br />
A poliploidia foi importante no desenvolvimento de plantas como o trigo,<br />
fumo, algodão e café. O fumo comercial (Nicotiana tabacum) tem 48<br />
cromossomos, e originou-se do cruzamento de duas espécies silvestres, N.<br />
sylvestris x N. tomentosa, ambas com 24 cromossomos.<br />
O gênero Coffea, por exemplo, é constituído por aproximadamente 100<br />
espécies. Dessas, apenas a espécie Coffea arabica L. é alotetraplóide, com 44<br />
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