Não ao desperdício alimentar - Câmara Municipal de Loures
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Edição n.º 46 :: Agosto <strong>de</strong> 2012 :: Revista do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
AGIR<br />
<strong>Não</strong> <strong>ao</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> <strong>alimentar</strong><br />
Entrevista a António Costa Pereira, presi<strong>de</strong>nte da Associação Dariacordar<br />
Beber água da torneira<br />
Maior efi ciência energética<br />
Zonas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> eleição<br />
:: 42<br />
:: 10<br />
:: 16<br />
:: 24
SUMÁRIO<br />
: : A Vida é feita <strong>de</strong> pequenos nadas<br />
6<br />
10<br />
: : Beber Água da Torneira<br />
2 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Com regularida<strong>de</strong> , são efetuadas análises <strong>de</strong> controlo l<br />
aboratorial, as quais permitem manter a qualida<strong>de</strong> da água<br />
distribuída<br />
: : Maior Eficiência Energética<br />
16<br />
: : Zonas Ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Eleição<br />
24<br />
: : Apren<strong>de</strong>r na Escola a Tempo Inteiro<br />
32<br />
: : <strong>Loures</strong>,<br />
Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />
38
: : <strong>Não</strong> <strong>ao</strong> Desperdício Alimentar<br />
Os Portugueses são muito solidários.<br />
Este projeto é um excelente exemplo<br />
<strong>de</strong> civismo<br />
42<br />
: : Do Passado <strong>ao</strong> Futuro<br />
O Arquivo <strong>Municipal</strong> é,<br />
além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> valor histórico<br />
e cultural, a memória do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
: : <strong>Loures</strong>, um Município<br />
com muito para Oferecer<br />
48<br />
: : Conhecer a Paisagem<br />
e Gerir o Território<br />
56<br />
74<br />
: : A Natureza e o Património<br />
78<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 3
FICHA TÉCNICA<br />
PROPRIEDADE :: <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
Praça <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>, 4, 2674-501 <strong>Loures</strong><br />
DIRETOR :: Carlos Teixeira<br />
PERIOCIDADE :: Trimestral<br />
CONTACTO :: louresmunicipal@cm-loures.pt<br />
DEPÓSITO LEGAL N.º :: 183565/02<br />
ISSN 1645-5088 | Anotada na ERC
Carlos Teixeira<br />
Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
A felicida<strong>de</strong> é um alvo que todos preten<strong>de</strong>mos atingir.<br />
EDITORIAL<br />
É característica <strong>de</strong> todos nós, seres humanos, a permanente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> querer mais e<br />
melhor, seja na procura <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> pessoal, seja na satisfação e realização profissional.<br />
É também normal sermos avessos à mudança – dificilmente aceitamos sair do rumo traçado,<br />
ainda que existam pontos fortes que nos façam pon<strong>de</strong>rar uma eventual escolha.<br />
Estas duas características nem sempre andam a par mas, na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterarmos<br />
aquilo a que se convencionou chamar “a vida” e o seu sentido, é fundamental que tenhamos<br />
atitu<strong>de</strong> positiva e otimista e que, perante as contrarieda<strong>de</strong>s, as “pedras no caminho”,<br />
saibamos procurar alternativas, fixar objetivos e lutar <strong>ao</strong> limite das nossas forças para<br />
alcançá-los. A nossa mente é, <strong>de</strong> facto, a única coisa que controlamos em absoluto nas<br />
nossas vidas.<br />
Mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> será, por isso, o primeiro passo para chegar à solução. Outros passos<br />
po<strong>de</strong>remos dar a seguir, como ser empreen<strong>de</strong>dores, imaginativos, solidários. Todos, sem<br />
exceção, enfrentamos problemas no nosso quotidiano, sejam do foro íntimo ou da esfera<br />
profissional, <strong>de</strong>ntro ou fora <strong>de</strong> contextos <strong>de</strong> crise.<br />
É neste espírito que vos <strong>de</strong>ixo com mais uma <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> que foca o que <strong>de</strong> bom se<br />
tem feito, neste município, para motivar as gentes, ajudar os mais carenciados, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
o que temos <strong>de</strong> precioso e manter alta a fasquia da nossa oferta cultural, patrimonial,<br />
gastronómica e humana.<br />
<strong>Não</strong> vejamos na crise uma <strong>de</strong>sculpa para a frustração, a <strong>de</strong>pressão e o <strong>de</strong>sânimo, mas<br />
uma janela que se abre para que sejamos mais solidários, mais presentes e, sobretudo,<br />
mais tenazes na luta para alcançar aquilo a que todos temos direito: ser feliz!<br />
Porque, afinal, a vida tem múltiplos sentidos e é feita <strong>de</strong> pequenos nadas…<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 5
CONVERSAR<br />
A Vida é feita<br />
<strong>de</strong> pequenos nadas<br />
Podíamos falar da importância <strong>de</strong> um sorriso, <strong>de</strong> um abraço, <strong>de</strong> pequenos nadas como o afeto ou a<br />
solidarieda<strong>de</strong> traduzidos num carinho, na presença, ainda que silenciosa, em tempos <strong>de</strong> mágoa.<br />
Podíamos falar do pôr do sol ou do cheiro da terra molhada <strong>de</strong>pois da chuva, da lua cheia e do mar.<br />
A verda<strong>de</strong> é que, em tempos difíceis, diminui o impulso puro, <strong>de</strong>cresce a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar.<br />
Tornamo-nos mais duros, mais pragmáticos… e ainda bem.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação <strong>ao</strong> meio conhece novos avanços<br />
e damos connosco a ser mais industriosos, mais estrategas,<br />
mais imaginativos, e tornamo-nos exímios na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tirar leite <strong>de</strong> pedras, <strong>de</strong> aditar <strong>ao</strong> nosso dia-a-dia pequenos<br />
nadas que po<strong>de</strong>m fazer toda a diferença, não porque na<br />
adversida<strong>de</strong> resida a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seja lá o que for, mas<br />
porque não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sistir nem baixar os braços.<br />
Porque temos compromissos connosco e com outros, porque<br />
somos responsáveis por nós e por outros e porque é preciso<br />
lutar e não <strong>de</strong>sistir, nunca.<br />
Deambulando na world wi<strong>de</strong> web à procura <strong>de</strong> inspiração,<br />
<strong>de</strong>parámo-nos com o texto <strong>de</strong> um escritor americano, que<br />
recentemente emigrou para a República Checa, que insiste<br />
em viver da escrita, posição que o obriga a subsistir com<br />
muito pouco.<br />
6 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Esta <strong>de</strong>cisão obrigou-o a procurar novos recursos, pequenos<br />
nadas que o ajudam a sobreviver com bastante menos do<br />
que o habitual, mas que também o ensinaram e reformular<br />
a própria vida, a adaptar-se a uma nova realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma<br />
natural e inteligente e, principalmente, a manter-se motivado<br />
e com a certeza <strong>de</strong> que o seu esforço aponta a dias melhores,<br />
no futuro próximo.<br />
Baseados nesta e noutras experiências, damos algumas<br />
sugestões e três conselhos:<br />
Acredite que este estado <strong>de</strong> coisas não po<strong>de</strong> durar para<br />
sempre.<br />
<strong>Não</strong> <strong>de</strong>sista nunca e mantenha o sentido <strong>de</strong> humor.<br />
Faça por si e não pare <strong>de</strong> procurar a solução para o seu<br />
problema.
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 7
CONVERSAR<br />
AproveitAr todos os recursos<br />
Somos o que sabemos. Os nossos conhecimentos fazem <strong>de</strong><br />
tal forma parte <strong>de</strong> nós, que nos esquecemos <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos<br />
rentabilizá-los, partilhando-os. Dar aulas <strong>de</strong> uma disciplina<br />
em que estamos à vonta<strong>de</strong> para os mais diferenciados po<strong>de</strong><br />
ser uma fonte <strong>de</strong> rendimento extra. Tomar conta <strong>de</strong> crianças,<br />
pontualmente, em casa <strong>de</strong> amigos e conhecidos, po<strong>de</strong><br />
engrossar o orçamento familiar. Se fizermos bem o que quer<br />
que seja, <strong>de</strong>pressa será passada a palavra e angariaremos<br />
uma “carteira <strong>de</strong> clientes”. Fazer rissóis ou passar a ferro<br />
para fora também vale. No fundo, vale tudo o que faça parte<br />
do nosso conhecimento e que faça falta a alguém…<br />
BeBer MeNos, <strong>de</strong>iXAr <strong>de</strong> FuMAr...<br />
Os estados <strong>de</strong> alma sombrios, o acumular <strong>de</strong> problemas e a<br />
ausência <strong>de</strong> objetivos po<strong>de</strong>m levar <strong>ao</strong> consumo exacerbado<br />
<strong>de</strong> substâncias que, provocando alguma alienação, nos<br />
confortem e aju<strong>de</strong>m – pelo menos assim o interpretamos – a<br />
ultrapassar um mau momento. Inverter esta tendência po<strong>de</strong><br />
trazer gran<strong>de</strong>s compensações, em termos <strong>de</strong> poupança<br />
e, sobretudo, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Se consumir um bom vinho numa<br />
ocasião especial e se se permitir fumar um cigarro após uma<br />
refeição excecional, <strong>ao</strong> fim <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> se cansar<br />
a subir escadas, recuperará o sabor genuíno dos alimentos,<br />
aumentará o seu bem-estar, estará mais <strong>de</strong>sperto para a<br />
vida e, sobretudo, transformará aquilo que já nem conseguia<br />
ser um prazer diário, mas apenas um mau hábito, numa<br />
experiência suprema que só o será porque a transformou<br />
num momento raro.<br />
sAir seM GAstAr diNHeiro<br />
Aproveitar iniciativas municipais para tomar contacto com a<br />
Arte, a Natureza, levar as crianças a passear, fazer rastreios,<br />
é uma boa forma <strong>de</strong> manter a família ativa sem gastar dinheiro.<br />
Pequenos nadas que nos mantêm <strong>de</strong>spertos para o que nos<br />
ro<strong>de</strong>ia e que nos impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nos sentirmos prisioneiros nas<br />
nossas próprias casas.<br />
8 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
os prAZeres siMpLes dA vidA<br />
Caminhar no Parque, ler num banco <strong>de</strong> jardim, jogar damas ou<br />
xadrez… são pequenos prazeres que preenchem os tempos<br />
livres e nos dão uma sensação <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scansando a<br />
mente e exercitando o corpo ou a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocínio.<br />
Po<strong>de</strong>m ser também motores <strong>de</strong> aproximação intergeracional.<br />
Todos os dias per<strong>de</strong>mos um pouco mais o contacto com os<br />
mais velhos, o que se traduz na perda progressiva da nossa<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. É neles que estão as nossas raízes, as histórias<br />
que nos embalaram, os princípios e valores que <strong>de</strong>ram lugar<br />
<strong>ao</strong> que hoje somos. Cultivar as relações é um trabalho que<br />
vale a pena, sempre, e que enriquece todos os envolvidos.<br />
iNterNet, uM AdMirÁveL MuNdo<br />
Se há <strong>de</strong>spesas que po<strong>de</strong>mos evitar, outras existem a que<br />
não po<strong>de</strong>mos fugir. Ter acesso à internet <strong>de</strong>veria ser um<br />
direito consagrado na Constituição. Porque nos dá toda a<br />
informação disponível, nos ajuda nas nossas tarefas, nos<br />
torna mais ágeis à medida que praticamos a pesquisa. Dá-<br />
-nos i<strong>de</strong>ias, tira-nos dúvidas e, sobretudo, lança-nos <strong>de</strong>safios.<br />
Através da internet procuramos emprego, ven<strong>de</strong>mos e<br />
compramos, mantemo-nos informados, viajamos até. Sabia<br />
que po<strong>de</strong> visitar vários museus internacionais através da<br />
internet? Um pequeno nada que nos po<strong>de</strong> transportar on<strong>de</strong><br />
a carteira nos proíbe <strong>de</strong> ir. A internet põe-nos em contacto<br />
com o mundo e com mil mundos impensáveis há pouco mais<br />
<strong>de</strong> duas décadas. A internet ajuda-nos a poupar, a contornar<br />
<strong>de</strong>spesas. Por exemplo, dá-nos acesso a uma série <strong>de</strong><br />
receitas para (quase) todos os males, o que po<strong>de</strong> evitar uma<br />
ida à farmácia – se substituirmos um medicamento por uma<br />
mezinha caseira –, <strong>ao</strong> supermercado – se substituirmos um<br />
alimento por outro –, à biblioteca – porque temos acesso a<br />
milhões <strong>de</strong> textos sobre os mais variados temas.
JANtAr ForA... NA vArANdA<br />
Usar a imaginação, pensar positivo e valorizar o que ainda<br />
temos: parece ser a equação certa para uma refeição<br />
simples, mas caseira, na varanda lá <strong>de</strong> casa ou bem junto à<br />
maior janela disponível. Depois, é hora <strong>de</strong> reduzir o consumo<br />
<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e usar velas, mesmo que o jantar seja atum<br />
com feijão-fra<strong>de</strong> (uma <strong>de</strong>lícia, aliás!). Boa companhia, um<br />
CD antigo ou até rádio numa estação nostálgica e pronto!<br />
coMprAr BArAto<br />
Atenção às promoções – duplamente! Há as enganosas e<br />
as que, <strong>de</strong> facto, merece a pena aproveitar. De resto, os<br />
vegetais continuam acessíveis e fazem bem à saú<strong>de</strong>.<br />
O mesmo se passa com a fruta, ainda que já seja um pouco<br />
mais dispendiosa. O pão é um alimento riquíssimo e que se<br />
po<strong>de</strong> usar <strong>de</strong> mil maneiras diferentes. Nas lojas, as roupas<br />
estão todas em promoção e há gran<strong>de</strong>s lojas que têm básicos<br />
a preços extremamente interessantes. Basta estar alerta!<br />
NovAs eXperiÊNciAs<br />
Acha que tem jeito para cortar cabelos? Então experimente<br />
lá em casa, com os seus filhos. Se o primeiro não ficar<br />
bem, o cabeleireiro po<strong>de</strong> sempre remediar. <strong>Não</strong> se aventure<br />
<strong>de</strong>masiado e vai ver que o resultado será, no mínimo,<br />
satisfatório. Tem imenso jeito para fazer <strong>de</strong>pilação e a sua<br />
melhor amiga é uma manicura em potência? Pois bem,<br />
troquem serviços e vão ver, no final do mês, o dinheiro que<br />
pouparam. E, já agora, se a experiência com o cabelo do seu<br />
filho saiu bem, a sua amiga po<strong>de</strong> ser a próxima “vítima”…<br />
ArMAZeNAr<br />
Muitas vezes, a compra <strong>de</strong> duas unida<strong>de</strong>s traz mais uma<br />
<strong>de</strong> oferta. Se tiver a certeza <strong>de</strong> que é um bom negócio,<br />
armazene. Vai saber-lhe muito bem nos meses seguintes.<br />
NÃo <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> si<br />
Aquilo que nos habituámos a ver como pequenos nadas – a<br />
máscara para o cabelo, o creme para as mãos e o corpo,<br />
até o <strong>de</strong>sodorizante, assumem agora um peso notável<br />
nas contas do final do mês. Pois muito bem, experimente<br />
substituir os primeiros três por azeite e o último por umas<br />
gotas <strong>de</strong> sumo <strong>de</strong> limão. Continua a tratar <strong>de</strong> si e os custos<br />
<strong>de</strong>scem vertiginosamente…<br />
pArtiLHAr<br />
Há sempre alguém que está em pior situação do que nós e<br />
que precisa <strong>de</strong> ajuda. O trabalho <strong>de</strong> voluntariado enobrece,<br />
enriquece e dá-nos muito mais do que conseguimos oferecer.<br />
Faça alguma coisa pelos outros. Talvez alguém faça algo<br />
por si… Dar é difícil, <strong>ao</strong> contrário do que se possa pensar.<br />
Depois da primeira vez, é como andar <strong>de</strong> bicicleta e torna-<br />
-se no melhor vício do mundo. A partilha <strong>de</strong> pequenos nadas<br />
po<strong>de</strong> significar o mundo para muita gente. Hoje pelos outros,<br />
amanhã, por si!<br />
NÃo ter verGoNHA<br />
Se precisar <strong>de</strong> ajuda, peça! A vergonha <strong>de</strong>ve ficar para<br />
quem nos leva a este estado <strong>de</strong> coisas, para quem permite<br />
que soframos todos os cortes e não tenhamos qualquer<br />
incentivo, nem vejamos a menor luz no final do mais longínquo<br />
dos túneis. Há instituições, organismos, organizações,<br />
vocacionados para ajudar quem precisa. <strong>Não</strong> é preciso ser<br />
sem-abrigo para necessitar <strong>de</strong> apoio. A crise atirou-nos para<br />
um buraco do qual vamos sair, certamente, mas enquanto<br />
não saímos há que continuar a respirar, a viver, a lutar. Lute,<br />
portanto, com garra e com força e não <strong>de</strong>sista! Valorize<br />
tudo o que valer a pena e não se esqueça: a vida é feita <strong>de</strong><br />
pequenos nadas!<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 9
AGIR<br />
Beber água<br />
da torneira<br />
UM HáBITO SAUDáVEL E DE CONFIANçA<br />
Se pensar que mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do seu corpo é constituído por água, cerca <strong>de</strong> 70%, fica com a noção da<br />
extrema relevância <strong>de</strong>ste precioso líquido para a manutenção da vida humana. Especialistas dizem que se<br />
<strong>de</strong>vem ingerir oito copos <strong>de</strong> água por dia, cerca <strong>de</strong> dois litros, não só para garantir o bom funcionamento<br />
do nosso organismo mas também para repor a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que per<strong>de</strong>mos <strong>ao</strong> longo do dia. Quanto<br />
à sua proveniência, po<strong>de</strong>m surgir diversas opiniões. Mas, por que não beber água da torneira se <strong>de</strong> facto<br />
tem qualida<strong>de</strong>?<br />
Uma das principais finalida<strong>de</strong>s do Laboratório <strong>de</strong> Águas dos<br />
Serviços <strong>Municipal</strong>izados <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é garantir a qualida<strong>de</strong> da<br />
água para consumo humano, distribuída nos concelhos <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong> e Odivelas. Em Setembro <strong>de</strong> 2001, este laboratório<br />
obteve o reconhecimento formal da qualida<strong>de</strong> do serviço<br />
prestado para ensaios microbiológicos e físico-químicos em<br />
águas naturais, <strong>de</strong> consumo humano e <strong>de</strong> piscinas, com<br />
a concessão da acreditação pelo Instituto Português da<br />
Qualida<strong>de</strong> (IPQ), presentemente sob a responsabilida<strong>de</strong> do<br />
Instituto Português da Acreditação (IPAC).<br />
Com regularida<strong>de</strong>, são efetuadas análises <strong>de</strong> controlo<br />
laboratorial, as quais permitem manter a qualida<strong>de</strong> da água<br />
10 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
distribuída e executar tratamentos adicionais sempre que<br />
se revele necessário. Os resultados <strong>de</strong>stas análises são<br />
publicados trimestralmente nos editais das <strong>Câmara</strong>s Municipais<br />
<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e Odivelas, assim como nas juntas <strong>de</strong> freguesia,<br />
e estão também disponíveis na página da Internet dos<br />
Serviços <strong>Municipal</strong>izados <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, www.smas-loures.pt,<br />
conforme a legislação em vigor.<br />
Se por um lado não confia na qualida<strong>de</strong> da água da torneira ou<br />
simplesmente não lhe agrada o sabor, tenha ainda assim em<br />
atenção o que lhe po<strong>de</strong>m dizer sobre ela. O alerta que agora<br />
lhe fazemos refere-se a empresas <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> purificadores<br />
<strong>de</strong> água, que contactam indivíduos aleatoriamente, ofere-
A água da re<strong>de</strong><br />
pública tem na sua<br />
generalida<strong>de</strong> boa<br />
qualida<strong>de</strong>.<br />
E porque beber<br />
água é importante,<br />
cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si<br />
e da sua saú<strong>de</strong><br />
com água <strong>de</strong> total<br />
confiança.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 11
AGIR<br />
cendo-se para efetuar uma análise à qualida<strong>de</strong> da água da<br />
torneira em sua casa, para posteriormente lhes ven<strong>de</strong>rem um<br />
aparelho. O método utilizado consiste na realização <strong>de</strong> testes<br />
à água da torneira que resumidamente apresenta resultados<br />
<strong>de</strong>sastrosos e cor acastanhada, já com a utilização do tal<br />
filtro, a água apresentava excelentes resultados.<br />
Mais uma vez lhe dizemos, a água da re<strong>de</strong> pública tem na<br />
sua generalida<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. E porque beber água é<br />
importante, cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si e da sua saú<strong>de</strong> com água <strong>de</strong> total<br />
confiança: Beba água da torneira!<br />
sABiA Que BeBer ÁGuA:<br />
› AjUDA os rins a funcionarem corretamente<br />
e impe<strong>de</strong> que se tornem preguiçosos?<br />
› PREVINE a ocorrência <strong>de</strong> infeções urinárias?<br />
› PROPORCIONA UMA MELHORIA<br />
na aparência da pele, pela eliminação<br />
<strong>de</strong> resíduos da digestão e pela manutenção<br />
do seu estado <strong>de</strong> hidratação, impedindo<br />
que esta fique áspera e seca, e que envelheça<br />
mais rapidamente?<br />
12 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
ENTREVISTA AO<br />
dr. ANtóNio AreiAs pereirA dA siLvA,<br />
DO SERVIçO DE SAúDE OCUPACIONAL<br />
DO MUNICíPIO, ALUSIVA à IMPORTâNCIA<br />
DO CONSUMO DE ágUA PARA A SAúDE HUMANA
Qual a importância da ingestão <strong>de</strong> água?<br />
É inegável a importância da água não só para a nossa saú<strong>de</strong>,<br />
mas também para o planeta, pois a água é símbolo <strong>de</strong> vida,<br />
fundamental para o normal funcionamento dos seres vivos.<br />
Como se sabe, morremos mais rapidamente <strong>de</strong> se<strong>de</strong> do que<br />
<strong>de</strong> fome, porque a água é essencial em muitas funções vitais<br />
no organismo. Sem água não há vida.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> vários fatores, como a ida<strong>de</strong>, o sexo, a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa muscular e <strong>de</strong> gordura corporal, a<br />
água é o principal constituinte do corpo humano: 50 a 70%<br />
do total do nosso peso.<br />
A água tem a função <strong>de</strong> interferir no funcionamento <strong>de</strong><br />
todos os sistemas e órgãos, na participação em reações<br />
enzimáticas, no transporte dos nutrientes, na excreção dos<br />
produtos resultantes do metabolismo celular, na regulação<br />
da temperatura corporal.<br />
A ingestão <strong>de</strong> líquidos, normalmente controlada pela<br />
sensação <strong>de</strong> se<strong>de</strong>, é regulada pelo cérebro, no hipotálamo,<br />
mas <strong>de</strong>sidratamos quando as necessida<strong>de</strong>s hídricas estão<br />
aumentadas (ingestão diária insuficiente, calor, exercício<br />
físico, febre, diarreia, vómitos, etc.).<br />
Os sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação incluem: se<strong>de</strong>, sensação <strong>de</strong><br />
boca seca, urina <strong>de</strong> cor intensa e em menor quantida<strong>de</strong>;<br />
sensação <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> temperatura corporal, cansaço físico<br />
e mental, perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção, concentração<br />
e memória, dores <strong>de</strong> cabeça, hipotensão postural, entre<br />
outros.<br />
Quais os benefícios para a nossa saú<strong>de</strong>?<br />
Um bom nível <strong>de</strong> hidratação é importante para o funcionamento<br />
saudável do coração e para a prevenção das doenças<br />
cardiovasculares. Diminui o risco <strong>de</strong> tromboembolismo<br />
arterial e venoso (AVC, doença coronária, flebotromboses<br />
e flebites). Diminuem as perturbações a nível renal, mental,<br />
digestivo, respiratório, <strong>de</strong>rmatológico e músculo-esquelético.<br />
Diminuem os episódios <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong> astenia,<br />
fraqueza e cansaço. Proporciona um bom sono e melhora o<br />
<strong>de</strong>sempenho da nossa ativida<strong>de</strong> diária.<br />
Uma hidratação regular mantém maior elasticida<strong>de</strong> e frescura<br />
da pele e uma boa vitalização dos cabelos. Evita a secura<br />
ocular e as conjuntivites. Diminui a secura das mucosas<br />
respiratórias, melhora a produção salivar, o trânsito intestinal,<br />
diminui a obstipação. Diminuem as infeções geniturinárias e<br />
a formação <strong>de</strong> cálculos renais. Contribui para diminuir as<br />
cãibras musculares, melhora a força muscular e a hidratação<br />
das articulações.<br />
Como é sabido, uma boa ingestão regular <strong>de</strong> água melhora<br />
o fluxo disponível para irrigar o coração, o cérebro, os<br />
músculos, os rins, os pulmões, a pele e todos os restantes<br />
órgãos. A água não engorda, nem elimina gorduras.<br />
Qual a quantida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> água a consumir por dia?<br />
A água potável da torneira é excelente para matar a se<strong>de</strong>, e<br />
tem uma qualida<strong>de</strong> irrepreensível. Por vezes po<strong>de</strong> ter algum<br />
cheiro e sabor resultantes da <strong>de</strong>sinfeção com ozono e cloro,<br />
<strong>de</strong> modo a garantir a sua pureza. Para retirar tal cheiro e<br />
sabor, po<strong>de</strong>mos encher um jarro ou uma garrafa sem tampa,<br />
e colocá-la durante algum tempo no frigorífico.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 13
Em condições normais, per<strong>de</strong>mos diariamente 2,5 litros <strong>de</strong><br />
água. Para repor esta perda <strong>de</strong>vemos beber 1,5 litro <strong>de</strong> água<br />
por dia. Com os alimentos e principalmente a sopa e o leite<br />
repomos o restante litro.<br />
A prescrição mais comum aconselha a ingestão, no mínimo,<br />
<strong>de</strong> seis a oito copos <strong>de</strong> água (1,5 litro) por dia. Na maioria<br />
dos casos, não há razão para preferir água engarrafada;<br />
além <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, a água da torneira é muito<br />
mais barata.<br />
De facto, <strong>de</strong>ve beber-se mais água quando se transpira e<br />
quando se está perante temperaturas ambientais muito<br />
elevadas. Os idosos e os bebés <strong>de</strong>vem beber regularmente<br />
água <strong>ao</strong> longo do dia para não <strong>de</strong>sidratarem.<br />
Devemos beber pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada vez e<br />
frequentemente <strong>ao</strong> longo do dia, antecipando-nos à sensação<br />
<strong>de</strong> se<strong>de</strong>.<br />
Beber muita água ajuda a controlar o peso?<br />
A ingestão <strong>de</strong> água entre e/ou durante as refeições po<strong>de</strong><br />
contribuir para que nos sintamos saciados, contudo esta<br />
sensação é transitória, pois a água passa rapidamente pelo<br />
estômago, voltando <strong>de</strong> imediato a sensação <strong>de</strong> fome. Mas<br />
se tem este hábito, não mu<strong>de</strong>.<br />
O mesmo já não se passa com a sopa que, embora tendo<br />
uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, atrasa o esvaziamento do<br />
estômago, dado que tem variados nutrientes, <strong>de</strong>ixando-nos<br />
saciados e alimentados por mais tempo. Nunca <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />
comer as sopas.<br />
14 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Quais são os seus conselhos para quem não costuma<br />
beber água com frequência?<br />
Beber água é um prazer. Deve aumentar a frequência do<br />
consumo <strong>de</strong> água potável da torneira ou engarrafada.<br />
Deve hidratar-se através da ingestão <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> outras<br />
bebidas como leite, sumos <strong>de</strong> fruta e néctares, bebidas<br />
<strong>de</strong> sumo <strong>de</strong> fruta, sumos <strong>de</strong> legumes, chás em todas as<br />
variantes (infusões, chá <strong>de</strong> frutas, <strong>de</strong> ervas aromáticas…) e<br />
<strong>de</strong> alimentos ricos em água (sopas, saladas e fruta).<br />
Para não ingerir calorias, cuidado com o teor <strong>de</strong> açúcares<br />
nos líquidos comercializados como refrigerantes e sumos.<br />
Po<strong>de</strong>mos e <strong>de</strong>vemos preparar refrescos caseiros, que são<br />
bebidas saborosas à base <strong>de</strong> água da torneira, associando<br />
chá e limão, ou café e limão, ou frutas <strong>ao</strong> gosto e prazer<br />
pessoais. Estes líquidos sem açúcares (calorias), ingeridos<br />
às refeições e entre as refeições, hidratam as centenas <strong>de</strong><br />
milhões <strong>de</strong> células do nosso corpo, melhorando a nossa<br />
saú<strong>de</strong> física e mental.<br />
Sem água, só po<strong>de</strong>mos sobreviver, no máximo, três a cinco<br />
dias.<br />
A ágUA É O NOSSO ALIMENTO MAIS IMPORTANTE.<br />
SEIS A OITO COPOS DIáRIOS E DA TORNEIRA QUE É<br />
BEM BOA…
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 15
AGIR<br />
Maior eficiência<br />
energética<br />
NOVOS PARâMETROS<br />
A compreensão dos conceitos <strong>de</strong> Energia, Or<strong>de</strong>namento Territorial e Desenvolvimento Sustentável, assim<br />
como as suas inter-relações funcionais, é fundamental para uma gestão autárquica que se pretenda<br />
responsável, interventiva e geradora <strong>de</strong> mudanças.<br />
A integração da dimensão energética no planeamento municipal é um imperativo <strong>de</strong> qualquer processo<br />
<strong>de</strong> planeamento que se pretenda sustentável. É possível planear e introduzir conceitos e critérios nos<br />
processos ou projetos que convergem para uma utilização mais racional <strong>de</strong> energia e para uma melhor<br />
utilização dos recursos, criando dinâmica <strong>ao</strong> longo das linhas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
16 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
As cida<strong>de</strong>s têm um papel cada vez mais ativo e dominante na<br />
economia global porque o seu crescimento inclui, em termos<br />
<strong>de</strong> energia, uma maior procura, logo o seu crescimento<br />
sustentável é muito mais amplo e atinge muitos setores,<br />
alguns <strong>de</strong>les extremamente vulneráveis.<br />
O conceito <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é intrínseco a uma multiplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> noções que preten<strong>de</strong>m i<strong>de</strong>ntificar fatores-chave para<br />
competitivida<strong>de</strong> e atrativida<strong>de</strong> futura das cida<strong>de</strong>s num<br />
contexto <strong>de</strong> economia global, sejam eles o <strong>de</strong> “cida<strong>de</strong>s inteligentes”,<br />
“cida<strong>de</strong>s do conhecimento” ou “cida<strong>de</strong>s criativas”.<br />
As cida<strong>de</strong>s inteligentes evoluem na direção <strong>de</strong> uma forte<br />
integração <strong>de</strong> todas as vertentes da inteligência humana,<br />
coletiva e artificial, sendo construídas como aglomerados<br />
multidimensionais, combinando as três principais dimensões:<br />
a primeira está ligada às pessoas da cida<strong>de</strong> – a inteligência,<br />
a inventivida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> dos indivíduos que<br />
vivem e trabalham na cida<strong>de</strong>; a segunda tem a ver com a<br />
inteligência coletiva da população <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>; a última<br />
está relacionada com a inteligência artificial embutida no<br />
ambiente físico da cida<strong>de</strong> e disponível para a sua população<br />
– a infraestrutura <strong>de</strong> comunicação, os espaços digitais<br />
e as ferramentas públicas para a solução <strong>de</strong> problemas<br />
disponíveis para a população da cida<strong>de</strong>, nomeadamente um<br />
planeamento urbanístico com eficiência energética.<br />
Nesta perceção global, a União Europeia tem vindo<br />
a <strong>de</strong>senvolver políticas energéticas que garantam a<br />
sustentabilida<strong>de</strong> da procura sem que exista perda na<br />
qualida<strong>de</strong> dos serviços e na comodida<strong>de</strong> dos cidadãos.<br />
Durante a presidência portuguesa da UE foi lançado um Plano<br />
Tecnológico para a Energia e a Estratégia <strong>de</strong> Lisboa — Novo<br />
Ciclo, que integra objetivos ambiciosos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das energias renováveis, promoção da eficiência energética<br />
e redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa.<br />
Tendo em conta os novos objetivos para a política energética<br />
e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um novo enquadramento global<br />
do Plano Nacional <strong>de</strong> Ação para as Energias Renováveis<br />
(PNAER) e a revisão do Plano Nacional <strong>de</strong> Ação para a<br />
Eficiência Energética (PNAEE), que integrasse ações da<br />
área da energia no Programa Nacional para as Alterações<br />
Climáticas (PNAC), foi estabelecido, através da Resolução<br />
do Conselho <strong>de</strong> Ministros 29/2010, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> abril, a Estratégia<br />
AGIR<br />
Nacional para a Energia, com o horizonte <strong>de</strong> 2020 (ENE2020).<br />
Adapta e atualiza a estratégia <strong>de</strong>finida pela Resolução do<br />
Conselho <strong>de</strong> Ministros 169/2005, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> outubro.<br />
A Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) assenta<br />
sobre cinco eixos principais:<br />
Eixo 1 — A ENE 2020 é uma agenda para competitivida<strong>de</strong>,<br />
crescimento e in<strong>de</strong>pendência energética e financeira que<br />
dinamiza os diferentes setores da economia, criando valor e<br />
emprego através da aposta em projetos inovadores nas áreas<br />
da eficiência energética, das energias renováveis, incluindo<br />
a produção <strong>de</strong>scentralizada e da mobilida<strong>de</strong> elétrica, num<br />
quadro <strong>de</strong> equilíbrio territorial; promove a concorrência<br />
nos mercados através da consolidação do mercado<br />
ibérico <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (MIBEL), da criação do mercado<br />
ibérico do gás natural (MIBgAS) e da regulamentação do<br />
sistema petrolífero nacional, e contribuindo para a maior<br />
in<strong>de</strong>pendência energética e financeira do nosso país face a<br />
choques energéticos externos.<br />
Eixo 2 — A ENE 2020 aposta nas energias renováveis,<br />
através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma fileira industrial indutora<br />
do crescimento económico e do emprego, que permita atingir<br />
as metas nacionais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> energia renovável,<br />
intensificando a diversificação das energias renováveis<br />
no conjunto das fontes <strong>de</strong> energias que abastecem o<br />
País (mix energético). Desta forma, é possível reduzir a<br />
nossa <strong>de</strong>pendência externa e aumentar a segurança <strong>de</strong><br />
abastecimento.<br />
Eixo 3 — A ENE 2020 promove a eficiência energética<br />
consolidando o objetivo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 20% do consumo<br />
<strong>de</strong> energia final em 2020, através da aposta em medidas<br />
comportamentais e fiscais, assim como em projetos inovadores,<br />
<strong>de</strong>signadamente os veículos elétricos e as re<strong>de</strong>s<br />
inteligentes, a produção <strong>de</strong>scentralizada <strong>de</strong> base renovável<br />
e a optimização dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> iluminação pública e <strong>de</strong><br />
gestão energética dos edifícios públicos, resi<strong>de</strong>nciais e <strong>de</strong><br />
serviços.<br />
Eixo 4 — A ENE 2020 tem por objetivo garantir a segurança<br />
<strong>de</strong> abastecimento através da manutenção da política <strong>de</strong><br />
diversificação do mix energético, do ponto <strong>de</strong> vista das<br />
fontes e das origens do abastecimento, e do reforço das<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 17
AGIR<br />
infraestruturas <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> armazenamento que<br />
permitam a consolidação do mercado ibérico em consonância<br />
com as orientações da política energética europeia.<br />
Eixo 5 — A ENE 2020 promove a sustentabilida<strong>de</strong> económica<br />
e ambiental como condição fundamental para o sucesso da<br />
política energética, recorrendo a instrumentos da política<br />
fiscal, a parte das verbas geradas no setor da energia pelo<br />
comércio <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CO 2 e a outras receitas<br />
geradas pelo das renováveis, para a criação <strong>de</strong> um fundo<br />
<strong>de</strong> equilíbrio tarifário que permita continuar o processo <strong>de</strong><br />
crescimento das energias renováveis.<br />
No âmbito do cumprimento do exposto no Eixo 3, a <strong>Câmara</strong><br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo a efetuar uma gestão eficiente<br />
da energia, por forma a reduzir em 20% os seus consumos<br />
energéticos, promovendo e sensibilizando os vários setores<br />
da socieda<strong>de</strong> para esse fim.<br />
Outra das funções primordiais da autarquia nesta matéria, é<br />
disponibilizar informação e algumas recomendações.<br />
A IMPORTâNCIA DA ORIENTAçãO DO EDIFíCIO NO<br />
CONSUMO DE ENERgIA<br />
Um edifício que tenha sido projetado e construído sem ter<br />
em conta as condições climatéricas do local não po<strong>de</strong>rá<br />
ser consi<strong>de</strong>rado eficiente na utilização <strong>de</strong> energia para<br />
proporcionar conforto <strong>ao</strong>s seus moradores. A consequência<br />
direta <strong>de</strong>sta abordagem é a elevada incidência dos custos <strong>de</strong><br />
aquecimento e <strong>de</strong> ar condicionado nas <strong>de</strong>spesas familiares.<br />
Regra geral, é preferível que a exposição solar das superfícies,<br />
a este e a oeste, seja reduzida. Estas duas orientações<br />
são irradiadas principalmente durante o verão e a entrada<br />
<strong>de</strong> radiação é muito difícil <strong>de</strong> controlar, uma vez que se faz<br />
quase perpendicularmente às janelas. Para combater a<br />
influência do frio do inverno, é aconselhável reduzir as janelas<br />
orientadas para norte e aumentar as que estão orientadas<br />
para sul, também porque estas são mais fáceis <strong>de</strong> proteger<br />
dos raios solares durante o verão.<br />
18 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
A IMPORTâNCIA DA ENVOLVENTE DO EDIFíCIO NO<br />
CONSUMO DE ENERgIA<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista energético, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um edifício<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em larga extensão das características dos elementos<br />
que fazem a fronteira entre a casa e o ambiente exterior, ou<br />
seja, da sua envolvente (fachadas, janelas, coberturas).<br />
Um edifício mal isolado acarreta maiores custos com a<br />
climatização, pois consome mais energia: no inverno arrefece<br />
rapidamente, po<strong>de</strong>ndo ocorrer con<strong>de</strong>nsações no seu<br />
interior, e no verão aquece mais e num curto espaço <strong>de</strong><br />
tempo.<br />
O ISOLAMENTO DA ENVOLVENTE<br />
O sistema <strong>de</strong> isolamento das pare<strong>de</strong>s exteriores é mais<br />
eficaz, consistindo na aplicação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> material<br />
isolante ou na aplicação contínua <strong>de</strong> uma espuma nas<br />
pare<strong>de</strong>s exteriores e em cobrir esses materiais com um<br />
revestimento, reforço ou reboco a<strong>de</strong>quado, que po<strong>de</strong> ser<br />
pintado ou revestido <strong>de</strong> outros materiais, obtendo-se assim<br />
uma aparência tradicional.<br />
O isolamento térmico <strong>de</strong> uma cobertura é consi<strong>de</strong>rado<br />
uma intervenção <strong>de</strong> eficiência energética prioritária, face<br />
<strong>ao</strong>s benefícios imediatos em termos da diminuição das<br />
necessida<strong>de</strong>s energéticas, e também por se tratar <strong>de</strong> uma<br />
das medidas mais simples e menos dispendiosas.<br />
CUIDADOS A TER COM AS jANELAS<br />
As superfícies envidraçadas <strong>de</strong>sempenham um papel muito<br />
importante no domínio da eficiência térmica do edifício.<br />
Estima-se que até 25% das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aquecimento<br />
sejam <strong>de</strong>vidas a perdas <strong>de</strong> calor com origem nas janelas.<br />
A intervenção <strong>ao</strong> nível das janelas <strong>de</strong>ve ser feita com o intuito<br />
<strong>de</strong> reduzir as infiltrações <strong>de</strong> ar não controladas, aumentar a<br />
captação <strong>de</strong> ganhos solares no inverno, reforçar a proteção<br />
da radiação solar durante o verão e melhorar as condições<br />
<strong>de</strong> ventilação natural.
O isolamento térmico <strong>de</strong> uma janela <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da qualida<strong>de</strong><br />
do vidro e do tipo <strong>de</strong> caixilharia utilizado. As janelas que<br />
possuem vidros duplos têm maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolamento<br />
do que os vidros simples, já que o espaço entre os dois vidros<br />
reduz quase a meta<strong>de</strong> as perdas <strong>de</strong> calor. Para prevenir a<br />
entrada <strong>de</strong> calor em excesso no verão, o vidro exterior po<strong>de</strong><br />
ser refletor.<br />
Para tornar as janelas mais eficientes reduzindo as perdas<br />
ou ganhos <strong>de</strong> calor, po<strong>de</strong>m ser executadas intervenções<br />
simples, <strong>de</strong> custo pouco significativo e sem que para isso<br />
seja necessário contratar mão-<strong>de</strong>-obra especializada. Por<br />
exemplo, para reduzir a excessiva penetração <strong>de</strong> ar po<strong>de</strong>m<br />
ser aplicadas tiras vedantes nas juntas das janelas ou injetar<br />
borracha <strong>de</strong> silicone nas fissuras. É também possível aplicar<br />
uma película refletora sem a ajuda <strong>de</strong> técnicos especializados<br />
– este material po<strong>de</strong> ser adquirido em lojas <strong>de</strong> materiais<br />
<strong>de</strong> construção, que o po<strong>de</strong>m informar sobre a técnica <strong>de</strong><br />
aplicação do mesmo.<br />
A optimização da ventilação natural e os impactes na<br />
utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> climatização. Para explorar, <strong>de</strong><br />
forma otimizada, a ventilação natural, <strong>de</strong>ve existir uma<br />
circulação <strong>de</strong> ar no apartamento, ou seja, <strong>de</strong>vem existir pelo<br />
menos duas janelas abertas em duas fachadas opostas.<br />
Os apartamentos que estejam voltados apenas para um<br />
lado do edifício têm uma capacida<strong>de</strong> muito menor <strong>de</strong> fazer<br />
uso da ventilação natural, mas não é impossível <strong>de</strong> realizar<br />
abrindo as janelas opostas linearmente.<br />
INSTALAçõES ELÉTRICAS<br />
Verifique se o fator <strong>de</strong> potência da instalação está a<strong>de</strong>quado<br />
às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na sua<br />
habitação.<br />
Utilize tomadas múltiplas com botão <strong>de</strong> interrupção <strong>de</strong> energia<br />
para que possa <strong>de</strong>sligar vários equipamentos em simultâneo<br />
para reduzir consumo quando não está em casa.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 19
AGIR<br />
<strong>Não</strong> <strong>de</strong>ixe nenhum equipamento em stand-by.<br />
Efetue um controlo sobre os horários <strong>de</strong> consumo mais<br />
a<strong>de</strong>quados à sua rotina e <strong>de</strong> preferência mais baratos.<br />
MOTORES<br />
Os motores <strong>de</strong>vem funcionar entre 60 e 90% da sua potência<br />
nominal.<br />
Se a máquina necessitar <strong>de</strong> 2 ou 3 velocida<strong>de</strong>s diferentes,<br />
po<strong>de</strong> utilizar-se um motor assíncrono com 2 ou 3 velocida<strong>de</strong>s.<br />
Adotar, sempre que possível, variadores eletrónicos <strong>de</strong><br />
velocida<strong>de</strong> (inversores estáticos para corrente alternada).<br />
Desligar os motores das máquinas em períodos ociosos<br />
(quando estas não estiverem em funcionamento), <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que isto não provoque problemas <strong>ao</strong> equipamento ou à<br />
instalação elétrica.<br />
Verificar se as características do motor são a<strong>de</strong>quadas às<br />
condições do ambiente on<strong>de</strong> está instalado (temperatura,<br />
atmosfera corrosível, etc.).<br />
Verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalar os motores em locais<br />
com melhor ventilação e em ambientes menos agressivos.<br />
Evitar utilizar motores superdimensionados. Por ocasião <strong>de</strong><br />
uma troca, instalar um novo motor com potência a<strong>de</strong>quada.<br />
Consi<strong>de</strong>rar a utilização <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> alto rendimento, que<br />
apresentam perdas reduzidas e maior vida útil.<br />
ILUMINAçãO<br />
Ligar a luz elétrica somente on<strong>de</strong> não existir iluminação<br />
natural suficiente para o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s.<br />
Desligar as lâmpadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong>socupadas, salvo<br />
aquelas que contribuem para a segurança.<br />
20 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Evitar pintar os tetos e as pare<strong>de</strong>s com cores escuras, as<br />
quais exigem lâmpadas <strong>de</strong> maior potência para iluminação<br />
do ambiente.<br />
Conservar limpas as janelas e os equipamentos <strong>de</strong> iluminação.<br />
Utilizar telhas transparentes para aproveitamento da iluminação<br />
natural.<br />
Dividir os circuitos <strong>de</strong> iluminação, permitindo a utilização<br />
parcial sem prejudicar o conforto.<br />
Percorrer as instalações a fim <strong>de</strong> verificar se há equipamentos<br />
a operar <strong>de</strong>snecessariamente ou locais com excesso <strong>de</strong><br />
iluminação.<br />
Fazer a limpeza preferencialmente durante o dia. Caso seja<br />
realizada à noite, <strong>de</strong>ve ser iluminado apenas o local em que<br />
o serviço esteja a ser efetuado.<br />
Substituir lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes e mistas por lâmpadas<br />
mais eficientes.
SISTEMAS DE REFRIgERAçãO<br />
Em câmaras frigoríficas, regule sempre o termóstato <strong>de</strong><br />
acordo com a temperatura <strong>de</strong> armazenamento relativa <strong>ao</strong>s<br />
produtos armazenados e <strong>ao</strong> período <strong>de</strong> armazenamento.<br />
Procure sempre armazenar na mesma câmara produtos que<br />
necessitem da mesma temperatura percentual <strong>de</strong> humida<strong>de</strong><br />
e do mesmo período <strong>de</strong> armazenamento.<br />
Mantenha sempre em bom funcionamento o termóstato e a<br />
resistência <strong>de</strong> aquecimento das unida<strong>de</strong>s evaporadoras que<br />
operem em faixas <strong>de</strong> congelamento, pois o gelo é isolante e<br />
dificulta a troca <strong>de</strong> calor.<br />
Mantenha, sempre que possível, as portas das câmaras<br />
frigoríficas fechadas e vedadas, inclusive as portas das<br />
antecâmaras.<br />
Mantenha sempre em bom funcionamento e limpos os<br />
termóstatos que operam com válvulas <strong>de</strong> três vias e/ou com<br />
válvulas <strong>de</strong> expansão.<br />
Nas câmaras frigoríficas, use somente lâmpadas mais<br />
eficientes, preferencialmente frias, mantendo o nível <strong>de</strong><br />
iluminação a<strong>de</strong>quado (200 lux).<br />
Evite, sempre que possível, instalar con<strong>de</strong>nsadores <strong>ao</strong><br />
alcance <strong>de</strong> raios solares ou próximos <strong>de</strong> fornos, estufas, ou<br />
quaisquer equipamentos que irradiem calor.<br />
Utilize cortinas <strong>de</strong> ar, quando não houver antecâmara.<br />
Recupere, sempre que houver simultaneida<strong>de</strong> ou possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> acumulação, o calor rejeitado pelas torres <strong>de</strong><br />
arrefecimento para aquecimento ou pré-aquecimento <strong>de</strong><br />
fluidos envolvidos noutros processos. Esta recuperação<br />
po<strong>de</strong> ser realizada por permutadores ou bombas <strong>de</strong> calor.<br />
Avalie a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termoacumulação <strong>de</strong> gelo ou<br />
água gelada para os sistemas <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> expansão<br />
indireta <strong>de</strong> médio ou gran<strong>de</strong> porte, que utilizem a água gelada<br />
como condutor térmico e operem nas faixas <strong>de</strong> temperatura<br />
compatíveis.<br />
SISTEMA DE AR COMPRIMIDO<br />
Verificar periodicamente as condições físicas dos compressores<br />
e realizar limpeza periódica ou troca dos filtros <strong>de</strong> ar.<br />
Fazer a limpeza <strong>de</strong> filtros separadores <strong>de</strong> óleo no caso <strong>de</strong><br />
compressores <strong>de</strong> parafuso.<br />
Manter as correias <strong>de</strong> acionamento a<strong>de</strong>quadamente ajustadas,<br />
mudando-as quando <strong>de</strong>sgastadas.<br />
Sempre que possível, fazer as tomadas <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> admissão<br />
fora da casa <strong>de</strong> máquinas.<br />
Eliminar qualquer fuga existente no trajeto entre a geração e<br />
o reservatório central e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> ar.<br />
Realizar periodicamente a drenagem do reservatório central.<br />
Manter limpas as superfícies dos permutadores <strong>de</strong> calor<br />
(intercoolers).<br />
Efetuar a distribuição do ar comprimido evitando trajetos<br />
complexos e curvas. A perda <strong>de</strong> pressão máxima admissível<br />
entre o reservatório central e o ponto <strong>de</strong> utilização mais<br />
distante é <strong>de</strong> 0,3 kg/cm2. Acima <strong>de</strong>ste valor, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
distribuição <strong>de</strong>ve sofrer alterações para a simplificação dos<br />
trajetos.<br />
Retirar da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição todos os ramais secundários<br />
<strong>de</strong>sativados ou inoperantes. Isto evita acumulação <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação,<br />
perda <strong>de</strong> carga excessiva e fugas.<br />
Utilizar os diversos tipos <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> acordo com a sua<br />
aplicação específica.<br />
Efetuar a drenagem <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsados dos pontos <strong>de</strong> menor<br />
cota em re<strong>de</strong>s sem óleo e aplicar o sistema <strong>de</strong> purga em<br />
re<strong>de</strong>s com óleo. Uma inclinação <strong>de</strong> 5 a 10 mm por metro<br />
linear <strong>de</strong> re<strong>de</strong> facilita o funcionamento do sistema <strong>de</strong> purga<br />
<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsado.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 21
AGIR<br />
CONDICIONAMENTO DE AR<br />
Regule o termóstato do aparelho para uma temperatura<br />
ambiente que proporcione conforto.<br />
Limpe e mu<strong>de</strong> periodicamente os filtros.<br />
Verifique se as correias dos ventiladores estão ajustadas e<br />
perfeitas.<br />
Utilize cortinas e persianas para evitar a incidência <strong>de</strong> raios<br />
solares nos ambientes com ar condicionado.<br />
Mantenha fechadas as portas e as janelas nos ambientes<br />
com ar condicionado.<br />
Mantenha <strong>de</strong>sobstruídas as grelhas <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> ar.<br />
Utilize, preferencialmente, lâmpadas fluorescentes em ambientes<br />
climatizados.<br />
Desligue o aparelho <strong>ao</strong> ausentar-se do ambiente por longo<br />
tempo.<br />
BOMBEAMENTO DE ágUA<br />
Faça a manutenção periódica do sistema, eliminando fugas<br />
e efetuando a limpeza dos filtros.<br />
22 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Verifique se o sistema está corretamente dimensionado, isto<br />
é, se a extração da bomba é a<strong>de</strong>quada para as necessida<strong>de</strong>s<br />
do sistema, se o diâmetro da tubulação é apropriado e se a<br />
potência do motor elétrico é compatível com a bomba.<br />
Evite a entrada <strong>de</strong> ar na tubulação <strong>de</strong> sucção. Isto ocorre<br />
pelo estado precário da tubulação ou intencionalmente, com<br />
o ajuste da extração e, consequentemente, com a carga do<br />
motor. O procedimento correto seria, <strong>ao</strong> invés da entrada <strong>de</strong><br />
ar, o redimensionamento do conjunto motobomba através<br />
<strong>de</strong> um rotor ou <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> polias.<br />
Evite gran<strong>de</strong>s alturas <strong>de</strong> sucção. A sua ocorrência, além <strong>de</strong><br />
diminuir o rendimento, po<strong>de</strong> provocar “cavitação”, diminuindo<br />
a vida útil do rotor.<br />
Verifique a altura <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo necessária. Quando a saída da<br />
tubagem se encontra numa altura muito superior <strong>ao</strong> ponto<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, provoca um gasto <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong> energia por<br />
sobredimensionamento da instalação.<br />
Deve evitar-se que as instalações sejam compostas por um<br />
único conjunto motobomba. O correto seria dividir a carga<br />
hidráulica por dois (ou mais) conjuntos motores.<br />
BALCõES FRIgORíFICOS<br />
Evite o excesso <strong>de</strong> gelo, através da regulação correta do<br />
termóstato do equipamento e <strong>de</strong> sua limpeza periódica.<br />
Instale os balcões fora do alcance dos raios solares ou <strong>de</strong><br />
outras fontes <strong>de</strong> calor.<br />
<strong>Não</strong> coloque nos balcões frigoríficos produtos ainda quentes<br />
ou acondicionados em embalagens <strong>de</strong> transporte.<br />
Disponha os alimentos <strong>de</strong> forma a não ultrapassarem a<br />
cortina <strong>de</strong> ar frio formada nos balcões frigoríficos abertos.<br />
Cubra os balcões <strong>de</strong> produtos congelados durante a noite<br />
para maior conservação do frio.<br />
Procure aproveitar as câmaras frigoríficas existentes, que<br />
funcionam continuamente, para obter um pré-congelamento
dos produtos, antes <strong>de</strong> um primeiro carregamento dos balcões<br />
frigoríficos abertos.<br />
Mantenha em perfeito estado a borracha <strong>de</strong> vedação das<br />
portas ou das tampas.<br />
Dê preferência a balcões frigoríficos com tampa <strong>de</strong> vidro<br />
que permitam a visualização dos produtos expostos, com<br />
redução da perda <strong>de</strong> frio.<br />
AQUECIMENTO SOLAR<br />
painéis solares fotovoltaicos<br />
Instalar o equipamento <strong>de</strong> acordo com as indicações do<br />
fornecedor relativamente <strong>ao</strong> melhor posicionamento.<br />
Verifique que não existem obstáculos/sombras que interfiram<br />
na captação da luz solar.<br />
Para regiões on<strong>de</strong> a temperatura mínima média no inverno<br />
seja inferior a 9ºC é aconselhável a instalação <strong>de</strong> sistemas<br />
anticongelamento.<br />
painéis solares térmicos<br />
O dimensionamento do reservatório <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado <strong>ao</strong><br />
consumo <strong>de</strong> água quente da unida<strong>de</strong> consumidora.<br />
A instalação do reservatório térmico <strong>de</strong>ve ser, preferencial-<br />
mente, acima dos coletores solares, <strong>de</strong>snível mínimo <strong>de</strong> 30<br />
cm e distância máxima <strong>de</strong> 5 m.<br />
Em geral, é necessária a instalação <strong>de</strong> um sistema auxiliar <strong>de</strong><br />
aquecimento, usualmente elétrico, que <strong>de</strong>verá ser calculado<br />
conforme as recomendações do fabricante.<br />
Manutenção<br />
Regra geral, os painéis solares possuem uma placa <strong>de</strong><br />
vidro na superfície coletora; no caso <strong>de</strong> quebra, <strong>de</strong>ve ser<br />
substituída.<br />
Sempre que fizer qualquer manutenção no sistema <strong>de</strong><br />
aquecimento solar, <strong>de</strong>sligue a re<strong>de</strong> elétrica.<br />
Antes <strong>de</strong> religar a re<strong>de</strong> elétrica, certifique-se <strong>de</strong> que o reservatório<br />
térmico esteja cheio <strong>de</strong> água.<br />
Em cada seis meses, é recomendável a lavagem dos vidros<br />
e a drenagem da água do sistema com água <strong>de</strong>stilada;<br />
procure realizar a lavagem na parte da manhã para evitar<br />
choques térmicos e quebra dos vidros.<br />
Para qualquer outro tipo <strong>de</strong> manutenção procure o fornecedor<br />
do sistema <strong>de</strong> aquecimento solar.<br />
A autarquia tem vindo a incorporar e a trabalhar o conceito<br />
<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> energética <strong>de</strong> uma forma prática nas<br />
suas ferramentas e nos procedimentos municipais, o que<br />
num futuro próximo elevará o concelho a uma esfera <strong>de</strong><br />
excelência, promovendo uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para<br />
o munícipe.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 23
PROTEGER<br />
Zonas ver<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> eleição<br />
PARQUES DE LOURES<br />
Os espaços ver<strong>de</strong>s públicos e em especial os parques e jardins são cada vez mais assumidos como<br />
elementos essenciais à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida nas cida<strong>de</strong>s. Têm funções ecológicas, lúdicas e recreativas,<br />
sendo o seu principal objetivo a preservação da qualida<strong>de</strong> do ar, o recreio e o lazer. Estando consciente<br />
<strong>de</strong>ste papel, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem votado os seus esforços no sentido <strong>de</strong> melhorar continuamente<br />
a sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s públicos <strong>de</strong> modo a permitir que munícipes e população em geral possam<br />
usufruir e beneficiar das suas valências.<br />
Os espaços ver<strong>de</strong>s municipais são espaços públicos que se<br />
encontram sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong>, que tem o <strong>de</strong>ver da sua preservação e conservação.<br />
Ao dotar os parques <strong>de</strong> lazer com as infraestruturas necessárias,<br />
dando lugar a espaços mo<strong>de</strong>rnos com diversas<br />
valências para usufruto <strong>de</strong> cidadãos <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, a<br />
<strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo a proporcionar a melhoria da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />
Inicialmente, os espaços ver<strong>de</strong>s urbanos tinham como<br />
objetivo recriar a presença rural no meio urbano. Hoje em dia<br />
assumem uma importância capital na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das<br />
24 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
populações, e surgem como uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover<br />
o equilíbrio ecológico.<br />
Um pouco por todo o concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> po<strong>de</strong>m encontrar-<br />
-se diversos jardins e parques públicos com características<br />
diferentes, alguns aproveitados ou reconvertidos em locais<br />
<strong>de</strong> uso público, constituindo um aproveitamento dos espaços<br />
preexistentes, po<strong>de</strong>ndo neles ser observadas muitas espécies<br />
da flora natural da região.<br />
Vamos então começar o périplo pelos espaços ver<strong>de</strong>s que o<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem para lhe oferecer.
Ao dotar os parques <strong>de</strong> lazer<br />
com as infraestruturas necessárias,<br />
dando lugar a espaços mo<strong>de</strong>rnos<br />
com diversas valências para usufruto<br />
<strong>de</strong> cidadãos <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s,<br />
a <strong>Câmara</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo<br />
a proporcionar a melhoria<br />
da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
da população.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 25
Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />
<strong>de</strong> Montachique<br />
Cabeço <strong>de</strong> Montachique<br />
Estradas <strong>de</strong> Ribas<br />
2670–731 Fanhões<br />
c o n ta c t o s: 211 151 531<br />
h o r á r i o: Verão – 8h30 às 20h00<br />
Inverno – 8h30 às 17h00<br />
26 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
pArQue MuNicipAL do cABeço <strong>de</strong> MoNtAcHiQue<br />
Quem passa pela freguesia <strong>de</strong> Fanhões não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
visitar o Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique. Está<br />
situado a apenas oito quilómetros da se<strong>de</strong> <strong>de</strong> concelho e<br />
é particularmente vocacionado para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas,<br />
contacto com a natureza e convívio durante todo o ano.<br />
Ocupa cerca <strong>de</strong> 32 hectares <strong>de</strong> floresta com características<br />
mediterrânicas, constituindo um local agradável para passear<br />
a pé e observar a natureza.<br />
Medronheiros, castanheiros, carvalhos, pinheiros, sobreiros,<br />
espécies arbustivas como a aroeira, a esteva, o sargaço, a<br />
trepa<strong>de</strong>ira e a urze, e ainda cogumelos, musgos e líquenes,<br />
fazem parte da riqueza biológica da floresta do Parque<br />
<strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique.<br />
Sendo um local condicionado <strong>ao</strong> trafego automóvel, oferece<br />
condições <strong>de</strong> segurança e tranquilida<strong>de</strong> para observar aves.<br />
O parque é o habitat <strong>de</strong> diversas espécies <strong>de</strong> aves. Foram<br />
i<strong>de</strong>ntificadas neste lugar, por exemplo, a carriça, o gaio, a<br />
perdiz, o tentilhão e o mocho-galego.<br />
Está equipado com poli<strong>de</strong>sportivo, quatro campos <strong>de</strong> ténis<br />
e uma pare<strong>de</strong> “bate-bolas” também para ténis. Dispõe<br />
igualmente <strong>de</strong> sala para ténis <strong>de</strong> mesa, espaço para jogos<br />
tradicionais, circuito <strong>de</strong> manutenção, orientação, parque <strong>de</strong><br />
merendas, café-restaurante e balneários.<br />
Mais recentemente, a 1 <strong>de</strong> junho, foi inaugurado o “Natura<br />
Parque – Parque-Aventura”, um parque <strong>de</strong> arborismo com-<br />
posto por um circuito <strong>de</strong> pontes <strong>de</strong> cordas construído nas<br />
árvores. Visitantes e alunos das escolas do concelho tiveram<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nos dois dias seguintes, usufruir do espaço<br />
gratuitamente.
Atualmente, os preços para usufruir do Parque <strong>de</strong> Arborismo<br />
variam entre 7,5 e 25 euros (Pack Família). Os trabalhadores<br />
da <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e as associações po<strong>de</strong>rão beneficiar<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos.<br />
pArQue dA cidA<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
PROTEGER<br />
Situado à entrada da se<strong>de</strong> do concelho, é um espaço<br />
por on<strong>de</strong> diariamente passam centenas <strong>de</strong> pessoas, que<br />
usufruem do local para as suas caminhadas, fazer exercício<br />
físico ou simplesmente passear.<br />
Para além <strong>de</strong> contar com diversos espaços ver<strong>de</strong>s, esta<br />
área, com cerca <strong>de</strong> dois hectares e meio, possui também:<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 27
Parque da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
Rua da República<br />
2670 <strong>Loures</strong><br />
c o n ta c t o s: 211 151 731<br />
28 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
Poli<strong>de</strong>sportivo, dois parques infantis, parque <strong>de</strong> merendas,<br />
parque <strong>de</strong> estacionamento para cento e cinquenta viaturas,<br />
fonte ornamentada por 130 bicos <strong>de</strong> água, percursos, pontes<br />
pedonais e diversas infraestruturas <strong>de</strong> restauração.<br />
Des<strong>de</strong> a sua inauguração, passou a ser consi<strong>de</strong>rado o ex-<br />
-líbris da capital do concelho, sendo palco dos mais diversos<br />
espetáculos e eventos culturais e <strong>de</strong>sportivos.<br />
Neste parque também é possível visitar a galeria <strong>Municipal</strong><br />
Vieira da Silva, no Pavilhão <strong>de</strong> Macau, e o Palácio dos<br />
Marqueses da Praia e Monforte, também conhecido por ser<br />
o local on<strong>de</strong> <strong>de</strong>correm a Assembleia <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e<br />
as reuniões <strong>de</strong> <strong>Câmara</strong>.<br />
Em julho <strong>de</strong> 2011 foi inaugurado um parque <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
com bicicletas, trampolins, insufláveis e outras ativida<strong>de</strong>s,<br />
que po<strong>de</strong>rá utilizar gratuitamente nas manhãs dos primeiros<br />
sábados <strong>de</strong> cada mês (próximas datas: 1 <strong>de</strong> setembro e 6<br />
<strong>de</strong> outubro).<br />
pArQue urBANo <strong>de</strong> sANtA iriA <strong>de</strong> AZóiA<br />
Este espaço ver<strong>de</strong>, aberto <strong>ao</strong> público em 2000, foi a forma<br />
escolhida para aproveitar os terrenos do antigo aterro sanitário.<br />
Entre junho <strong>de</strong> 1988 e junho <strong>de</strong> 1996, o aterro <strong>de</strong> Santa<br />
Iria <strong>de</strong> Azóia recebeu resíduos sólidos urbanos produzidos<br />
nos concelhos <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e Vila Franca <strong>de</strong> Xira. Esgotada<br />
a capacida<strong>de</strong> do aterro e após completada a selagem, o<br />
Município avançou para a sua reconversão para parque<br />
urbano.<br />
A gestão do parque é da responsabilida<strong>de</strong> do Departamento<br />
<strong>de</strong> Ambiente e Transportes Municipais, que proce<strong>de</strong>u a várias<br />
intervenções <strong>de</strong> beneficiação, procurando assim proporcionar<br />
<strong>ao</strong>s visitantes a plena fruição <strong>de</strong>ste espaço.<br />
São cerca <strong>de</strong> 24 hectares <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> repletos <strong>de</strong> equipamentos<br />
<strong>de</strong>sportivos e <strong>de</strong> lazer. Os amantes do <strong>de</strong>sporto<br />
dispõem <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> para escalada, torre <strong>de</strong> saltos, pista <strong>de</strong><br />
atletismo, encosta <strong>de</strong> voo e parque <strong>de</strong> merendas.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 29
PROTEGER<br />
A nível mais pedagógico, o parque possui diversos equipamentos<br />
como o Centro <strong>de</strong> Educação e Sensibilização<br />
Ambiental, o Centro <strong>de</strong> Documentação e Informação Avelar<br />
Brotero, um Parque Temático <strong>de</strong> Energias Renováveis e uma<br />
Horta Solar.<br />
Mesmo que não seja fã da prática <strong>de</strong>sportiva, este parque<br />
merece uma visita. Aqui encontra-se também o Centro Veterinário<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>rá adotar um novo<br />
amigo.<br />
Parque Urbano <strong>de</strong> Santa Iria <strong>de</strong> Azóia<br />
Estrada Nacional 115-5<br />
Portela da Azóia<br />
c o n ta c t o s: 211 151 183 (Portaria)<br />
211 150 731 (Reservas)<br />
h o r á r i o: 7h30 às 20h00<br />
30 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
(...) por todo o concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
po<strong>de</strong>m encontrar-se diversos jardins<br />
e parques públicos com características<br />
diferentes, alguns aproveitados<br />
ou reconvertidos em locais <strong>de</strong> uso público.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 31
AGIR<br />
Apren<strong>de</strong>r na escola<br />
a tempo inteiro<br />
ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR<br />
Des<strong>de</strong> o ano letivo <strong>de</strong> 2005/2006, a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parcerias com<br />
agrupamentos <strong>de</strong> escolas, associações <strong>de</strong> pais, instituições particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social e outras<br />
associações, proporciona o acesso gratuito às Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enriquecimento Curricular (AEC) a cerca <strong>de</strong><br />
sete mil e duzentos alunos do primeiro ciclo do ensino básico.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> enriquecer conhecimentos, saberes<br />
e novas experiências <strong>ao</strong>s alunos que frequentam esta<br />
componente não letiva, as AEC dão corpo <strong>ao</strong> ensino do<br />
inglês, da música, das ativida<strong>de</strong>s física e <strong>de</strong>sportiva, das<br />
expressões lúdico-expressivas e ainda do apoio <strong>ao</strong> estudo.<br />
Além <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>m existir ainda outras <strong>de</strong><br />
acordo com o contexto <strong>de</strong> cada escola, como ciências e<br />
novas tecnologias.<br />
A frequência <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s, que constitui um <strong>de</strong>safio<br />
para os próprios alunos, mas que correspon<strong>de</strong> também<br />
às necessida<strong>de</strong>s das famílias face <strong>ao</strong>s horários escolares,<br />
<strong>de</strong>signada Escola a Tempo Inteiro.<br />
No caso do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, no início <strong>de</strong> cada ano<br />
letivo são celebrados acordos <strong>de</strong> Parceria do Programa <strong>de</strong><br />
Enriquecimento Curricular nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensi-<br />
no Básico com os 13 agrupamentos <strong>de</strong> escolas e as entida<strong>de</strong>s<br />
parceiras nas AEC.<br />
32 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
No ano letivo <strong>de</strong> 2011/2012, foram 39 os parceiros, nomeadamente<br />
25 associações <strong>de</strong> pais e encarregados <strong>de</strong> educação,<br />
oito instituições particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social,<br />
duas juntas <strong>de</strong> freguesia e quatro estruturas representativas<br />
do movimento associativo cultural, <strong>de</strong>sportivo e juvenil.<br />
educArte<br />
Reconhecendo a importância das Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enrique-<br />
cimento Curricular no <strong>de</strong>senvolvimento sociopedagógico dos<br />
alunos, a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> promove, há quatro<br />
anos, o EducArte – Mostra das Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enriqueci-<br />
mento Curricular. Este evento é realizado nas se<strong>de</strong>s dos<br />
agrupamentos <strong>de</strong> escolas, e nele participam todos os alunos,<br />
<strong>de</strong>monstrando aprendizagens e valências no âmbito da<br />
música, do inglês, das ativida<strong>de</strong>s física e <strong>de</strong>sportiva e na área<br />
das expressões dramática, corporal e plástica.
(...) acesso gratuito às Ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Enriquecimento Curricular (AEC)<br />
a cerca <strong>de</strong> sete mil e duzentos alunos<br />
do primeiro ciclo do ensino básico.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 33
AGIR<br />
A 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>ste ano, o Pavilhão António Feliciano Bastos<br />
recebeu mais uma sessão do EducArte, juntando mais <strong>de</strong><br />
três centenas <strong>de</strong> alunos do 4.º ano das escolas básicas das<br />
freguesias <strong>de</strong> Fanhões, <strong>Loures</strong> e Lousa, que apresentaram<br />
coreografias, cantaram e dançaram. A revista <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong><br />
falou com alguns dos intervenientes:<br />
carina, <strong>de</strong> 9 anos:<br />
“gosto muito da escola<br />
e <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r coisas novas.<br />
Nas AEC aprendi a fazer<br />
jogos, a falar inglês<br />
e a tocar flauta.”<br />
34 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
sara, <strong>de</strong> 9 anos:<br />
“gosto muito <strong>de</strong> inglês,<br />
os meus pais sempre<br />
me apoiaram para saber<br />
falar inglês.<br />
Quanto à música, a flauta<br />
foi o único instrumento<br />
que aprendi, mas gostava<br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a tocar viola.”
Hélio Gonçalves, professor:<br />
“Trabalhamos a todos os níveis musicais,<br />
criamos dinâmicas <strong>de</strong> gosto pela música,<br />
ensinamos a ouvir e a escutar.<br />
A partir do século x x as pessoas habituaramse<br />
a ouvir sem escutar; tomemos o<br />
exemplo: quando ensinamos uma criança a<br />
atravessar uma rua<br />
dizemos-lhe que olhe para a direita,<br />
que olhe para a esquerda,<br />
e não lhe dizemos que também esteja<br />
atenta a ouvir o som dos veículos.<br />
Wagner, em Bayreuth, escon<strong>de</strong>u a orquestra<br />
para que o público apren<strong>de</strong>sse a ouvir.<br />
Se ensinarmos e apren<strong>de</strong>rmos<br />
a ouvir teremos uma socieda<strong>de</strong> muito<br />
melhor. A música é muito importante<br />
a nível da socialização.”<br />
elisa santos, encarregada <strong>de</strong> educação<br />
e membro da Associação <strong>de</strong> Pais<br />
e Encarregados <strong>de</strong> Educação da EB1 jI<br />
da Fonte Santa:<br />
“É o segundo ano que a associação faz<br />
a gestão e organiza as AEC em colaboração<br />
com a escola. Somos um parceiro<br />
da <strong>Câmara</strong>. já temos uma estrutura<br />
montada, reunimos <strong>ao</strong> longo do ano<br />
e selecionamos o tema que queremos<br />
trabalhar. A nossa associação proporciona<br />
ainda ativida<strong>de</strong>s vocacionadas para<br />
as crianças do jardim <strong>de</strong> infância e outras<br />
para as do 1.º ciclo, como sejam<br />
hip-hop, karaté, <strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> salão,<br />
entre outras. Temos quinze professores<br />
e sete colaboradoras para quatro centenas<br />
<strong>de</strong> crianças <strong>de</strong>ste agrupamento, que integra<br />
as escolas da Fonte Santa, Tojalinho,<br />
A-dos-Cãos e Murteira.”<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 35
AGIR<br />
HidroterApiA<br />
Es c o l a i n c l u s i va<br />
Consi<strong>de</strong>rada uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento curri-<br />
cular, abrange 170 alunos com necessida<strong>de</strong>s educativas<br />
especiais (NEE) que frequentam o ensino básico da re<strong>de</strong><br />
escolar pública do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
Este projeto constitui uma boa prática enquanto estratégia<br />
para a adaptação e inclusão <strong>de</strong> crianças com NEE e<br />
portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, sendo suportada financeiramente<br />
pela Autarquia na medida em que se assume como mais<br />
uma ativida<strong>de</strong> extra curricular para estes alunos.<br />
Esta ativida<strong>de</strong> concretiza-se pela prática <strong>de</strong> hidroterapia,<br />
<strong>de</strong>finindo como objetivos concretos a promoção da autonomia,<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento global e <strong>de</strong> competências <strong>de</strong>stes alunos<br />
através <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> relaxamento e reabilitação em meio<br />
aquático, proporcionando-lhes uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida.<br />
(...) as AEC dão corpo<br />
<strong>ao</strong> ensino do inglês,<br />
da música, das ativida<strong>de</strong>s<br />
física e <strong>de</strong>sportiva,<br />
das expressões<br />
lúdico-expressivas e ainda<br />
do apoio <strong>ao</strong> estudo.
AGIR<br />
<strong>Loures</strong>,<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
direitos humanos<br />
Em maio <strong>de</strong> 2011, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> a<strong>de</strong>riu à Carta<br />
Europeia dos Direitos Humanos na Cida<strong>de</strong>, assumindo este<br />
documento como norteador das políticas públicas em matéria<br />
<strong>de</strong> direitos humanos e <strong>de</strong> combate à discriminação.<br />
A Carta, já assinada por mais <strong>de</strong> 400 municípios em toda<br />
a Europa, entre os quais Lisboa e Porto, nasceu no seio<br />
da União Europeia no início do século x x i para reforçar<br />
os diversos compromissos da Humanida<strong>de</strong> para com os<br />
seus próprios Direitos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo a Declaração Universal<br />
dos Direitos Humanos (1948), revista por diversas vezes,<br />
a Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1950) e<br />
inúmeros outros atos jurídicos e administrativos.<br />
38 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Esta Carta centra-se na CIDADE, que “é hoje um espaço<br />
<strong>de</strong> todos os encontros e, por conseguinte, <strong>de</strong> todas as<br />
possibilida<strong>de</strong>s”, um espaço que acolhe “um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
cidadãos e cidadãs <strong>de</strong> passagem, mas também e sobretudo<br />
estrangeiros à procura <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, trabalho e troca <strong>de</strong><br />
conhecimentos…”, um “terreno <strong>de</strong> todas as contradições<br />
e <strong>de</strong> todos os perigos: no espaço urbano, <strong>de</strong> fronteiras<br />
incertas, aparecem todas as discriminações ancoradas no<br />
<strong>de</strong>semprego, na pobreza, no <strong>de</strong>sprezo pelas diferenças<br />
culturais; no entanto, e <strong>ao</strong> mesmo tempo, esboçam-se e<br />
multiplicam-se práticas cívicas e sociais <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>”.
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 39
AGIR<br />
Para mais informações<br />
<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
Divisão <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> e Cidadania<br />
c o n ta c t o: 211 150 860<br />
40 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
<strong>Loures</strong>, concelho da gran<strong>de</strong> área metropolitana <strong>de</strong> Lisboa<br />
que regista das mais altas taxas <strong>de</strong> população imigrante<br />
resi<strong>de</strong>nte, foi assim a terceira cida<strong>de</strong> portuguesa a assinar<br />
uma Carta <strong>de</strong> princípios sobre os quais assentam as suas<br />
políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social, económico, ambiental,<br />
urbanístico e cultural.<br />
Assim, <strong>Loures</strong> também lembra a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> favorecer<br />
uma “<strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>”, on<strong>de</strong> todos os cidadãos<br />
e cidadãs participem na vida da cida<strong>de</strong>, e compromete-se a<br />
“promover, por todos os meios à sua disposição, o respeito<br />
pela dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos seus<br />
habitantes”.<br />
Para estes, os habitantes <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, este compromisso<br />
garante-lhes um conjunto <strong>de</strong> referências que os ajudarão<br />
a ser mais eficazes na reivindicação dos seus direitos e<br />
na <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> eventuais violações a que possam ser<br />
sujeitos.<br />
No dia 25 <strong>de</strong> junho, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> apresentou<br />
publicamente a Comissão <strong>de</strong> Alerta encarregue <strong>de</strong> tornar<br />
pública esta Carta Europeia dos Direitos Humanos na Cida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> monitorizar a aplicação dos direitos que con-sagra.<br />
Catorze lourenses <strong>de</strong> referência nas áreas da cultura, do<br />
<strong>de</strong>sporto, da educação, da segurança, da saú<strong>de</strong>, do associativismo,<br />
do ambiente.<br />
Este novo compromisso da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> para com os<br />
direitos humanos insere-se no âmbito da ativida<strong>de</strong> municipal<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela Divisão <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> e Cidadania, serviço<br />
autárquico já distinguido com o prémio Melhores Práticas<br />
Autárquicas no Acolhimento <strong>de</strong> Imigrantes da Fundação Calouste<br />
gulbenkian.
ANTÓNIO COSTA PEREIRA, Presi<strong>de</strong>nte da Associação Dariacordar<br />
42 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
ANTÓNIO COSTA PEREIRA, piloto <strong>de</strong> aviação, po<strong>de</strong><br />
sentir-se orgulhoso <strong>de</strong>, sozinho, ter conseguido<br />
fundar um movimento <strong>de</strong> sucesso por uma causa<br />
que requer muito trabalho e a união <strong>de</strong> muita<br />
gente. Com outros cidadãos formou a Dariacordar,<br />
associação para a recuperação do <strong><strong>de</strong>sperdício</strong><br />
e, em conjunto, criaram o Movimento Zero Desperdício.<br />
Sob o lema “Portugal não se po<strong>de</strong> dar <strong>ao</strong> Lixo”,<br />
está a aproveitar os bens <strong>alimentar</strong>es que antes<br />
acabavam no lixo – comida que nunca saiu da<br />
cozinha, cujo prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> se aproxima do fi m,<br />
ou que não foi exposta nem esteve em contacto<br />
com o público –, fazendo-os chegar a pessoas que<br />
<strong>de</strong>les necessitam.<br />
<strong>Não</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong><br />
<strong>alimentar</strong><br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 43
AGIR<br />
“Des<strong>de</strong> início sentimos<br />
que havia abertura e vonta<strong>de</strong><br />
por parte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />
que aceitou <strong>de</strong> imediato<br />
fazer parte do Movimento<br />
Zero Desperdício.”<br />
em 2008, sozinho, começa uma luta para diminuir o<br />
<strong><strong>de</strong>sperdício</strong> <strong>alimentar</strong> em portugal. como é que surgiu<br />
o impulso para intervir ativamente na socieda<strong>de</strong>?<br />
Exercer uma cidadania ativa tem a ver com cada um <strong>de</strong> nós.<br />
Só sei que, pela vida que fui levando, pela educação que fui<br />
tendo, a questão do <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> esteve sempre presente.<br />
E sempre fui ensinado que não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sperdiçar aquilo<br />
que temos a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter. Todos os dias existem apelos <strong>de</strong><br />
instituições para ajudar das mais variadas formas: dinheiro,<br />
roupas, alimentos… E já naquela altura se falava que<br />
milhares <strong>de</strong> refeições em perfeitas condições <strong>de</strong> consumo<br />
eram simplesmente <strong>de</strong>itadas para o lixo por causa <strong>de</strong> uma<br />
lei que alegava “razões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública”. Confirmei-o<br />
pessoalmente com empresas <strong>de</strong> catering, restaurantes,<br />
supermercados. Perante isto havia duas coisas a fazer: ou<br />
era cumprir a lei, resignando-nos, ou então, indignarmo-nos<br />
e tentar mudar o rumo das coisas.<br />
A partir daí qual foi o primeiro passo?<br />
Inicialmente a minha intervenção centrou-se sobretudo em<br />
alertar, em fazer chegar a mensagem a quem podia fazer<br />
a diferença, nomeadamente, Presidência da República,<br />
governo, <strong>de</strong>putados, comunicação social. Como as respos-<br />
44 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
tas não existiam ou eram apenas simpáticas sem serem<br />
concretas, <strong>de</strong>cidi passar à ação. Foi então que, em julho <strong>de</strong><br />
2010, lancei a petição “Desperdício Alimentar”, tendo recolhido<br />
cerca <strong>de</strong> 70 mil assinaturas. Este foi o primeiro passo<br />
para trazer a polémica às agendas e tentar alterar ou adaptar<br />
uma lei que estava a ser mal interpretada.<br />
como é que, então, se consegue contornar uma lei em<br />
que saú<strong>de</strong> pública e <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> Alimentar são dois<br />
conceitos que não combinam?<br />
Em novembro <strong>de</strong> 2010 tenho a primeira reunião com a<br />
Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Económica (ASAE),<br />
on<strong>de</strong> lhes faço ver que, sendo esta em Portugal quem mais<br />
percebe <strong>de</strong> segurança <strong>alimentar</strong>, também tinha <strong>de</strong> fazer<br />
parte da solução. Eles próprios admitiram que a lei estava<br />
a ser mal interpretada. A partir daí abriu-se caminho para<br />
se começar a trabalhar na recuperação <strong>de</strong> refeições, tendo<br />
sido criadas checklists para que o projeto <strong>de</strong> recolher, acondicionar,<br />
transportar e entregar refeições pu<strong>de</strong>sse ser feito <strong>de</strong><br />
forma simples e segura. Aliás, meses antes, o governo tinha<br />
colocado no seu plano <strong>de</strong> emergência social a recuperação<br />
<strong>de</strong> refeições não comercializadas. Portanto, estava dado o<br />
mote para esta i<strong>de</strong>ia se tornar um <strong>de</strong>sígnio nacional. Faltava<br />
fazê-la chegar às pessoas. É daqui que nasce o Movimento<br />
Zero Desperdício, na esperança <strong>de</strong> que cada pessoa possa<br />
fazer a diferença. Ajudar tem <strong>de</strong> estar no ADN <strong>de</strong> cada um<br />
<strong>de</strong> nós.<br />
seguidamente, a preocupação foi colocar o Movimento<br />
a funcionar…<br />
A principal preocupação da Dariacordar foi não <strong>de</strong>sperdiçar<br />
os meios que já existiam. Pensámos então que a forma mais<br />
eficaz <strong>de</strong> levar o projeto avante era funcionar em parcerias<br />
locais, com a ajuda das autarquias, pois cada local tem os<br />
seus problemas e as suas soluções próprias. Cabe a estas<br />
organizarem-se para fazerem a recolha dos alimentos junto<br />
dos estabelecimentos a<strong>de</strong>rentes e os distribuírem <strong>ao</strong>s beneficiários.<br />
A partir daí começámos a contactar vários municípios<br />
na área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa. A i<strong>de</strong>ia era arrancar com<br />
o Movimento em dois concelhos. Um <strong>de</strong>les foi <strong>Loures</strong>, um<br />
município vasto e heterogéneo. Des<strong>de</strong> início sentimos que<br />
havia abertura e vonta<strong>de</strong> por parte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, que aceitou<br />
<strong>de</strong> imediato fazer parte do Movimento Zero Desperdício.<br />
à semelhança <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, também as câmaras <strong>de</strong> Lisboa,<br />
Sintra e Cascais abraçaram este projeto.
Além dos municípios muitas outras entida<strong>de</strong>s estão<br />
envolvidas…<br />
Sim, há muitas formas <strong>de</strong> ajudar e qualquer tipo <strong>de</strong> contri-<br />
buição faz a diferença. Fazem parte <strong>de</strong>ste projeto restaurantes,<br />
refeitórios, empresas <strong>de</strong> catering, hotéis, super e hiper-<br />
mercados, IPSS, entre outros. Temos até a colaborar connosco<br />
uma empresa <strong>de</strong> vending (máquinas <strong>de</strong> distribuição<br />
automática <strong>de</strong> alimentos), que nos fornece diariamente<br />
cerca <strong>de</strong> 500 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos embalados. Em <strong>Loures</strong>,<br />
por exemplo, a campanha teve início em janeiro <strong>de</strong>ste ano e<br />
conta com a colaboração <strong>de</strong> <strong>de</strong>z superfícies comerciais do<br />
grupo jerónimo Martins, e <strong>de</strong> igual número <strong>de</strong> instituições<br />
particulares <strong>de</strong> segurança social. O importante é que tudo<br />
isto já levou à concretização <strong>de</strong> outros movimentos, como<br />
é exemplo o “Re-food” que recolhe, a pé ou <strong>de</strong> bicicleta,<br />
os alimentos que sobram diariamente em estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> Lisboa, para os distribuir a famílias carenciadas. O Zero<br />
Desperdício é apenas uma solução. Há muitas outras boas<br />
soluções.<br />
como avalia hoje a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> todas estas instituições?<br />
Tem sido muito positivo. Temos gran<strong>de</strong>s grupos connosco.<br />
Além do jerónimo Martins, contamos com o grupo Auchan e<br />
“A nível cívico é<br />
também um bom<br />
exemplo <strong>de</strong> cidadania<br />
e solidarieda<strong>de</strong> social.<br />
Sentimos que cada<br />
um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> fazer<br />
a diferença e se nos<br />
associarmos mais fácil<br />
se torna”<br />
queremos encetar negociações com a Sonae. Infelizmente,<br />
face à atual situação económica, cada vez mais chegam<br />
novos pedidos <strong>de</strong> ajuda. As pessoas estão a per<strong>de</strong>r a vergonha,<br />
estão com fome e estão a bater às portas. E esta é<br />
mais uma forma <strong>de</strong> levarmos refeições até à mesa <strong>de</strong> quem<br />
precisa.<br />
tendo em conta os objetivos <strong>de</strong>ste Movimento, po<strong>de</strong>mos<br />
dizer que é um projeto <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira responsabilida<strong>de</strong><br />
social…<br />
De facto, tem várias vantagens. Além da social, que é construir<br />
uma socieda<strong>de</strong> mais justa, também é economicamente<br />
viável, pois <strong>ao</strong> aproveitar os <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>s <strong>de</strong> bens, produtos<br />
e recursos existentes, são poupadas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões<br />
<strong>de</strong> euros. Em termos ambientais, com a diminuição <strong>de</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>s<br />
que, muitas vezes, são <strong>de</strong>itados fora <strong>de</strong> forma<br />
<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quada, contribui-se para o “carbono-zero”. A nível<br />
cívico é também um bom exemplo <strong>de</strong> cidadania e solidarieda<strong>de</strong><br />
social. Sentimos que cada um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> fazer a<br />
diferença e se nos associarmos mais fácil se torna.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 45
AGIR<br />
como é que reage às críticas que têm sido feitas <strong>ao</strong> hino<br />
do Movimento?<br />
Fico muito triste, porque afinal <strong>de</strong> contas conseguimos juntar<br />
51 artistas do panorama musical português que entraram<br />
para este projeto <strong>de</strong> coração aberto. <strong>Não</strong> se po<strong>de</strong> pôr tudo<br />
em causa apenas por umas palavras mal interpretadas.<br />
Ninguém recebe restos. A comida que chega às famílias<br />
mais carenciadas é intocada. Todos os que estão envolvidos<br />
neste movimento são pessoas bem-intencionadas com uma<br />
mente aberta. Por isso, a esse tipo <strong>de</strong> críticas respon<strong>de</strong>mos<br />
com ações e com os números das famílias que estão a ser<br />
apoiadas.<br />
Até on<strong>de</strong> gostaria <strong>de</strong> levar o Zero <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>?<br />
Queremos chegar até on<strong>de</strong> for possível. Do Minho <strong>ao</strong> Algarve,<br />
on<strong>de</strong> houver pessoas com necessida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong> para<br />
lhes fazer chegar refeições em condições. A partir <strong>de</strong> agora<br />
a Dariacordar terá até a vida mais facilitada porque conta<br />
com a cedência, por parte da Fundação EDP, <strong>de</strong> um espaço<br />
para as suas instalações que ficarão se<strong>de</strong>adas na Rua 4 <strong>de</strong><br />
Outubro, em <strong>Loures</strong>.<br />
“Exercer uma cidadania<br />
ativa tem a ver com cada<br />
um <strong>de</strong> nós”<br />
“Os portugueses<br />
são muito solidários,<br />
têm coração e carácter.”<br />
46 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
o sítio do Movimento na internet é também um veículo<br />
imprescindível em toda a vossa campanha…<br />
Sem dúvida. É um ponto <strong>de</strong> encontro on<strong>de</strong> qualquer pessoa<br />
se po<strong>de</strong> inscrever e fazer parte <strong>de</strong>sta iniciativa da maneira<br />
mais a<strong>de</strong>quada para si. Po<strong>de</strong>m ser estabelecimentos, enti-<br />
da<strong>de</strong>s, empresas ou voluntários a nível individual.<br />
Ali po<strong>de</strong>m encontrar todas as respostas e a explicação do<br />
nosso mo<strong>de</strong>lo. Para saber quem já colabora criámos um dís-<br />
tico <strong>de</strong> “estabelecimento a<strong>de</strong>rente” – restaurante, supermercado,<br />
café – que irá estar fisicamente afixado nas suas<br />
instalações. Assim, se quiser ir a um restaurante e <strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
caras com esse dístico, saberá que é um restaurante com<br />
responsabilida<strong>de</strong> social ativa. Essa informação também<br />
po<strong>de</strong>rá ser pesquisada no site. Temos também uma página<br />
no facebook, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão acompanhar as novida<strong>de</strong>s do<br />
Zero Desperdício.<br />
Apesar <strong>de</strong> tudo, os portugueses ainda são solidários?<br />
Os portugueses são muito solidários, têm coração e carácter.<br />
Estavam era muito <strong>de</strong>sorganizados. Este projeto é um<br />
excelente exemplo <strong>de</strong> civismo, até para passar para o estrangeiro,<br />
através dos turistas que visitam Portugal.<br />
É uma boa imagem que o nosso país po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong> si, numa<br />
altura em que o Parlamento Europeu propôs 2014 como<br />
o Ano Europeu Contra o Desperdício Alimentar.<br />
A nível pessoal, o que é que sente <strong>ao</strong> intervir ativamente<br />
na socieda<strong>de</strong>?<br />
Sinto uma enorme felicida<strong>de</strong> e paixão pelo que faço. Cada<br />
um <strong>de</strong> nós, com a sua felicida<strong>de</strong> individual po<strong>de</strong> contribuir<br />
para a felicida<strong>de</strong> coletiva. É fácil <strong>de</strong> constatar a satisfação<br />
que cada pessoa que participa no projeto vai <strong>de</strong>monstrando.<br />
Quem quiser entrar, entra com o que po<strong>de</strong> dar. Muito já foi<br />
feito, mas ainda há muito para fazer. Mas não tenho dúvidas<br />
<strong>de</strong> que vamos lá chegar. O difícil é para já, o impossível <strong>de</strong>mo-<br />
ra apenas mais um pouco.
SENTIR<br />
<strong>Loures</strong>,<br />
um município com<br />
muito para oferecer<br />
Situado na zona norte da área metropolitana <strong>de</strong> Lisboa, <strong>Loures</strong> é um município que possui características<br />
únicas que o diferenciam dos concelhos vizinhos, tornando-o num excelente território para o posicionamento<br />
do setor turístico.<br />
Detentor <strong>de</strong> vasto património arquitetónico histórico, cultural<br />
e paisagístico, <strong>Loures</strong> é um ótimo polo turístico para <strong>de</strong>scobrir.<br />
Conhecedora <strong>de</strong>ste potencial, a Divisão <strong>de</strong> Turismo, inserida<br />
no Departamento <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Económicas e Turismo da<br />
<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, tem tentado promover <strong>Loures</strong><br />
enquanto rota turística <strong>de</strong> excelência, valorizando os seus<br />
recursos endógenos, o património histórico, cultural e<br />
paisagístico, envolvendo todos os atores regionais numa<br />
ação estratégica concertada <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> produtos e infra-<br />
estruturas <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com as neces-<br />
sida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> satisfação do turista.<br />
48 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Um pouco por todo o território po<strong>de</strong>mos encontrar templos <strong>de</strong><br />
culto religioso <strong>de</strong> construção secular, vestígios arqueológicos<br />
que confirmam a existência <strong>de</strong> populações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />
era cristã, quintas e edifícios <strong>de</strong> opulentas <strong>de</strong>corações em<br />
estuques, azulejos e pinturas.<br />
De <strong>de</strong>stacar ainda os museus on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r mais<br />
sobre a cultura, a história e as tradições do povo saloio, ou<br />
os parques ver<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m fazer caminhadas, ou<br />
observar a natureza envolvente.
No que se refere <strong>ao</strong> património natural, <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>staca-se<br />
pelos seus múltiplos contrastes, que variam entre os ver<strong>de</strong>jantes<br />
campos <strong>de</strong> cultivo agrícola, as zonas florestais, a<br />
área vitivinícola e os aglomerados <strong>de</strong> casarios brancos, que<br />
proporcionam passeios <strong>de</strong> rara beleza.<br />
<strong>Loures</strong> é ainda um concelho que dá cartas na área do Eno-<br />
turismo. A norte, na Região <strong>de</strong> Bucelas, <strong>de</strong>marcada por lei em<br />
1911, situam-se quintas <strong>de</strong> produção vitivinícola on<strong>de</strong> se po-<br />
<strong>de</strong>m saborear espumantes e vinhos brancos <strong>de</strong> sabor frutado.<br />
“MADE IN” LOURES<br />
Para fazer sobressair todas estas características têm sido<br />
promovidos os mais diversos eventos na área da gastronomia,<br />
do artesanato, da preservação das tradições saloias ou<br />
simplesmente do lazer, que têm conseguido movimentar um<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas no concelho.<br />
Na vertente gastronómica, <strong>de</strong>staca-se o Festival do Caracol<br />
Saloio, evento gastronómico, que <strong>de</strong>corre em julho por ocasi-<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 49
SENTIR<br />
ão das Festas do Concelho, e que <strong>ao</strong> longo dos anos tem<br />
vindo a adquirir gran<strong>de</strong> notorieda<strong>de</strong> junto da população, sendo<br />
já consi<strong>de</strong>rado como um dos maiores certames do género<br />
em todo o país. Reúne alguns dos melhores restaurantes do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, que durante dias dão a <strong>de</strong>gustar pratos<br />
originais confecionados com gastrópo<strong>de</strong>s.<br />
Sendo o gastrópo<strong>de</strong> uma iguaria muita apreciada no Centro<br />
e no Sul do país, nomeadamente pelo povo da região saloia,<br />
este ano foi criada a Rota do Caracol Saloio que consiste<br />
numa rota <strong>de</strong> restaurantes que, <strong>de</strong> maio a agosto, incluem<br />
nos seus menus diários especialida<strong>de</strong>s confecionadas com<br />
gastrópo<strong>de</strong>s.<br />
Ainda no âmbito gastronómico, no mês <strong>de</strong> novembro irá reali-<br />
zar-se, pela primeira vez, o Festival do Cozido Ribeirinho, um<br />
evento que dará a saborear um prato tradicional da gastrono-<br />
mia portuguesa: o cozido à portuguesa.<br />
No que se refere à preservação das tradições saloias, salienta-se<br />
a realização do Carnaval Saloio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>. Organi-<br />
zado em parceria com a Associação <strong>de</strong> Carnaval e a junta<br />
<strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, o Carnaval Saloio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é um<br />
dos mais antigos e afamados carnavais do País, que todos<br />
os anos atrai milhares <strong>de</strong> visitantes que anseiam por ver<br />
<strong>de</strong>sfilar o corso constituído por 14 carros alegóricos e mais<br />
<strong>de</strong> mil figurantes.<br />
Com o intuito <strong>de</strong> recordar as tradições e os costumes do povo<br />
da região saloia, foi realizada, no mês <strong>de</strong> junho, no Parque da<br />
Cida<strong>de</strong>, a iniciativa Festejos do Verão, celebração que preten-<br />
<strong>de</strong>u assinalar a chegada do solstício <strong>de</strong> verão <strong>de</strong> acordo com<br />
a tradição popular, com arraiais, fogueiras e jogos tradicionais<br />
saloios.<br />
Na área da promoção do artesanato, o trabalho espelhado é<br />
notório. Prova <strong>de</strong>sse facto são as diversas iniciativas promovidas<br />
pelo Município nesta vertente, que têm conhecido um<br />
verda<strong>de</strong>iro sucesso e atraído cada vez mais visitantes.<br />
É o caso da Feira do Parque que acontece <strong>ao</strong>s últimos sábados<br />
do mês e que dá a conhecer o melhor do artesanato urbano<br />
e tradicional, passando pela ourivesaria, as porcelanas, os<br />
livros, as revistas e até o mobiliário.<br />
50 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 51
SENTIR<br />
52 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
De dois em dois meses, através da Mostr’Arte, artesãos,<br />
produtores gourmets e biológicos (artigos não perecíveis) do<br />
concelho são convidados a expor as suas peças nas vitrinas<br />
das instalações da Divisão <strong>de</strong> Turismo.<br />
Inserida nas festas do concelho, a Arte’<strong>Loures</strong>, evento que<br />
reúne cerca <strong>de</strong> meia centena <strong>de</strong> artesãos que trazem até<br />
<strong>Loures</strong> o melhor das artes artesanais do Município e do<br />
País, consubstancia um dos melhores certames do género<br />
da área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa.<br />
Em outubro, por ocasião da realização <strong>de</strong> um evento que é<br />
no Município uma referência para o movimento associativo,<br />
a Festa do Vinho e das Vindimas, tem lugar a Ofi’Arte, com<br />
participação exclusiva dos artesãos do concelho.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> contribuir para a sustentabilida<strong>de</strong> económica<br />
dos artesãos do concelho, é realizada ainda, na época<br />
própria, uma Venda <strong>de</strong> Natal, que conta com a participação<br />
dos mesmos.<br />
De forma a estimular a captação <strong>de</strong> novos públicos no campo<br />
do lazer, foi promovida, em maio, a Feira <strong>de</strong> Estilos <strong>de</strong> Vida<br />
Alternativos com o objetivo <strong>de</strong> dar a conhecer algumas das<br />
terapias alternativas existentes no mercado, proporcionando<br />
<strong>ao</strong>s visitantes uma experiência única para o seu bem-estar.<br />
<strong>Não</strong> esquecendo o público mais jovem, foi realizado em junho,<br />
no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Criança, o<br />
<strong>Loures</strong> júnior Fest. Dirigido essencialmente às famílias com<br />
crianças entre os dois e os doze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, este evento<br />
incluiu espetáculos <strong>de</strong> música e <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> moda infantil,<br />
entre muitas outras ativida<strong>de</strong>s, das quais se <strong>de</strong>stacaram<br />
insufláveis, matraquilhos humanos, teatros e performers,<br />
workshops e ateliês, piscina <strong>de</strong> bolas, pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> escalada,<br />
sli<strong>de</strong> e jogos com balões <strong>de</strong> água.<br />
já em setembro, haverá a Feira Setecentista, acontecimento<br />
em que o visitante é reencaminhado <strong>ao</strong> reinado <strong>de</strong> D. joão<br />
V, mais precisamente <strong>ao</strong> momento da bênção dos sinos do<br />
Convento <strong>de</strong> Mafra no longínquo século XVIII.
FOMENTAR O TURISMO DE QUALIDADE<br />
Mas não é só na área do turismo <strong>de</strong> eventos que a <strong>Câmara</strong><br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem incidido a sua ação <strong>de</strong> forma a<br />
fomentar o setor.<br />
Dando continuida<strong>de</strong> à política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />
turismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, estão a ser articulados projetos que<br />
visam dinamizar a ativida<strong>de</strong> turística através da valorização<br />
<strong>de</strong> alguns equipamentos municipais e da criação <strong>de</strong> uma<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Neste âmbito, salienta-se o projeto <strong>de</strong> valorização do Moinho<br />
da Apelação, equipamento que marcava outrora a paisagem<br />
do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, tendo como objetivo a criação<br />
<strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabrico <strong>de</strong> pão artesanal, com todo o<br />
processo <strong>de</strong> confeção <strong>de</strong> pão em modo artesanal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
ato <strong>de</strong> moer o trigo até à cozedura.<br />
Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto será possível garantir<br />
a certificação do Moinho da Apelação, através do Programa<br />
<strong>de</strong> Promoção dos Ofícios e das Microempresas Artesanais<br />
(PPART), uma iniciativa governamental da responsabilida<strong>de</strong><br />
do Instituto <strong>de</strong> Emprego e Formação Profissional (IEFP) que<br />
tem como finalida<strong>de</strong> valorizar, expandir e renovar as artes e<br />
os ofícios em Portugal, por meio <strong>de</strong> uma política integrada<br />
assente na atuação concertada dos vários <strong>de</strong>partamentos<br />
da Administração Pública e dos diferentes agentes da socieda<strong>de</strong><br />
civil.<br />
Porque a gastronomia e o alojamento são componentes<br />
importantes para o bom funcionamento da ativida<strong>de</strong> turística,<br />
encontram-se em marcha dois projetos prepon<strong>de</strong>rantes que<br />
visam a certificação dos estabelecimentos <strong>de</strong> restauração<br />
do concelho e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alojamento local.<br />
O projeto referente à certificação dos estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> restauração tem como principal objetivo fomentar uma<br />
gastronomia que privilegie alimentos promotores da saú<strong>de</strong>,<br />
além <strong>de</strong> garantir a segurança e a higiene <strong>alimentar</strong>.<br />
(...) a Arte’<strong>Loures</strong>, evento que reúne<br />
cerca <strong>de</strong> meia centena <strong>de</strong> artesãos<br />
que trazem até <strong>Loures</strong> o melhor<br />
das artes artesanais do Município<br />
e do País, consubstancia<br />
um dos melhores certames do género<br />
da Área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 53
SENTIR<br />
54 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Para a atribuição do selo <strong>de</strong> certificação, os estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> restauração terão que incluir ementas saudáveis e cria-tivas<br />
<strong>de</strong> forma a estimular hábitos <strong>alimentar</strong>es saudáveis, contri-<br />
buindo assim para a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e bemestar<br />
da população.<br />
Com a certificação do alojamento local preten<strong>de</strong> incentivar-<br />
-se os proprietários <strong>de</strong> moradias, apartamentos e estabele-<br />
cimentos <strong>de</strong> hospedagem, que reúnam os requisitos da<br />
Portaria n.º 517/2008, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> junho, a prestarem serviços<br />
<strong>de</strong> alojamento temporário mediante remuneração.<br />
Este projeto arrancará numa fase inicial na freguesia <strong>de</strong><br />
Bucelas, on<strong>de</strong> estão já i<strong>de</strong>ntificados alguns locais para a<br />
constituição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alojamento. Aliada a este projeto,<br />
preten<strong>de</strong> constituir-se uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros que divulguem<br />
os atrativos locais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os produtos <strong>alimentar</strong>es, <strong>ao</strong> artesanato,<br />
passando pelo património histórico, arquitetónico e<br />
paisagístico.<br />
Desta forma, visa-se assegurar uma oferta turística <strong>de</strong> quali-<br />
da<strong>de</strong> que consiga atrair cada vez mais visitantes <strong>ao</strong> Município<br />
<strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
Nas instalações da Divisão <strong>de</strong> Turismo po<strong>de</strong> obter informa-<br />
ções sobre os recursos turísticos existentes no Município,<br />
bem como sobre os diversos restaurantes e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
alojamento disponíveis.<br />
As visitas guiadas <strong>ao</strong> concelho <strong>de</strong>vem ser solicitadas com o<br />
mínimo <strong>de</strong> duas semanas <strong>de</strong> antecedência, para que possam<br />
ser asseguradas todas condições para a sua realização.<br />
A Divisão <strong>de</strong> Turismo encontra-se em funcionamento <strong>de</strong><br />
segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, encerrando das<br />
12h30 às 14h00.
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 55
Conhecer a paisagem<br />
e gerir o território<br />
PROjETO EUROSCAPES<br />
A gestão do território e da sua paisagem tem sido um objetivo das administrações territoriais (municípios,<br />
CCDR – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional e dos ministérios) que não é <strong>de</strong> fácil<br />
persecução. As assimetrias dos espaços não permitem a criação e a aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão<br />
territorial único, pois cada paisagem possui características diferentes. No caso do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />
<strong>de</strong>paramo-nos com um território <strong>de</strong> contrastes.<br />
A zona oriental, marcadamente urbana, estrutura-se na<br />
margem direita do rio Tejo, a partir dos limites fronteiriços <strong>de</strong><br />
Lisboa, e é animada por gran<strong>de</strong>s aglomerados resi<strong>de</strong>nciais,<br />
on<strong>de</strong> vive uma parte significativa da população <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />
servida por uma articulada re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes e um vasto<br />
conjunto <strong>de</strong> equipamentos coletivos.<br />
Por outro lado, o território norte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>staca-se pela<br />
manutenção da sua ruralida<strong>de</strong>, com pequenos aglomerados<br />
56 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
<strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional e uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes<br />
menos complexa, o que não impe<strong>de</strong> que se assuma como<br />
área <strong>de</strong> produção agrícola, essencialmente <strong>de</strong> hortícolas,<br />
nas terras férteis das pequenas várzeas dos rios, e <strong>de</strong> vinha,<br />
nas encostas <strong>de</strong> Bucelas. Dadas as suas especificida<strong>de</strong>s e<br />
assimetrias, é nesta área que está centrada a investigação,<br />
o diagnóstico e o inventário que levará à estratégia <strong>de</strong> gestão<br />
e <strong>de</strong> paisagem.
EUROSCAPES na Europa<br />
O projeto EUROSCAPES – no qual <strong>Loures</strong> é o único município<br />
português representado – resulta <strong>de</strong> uma candidatura <strong>ao</strong><br />
programa INTERREg IVC da União Europeia, que tem como<br />
objetivo a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> políticas e estratégias <strong>de</strong> gestão<br />
<strong>de</strong> áreas com interesse patrimonial e paisagístico, inseridas<br />
num contexto metropolitano e ameaçadas pela expansão<br />
urbana.<br />
Contando com 14 parceiros europeus representantes <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s municípios, regiões e <strong>de</strong>partamentos universitários,<br />
localizados em várias áreas metropolitanas da Europa – em<br />
EMPREENDER<br />
França, Alemanha, Espanha, Letónia, Hungria, Roménia,<br />
grécia, Polónia, Inglaterra, Itália, Eslováquia e ainda uma<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s se<strong>de</strong>ada na Bélgica – que gerem ou estudam<br />
paisagens urbanas e periurbanas, o EUROSCAPES servirá<br />
<strong>de</strong> base à criação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> paisagens<br />
naturais e culturais, um instrumento <strong>de</strong> referência para a<br />
implementação dos objetivos da Convenção Europeia da<br />
Paisagem.<br />
EUROSCAPES em <strong>Loures</strong><br />
<strong>Loures</strong> comprometeu-se em elaborar um documento<br />
estratégico que suporte a gestão futura do seu território rural.<br />
A área estudada compreen<strong>de</strong> a integrida<strong>de</strong> das freguesias<br />
<strong>de</strong> Lousa, Fanhões e Bucelas, os limites norte das freguesias<br />
<strong>de</strong> Santo Antão e São julião do Tojal e o extremo oci<strong>de</strong>ntal<br />
da freguesia <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
A inventariação e o diagnóstico dos valores paisagísticos<br />
e patrimoniais existentes na área <strong>de</strong> estudo levaram à<br />
<strong>de</strong>teção <strong>de</strong> <strong>de</strong>z paisagens prioritárias, com gran<strong>de</strong> potencial<br />
para uma gestão sustentável, respeitando e valorizando os<br />
valores territoriais em presença, a ativida<strong>de</strong> agrícola e o<br />
conhecimento da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> histórica, valores naturais<br />
e biodiversida<strong>de</strong>.<br />
Em cada uma das paisagens aferiu-se o estado das<br />
diferentes componentes – galerias ripícolas, matos e áreas<br />
florestais <strong>de</strong> espécies autóctones, diversida<strong>de</strong> da vegetação<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 57
EMPREENDER<br />
natural, tipo <strong>de</strong> sebes, valores geomorfológicos, estruturas<br />
construídas associadas à paisagem e, o uso do solo –, tendo-<br />
-se procedido à i<strong>de</strong>ntificação das parcelas com agricultura<br />
ativa e à aferição da dimensão do abandono agrícola.<br />
Os valores inventariados e a informação recolhida foram<br />
integralmente georreferenciados e tratados em Sistema <strong>de</strong><br />
Informação Geográfica, constituindo assim um acréscimo<br />
importante para as bases <strong>de</strong> dados municipais.<br />
Foi realizado um trabalho inovador, que envolveu os atores<br />
locais, através <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> entrevistas e questionários à<br />
população em três das paisagens estudadas. Estabeleceram-<br />
-se contactos com agricultores. Realizaram-se encontros com<br />
os agrupamentos escolares, envolvendo-se professores e<br />
alunos no projeto com iniciativas concretas, bem como com<br />
a população das seis freguesias em estudo, que contaram<br />
com a presença <strong>de</strong> um vasto leque <strong>de</strong> participantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
profissionais da agricultura, membros <strong>de</strong> associações e<br />
coletivida<strong>de</strong>s locais, professores, entre muitos outros.<br />
A i<strong>de</strong>ntificação dos principais problemas e potencialida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>stas <strong>de</strong>z paisagens, quer <strong>ao</strong> nível do património, quer <strong>ao</strong><br />
do ambiente, levaram <strong>ao</strong> elencar <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> propostas<br />
<strong>de</strong> gestão a concretizar no futuro, mediante possíveis<br />
candidaturas ou parcerias. Para já, avançamos com a<br />
divulgação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> percursos culturais para a sua<br />
fruição, que atravessando-as, nos permitem conhecer os<br />
seus principais valores.<br />
58 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
10 Paisagens em Análise<br />
BUCELAS<br />
várzea e encosta poente <strong>de</strong> vila Nova<br />
Observa-se a várzea agricultada em regadio, que se prolonga<br />
até à ribeira. A proteção do solo é assegurada pelo carrascal<br />
e pelo cercal que cobre a encosta. Persistem os muros <strong>de</strong><br />
suporte em socalcos <strong>de</strong> pedra à saída do aglomerado para<br />
norte e um longo muro contínuo <strong>de</strong> perfil em bisel, <strong>ao</strong> longo<br />
do limite com a várzea. Existem vestígios <strong>de</strong> um lagar e <strong>de</strong><br />
antigas azenhas que constituem a memória <strong>de</strong> um tempo<br />
em que as culturas <strong>de</strong> sequeiro ocupavam as encostas do<br />
vale<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as<br />
ativida<strong>de</strong>s e os protocolos municipais no âmbito do setor<br />
primário.<br />
› Restabelecimento do percurso na margem direita da ribeira<br />
no sentido norte <strong>ao</strong> aglomerado, passando pelas azenhas e<br />
o lagar, que embora em ruínas são portadores <strong>de</strong> memória<br />
coletiva.<br />
› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> não alterarem
o uso do solo natural da encosta (cercal e carrascal) com<br />
vista à proteção do solo e da água e à garantia da biodiversida<strong>de</strong>.<br />
› Sensibilização dos proprietários para a manutenção dos<br />
muros <strong>de</strong> suporte em pedra aparelhada, da escala e da<br />
volumetria do edificado junto à várzea.<br />
› Criação <strong>de</strong> um circuito assinalando os valores naturais e<br />
construídos <strong>de</strong> maior relevo, restabelecendo os troços que<br />
hoje se encontram intransitáveis.<br />
› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />
infestante nas linhas <strong>de</strong> água e nos valados, nomeadamente<br />
os caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as motas<br />
<strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />
› Elaboração <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> valorização do largo junto à<br />
várzea.<br />
› Relocalização ou integração paisagística dos estaleiros.<br />
vale do pequeno trancão e envolvente do Freixial<br />
Paisagem notável e única no concelho que se <strong>de</strong>staca pela<br />
harmonia patente entre elementos naturais e introduzidos<br />
pelo Homem. O rio Trancão emerge na paisagem <strong>de</strong>limitado<br />
pela vegetação das margens. Aqui predomina o freixo, o<br />
choupo, o carvalho-cerquinho e o sobreiro. O núcleo urbano<br />
mantém ainda alguma coerência entre o tecido e a escala<br />
do edificado, estabelecendo uma relação harmoniosa com<br />
a paisagem envolvente. Com valor patrimonial, i<strong>de</strong>ntifica-se<br />
uma igreja e duas capelas. A encosta sul tem valor cenográfico<br />
com o alto do Picoto a dominar visualmente a paisagem.<br />
Nas proximida<strong>de</strong>s, encontra-se a Casa Medieval da Torre <strong>de</strong><br />
Cima, imóvel muito raro, do século x i v, classificado como <strong>de</strong><br />
interesse público.<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>sta paisagem para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um turismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, nomeadamente para o Enoturismo.<br />
› Recuperação das galerias ripícolas nos troços em que<br />
estas se encontram <strong>de</strong>gradadas ou infestadas por canas e<br />
caniços, mediante aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas e plantação<br />
<strong>de</strong> árvores a<strong>de</strong>quadas.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 59
EMPREENDER<br />
› Estudo <strong>de</strong> valorização urbanística do aglomerado do<br />
Freixial, equacionando soluções para as franjas adjacentes<br />
à paisagem circundante (largo do coreto e limite norte, junto<br />
<strong>ao</strong> Trancão).<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> um percurso <strong>de</strong> fruição da Natureza, por<br />
caminhos públicos existentes a norte do aglomerado entre<br />
este e o Casal do Burro, associando também o conhecimento<br />
do património construído (igreja e capelas).<br />
› Encontrar, entre os serviços da câmara, o proprietário e a<br />
administração central, uma solução conducente à reabilitação<br />
60 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
da Casa Medieval da Torre <strong>de</strong> Cima, mediante candidatura a<br />
financiamento ou <strong>ao</strong> mecenato.<br />
› Produção <strong>de</strong> eventos culturais sobre a obra <strong>de</strong> Alves Redol<br />
e do pintor Silva Porto (exposições, colóquios), aproveitando<br />
a divulgação das respetivas obras, também para a promoção<br />
do Freixial.<br />
› Equacionar futuras parcerias com o ANIM, nomeadamente<br />
para um ciclo anual <strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> filmes <strong>ao</strong> ar livre, no<br />
Largo do Freixial.
vinhas<br />
Paisagem intrínseca da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bucelas. O vinho <strong>de</strong>sta<br />
região <strong>de</strong>marcada é um produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> reconhecida<br />
que, aliado à diversida<strong>de</strong> da paisagem e à oferta cultural e<br />
gastronómica, constitui uma alavanca para o enoturismo e o<br />
turismo <strong>de</strong> Natureza.<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Desenvolver o gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>sta paisagem para o<br />
Enoturismo, estabelecendo medidas que promovam esta<br />
região <strong>de</strong>marcada nos circuitos do turismo internacional<br />
e nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos nacionais. Parceria com o<br />
Turismo <strong>de</strong> Portugal.<br />
› Potencial para a criação <strong>de</strong> roteiros culturais e turísticos,<br />
associando a <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> vinho <strong>ao</strong> conhecimento do<br />
património construído.<br />
› Criação <strong>de</strong> percursos complementares, através <strong>de</strong> velhos<br />
trilhos (nomeadamente a estrada <strong>de</strong> possível fundação<br />
romana) para a fruição da natureza e conhecimento da<br />
biodiversida<strong>de</strong>.<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> acordo <strong>de</strong> cooperação entre <strong>Câmara</strong>,<br />
Administração central e proprietário, com vista à recuperação<br />
do templete/mausoléu romano da Quinta da Romeira <strong>de</strong><br />
Baixo.<br />
› Adotar medidas <strong>de</strong> recuperação ambiental das galerias<br />
ripícolas <strong>de</strong> ribeiras e linhas <strong>de</strong> água nos troços em que se<br />
encontram povoadas por vegetação infestante.<br />
O vinho <strong>de</strong>sta região <strong>de</strong>marcada é um produto<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> reconhecida que, aliado<br />
à diversida<strong>de</strong> da paisagem e à oferta cultural<br />
e gastronómica, constitui uma alavanca<br />
para o enoturismo e o turismo <strong>de</strong> Natureza.<br />
› Obrigar à minimização dos impactes gerados pela ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos, localizada junto à ribeira do Boição.<br />
› Proce<strong>de</strong>r à limpeza da linha <strong>de</strong> água e suas margens,<br />
a jusante <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se concentram diversos<br />
<strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> resíduos.<br />
› Aplicar técnicas culturais ten<strong>de</strong>ntes à conservação do solo<br />
e da água, nomeadamente a técnica <strong>de</strong> “mobilização mínima<br />
do solo” na manutenção da vinha.<br />
› Manter as encostas com a vegetação natural da região, o<br />
que apresenta vantagens na proteção do solo, na água e<br />
nas pragas que atacam a vinha.<br />
› A multifuncionalida<strong>de</strong> no uso do solo nas quintas produtoras<br />
<strong>de</strong> vinho promove uma paisagem <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, potenciando<br />
a exploração turística.<br />
› O potencial <strong>de</strong> abertura das quintas <strong>ao</strong> turismo po<strong>de</strong> integrar,<br />
além do produto enoturismo, a compreensão da paisagem<br />
natural e cultural, contextualizando a região, o concelho, a<br />
freguesia e a produção do vinho.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 61
EMPREENDER<br />
62 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
FANHõES<br />
paisagem compartimentada <strong>de</strong> casainhos<br />
Situada entre encostas que bor<strong>de</strong>jam o vale da ribeira dos<br />
Barros, esta paisagem é única no concelho. As encostas,<br />
integralmente compartimentadas com muros <strong>de</strong> pedra seca,<br />
formam socalcos e testemunham um tempo em que esta<br />
era terra <strong>de</strong> cereal. junto à ribeira dos Barros, os poços <strong>de</strong><br />
pedra, abundantes e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, serviam para<br />
a irrigação das hortas que, ainda hoje, subsistem <strong>ao</strong> longo<br />
<strong>de</strong>ste vale. Encontram-se dispersas abegoarias em pedra, <strong>de</strong><br />
uma só água, e restam algumas noras e picotas primitivas.<br />
A regeneração da vegetação natural cobre as encostas <strong>de</strong><br />
tojo, carrascal e prados <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as.<br />
PROTEGER<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Articular a intenção <strong>de</strong> manutenção e incremento da agricultura<br />
existente com outras iniciativas municipais em curso<br />
nesta área, a saber:<br />
– protocolo com a Agrobio;<br />
– apoio à comercialização <strong>de</strong> produtos agrícolas.<br />
› Articular a intenção <strong>de</strong> divulgação e manutenção <strong>de</strong> valores<br />
construídos com outras iniciativas municipais na área do<br />
património, nomeadamente, na gestão dos percursos das<br />
linhas <strong>de</strong> torres (Casainhos e a sua paisagem possuem o<br />
Forte das Ribas, que é parte <strong>de</strong>ste complexo).<br />
› Estudar a remoção das construções <strong>de</strong>gradadas e ina-<br />
cabadas no extremo noroeste da paisagem compartimen-<br />
tada.<br />
› Apoiar ações <strong>de</strong> valorização da biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Casainhos.<br />
› garantir autorização dos proprietários locais para a utilização<br />
<strong>de</strong> troços <strong>de</strong> percursos particulares.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 63
EMPREENDER<br />
ribeira <strong>de</strong> casainhos<br />
A construção <strong>de</strong> azenhas <strong>de</strong> pedra, das quais nos resta um<br />
excelente exemplar, está relacionada com a cultura <strong>de</strong> cereal<br />
que existiu outrora nas encostas da ribeira. A vegetação<br />
frondosa <strong>de</strong> choupos, freixos e salgueiros enquadra a ribeira,<br />
a azenha e as hortas. Na orla sul do aglomerado, situa-se<br />
a Anta <strong>de</strong> Casainhos, monumento funerário megalítico, que<br />
constitui um testemunho da gran<strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste lugar.<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Estudar a vegetação das margens da ribeira com vista a<br />
intervenção <strong>de</strong> restabelecimento <strong>de</strong> galeria ripícola e estabilização<br />
das margens, mediante protocolo a estabelecer.<br />
› Apoiar a manutenção e o incremento das hortas existentes<br />
em articulação com os protocolos estabelecidos.<br />
64 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
› Consciencialização da importância histórica da azenha <strong>de</strong><br />
Casainhos.<br />
› à semelhança do que se propõe para o Forte <strong>de</strong> Ribas,<br />
implementar uma estratégia <strong>de</strong> divulgação da importância<br />
histórica da Anta <strong>de</strong> Casainhos (Monumento Nacional),<br />
nomeadamente dando a conhecer o rico espólio aí encontrado.<br />
› Eventual rota do património, que se possa cruzar, estabelecendo<br />
sinergias, com o estudo da biodiversida<strong>de</strong>.<br />
› Estudar proposta <strong>de</strong> articulação das margens da ribeira<br />
e da paisagem compartimentada com o tecido urbano do<br />
aglomerado.<br />
LOURES<br />
Bolores – Migarrinhos<br />
Marcada por uma agricultura muito produtiva em Bolores,<br />
Migarrinhos, e na envolvente à Quinta do Carrascal, nesta<br />
paisagem localizam-se antigos sistemas <strong>de</strong> rega, com noras,<br />
levadas, aqueduto e tanques. Encontram-se áreas <strong>de</strong> pas-<br />
tagem para caprinos e ovinos. O património geomorfológico<br />
é notável, pelo relevo calcário visível na vertente norte do<br />
penedo do gato. Quintas senhoriais sete-centistas impõem-<br />
-se na paisagem, a do Carrascal, a sul, e a <strong>de</strong> Santa Luzia,<br />
no seu limite nascente.
O património geomorfológico<br />
é notável, pelo relevo calcário<br />
visível na vertente norte<br />
do penedo do Gato.<br />
vale Nogueira<br />
A encosta norte da serra da Sardinha é formada pelos campos<br />
compartimentados por sebes vivas. Por entre carvalhos-<br />
-cerquinhos e sobreiros, encontra-se, junto à ribeira <strong>de</strong><br />
Pinheiro <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, um sistema <strong>de</strong> casais agrícolas antigos e<br />
as ruínas da sumptuosa quinta quinhentista da Premialha.<br />
A Quinta da granja, na orla sul <strong>de</strong> A-dos-Cãos, e a Quinta<br />
<strong>de</strong> Valadares, em A-dos-Calvos, impõem-se visualmente<br />
na paisagem. O vale Nogueira, entre maciços <strong>de</strong> calcário,<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 65
EMPREENDER<br />
sobressai pelo esplendor da sua vegetação ribeirinha <strong>de</strong><br />
freixos, choupos e nogueiras.<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as<br />
ativida<strong>de</strong>s e os protocolos municipais no âmbito do sector<br />
primário.<br />
› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> manter o uso<br />
do solo natural nas encostas (sobreiral, cercal e carrascal),<br />
as sebes <strong>de</strong> compartimentação e a vegetação ribeirinha,<br />
com vista à proteção do solo e da água e à garantia da<br />
biodiversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> todas as funções ambientais que<br />
<strong>de</strong>sempenham.<br />
› Recuperação <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> nos povoamentos florestais<br />
<strong>de</strong> eucalipto e cupressáceas, através <strong>de</strong> intervenções<br />
acompanhadas por peritos e apoiadas financeiramente por<br />
programas específicos (a pesquisar).<br />
› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />
infestante em linhas <strong>de</strong> água e valados, nomeadamente os<br />
caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as motas<br />
<strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />
› Inventariação e sensibilização dos proprietários para a<br />
manutenção do património rural, associado à produção<br />
agrícola, casais, noras, aquedutos muros <strong>de</strong> suporte em<br />
pedra aparelhada, da escala e da volumetria do edificado<br />
junto à várzea.<br />
O vale Nogueira, entre maciços<br />
<strong>de</strong> calcário, sobressai pelo esplendor<br />
da sua vegetação ribeirinha<br />
<strong>de</strong> freixos, choupos e nogueiras.<br />
66 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
› Aprofundar o estudo do património monumental construído,<br />
com vista à sua inventariação e divulgação.<br />
› Criação <strong>de</strong> circuitos assinalando os valores naturais e<br />
construídos <strong>de</strong> maior relevo, incluindo o penedo do gato, que<br />
apresenta gran<strong>de</strong> singularida<strong>de</strong> no contexto do Município, e<br />
os vales <strong>de</strong> Migarrinhos a Tojalinho, e <strong>de</strong> A-dos-Calvos a<br />
Vale Nogueira.<br />
› Relocalização ou integração paisagística dos estaleiros.
LOUSA<br />
vale e encosta nascente<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma paisagem que se <strong>de</strong>senvolve na encosta<br />
nascente do vale encaixado da ribeira <strong>de</strong> Lousa, com<br />
vegetação natural <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para a conservação. O<br />
património geomorfológico <strong>de</strong>staca-se pela presença <strong>de</strong> um<br />
imponente afloramento calcário que acompanha a encosta e<br />
o alto da Toupeira. Este relevo é acompanhado por vegetação<br />
natural, predominando o carrascal e o cercal. O património<br />
arqueológico inclui a diáclase das Salemas, gruta essencial<br />
para o conhecimento da pré-história <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 67
EMPREENDER<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> percursos culturais, a partir dos que<br />
já existem, melhorando-os. Incluir nos seus itinerários, os<br />
valores geomorfológicos, arqueológicos e paisagísticos.<br />
› Colocação <strong>de</strong> sinalização interpretativa dos valores<br />
observados<br />
› Valorização do património arqueológico, nomeadamente,<br />
através da divulgação do espólio proveniente da gruta das<br />
Salemas e dos povoados <strong>de</strong> Salemas e do alto da Toupeira,<br />
aprofundando-se o conhecimento geral da pré-história <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong> e sua importância para o estudo da evolução do<br />
homem e da socieda<strong>de</strong>.<br />
› Valorização e divulgação dos elementos naturais da paisagem,<br />
<strong>de</strong>signadamente o estudo da flora e da fauna.<br />
› Proteção contra ruído proveniente do tráfego, mediante<br />
plantação <strong>de</strong> cortina arbórea na faixa lateral da autoestrada<br />
A8.<br />
› As áreas a florestar <strong>de</strong>vem contemplar espécies pertencentes<br />
à associação do carvalho português. Os pinheiros e<br />
os ciprestes <strong>de</strong>vem restringir-se à cortina arbórea da A8.<br />
› Limpeza <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradações <strong>de</strong> diversa<br />
or<strong>de</strong>m que se encontram nos locais acessíveis da encosta,<br />
nomeadamente junto da gruta <strong>de</strong> Salemas.<br />
› Recuperação ambiental e valorização paisagística da antiga<br />
pedreira <strong>de</strong> Salemas.<br />
› Apoiar a agricultura ativa nas hortas da Ponte <strong>de</strong> Lousa.<br />
› Articular com as iniciativas municipais em curso relativas<br />
<strong>ao</strong> setor primário.<br />
› Sensibilização para a importância dos socalcos e dos talu<strong>de</strong>s<br />
em pedra aparelhada.<br />
› Estudar a articulação dos aglomerados <strong>de</strong> Lousa e Ponte<br />
<strong>de</strong> Lousa com os percursos da encosta.<br />
68 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
SANTO ANTãO DO TOjAL<br />
serra <strong>de</strong> Água<br />
Fazendo jus <strong>ao</strong> topónimo, a paisagem é marcada pela<br />
omnipresença da água e assume uma forma sui generis<br />
<strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> relevo em forma <strong>de</strong> concha e <strong>ao</strong> uso do solo.<br />
O domínio da água é visível nas estruturas construídas:<br />
poços <strong>de</strong> pedra, tanques <strong>de</strong> rega, muros e valados armados<br />
em pedra, além <strong>de</strong> um notável muro alto para retenção e<br />
condução da água. Ao longo dos percursos, marca presença<br />
a vegetação natural com, por exemplo, a murta, a gilbar<strong>de</strong>ira,<br />
a aroeira, a madressilva, o a<strong>de</strong>rno e o pilriteiro.
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as ati-<br />
vida<strong>de</strong>s e protocolos municipais no âmbito do setor primário.<br />
› Estudo da eventual possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incremento da produção<br />
do mel e apoio à sua comercialização.<br />
› Sensibilização para o valor do património construído<br />
associado à produção agrícola e à captação, armazenamento<br />
e distribuição <strong>de</strong> água.<br />
› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> não<br />
<strong>de</strong>gradarem as estruturas <strong>de</strong> pedra com aparelho <strong>de</strong> tijolo<br />
furado ou cimento.<br />
› Minimização do impacte negativo das estruturas <strong>de</strong> tijolo<br />
furado e cimento mediante o seu reboco e pintura (branco,<br />
bege ou ocre).<br />
› Criação <strong>de</strong> um circuito assinalando os valores naturais e<br />
construídos <strong>de</strong> maior relevo, restabelecendo os troços que<br />
hoje se encontram intransitáveis.<br />
› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />
infestante nas linhas <strong>de</strong> água e valados, nomeadamente os<br />
caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as valas<br />
<strong>de</strong> pedra e as motas <strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />
› Estudo, a longo prazo, da adaptação <strong>de</strong> um dos casais<br />
agrícolas, hoje abandonado, como centro <strong>de</strong> interpretação<br />
da flora da serra <strong>de</strong> Água.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 69
Existe agricultura ativa e ativida<strong>de</strong><br />
pecuária, respetivamente a norte do vale<br />
na Quinta do Furadouro, e a sul,<br />
na Quinta do Outeiro, ambas com valor<br />
patrimonial pela qualida<strong>de</strong><br />
dos seus elementos construídos:<br />
casas, tanques, levadas e uma ponte.<br />
70 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
SãO jULIãO DO TOjAL<br />
vale encaixado do trancão<br />
Paisagem com inegável valor cénico <strong>de</strong>vido à geomorfologia,<br />
patente nas formações <strong>de</strong> rocha calcária que sobressaem<br />
na encosta, e à presença do rio Trancão. A vegetação<br />
natural é muito diversificada <strong>de</strong>vido às condições do solo<br />
e <strong>ao</strong> microclima, salientando-se um sobreiral notável, em<br />
excelente estado, na encosta poente. Existe agricultura ativa<br />
e ativida<strong>de</strong> pecuária, respetivamente a norte do vale, na<br />
Quinta do Furadouro, e a sul, na Quinta do Outeiro, ambas<br />
com valor patrimonial pela qualida<strong>de</strong> dos seus elementos<br />
construídos: casas, tanques, levadas e uma ponte.<br />
Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> um percurso na encosta poente para<br />
observação da natureza e diversida<strong>de</strong> da flora.<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> um trilho junto <strong>ao</strong> rio: fruição <strong>de</strong> vistas,<br />
flora e fauna.<br />
› Manutenção <strong>de</strong> agricultura ativa na zona da Quinta do Furadouro.<br />
› Promover a classificação <strong>de</strong> sete sobreiros notáveis.<br />
› Proce<strong>de</strong>r <strong>ao</strong> controlo <strong>de</strong> espécies infestantes, nomeadamente<br />
acácias, na encosta poente sobre o sobreiral.<br />
› Limpeza <strong>de</strong> lixos nas encostas e margens do rio e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>gradações <strong>de</strong> diversa or<strong>de</strong>m que se encontram nos locais<br />
acessíveis.<br />
› Estabelecimento <strong>de</strong> contacto entre os produtores agrícolas<br />
da zona do Furadouro e Quinta do Outeiro e as iniciativas<br />
municipais em curso no âmbito do setor primário.<br />
› Inventariação da Quinta do Furadouro e da ponte <strong>de</strong> pedra<br />
sobre o Trancão.<br />
› Inventariação do Moinho dos Bichos. Utilização para fins<br />
pedagógicos.<br />
› Inventariação e estudo dos valores da Quinta do Outeiro,<br />
nomeadamente, a casa da quinta, o aqueduto e o <strong>de</strong>pósito<br />
<strong>de</strong> água em alvenaria.<br />
› Inventariação dos elementos <strong>de</strong> património industrial com<br />
interesse, presentes na Fábrica do Papel da Abelheira.<br />
› Proce<strong>de</strong>r <strong>ao</strong> inventário atualizado e exaustivo do património<br />
construído e paisagístico da Quinta da Abelheira,<br />
nomeadamente muros, socalcos, poços, tanques, levadas,<br />
rega<strong>de</strong>iras e espécies arbóreas.<br />
› Pon<strong>de</strong>rar a adaptação da pequena fábrica <strong>de</strong>voluta junto<br />
<strong>ao</strong> Trancão, a montante da ponte do Zambujal, a pousada<br />
ou albergue da juventu<strong>de</strong>.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 71
EMPREENDER<br />
Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2012, o projeto será concluído e <strong>de</strong>ixará<br />
em legado um documento estratégico, que constituirá uma<br />
ferramenta municipal imprescindível à elaboração <strong>de</strong> planos<br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> paisagem, com orientações operacionais para<br />
estas <strong>de</strong>z paisagens. Trata-se <strong>de</strong> um documento técnico,<br />
on<strong>de</strong> serão enumeradas as ações cuja implementação <strong>de</strong>ve<br />
ser consi<strong>de</strong>rada, bem como os principais atores e os recursos<br />
a envolver. Será constituída uma plataforma municipal para<br />
a participação coletiva, <strong>de</strong> modo a que os diversos serviços<br />
municipais competentes possam agir em uníssono e com a<br />
população na operacionalização das ações necessárias.<br />
A elaboração <strong>de</strong> candidaturas a eventuais programas euro-<br />
peus nas áreas do ambiente, do património ou do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
local e regional no âmbito do próximo Quadro Comu-<br />
nitário <strong>de</strong> Apoio, constituirá uma oportunida<strong>de</strong> para operacio-<br />
nalizar algumas das propostas mais ambiciosas.<br />
72 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
O projeto EUROSCAPES – no qual<br />
<strong>Loures</strong> é o único município português<br />
representado – tem como objetivo<br />
a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> políticas<br />
e estratégias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> áreas<br />
com interesse patrimonial<br />
e paisagístico, inseridas<br />
num contexto metropolitano<br />
e ameaçadas pela expansão urbana.
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 73
PROTEGER<br />
Do passado<br />
<strong>ao</strong> futuro<br />
ARQUIVO MUNICIPAL DE LOURES<br />
Inaugurado em 2009, o Arquivo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é, além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> valor<br />
histórico e cultural, a memória do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> que reflete não só a ativida<strong>de</strong> administrativa do<br />
Município, mas também a vida da população e o relacionamento com as instituições municipais. Ao<br />
Arquivo incumbe recolher, inventariar, conservar e divulgar o património documental do Município <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong>.<br />
Situado junto à Biblioteca <strong>Municipal</strong> josé Saramago, este<br />
equipamento tem cinco pisos e capacida<strong>de</strong> para cerca <strong>de</strong> 15,8<br />
quilómetros <strong>de</strong> documentos, distribuídos por oito <strong>de</strong>pósitos<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, além <strong>de</strong> espaços para atendimento <strong>ao</strong><br />
público, salas <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> exposições, gabinetes técnicos,<br />
centro <strong>de</strong> digitalização e estacionamento subterrâneo.<br />
A obra representou um investimento municipal <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
seis milhões <strong>de</strong> euros e foi comparticipada <strong>ao</strong> abrigo do Pro-<br />
grama <strong>de</strong> Apoio à Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arquivos Municipais (PARAM).<br />
É maioritariamente constituído por documentação resultante<br />
da ativida<strong>de</strong> administrativa dos municípios <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e <strong>de</strong><br />
Santa Maria dos Olivais, a cujo território <strong>Loures</strong> pertenceu<br />
até 1886. O fundo documental reúne ainda documentos com<br />
74 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
interesse para a história do concelho, nomeadamente <strong>de</strong><br />
associações e famílias, sendo que o documento mais antigo<br />
data do século x v i, uma carta <strong>de</strong> compra e venda <strong>de</strong> umas<br />
hortas que Fernão <strong>de</strong> Mesquita fez a António gomes em<br />
Elvas (1557).<br />
O Arquivo <strong>Municipal</strong> enquanto divisão da <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
foi criado em 1999. Em janeiro <strong>de</strong> 2011 passa a <strong>de</strong>nominar-<br />
-se Divisão <strong>de</strong> Gestão do Arquivo <strong>Municipal</strong> (DGAM), ficando<br />
afeta <strong>ao</strong> Departamento <strong>de</strong> gestão Administrativa e Informação<br />
<strong>Municipal</strong> (DgAIM), gerido pela vereadora Emília <strong>de</strong><br />
Figueiredo.<br />
Tem como missão <strong>de</strong>finir uma política <strong>de</strong> gestão arquivística<br />
da documentação produzida e recebida, a qual conserva tendo
(...) a memória do concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> (...) reflete não só<br />
a ativida<strong>de</strong> administrativa<br />
do Município, mas também a vida<br />
da população e o relacionamento<br />
com as instituições municipais.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 75
PROTEGER<br />
em vista objetivos <strong>de</strong> gestão administrativa, <strong>de</strong> prova ou <strong>de</strong><br />
informação, promovendo o seu acesso às unida<strong>de</strong>s orgânicas<br />
da Autarquia, investigadores e cidadãos em geral.<br />
Enquanto unida<strong>de</strong> administrativa incumbe-lhe:<br />
› Recolher, assegurando a transferência dos documentos<br />
produzidos pelos diversos serviços do Município, arquivos e<br />
conjuntos documentais pertencentes a pessoas coletivas ou<br />
individuais, com interesse histórico, patrimonial, arquivístico<br />
e informativo.<br />
› Inventariar, proce<strong>de</strong>ndo <strong>ao</strong> tratamento arquivístico dos<br />
documentos <strong>de</strong> forma a torná-los acessíveis <strong>ao</strong>s utilizadores,<br />
através da elaboração <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição documental.<br />
› Conservar, zelando pela salvaguarda das espécies em<br />
<strong>de</strong>pósito, através da criação <strong>de</strong> boas condições ambientais,<br />
<strong>de</strong> instalação, acondicionamento e <strong>de</strong> segurança.<br />
› Divulgar, difundindo <strong>ao</strong> público o património documental do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, através da realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
âmbito cultural e educativo.<br />
76 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Entre os vários serviços, o Arquivo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
disponibiliza <strong>ao</strong> cidadão comum o acesso à internet e <strong>ao</strong>s<br />
fundos documentais, sendo possível pedir a leitura presencial<br />
ou a reprodução dos documentos. A investigação por solicita-<br />
ção dos serviços da Autarquia, <strong>de</strong> outras instituições ou<br />
para apoio à elaboração <strong>de</strong> trabalhos científicos é também<br />
possível neste equipamento.<br />
A animação cultural é outra das vertentes, promovendo<br />
exposições, conferências, encontros e comemorações <strong>de</strong><br />
efeméri<strong>de</strong>s. No âmbito educativo estão incluídas visitas <strong>de</strong><br />
estudo e diversas outras iniciativas dirigidas à comunida<strong>de</strong><br />
escolar, que têm como finalida<strong>de</strong> fomentar a curiosida<strong>de</strong><br />
pelo espólio existente no Arquivo.<br />
Outra das valências <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o Arquivo<br />
é o Centro <strong>de</strong> Digitalização. Criado a partir <strong>de</strong> candidatura<br />
<strong>ao</strong> Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégica Nacional (QREN), no<br />
âmbito do Projeto Urbdigital, visa melhorar a qualida<strong>de</strong> dos<br />
serviços prestados pelo Município na área do urbanismo,<br />
facilitando o acesso dos cidadãos e das empresas a<br />
documentação relacionada com os processos <strong>de</strong> obras<br />
particulares.
Além <strong>de</strong> obras, o centro tem à sua responsabilida<strong>de</strong> a digitalização<br />
<strong>de</strong> outras séries, entre elas, processos <strong>de</strong> licenças<br />
<strong>de</strong> condução e <strong>de</strong> matrículas, livros e documentos <strong>de</strong> escrituras,<br />
atas <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> câmara, folhas <strong>de</strong> contacto e proces-<br />
sos <strong>de</strong> alvarás sanitários. São digitalizados os documentos<br />
mais representativos, sendo <strong>de</strong>pois disponibilizados na intranet<br />
da <strong>Câmara</strong> e, futuramente, na internet, <strong>de</strong> modo a tornar<br />
o acesso à informação mais eficiente e eficaz.<br />
edifício <strong>de</strong> linhas contemporâneas<br />
Projetado por Fernando Martins e joão Santa-Rita, o edifício,<br />
a praça pública e o estacionamento foram concebidos com o<br />
objetivo <strong>de</strong> articulação arquitetónica com a Biblioteca <strong>Municipal</strong><br />
josé Saramago.<br />
Construído <strong>de</strong> raiz para albergar o Arquivo, trata-se <strong>de</strong> um<br />
edifício <strong>de</strong> linhas mo<strong>de</strong>rnas, com os tetos em betão à vista,<br />
acabados a verniz mate transparente. A fachada é composta<br />
por panos <strong>de</strong> vidro duplo, colocados interiormente às lâminas<br />
estruturais, afastadas <strong>de</strong>z centímetros das lajes formadas<br />
por vidros laminados translúcidos.<br />
já em 2009, o projeto do edifício foi um dos nomeados para<br />
o mais prestigiado prémio <strong>de</strong> arquitetura europeu, o prémio<br />
Mies Van <strong>de</strong>r Rohe.<br />
(...) em 2009,<br />
o projeto do edifício<br />
foi um dos nomeados<br />
para o mais prestigiado<br />
prémio <strong>de</strong> arquitetura<br />
europeu, o prémio<br />
Mies Van <strong>de</strong>r Rohe.<br />
HorÁrio<br />
De segunda a sexta-feira<br />
das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00<br />
Feriado <strong>Municipal</strong> – 26 <strong>de</strong> julho<br />
LocALiZAçÃo e coNtActos<br />
Rua Cesário Ver<strong>de</strong><br />
2670-527 <strong>Loures</strong><br />
Telefone: 211 150 760<br />
Fax: 211 150 757<br />
E-mail: dgam@cm-loures.pt<br />
Site: http://www.cm-loures.pt/aa_Arquivo.asp<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 77
SENTIR<br />
A natureza<br />
e o património<br />
DESPORTO AVENTURA E CULTURA<br />
O Desporto Aventura e Cultura é um projeto da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> que visa incentivar a prática <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong> física regular e, simultaneamente, dar a conhecer o riquíssimo património natural e construído<br />
do concelho.<br />
Des<strong>de</strong> 2003, ano em que o projeto foi iniciado, com outra<br />
<strong>de</strong>signação, a <strong>Câmara</strong> tem apostado em ativida<strong>de</strong>s outdoor,<br />
<strong>de</strong> acesso livre e gratuito, privilegiando o contacto com a<br />
natureza e o consequente bem-estar físico e psicológico dos<br />
participantes.<br />
Ao longo dos anos tem-se verificado um aumento significativo<br />
do número <strong>de</strong> caminheiros, que se vão fi<strong>de</strong>lizando nesta<br />
ativida<strong>de</strong>, principalmente pela varieda<strong>de</strong> da oferta disponi-<br />
bilizada através <strong>de</strong> quatro programas distintos:<br />
› Caminhando com a História<br />
› Volta Pe<strong>de</strong>stre <strong>ao</strong> Concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
› Family Bike<br />
› Percursos Noturnos<br />
78 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
O facto <strong>de</strong> o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> ser muito rico em património<br />
cultural, faz com que a gran<strong>de</strong> maioria dos trajetos esteja<br />
englobada no programa caminhando com a História, no<br />
qual os participantes são convidados a <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> belas<br />
paisagens pontuadas por monumentos e sítios plenos <strong>de</strong><br />
histórias para contar.<br />
Deixamos-lhe aqui algumas propostas para aproveitar o<br />
tempo livre e usufruir do melhor que temos neste concelho:<br />
a natureza e o património.
Ao longo<br />
dos anos tem-se<br />
verificado<br />
um aumento<br />
significativo<br />
do número<br />
<strong>de</strong> caminheiros,<br />
que se vão<br />
fi<strong>de</strong>lizando<br />
nesta ativida<strong>de</strong><br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 79
SENTIR<br />
Por Trilhos <strong>de</strong> Ponte<br />
<strong>de</strong> Lousa<br />
O percurso tem início na Ponte <strong>de</strong> Lousa, seguindo um trilho<br />
<strong>de</strong> pé posto que acompanha o vale da ribeira <strong>de</strong> Lousa.<br />
Depois, sobe-se até <strong>ao</strong> moinho do Chacoso, passando-se<br />
junto à Quinta <strong>de</strong> Santa Luzia. O itinerário prossegue até<br />
<strong>ao</strong> vale, passando pelo Casal do Pisão e atravessando a<br />
N8, para atingir, na encosta oposta, o ponto alto da Portela.<br />
O trajeto <strong>de</strong> cumeada segue até <strong>ao</strong> sítio arqueológico do<br />
Penedo do gato, on<strong>de</strong> é feita uma paragem para visitar a<br />
gruta. Continua com uma <strong>de</strong>scida até <strong>ao</strong> Bocal, atravessando<br />
o rio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, para voltar a subir até à pequena povoação<br />
<strong>de</strong> Fontelas. Já perto do final, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> apreciar a gruta do<br />
Tufo <strong>de</strong>sce-se em direção à Ponte <strong>de</strong> Lousa, terminando<br />
assim a caminhada.<br />
80 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
Trilhos das Antas<br />
e dos Fortins<br />
A partida é junto à entrada do Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />
<strong>de</strong> Montachique, em Fanhões, com subida rumo <strong>ao</strong> Reduto<br />
do Mosqueiro, fortificação militar integrada no Sistema<br />
Defensivo <strong>de</strong> Lisboa, edificado no início do século x i x aquando<br />
da terceira Invasão Francesa.<br />
Aqui, retoma-se a caminhada em direção a Casainhos,<br />
usando a antiga re<strong>de</strong> viária militar, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> observar<br />
uma paisagem rural única, caracterizada por um mosaico<br />
<strong>de</strong> parcelas agrícolas <strong>de</strong>limitadas por muros <strong>de</strong> pedra seca,<br />
com noras, picotas e engenhos para elevar a água.<br />
Após paragem na Anta <strong>de</strong> Casainhos, monumento associado<br />
a ritos funerários construído pelas comunida<strong>de</strong>s da pré-<br />
-história recente, percorre-se a ribeira, até se atingir outro<br />
local <strong>de</strong> referência arqueológica, a Diáclase e a Anta <strong>de</strong><br />
Salemas.<br />
A partir <strong>de</strong>ste ponto inicia-se a <strong>de</strong>scida para a povoação<br />
<strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lousa, para subir até à Anta <strong>de</strong> Carcavelos,<br />
monumento megalítico que se encontra em excelente estado<br />
<strong>de</strong> conservação.<br />
Após breve pausa, o itinerário segue em direção <strong>ao</strong> antigo<br />
sanatório <strong>de</strong> Lousa, atravessando <strong>de</strong>pois a povoação <strong>de</strong><br />
Montachique, no regresso <strong>ao</strong> Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />
<strong>de</strong> Montachique.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 81
SENTIR<br />
Em linha com o Aqueduto<br />
Hoje, na malha urbana <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> não conseguimos ver o<br />
aqueduto na sua forma original, apenas se vislumbram alguns<br />
traços da estrutura inicial, e mesmo assim algo disfarçados<br />
na paisagem urbana.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um trajeto pontuado pelas estruturas que<br />
interrompem a monotonia da galeria agarrada <strong>ao</strong> chão, no<br />
qual o aqueduto corre rápido, à superfície, em direção <strong>ao</strong><br />
gran<strong>de</strong> chafariz do Largo 4 <strong>de</strong> Outubro.<br />
Esta obra arquitetónica tinha como principal objetivo <strong>alimentar</strong><br />
o gran<strong>de</strong> chafariz, e um outro construído nas Alvogas em<br />
1794, que por sua vez faziam chegar a água à população<br />
do lugar <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, bem como enchiam o bebedouro para<br />
os animais. Era a forma mais simples <strong>de</strong> matar a se<strong>de</strong> às<br />
gentes do lugar, <strong>ao</strong>s seus animais e <strong>ao</strong>s viajantes <strong>de</strong> e para<br />
Lisboa, Malveira ou Mafra. Participe neste percurso e fique<br />
a conhecer melhor toda esta história.<br />
82 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
Marcha da Fome<br />
As greves <strong>de</strong> 8 e 9 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1944 foram o corolário <strong>de</strong><br />
várias lutas contra os racionamentos e o envio <strong>de</strong> géneros<br />
alimentícios para a Alemanha <strong>de</strong> Hitler. gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ste<br />
movimento <strong>de</strong>senvolveu-se em redor <strong>de</strong> importantes centros<br />
industriais da região <strong>de</strong> Lisboa, como é o caso <strong>de</strong> Sacavém,<br />
Póvoa e Alhandra. E foi precisamente <strong>de</strong> Sacavém que<br />
saiu uma manifestação, encabeçada por mulheres, que se<br />
dirigiu à se<strong>de</strong> do concelho, em <strong>Loures</strong>, para exigir menos<br />
fome e mais pão <strong>ao</strong> então presi<strong>de</strong>nte Dário Canas. Trata-<br />
-se da Marcha da Fome, como ficou conhecida, que aqui<br />
preten<strong>de</strong>mos reproduzir.
Por Terras e Quintas<br />
do Arinto<br />
A região <strong>de</strong> Bucelas é caracterizada por extensas encostas<br />
cobertas <strong>de</strong> vinhedos, pontilhadas por quintas vitivinícolas,<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> provém o magnífico vinho branco Arinto.<br />
Este percurso, essencialmente rural, tem início junto <strong>ao</strong><br />
Centro <strong>de</strong> Interpretação da Rota Histórica das Linhas <strong>de</strong><br />
Torres (RHLT), em Bucelas, seguindo em direção <strong>ao</strong> Forte<br />
do Arpim, imóvel militar incluído no sistema <strong>de</strong>fensivo das<br />
Linhas <strong>de</strong> Torres, atravessando a Quinta do Boição e alguns<br />
dos mais bonitos vales da região.<br />
Após a visita a esta estrutura, recentemente recuperada pela<br />
<strong>Câmara</strong> lourense, segue-se rumo à povoação <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Rei,<br />
on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m observar duas estelas, uma <strong>de</strong>las relativa<br />
<strong>ao</strong> antigo termo da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, passando <strong>de</strong>pois pela<br />
quinta <strong>de</strong> um dos produtores <strong>de</strong> arinto, a Chão do Prado.<br />
Na parte final da caminhada, com vista privilegiada para<br />
as serras e os vales ver<strong>de</strong>jantes do norte do concelho,<br />
retorna-se a Bucelas, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá apreciar a igreja matriz,<br />
que alberga um núcleo <strong>de</strong> arte sacra, o cipo e as inscrições<br />
romanas no seu adro, bem como o largo do coreto.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 83
Percurso gR30<br />
Integrado na Rota Histórica da Linhas <strong>de</strong> Torres (RHLT),é<br />
um itinerário que perpassa uma vasta região com várias<br />
obras militares da 1.ª e da 2.ª Linhas Defensivas <strong>de</strong> Lisboa.<br />
O Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique é o ponto<br />
<strong>de</strong> encontro e <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>sta caminhada, que começa por<br />
rumar <strong>ao</strong> Reduto do Mosqueiro, a partir do qual segue pela<br />
estrada militar, paralela <strong>ao</strong> escarpamento, até <strong>ao</strong> Reduto <strong>de</strong><br />
Ribas. Descendo o vale, prossegue pela serra dos Picotinhos,<br />
encaminhando-se <strong>de</strong>pois para o vale do Trancão, passando<br />
84 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
<strong>ao</strong> lado do Reduto do Quadradinho, da Bateria dos galvões<br />
e do escarpamento dos Picotinhos.<br />
Posteriormente, o percurso atravessa o vale do Trancão, em<br />
Bucelas, continuando pela antiga estrada militar, <strong>ao</strong> longo<br />
da cumeada da serra <strong>de</strong> Serves. Na <strong>de</strong>scida, passa pelas<br />
três posições militares da Aguieira e pelo Forte do Arpim,<br />
em direção <strong>ao</strong> Mato da Cruz, chegando por fim <strong>ao</strong> Centro <strong>de</strong><br />
Interpretação da RHLT em Bucelas.
Ruas com História<br />
O Largo 4 <strong>de</strong> Outubro, em <strong>Loures</strong>, marca o início e o fim <strong>de</strong>ste<br />
percurso noturno, on<strong>de</strong> se invoca a memória da implantação<br />
da República em 1910, que neste concelho se antecipou à<br />
data oficial.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 85
Marcha dos Fortes<br />
Organizada pelo Clube <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ar Livre (CAAL) em<br />
colaboração com os municípios <strong>de</strong> Torres Vedras, Mafra,<br />
Arruda dos Vinhos, Sobral <strong>de</strong> Monte Agraço e <strong>Loures</strong>, esta<br />
marcha percorre algumas das mais importantes fortificações<br />
militares edificadas para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r Lisboa da terceira Invasão<br />
Francesa.<br />
A caminhada tem início no Forte <strong>de</strong> São Vicente, em Torres<br />
Vedras, terminando a manhã no Forte do Alqueidão, no Sobral<br />
<strong>de</strong> Monte Agraço, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter passado pelas fortificações<br />
<strong>de</strong> Enxara, em Mafra. A tar<strong>de</strong> prossegue com a visita às<br />
estruturas militares <strong>de</strong> Arruda dos Vinhos, seguindo-se uma<br />
passagem pelo Reduto da Ajuda gran<strong>de</strong>, já no concelho <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong>, para terminar na vila <strong>de</strong> Bucelas.<br />
86 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012
Trilhos dos Arrábidos<br />
O Convento <strong>de</strong> Nossa Senhora da Conceição, em Santa<br />
Iria <strong>de</strong> Azóia, fundado em 1584, é um dos dois conventos<br />
franciscanos arrábidos existentes no Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />
e o local on<strong>de</strong> se inicia este percurso. Atravessa o Bairro<br />
da Portela da Azóia e, chegado à linha <strong>de</strong> cumeada da<br />
serra <strong>de</strong> Santa Iria, inicia a <strong>de</strong>scida em direção à Quinta<br />
do Monteiro-Mor. Segue pela várzea, passando pelo Palácio<br />
dos Arcebispos, em Santo Antão do Tojal, até <strong>ao</strong> esteiro da<br />
Princesa. Na reta final, já em meio urbano, o trajeto faz-se<br />
pela EN8 até <strong>ao</strong> antigo Convento do Espírito Santo, fundado<br />
em 1574, que alberga o atual Museu <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />
na Quinta do Conventinho.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 87
Por Trilhos do Tejo<br />
e do Trancão<br />
Esta caminhada percorre a zona ribeirinha do Tejo e a foz<br />
do Trancão, seguindo o traçado do canal do Alviela, dando a<br />
conhecer um pouco melhor o património histórico e natural<br />
<strong>de</strong>sta zona ribeirinha do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />
O canal do Alviela é um sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa e concelhos limítrofes, que foi inaugurado<br />
por D. Luís em 1880.<br />
Um dos troços mais emblemáticos <strong>de</strong>ste aqueduto, que<br />
totaliza 114 km <strong>de</strong> extensão, é o Sifão <strong>de</strong> Sacavém, uma<br />
notável obra <strong>de</strong> engenharia. Contudo, nos anos 30 do século<br />
passado, este sistema foi consi<strong>de</strong>rado insuficiente, tendo<br />
88 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
sido então ampliado com a construção do Aqueduto do Tejo,<br />
ainda em funcionamento.<br />
A caminhada tem início na EN115-5, junto <strong>ao</strong> limite original<br />
da Quinta <strong>de</strong> Valflores, em Santa Iria <strong>de</strong> Azóia, seguindo<br />
em direção à igreja matriz, com <strong>de</strong>stino <strong>ao</strong> Vale das Duas<br />
Portas, atravessando o Canal do Tejo.<br />
Ruma-se <strong>de</strong>pois a São joão da Talha e daí à Quinta dos<br />
Remédios, na Boba<strong>de</strong>la, retomando-se então o traçado do<br />
Canal do Alviela, através da Quinta da Parreirinha. Daqui<br />
<strong>de</strong>sce-se para Sacavém, atravessa-se a ponte sobre o rio<br />
Trancão (paralela <strong>ao</strong> Sifão) chegando-se <strong>ao</strong> final do percurso.
Pelas Ruas <strong>de</strong> Sacavém<br />
Caminhadas lúdico-culturais pela malha urbana da região,<br />
que vão <strong>ao</strong> encontro da história e das memórias da cida<strong>de</strong>,<br />
dando a conhecer os locais relacionados com a antiga<br />
Fabrica <strong>de</strong> Loiça e com o património religioso <strong>de</strong> Sacavém.<br />
Aqui, os caminheiros têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> optar por dois<br />
percursos distintos: “A Cida<strong>de</strong> e a Fábrica” ou “Os Caminhos<br />
do Sagrado”.<br />
Pelas Ruas <strong>de</strong> Moscavi<strong>de</strong><br />
Por entre ruas e pracetas, prédios e urbanizações, as freguesias<br />
da Portela e Moscavi<strong>de</strong> escon<strong>de</strong>m alguns recantos<br />
com valor histórico, artístico e arquitetónico que testemu-nham<br />
hábitos e vivências <strong>de</strong> um passado mais nobre <strong>de</strong>sta zona<br />
do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>. Um conceito diferente para quem<br />
gosta <strong>de</strong> caminhar em meio urbano.<br />
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 89
A volta pe<strong>de</strong>stre <strong>ao</strong> concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é outro dos<br />
programas integrados neste projeto, que preten<strong>de</strong> percorrer<br />
o Município em três etapas <strong>de</strong> aproximadamente 26 km<br />
cada, num total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 78 km.<br />
A primeira etapa liga o Parque da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> a Bucelas;<br />
a segunda tem início junto à EBI <strong>de</strong> Bucelas e termina em<br />
Montachique; a terceira e última parte <strong>de</strong> Montachique e<br />
ruma a <strong>Loures</strong>, ficando assim completa esta volta que lhe<br />
permite conhecer <strong>de</strong> forma saudável e peculiar o território<br />
municipal.<br />
Os passeios <strong>de</strong> BTT são mais uma das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar<br />
livre que têm vindo a crescer em número <strong>de</strong> participantes.<br />
O Family Bike <strong>de</strong>stina-se, essencialmente, a iniciados na<br />
modalida<strong>de</strong> e a famílias que pretendam <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> passeios<br />
<strong>de</strong> bicicleta em ambiente calmo e <strong>de</strong>scontraído, com a lezíria<br />
e a várzea <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> como pano <strong>de</strong> fundo.<br />
Os percursos Noturnos, uma excelente alternativa para os<br />
meses <strong>de</strong> verão, quando os dias são <strong>de</strong>masiado quentes<br />
e <strong>de</strong>sconfortáveis para caminhar, correndo-se o risco <strong>de</strong><br />
insolação ou <strong>de</strong>sidratação. Estas caminhadas noturnas<br />
permitem, assim, exercitar com temperaturas mais amenas<br />
e usufruir <strong>de</strong> toda a envolvência da noite que, nalguns pontos<br />
do concelho, permite <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> fantásticas vistas sobre o<br />
Tejo.<br />
Agora que já conhece as nossas propostas para a prática <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar livre, fique atento à calendarização disponível<br />
em www.cm-loutes.pt, e agen<strong>de</strong> a sua caminhada.<br />
90 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
se estÁ A pLANeAr<br />
LANçAr-se NuMA <strong>de</strong>stAs<br />
AveNturAs, prepAre-se e...<br />
coNHeçA eXteNsÃo do percurso,<br />
o tempo médio <strong>de</strong> realização,<br />
o tipo <strong>de</strong> terreno e as condições climatéricas;<br />
veriFiQue A diFicuLdA<strong>de</strong> do percurso e escolha<br />
o que mais se a<strong>de</strong>qua à sua condição física;<br />
iNicie A cAMiNHAdA com um ritmo suave, evitando<br />
<strong>de</strong>masiadas paragens, pois quebram o ritmo.<br />
Mas antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa não<br />
se esqueça <strong>de</strong> levar…<br />
Água suficiente para o percurso;<br />
Mochila com reforço <strong>alimentar</strong> (barras energéticas e<br />
frutos secos são uma boa opção);<br />
Calçado confortável, roupa prática e chapéu;<br />
Telemóvel para alguma emergência.<br />
Para mais informações e inscrições contacte<br />
a Divisão <strong>de</strong> Desporto e juventu<strong>de</strong>,<br />
através dos telefones 211 151 157 / 211 151 176 ou<br />
pelo en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correio eletrónico ddj@cm-loures.pt
Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 91
POST-IT<br />
Avós e Netos<br />
vão <strong>ao</strong> cinema<br />
Centenas <strong>de</strong> crianças e suas<br />
famílias foram <strong>ao</strong> Centro<br />
Cultural <strong>de</strong> Moscavi<strong>de</strong>, entre<br />
os dias 12 e 16 <strong>de</strong> junho,<br />
assistir <strong>ao</strong> filme Dia <strong>de</strong> Surf.<br />
Com as iniciativas<br />
“A Escola Vai <strong>ao</strong> Cinema” e<br />
“Cinema para Avós e Netos”,<br />
a <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
preten<strong>de</strong>u proporcionar uma<br />
ida <strong>ao</strong> cinema gratuita<br />
às crianças do concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> finalistas do<br />
1.º Ciclo do Ensino Básico e,<br />
simultaneamente,<br />
sublinhar a importância <strong>de</strong><br />
valores como a amiza<strong>de</strong>,<br />
a conservação<br />
da natureza e os oceanos.<br />
“pais informa” ajuda<br />
a Gerir e poupar<br />
gerir e Poupar foi o tema <strong>de</strong><br />
mais uma sessão do<br />
“Pais Informa”, realizada no<br />
dia 23 <strong>de</strong> maio, que levou<br />
até pais, professores e<br />
encarregados <strong>de</strong> educação,<br />
conselhos sobre educação<br />
financeira.<br />
A ação, em Santa Iria <strong>de</strong><br />
Azóia, teve como oradora<br />
convidada Susana Albuquerque<br />
da Associação <strong>de</strong> Instituições<br />
<strong>de</strong> Crédito Especializado.<br />
A sessão teve como<br />
objetivo dar <strong>ao</strong>s pais as<br />
ferramentas e os conselhos<br />
necessários para, em casa,<br />
ajudarem os mais pequenos<br />
a conhecer o valor<br />
do dinheiro, saber geri-lo <strong>de</strong><br />
forma a satisfazer as suas<br />
necessida<strong>de</strong>s, administrá-lo<br />
com inteligência para<br />
concretizar os seus sonhos e<br />
reconhecer a importância<br />
<strong>de</strong> poupar para o futuro.<br />
92 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />
dia dos Moinhos<br />
A <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
comemorou, a 18 <strong>de</strong> abril, o<br />
Dia Nacional dos<br />
Moinhos com um vasto leque<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s no Parque<br />
Urbano <strong>de</strong> Santa Iria <strong>de</strong><br />
Azóia.<br />
Mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong><br />
crianças das escolas do<br />
concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer uma visita guiada <strong>ao</strong><br />
moinho, participar em<br />
ateliês <strong>de</strong> pintura,<br />
apren<strong>de</strong>r a fazer pão e<br />
brincar nos insufláveis.<br />
No final levaram<br />
um certificado <strong>de</strong><br />
participação entregue por<br />
Ricardo Lima, vereador do<br />
Departamento <strong>de</strong> Ambiente<br />
e Transportes Municipais.<br />
violência doméstica<br />
eu <strong>de</strong>nuncio!<br />
Carlos do Carmo,<br />
Yolanda Soares,<br />
Laurent Filipe, gil do Carmo,<br />
Nelo Ribeiro, Cláudia<br />
Vieira, Ana Cláudia Santos,<br />
Custódia gallego, joão<br />
Ricardo, Pedro Diogo, Rosa<br />
Villa, Fernando Ferrão e<br />
júlia Belard são alguns dos<br />
mais <strong>de</strong> 20 artistas que,<br />
no dia 29 <strong>de</strong> junho, vieram<br />
a <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>nunciar o crime<br />
<strong>de</strong> violência doméstica num<br />
espetáculo <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />
que a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong><br />
promoveu a favor da<br />
Associação <strong>de</strong> Mulheres<br />
Contra a Violência.
Bastonários<br />
das or<strong>de</strong>ns<br />
dos arquitetos <strong>de</strong><br />
cabo ver<strong>de</strong> e Angola<br />
em <strong>Loures</strong><br />
Realizou-se, no dia 27 <strong>de</strong><br />
abril, no Parque da Cida<strong>de</strong>,<br />
em <strong>Loures</strong>, um jantar que<br />
visou reunir nomes do setor<br />
da construção sustentável da<br />
CPLP, após a realização<br />
da conferência sobre<br />
Construção e Reabilitação<br />
Sustentável <strong>de</strong> Edifícios no<br />
Espaço Lusófono.<br />
Estiveram presentes, entre<br />
outros convidados, os<br />
bastonários das or<strong>de</strong>ns dos<br />
arquitetos <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> e<br />
Angola, César Freitas<br />
e António gameiro e o<br />
coor<strong>de</strong>nador do Programa<br />
“Casa para Todos” em Cabo<br />
Ver<strong>de</strong>, Hél<strong>de</strong>r Almeida.<br />
Brincar à ciência<br />
nas Férias da páscoa<br />
O Centro <strong>de</strong> Documentação<br />
e Informação Avelar Brotero<br />
recebeu, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> março<br />
a 1 <strong>de</strong> abril, as escolas do<br />
concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> para<br />
“Brincar à Ciência nas Férias<br />
da Páscoa”.<br />
Os alunos visitaram<br />
exposições, visionaram<br />
filmes, assistiram<br />
a <strong>de</strong>monstrações e a<br />
experiências científicas, entre<br />
outras ativida<strong>de</strong>s.<br />
Para além <strong>de</strong> incentivar à<br />
reflexão sobre a importância<br />
da aplicação da ciência<br />
à inovação, a iniciativa<br />
possibilitou bons momentos<br />
<strong>de</strong> aprendizagem e<br />
brinca<strong>de</strong>ira.<br />
controlo da<br />
Qualida<strong>de</strong> da Água<br />
O Laboratório <strong>de</strong> águas<br />
realiza<br />
diariamente análise <strong>de</strong><br />
controlo da qualida<strong>de</strong> da<br />
água nos municípios <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong> e Odivelas<br />
(em torneiras <strong>de</strong> consumo e<br />
nos vários órgão da re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> distribuição).<br />
Com este apertado controlo,<br />
os SMAS <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />
garantem a qualida<strong>de</strong><br />
da água.<br />
Em 2011, foram realizadas<br />
36 079 análises/<br />
/<strong>de</strong>terminações, das quais<br />
99,88% cumprem com todos<br />
os requisitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
água para consumo humano.<br />
Mercado Agrobio<br />
O Mercado Agrobio <strong>de</strong><br />
<strong>Loures</strong> festejou o primeiro<br />
aniversário, em 14 <strong>de</strong> julho.<br />
As iniciativas <strong>de</strong>ste primeiro<br />
ano <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, feitas em<br />
parceria com os produtores e<br />
o movimento associativo do<br />
concelho, foram assinaladas<br />
com <strong>de</strong>gustações <strong>de</strong><br />
diversas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
produtos biológicos, frescos<br />
e transformados.<br />
Realiza-se na Praça da<br />
Liberda<strong>de</strong>, <strong>ao</strong>s sábados,<br />
das 9h às 14h.<br />
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