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Não ao desperdício alimentar - Câmara Municipal de Loures

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Edição n.º 46 :: Agosto <strong>de</strong> 2012 :: Revista do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

AGIR<br />

<strong>Não</strong> <strong>ao</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> <strong>alimentar</strong><br />

Entrevista a António Costa Pereira, presi<strong>de</strong>nte da Associação Dariacordar<br />

Beber água da torneira<br />

Maior efi ciência energética<br />

Zonas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> eleição<br />

:: 42<br />

:: 10<br />

:: 16<br />

:: 24


SUMÁRIO<br />

: : A Vida é feita <strong>de</strong> pequenos nadas<br />

6<br />

10<br />

: : Beber Água da Torneira<br />

2 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Com regularida<strong>de</strong> , são efetuadas análises <strong>de</strong> controlo l<br />

aboratorial, as quais permitem manter a qualida<strong>de</strong> da água<br />

distribuída<br />

: : Maior Eficiência Energética<br />

16<br />

: : Zonas Ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Eleição<br />

24<br />

: : Apren<strong>de</strong>r na Escola a Tempo Inteiro<br />

32<br />

: : <strong>Loures</strong>,<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direitos Humanos<br />

38


: : <strong>Não</strong> <strong>ao</strong> Desperdício Alimentar<br />

Os Portugueses são muito solidários.<br />

Este projeto é um excelente exemplo<br />

<strong>de</strong> civismo<br />

42<br />

: : Do Passado <strong>ao</strong> Futuro<br />

O Arquivo <strong>Municipal</strong> é,<br />

além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> valor histórico<br />

e cultural, a memória do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

: : <strong>Loures</strong>, um Município<br />

com muito para Oferecer<br />

48<br />

: : Conhecer a Paisagem<br />

e Gerir o Território<br />

56<br />

74<br />

: : A Natureza e o Património<br />

78<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 3


FICHA TÉCNICA<br />

PROPRIEDADE :: <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

Praça <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>, 4, 2674-501 <strong>Loures</strong><br />

DIRETOR :: Carlos Teixeira<br />

PERIOCIDADE :: Trimestral<br />

CONTACTO :: louresmunicipal@cm-loures.pt<br />

DEPÓSITO LEGAL N.º :: 183565/02<br />

ISSN 1645-5088 | Anotada na ERC


Carlos Teixeira<br />

Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

A felicida<strong>de</strong> é um alvo que todos preten<strong>de</strong>mos atingir.<br />

EDITORIAL<br />

É característica <strong>de</strong> todos nós, seres humanos, a permanente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> querer mais e<br />

melhor, seja na procura <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> pessoal, seja na satisfação e realização profissional.<br />

É também normal sermos avessos à mudança – dificilmente aceitamos sair do rumo traçado,<br />

ainda que existam pontos fortes que nos façam pon<strong>de</strong>rar uma eventual escolha.<br />

Estas duas características nem sempre andam a par mas, na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterarmos<br />

aquilo a que se convencionou chamar “a vida” e o seu sentido, é fundamental que tenhamos<br />

atitu<strong>de</strong> positiva e otimista e que, perante as contrarieda<strong>de</strong>s, as “pedras no caminho”,<br />

saibamos procurar alternativas, fixar objetivos e lutar <strong>ao</strong> limite das nossas forças para<br />

alcançá-los. A nossa mente é, <strong>de</strong> facto, a única coisa que controlamos em absoluto nas<br />

nossas vidas.<br />

Mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> será, por isso, o primeiro passo para chegar à solução. Outros passos<br />

po<strong>de</strong>remos dar a seguir, como ser empreen<strong>de</strong>dores, imaginativos, solidários. Todos, sem<br />

exceção, enfrentamos problemas no nosso quotidiano, sejam do foro íntimo ou da esfera<br />

profissional, <strong>de</strong>ntro ou fora <strong>de</strong> contextos <strong>de</strong> crise.<br />

É neste espírito que vos <strong>de</strong>ixo com mais uma <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> que foca o que <strong>de</strong> bom se<br />

tem feito, neste município, para motivar as gentes, ajudar os mais carenciados, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

o que temos <strong>de</strong> precioso e manter alta a fasquia da nossa oferta cultural, patrimonial,<br />

gastronómica e humana.<br />

<strong>Não</strong> vejamos na crise uma <strong>de</strong>sculpa para a frustração, a <strong>de</strong>pressão e o <strong>de</strong>sânimo, mas<br />

uma janela que se abre para que sejamos mais solidários, mais presentes e, sobretudo,<br />

mais tenazes na luta para alcançar aquilo a que todos temos direito: ser feliz!<br />

Porque, afinal, a vida tem múltiplos sentidos e é feita <strong>de</strong> pequenos nadas…<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 5


CONVERSAR<br />

A Vida é feita<br />

<strong>de</strong> pequenos nadas<br />

Podíamos falar da importância <strong>de</strong> um sorriso, <strong>de</strong> um abraço, <strong>de</strong> pequenos nadas como o afeto ou a<br />

solidarieda<strong>de</strong> traduzidos num carinho, na presença, ainda que silenciosa, em tempos <strong>de</strong> mágoa.<br />

Podíamos falar do pôr do sol ou do cheiro da terra molhada <strong>de</strong>pois da chuva, da lua cheia e do mar.<br />

A verda<strong>de</strong> é que, em tempos difíceis, diminui o impulso puro, <strong>de</strong>cresce a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar.<br />

Tornamo-nos mais duros, mais pragmáticos… e ainda bem.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação <strong>ao</strong> meio conhece novos avanços<br />

e damos connosco a ser mais industriosos, mais estrategas,<br />

mais imaginativos, e tornamo-nos exímios na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tirar leite <strong>de</strong> pedras, <strong>de</strong> aditar <strong>ao</strong> nosso dia-a-dia pequenos<br />

nadas que po<strong>de</strong>m fazer toda a diferença, não porque na<br />

adversida<strong>de</strong> resida a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seja lá o que for, mas<br />

porque não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sistir nem baixar os braços.<br />

Porque temos compromissos connosco e com outros, porque<br />

somos responsáveis por nós e por outros e porque é preciso<br />

lutar e não <strong>de</strong>sistir, nunca.<br />

Deambulando na world wi<strong>de</strong> web à procura <strong>de</strong> inspiração,<br />

<strong>de</strong>parámo-nos com o texto <strong>de</strong> um escritor americano, que<br />

recentemente emigrou para a República Checa, que insiste<br />

em viver da escrita, posição que o obriga a subsistir com<br />

muito pouco.<br />

6 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Esta <strong>de</strong>cisão obrigou-o a procurar novos recursos, pequenos<br />

nadas que o ajudam a sobreviver com bastante menos do<br />

que o habitual, mas que também o ensinaram e reformular<br />

a própria vida, a adaptar-se a uma nova realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma<br />

natural e inteligente e, principalmente, a manter-se motivado<br />

e com a certeza <strong>de</strong> que o seu esforço aponta a dias melhores,<br />

no futuro próximo.<br />

Baseados nesta e noutras experiências, damos algumas<br />

sugestões e três conselhos:<br />

Acredite que este estado <strong>de</strong> coisas não po<strong>de</strong> durar para<br />

sempre.<br />

<strong>Não</strong> <strong>de</strong>sista nunca e mantenha o sentido <strong>de</strong> humor.<br />

Faça por si e não pare <strong>de</strong> procurar a solução para o seu<br />

problema.


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 7


CONVERSAR<br />

AproveitAr todos os recursos<br />

Somos o que sabemos. Os nossos conhecimentos fazem <strong>de</strong><br />

tal forma parte <strong>de</strong> nós, que nos esquecemos <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos<br />

rentabilizá-los, partilhando-os. Dar aulas <strong>de</strong> uma disciplina<br />

em que estamos à vonta<strong>de</strong> para os mais diferenciados po<strong>de</strong><br />

ser uma fonte <strong>de</strong> rendimento extra. Tomar conta <strong>de</strong> crianças,<br />

pontualmente, em casa <strong>de</strong> amigos e conhecidos, po<strong>de</strong><br />

engrossar o orçamento familiar. Se fizermos bem o que quer<br />

que seja, <strong>de</strong>pressa será passada a palavra e angariaremos<br />

uma “carteira <strong>de</strong> clientes”. Fazer rissóis ou passar a ferro<br />

para fora também vale. No fundo, vale tudo o que faça parte<br />

do nosso conhecimento e que faça falta a alguém…<br />

BeBer MeNos, <strong>de</strong>iXAr <strong>de</strong> FuMAr...<br />

Os estados <strong>de</strong> alma sombrios, o acumular <strong>de</strong> problemas e a<br />

ausência <strong>de</strong> objetivos po<strong>de</strong>m levar <strong>ao</strong> consumo exacerbado<br />

<strong>de</strong> substâncias que, provocando alguma alienação, nos<br />

confortem e aju<strong>de</strong>m – pelo menos assim o interpretamos – a<br />

ultrapassar um mau momento. Inverter esta tendência po<strong>de</strong><br />

trazer gran<strong>de</strong>s compensações, em termos <strong>de</strong> poupança<br />

e, sobretudo, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Se consumir um bom vinho numa<br />

ocasião especial e se se permitir fumar um cigarro após uma<br />

refeição excecional, <strong>ao</strong> fim <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> se cansar<br />

a subir escadas, recuperará o sabor genuíno dos alimentos,<br />

aumentará o seu bem-estar, estará mais <strong>de</strong>sperto para a<br />

vida e, sobretudo, transformará aquilo que já nem conseguia<br />

ser um prazer diário, mas apenas um mau hábito, numa<br />

experiência suprema que só o será porque a transformou<br />

num momento raro.<br />

sAir seM GAstAr diNHeiro<br />

Aproveitar iniciativas municipais para tomar contacto com a<br />

Arte, a Natureza, levar as crianças a passear, fazer rastreios,<br />

é uma boa forma <strong>de</strong> manter a família ativa sem gastar dinheiro.<br />

Pequenos nadas que nos mantêm <strong>de</strong>spertos para o que nos<br />

ro<strong>de</strong>ia e que nos impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nos sentirmos prisioneiros nas<br />

nossas próprias casas.<br />

8 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

os prAZeres siMpLes dA vidA<br />

Caminhar no Parque, ler num banco <strong>de</strong> jardim, jogar damas ou<br />

xadrez… são pequenos prazeres que preenchem os tempos<br />

livres e nos dão uma sensação <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scansando a<br />

mente e exercitando o corpo ou a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocínio.<br />

Po<strong>de</strong>m ser também motores <strong>de</strong> aproximação intergeracional.<br />

Todos os dias per<strong>de</strong>mos um pouco mais o contacto com os<br />

mais velhos, o que se traduz na perda progressiva da nossa<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. É neles que estão as nossas raízes, as histórias<br />

que nos embalaram, os princípios e valores que <strong>de</strong>ram lugar<br />

<strong>ao</strong> que hoje somos. Cultivar as relações é um trabalho que<br />

vale a pena, sempre, e que enriquece todos os envolvidos.<br />

iNterNet, uM AdMirÁveL MuNdo<br />

Se há <strong>de</strong>spesas que po<strong>de</strong>mos evitar, outras existem a que<br />

não po<strong>de</strong>mos fugir. Ter acesso à internet <strong>de</strong>veria ser um<br />

direito consagrado na Constituição. Porque nos dá toda a<br />

informação disponível, nos ajuda nas nossas tarefas, nos<br />

torna mais ágeis à medida que praticamos a pesquisa. Dá-<br />

-nos i<strong>de</strong>ias, tira-nos dúvidas e, sobretudo, lança-nos <strong>de</strong>safios.<br />

Através da internet procuramos emprego, ven<strong>de</strong>mos e<br />

compramos, mantemo-nos informados, viajamos até. Sabia<br />

que po<strong>de</strong> visitar vários museus internacionais através da<br />

internet? Um pequeno nada que nos po<strong>de</strong> transportar on<strong>de</strong><br />

a carteira nos proíbe <strong>de</strong> ir. A internet põe-nos em contacto<br />

com o mundo e com mil mundos impensáveis há pouco mais<br />

<strong>de</strong> duas décadas. A internet ajuda-nos a poupar, a contornar<br />

<strong>de</strong>spesas. Por exemplo, dá-nos acesso a uma série <strong>de</strong><br />

receitas para (quase) todos os males, o que po<strong>de</strong> evitar uma<br />

ida à farmácia – se substituirmos um medicamento por uma<br />

mezinha caseira –, <strong>ao</strong> supermercado – se substituirmos um<br />

alimento por outro –, à biblioteca – porque temos acesso a<br />

milhões <strong>de</strong> textos sobre os mais variados temas.


JANtAr ForA... NA vArANdA<br />

Usar a imaginação, pensar positivo e valorizar o que ainda<br />

temos: parece ser a equação certa para uma refeição<br />

simples, mas caseira, na varanda lá <strong>de</strong> casa ou bem junto à<br />

maior janela disponível. Depois, é hora <strong>de</strong> reduzir o consumo<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e usar velas, mesmo que o jantar seja atum<br />

com feijão-fra<strong>de</strong> (uma <strong>de</strong>lícia, aliás!). Boa companhia, um<br />

CD antigo ou até rádio numa estação nostálgica e pronto!<br />

coMprAr BArAto<br />

Atenção às promoções – duplamente! Há as enganosas e<br />

as que, <strong>de</strong> facto, merece a pena aproveitar. De resto, os<br />

vegetais continuam acessíveis e fazem bem à saú<strong>de</strong>.<br />

O mesmo se passa com a fruta, ainda que já seja um pouco<br />

mais dispendiosa. O pão é um alimento riquíssimo e que se<br />

po<strong>de</strong> usar <strong>de</strong> mil maneiras diferentes. Nas lojas, as roupas<br />

estão todas em promoção e há gran<strong>de</strong>s lojas que têm básicos<br />

a preços extremamente interessantes. Basta estar alerta!<br />

NovAs eXperiÊNciAs<br />

Acha que tem jeito para cortar cabelos? Então experimente<br />

lá em casa, com os seus filhos. Se o primeiro não ficar<br />

bem, o cabeleireiro po<strong>de</strong> sempre remediar. <strong>Não</strong> se aventure<br />

<strong>de</strong>masiado e vai ver que o resultado será, no mínimo,<br />

satisfatório. Tem imenso jeito para fazer <strong>de</strong>pilação e a sua<br />

melhor amiga é uma manicura em potência? Pois bem,<br />

troquem serviços e vão ver, no final do mês, o dinheiro que<br />

pouparam. E, já agora, se a experiência com o cabelo do seu<br />

filho saiu bem, a sua amiga po<strong>de</strong> ser a próxima “vítima”…<br />

ArMAZeNAr<br />

Muitas vezes, a compra <strong>de</strong> duas unida<strong>de</strong>s traz mais uma<br />

<strong>de</strong> oferta. Se tiver a certeza <strong>de</strong> que é um bom negócio,<br />

armazene. Vai saber-lhe muito bem nos meses seguintes.<br />

NÃo <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> si<br />

Aquilo que nos habituámos a ver como pequenos nadas – a<br />

máscara para o cabelo, o creme para as mãos e o corpo,<br />

até o <strong>de</strong>sodorizante, assumem agora um peso notável<br />

nas contas do final do mês. Pois muito bem, experimente<br />

substituir os primeiros três por azeite e o último por umas<br />

gotas <strong>de</strong> sumo <strong>de</strong> limão. Continua a tratar <strong>de</strong> si e os custos<br />

<strong>de</strong>scem vertiginosamente…<br />

pArtiLHAr<br />

Há sempre alguém que está em pior situação do que nós e<br />

que precisa <strong>de</strong> ajuda. O trabalho <strong>de</strong> voluntariado enobrece,<br />

enriquece e dá-nos muito mais do que conseguimos oferecer.<br />

Faça alguma coisa pelos outros. Talvez alguém faça algo<br />

por si… Dar é difícil, <strong>ao</strong> contrário do que se possa pensar.<br />

Depois da primeira vez, é como andar <strong>de</strong> bicicleta e torna-<br />

-se no melhor vício do mundo. A partilha <strong>de</strong> pequenos nadas<br />

po<strong>de</strong> significar o mundo para muita gente. Hoje pelos outros,<br />

amanhã, por si!<br />

NÃo ter verGoNHA<br />

Se precisar <strong>de</strong> ajuda, peça! A vergonha <strong>de</strong>ve ficar para<br />

quem nos leva a este estado <strong>de</strong> coisas, para quem permite<br />

que soframos todos os cortes e não tenhamos qualquer<br />

incentivo, nem vejamos a menor luz no final do mais longínquo<br />

dos túneis. Há instituições, organismos, organizações,<br />

vocacionados para ajudar quem precisa. <strong>Não</strong> é preciso ser<br />

sem-abrigo para necessitar <strong>de</strong> apoio. A crise atirou-nos para<br />

um buraco do qual vamos sair, certamente, mas enquanto<br />

não saímos há que continuar a respirar, a viver, a lutar. Lute,<br />

portanto, com garra e com força e não <strong>de</strong>sista! Valorize<br />

tudo o que valer a pena e não se esqueça: a vida é feita <strong>de</strong><br />

pequenos nadas!<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 9


AGIR<br />

Beber água<br />

da torneira<br />

UM HáBITO SAUDáVEL E DE CONFIANçA<br />

Se pensar que mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do seu corpo é constituído por água, cerca <strong>de</strong> 70%, fica com a noção da<br />

extrema relevância <strong>de</strong>ste precioso líquido para a manutenção da vida humana. Especialistas dizem que se<br />

<strong>de</strong>vem ingerir oito copos <strong>de</strong> água por dia, cerca <strong>de</strong> dois litros, não só para garantir o bom funcionamento<br />

do nosso organismo mas também para repor a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que per<strong>de</strong>mos <strong>ao</strong> longo do dia. Quanto<br />

à sua proveniência, po<strong>de</strong>m surgir diversas opiniões. Mas, por que não beber água da torneira se <strong>de</strong> facto<br />

tem qualida<strong>de</strong>?<br />

Uma das principais finalida<strong>de</strong>s do Laboratório <strong>de</strong> Águas dos<br />

Serviços <strong>Municipal</strong>izados <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é garantir a qualida<strong>de</strong> da<br />

água para consumo humano, distribuída nos concelhos <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong> e Odivelas. Em Setembro <strong>de</strong> 2001, este laboratório<br />

obteve o reconhecimento formal da qualida<strong>de</strong> do serviço<br />

prestado para ensaios microbiológicos e físico-químicos em<br />

águas naturais, <strong>de</strong> consumo humano e <strong>de</strong> piscinas, com<br />

a concessão da acreditação pelo Instituto Português da<br />

Qualida<strong>de</strong> (IPQ), presentemente sob a responsabilida<strong>de</strong> do<br />

Instituto Português da Acreditação (IPAC).<br />

Com regularida<strong>de</strong>, são efetuadas análises <strong>de</strong> controlo<br />

laboratorial, as quais permitem manter a qualida<strong>de</strong> da água<br />

10 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

distribuída e executar tratamentos adicionais sempre que<br />

se revele necessário. Os resultados <strong>de</strong>stas análises são<br />

publicados trimestralmente nos editais das <strong>Câmara</strong>s Municipais<br />

<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e Odivelas, assim como nas juntas <strong>de</strong> freguesia,<br />

e estão também disponíveis na página da Internet dos<br />

Serviços <strong>Municipal</strong>izados <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, www.smas-loures.pt,<br />

conforme a legislação em vigor.<br />

Se por um lado não confia na qualida<strong>de</strong> da água da torneira ou<br />

simplesmente não lhe agrada o sabor, tenha ainda assim em<br />

atenção o que lhe po<strong>de</strong>m dizer sobre ela. O alerta que agora<br />

lhe fazemos refere-se a empresas <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> purificadores<br />

<strong>de</strong> água, que contactam indivíduos aleatoriamente, ofere-


A água da re<strong>de</strong><br />

pública tem na sua<br />

generalida<strong>de</strong> boa<br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

E porque beber<br />

água é importante,<br />

cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si<br />

e da sua saú<strong>de</strong><br />

com água <strong>de</strong> total<br />

confiança.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 11


AGIR<br />

cendo-se para efetuar uma análise à qualida<strong>de</strong> da água da<br />

torneira em sua casa, para posteriormente lhes ven<strong>de</strong>rem um<br />

aparelho. O método utilizado consiste na realização <strong>de</strong> testes<br />

à água da torneira que resumidamente apresenta resultados<br />

<strong>de</strong>sastrosos e cor acastanhada, já com a utilização do tal<br />

filtro, a água apresentava excelentes resultados.<br />

Mais uma vez lhe dizemos, a água da re<strong>de</strong> pública tem na<br />

sua generalida<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. E porque beber água é<br />

importante, cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si e da sua saú<strong>de</strong> com água <strong>de</strong> total<br />

confiança: Beba água da torneira!<br />

sABiA Que BeBer ÁGuA:<br />

› AjUDA os rins a funcionarem corretamente<br />

e impe<strong>de</strong> que se tornem preguiçosos?<br />

› PREVINE a ocorrência <strong>de</strong> infeções urinárias?<br />

› PROPORCIONA UMA MELHORIA<br />

na aparência da pele, pela eliminação<br />

<strong>de</strong> resíduos da digestão e pela manutenção<br />

do seu estado <strong>de</strong> hidratação, impedindo<br />

que esta fique áspera e seca, e que envelheça<br />

mais rapidamente?<br />

12 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

ENTREVISTA AO<br />

dr. ANtóNio AreiAs pereirA dA siLvA,<br />

DO SERVIçO DE SAúDE OCUPACIONAL<br />

DO MUNICíPIO, ALUSIVA à IMPORTâNCIA<br />

DO CONSUMO DE ágUA PARA A SAúDE HUMANA


Qual a importância da ingestão <strong>de</strong> água?<br />

É inegável a importância da água não só para a nossa saú<strong>de</strong>,<br />

mas também para o planeta, pois a água é símbolo <strong>de</strong> vida,<br />

fundamental para o normal funcionamento dos seres vivos.<br />

Como se sabe, morremos mais rapidamente <strong>de</strong> se<strong>de</strong> do que<br />

<strong>de</strong> fome, porque a água é essencial em muitas funções vitais<br />

no organismo. Sem água não há vida.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> vários fatores, como a ida<strong>de</strong>, o sexo, a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa muscular e <strong>de</strong> gordura corporal, a<br />

água é o principal constituinte do corpo humano: 50 a 70%<br />

do total do nosso peso.<br />

A água tem a função <strong>de</strong> interferir no funcionamento <strong>de</strong><br />

todos os sistemas e órgãos, na participação em reações<br />

enzimáticas, no transporte dos nutrientes, na excreção dos<br />

produtos resultantes do metabolismo celular, na regulação<br />

da temperatura corporal.<br />

A ingestão <strong>de</strong> líquidos, normalmente controlada pela<br />

sensação <strong>de</strong> se<strong>de</strong>, é regulada pelo cérebro, no hipotálamo,<br />

mas <strong>de</strong>sidratamos quando as necessida<strong>de</strong>s hídricas estão<br />

aumentadas (ingestão diária insuficiente, calor, exercício<br />

físico, febre, diarreia, vómitos, etc.).<br />

Os sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação incluem: se<strong>de</strong>, sensação <strong>de</strong><br />

boca seca, urina <strong>de</strong> cor intensa e em menor quantida<strong>de</strong>;<br />

sensação <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> temperatura corporal, cansaço físico<br />

e mental, perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção, concentração<br />

e memória, dores <strong>de</strong> cabeça, hipotensão postural, entre<br />

outros.<br />

Quais os benefícios para a nossa saú<strong>de</strong>?<br />

Um bom nível <strong>de</strong> hidratação é importante para o funcionamento<br />

saudável do coração e para a prevenção das doenças<br />

cardiovasculares. Diminui o risco <strong>de</strong> tromboembolismo<br />

arterial e venoso (AVC, doença coronária, flebotromboses<br />

e flebites). Diminuem as perturbações a nível renal, mental,<br />

digestivo, respiratório, <strong>de</strong>rmatológico e músculo-esquelético.<br />

Diminuem os episódios <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong> astenia,<br />

fraqueza e cansaço. Proporciona um bom sono e melhora o<br />

<strong>de</strong>sempenho da nossa ativida<strong>de</strong> diária.<br />

Uma hidratação regular mantém maior elasticida<strong>de</strong> e frescura<br />

da pele e uma boa vitalização dos cabelos. Evita a secura<br />

ocular e as conjuntivites. Diminui a secura das mucosas<br />

respiratórias, melhora a produção salivar, o trânsito intestinal,<br />

diminui a obstipação. Diminuem as infeções geniturinárias e<br />

a formação <strong>de</strong> cálculos renais. Contribui para diminuir as<br />

cãibras musculares, melhora a força muscular e a hidratação<br />

das articulações.<br />

Como é sabido, uma boa ingestão regular <strong>de</strong> água melhora<br />

o fluxo disponível para irrigar o coração, o cérebro, os<br />

músculos, os rins, os pulmões, a pele e todos os restantes<br />

órgãos. A água não engorda, nem elimina gorduras.<br />

Qual a quantida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> água a consumir por dia?<br />

A água potável da torneira é excelente para matar a se<strong>de</strong>, e<br />

tem uma qualida<strong>de</strong> irrepreensível. Por vezes po<strong>de</strong> ter algum<br />

cheiro e sabor resultantes da <strong>de</strong>sinfeção com ozono e cloro,<br />

<strong>de</strong> modo a garantir a sua pureza. Para retirar tal cheiro e<br />

sabor, po<strong>de</strong>mos encher um jarro ou uma garrafa sem tampa,<br />

e colocá-la durante algum tempo no frigorífico.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 13


Em condições normais, per<strong>de</strong>mos diariamente 2,5 litros <strong>de</strong><br />

água. Para repor esta perda <strong>de</strong>vemos beber 1,5 litro <strong>de</strong> água<br />

por dia. Com os alimentos e principalmente a sopa e o leite<br />

repomos o restante litro.<br />

A prescrição mais comum aconselha a ingestão, no mínimo,<br />

<strong>de</strong> seis a oito copos <strong>de</strong> água (1,5 litro) por dia. Na maioria<br />

dos casos, não há razão para preferir água engarrafada;<br />

além <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, a água da torneira é muito<br />

mais barata.<br />

De facto, <strong>de</strong>ve beber-se mais água quando se transpira e<br />

quando se está perante temperaturas ambientais muito<br />

elevadas. Os idosos e os bebés <strong>de</strong>vem beber regularmente<br />

água <strong>ao</strong> longo do dia para não <strong>de</strong>sidratarem.<br />

Devemos beber pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada vez e<br />

frequentemente <strong>ao</strong> longo do dia, antecipando-nos à sensação<br />

<strong>de</strong> se<strong>de</strong>.<br />

Beber muita água ajuda a controlar o peso?<br />

A ingestão <strong>de</strong> água entre e/ou durante as refeições po<strong>de</strong><br />

contribuir para que nos sintamos saciados, contudo esta<br />

sensação é transitória, pois a água passa rapidamente pelo<br />

estômago, voltando <strong>de</strong> imediato a sensação <strong>de</strong> fome. Mas<br />

se tem este hábito, não mu<strong>de</strong>.<br />

O mesmo já não se passa com a sopa que, embora tendo<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, atrasa o esvaziamento do<br />

estômago, dado que tem variados nutrientes, <strong>de</strong>ixando-nos<br />

saciados e alimentados por mais tempo. Nunca <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />

comer as sopas.<br />

14 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Quais são os seus conselhos para quem não costuma<br />

beber água com frequência?<br />

Beber água é um prazer. Deve aumentar a frequência do<br />

consumo <strong>de</strong> água potável da torneira ou engarrafada.<br />

Deve hidratar-se através da ingestão <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> outras<br />

bebidas como leite, sumos <strong>de</strong> fruta e néctares, bebidas<br />

<strong>de</strong> sumo <strong>de</strong> fruta, sumos <strong>de</strong> legumes, chás em todas as<br />

variantes (infusões, chá <strong>de</strong> frutas, <strong>de</strong> ervas aromáticas…) e<br />

<strong>de</strong> alimentos ricos em água (sopas, saladas e fruta).<br />

Para não ingerir calorias, cuidado com o teor <strong>de</strong> açúcares<br />

nos líquidos comercializados como refrigerantes e sumos.<br />

Po<strong>de</strong>mos e <strong>de</strong>vemos preparar refrescos caseiros, que são<br />

bebidas saborosas à base <strong>de</strong> água da torneira, associando<br />

chá e limão, ou café e limão, ou frutas <strong>ao</strong> gosto e prazer<br />

pessoais. Estes líquidos sem açúcares (calorias), ingeridos<br />

às refeições e entre as refeições, hidratam as centenas <strong>de</strong><br />

milhões <strong>de</strong> células do nosso corpo, melhorando a nossa<br />

saú<strong>de</strong> física e mental.<br />

Sem água, só po<strong>de</strong>mos sobreviver, no máximo, três a cinco<br />

dias.<br />

A ágUA É O NOSSO ALIMENTO MAIS IMPORTANTE.<br />

SEIS A OITO COPOS DIáRIOS E DA TORNEIRA QUE É<br />

BEM BOA…


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 15


AGIR<br />

Maior eficiência<br />

energética<br />

NOVOS PARâMETROS<br />

A compreensão dos conceitos <strong>de</strong> Energia, Or<strong>de</strong>namento Territorial e Desenvolvimento Sustentável, assim<br />

como as suas inter-relações funcionais, é fundamental para uma gestão autárquica que se pretenda<br />

responsável, interventiva e geradora <strong>de</strong> mudanças.<br />

A integração da dimensão energética no planeamento municipal é um imperativo <strong>de</strong> qualquer processo<br />

<strong>de</strong> planeamento que se pretenda sustentável. É possível planear e introduzir conceitos e critérios nos<br />

processos ou projetos que convergem para uma utilização mais racional <strong>de</strong> energia e para uma melhor<br />

utilização dos recursos, criando dinâmica <strong>ao</strong> longo das linhas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

16 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


As cida<strong>de</strong>s têm um papel cada vez mais ativo e dominante na<br />

economia global porque o seu crescimento inclui, em termos<br />

<strong>de</strong> energia, uma maior procura, logo o seu crescimento<br />

sustentável é muito mais amplo e atinge muitos setores,<br />

alguns <strong>de</strong>les extremamente vulneráveis.<br />

O conceito <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> é intrínseco a uma multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> noções que preten<strong>de</strong>m i<strong>de</strong>ntificar fatores-chave para<br />

competitivida<strong>de</strong> e atrativida<strong>de</strong> futura das cida<strong>de</strong>s num<br />

contexto <strong>de</strong> economia global, sejam eles o <strong>de</strong> “cida<strong>de</strong>s inteligentes”,<br />

“cida<strong>de</strong>s do conhecimento” ou “cida<strong>de</strong>s criativas”.<br />

As cida<strong>de</strong>s inteligentes evoluem na direção <strong>de</strong> uma forte<br />

integração <strong>de</strong> todas as vertentes da inteligência humana,<br />

coletiva e artificial, sendo construídas como aglomerados<br />

multidimensionais, combinando as três principais dimensões:<br />

a primeira está ligada às pessoas da cida<strong>de</strong> – a inteligência,<br />

a inventivida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> dos indivíduos que<br />

vivem e trabalham na cida<strong>de</strong>; a segunda tem a ver com a<br />

inteligência coletiva da população <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>; a última<br />

está relacionada com a inteligência artificial embutida no<br />

ambiente físico da cida<strong>de</strong> e disponível para a sua população<br />

– a infraestrutura <strong>de</strong> comunicação, os espaços digitais<br />

e as ferramentas públicas para a solução <strong>de</strong> problemas<br />

disponíveis para a população da cida<strong>de</strong>, nomeadamente um<br />

planeamento urbanístico com eficiência energética.<br />

Nesta perceção global, a União Europeia tem vindo<br />

a <strong>de</strong>senvolver políticas energéticas que garantam a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da procura sem que exista perda na<br />

qualida<strong>de</strong> dos serviços e na comodida<strong>de</strong> dos cidadãos.<br />

Durante a presidência portuguesa da UE foi lançado um Plano<br />

Tecnológico para a Energia e a Estratégia <strong>de</strong> Lisboa — Novo<br />

Ciclo, que integra objetivos ambiciosos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das energias renováveis, promoção da eficiência energética<br />

e redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa.<br />

Tendo em conta os novos objetivos para a política energética<br />

e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um novo enquadramento global<br />

do Plano Nacional <strong>de</strong> Ação para as Energias Renováveis<br />

(PNAER) e a revisão do Plano Nacional <strong>de</strong> Ação para a<br />

Eficiência Energética (PNAEE), que integrasse ações da<br />

área da energia no Programa Nacional para as Alterações<br />

Climáticas (PNAC), foi estabelecido, através da Resolução<br />

do Conselho <strong>de</strong> Ministros 29/2010, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> abril, a Estratégia<br />

AGIR<br />

Nacional para a Energia, com o horizonte <strong>de</strong> 2020 (ENE2020).<br />

Adapta e atualiza a estratégia <strong>de</strong>finida pela Resolução do<br />

Conselho <strong>de</strong> Ministros 169/2005, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> outubro.<br />

A Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) assenta<br />

sobre cinco eixos principais:<br />

Eixo 1 — A ENE 2020 é uma agenda para competitivida<strong>de</strong>,<br />

crescimento e in<strong>de</strong>pendência energética e financeira que<br />

dinamiza os diferentes setores da economia, criando valor e<br />

emprego através da aposta em projetos inovadores nas áreas<br />

da eficiência energética, das energias renováveis, incluindo<br />

a produção <strong>de</strong>scentralizada e da mobilida<strong>de</strong> elétrica, num<br />

quadro <strong>de</strong> equilíbrio territorial; promove a concorrência<br />

nos mercados através da consolidação do mercado<br />

ibérico <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (MIBEL), da criação do mercado<br />

ibérico do gás natural (MIBgAS) e da regulamentação do<br />

sistema petrolífero nacional, e contribuindo para a maior<br />

in<strong>de</strong>pendência energética e financeira do nosso país face a<br />

choques energéticos externos.<br />

Eixo 2 — A ENE 2020 aposta nas energias renováveis,<br />

através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma fileira industrial indutora<br />

do crescimento económico e do emprego, que permita atingir<br />

as metas nacionais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> energia renovável,<br />

intensificando a diversificação das energias renováveis<br />

no conjunto das fontes <strong>de</strong> energias que abastecem o<br />

País (mix energético). Desta forma, é possível reduzir a<br />

nossa <strong>de</strong>pendência externa e aumentar a segurança <strong>de</strong><br />

abastecimento.<br />

Eixo 3 — A ENE 2020 promove a eficiência energética<br />

consolidando o objetivo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 20% do consumo<br />

<strong>de</strong> energia final em 2020, através da aposta em medidas<br />

comportamentais e fiscais, assim como em projetos inovadores,<br />

<strong>de</strong>signadamente os veículos elétricos e as re<strong>de</strong>s<br />

inteligentes, a produção <strong>de</strong>scentralizada <strong>de</strong> base renovável<br />

e a optimização dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> iluminação pública e <strong>de</strong><br />

gestão energética dos edifícios públicos, resi<strong>de</strong>nciais e <strong>de</strong><br />

serviços.<br />

Eixo 4 — A ENE 2020 tem por objetivo garantir a segurança<br />

<strong>de</strong> abastecimento através da manutenção da política <strong>de</strong><br />

diversificação do mix energético, do ponto <strong>de</strong> vista das<br />

fontes e das origens do abastecimento, e do reforço das<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 17


AGIR<br />

infraestruturas <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> armazenamento que<br />

permitam a consolidação do mercado ibérico em consonância<br />

com as orientações da política energética europeia.<br />

Eixo 5 — A ENE 2020 promove a sustentabilida<strong>de</strong> económica<br />

e ambiental como condição fundamental para o sucesso da<br />

política energética, recorrendo a instrumentos da política<br />

fiscal, a parte das verbas geradas no setor da energia pelo<br />

comércio <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> CO 2 e a outras receitas<br />

geradas pelo das renováveis, para a criação <strong>de</strong> um fundo<br />

<strong>de</strong> equilíbrio tarifário que permita continuar o processo <strong>de</strong><br />

crescimento das energias renováveis.<br />

No âmbito do cumprimento do exposto no Eixo 3, a <strong>Câmara</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo a efetuar uma gestão eficiente<br />

da energia, por forma a reduzir em 20% os seus consumos<br />

energéticos, promovendo e sensibilizando os vários setores<br />

da socieda<strong>de</strong> para esse fim.<br />

Outra das funções primordiais da autarquia nesta matéria, é<br />

disponibilizar informação e algumas recomendações.<br />

A IMPORTâNCIA DA ORIENTAçãO DO EDIFíCIO NO<br />

CONSUMO DE ENERgIA<br />

Um edifício que tenha sido projetado e construído sem ter<br />

em conta as condições climatéricas do local não po<strong>de</strong>rá<br />

ser consi<strong>de</strong>rado eficiente na utilização <strong>de</strong> energia para<br />

proporcionar conforto <strong>ao</strong>s seus moradores. A consequência<br />

direta <strong>de</strong>sta abordagem é a elevada incidência dos custos <strong>de</strong><br />

aquecimento e <strong>de</strong> ar condicionado nas <strong>de</strong>spesas familiares.<br />

Regra geral, é preferível que a exposição solar das superfícies,<br />

a este e a oeste, seja reduzida. Estas duas orientações<br />

são irradiadas principalmente durante o verão e a entrada<br />

<strong>de</strong> radiação é muito difícil <strong>de</strong> controlar, uma vez que se faz<br />

quase perpendicularmente às janelas. Para combater a<br />

influência do frio do inverno, é aconselhável reduzir as janelas<br />

orientadas para norte e aumentar as que estão orientadas<br />

para sul, também porque estas são mais fáceis <strong>de</strong> proteger<br />

dos raios solares durante o verão.<br />

18 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

A IMPORTâNCIA DA ENVOLVENTE DO EDIFíCIO NO<br />

CONSUMO DE ENERgIA<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista energético, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um edifício<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em larga extensão das características dos elementos<br />

que fazem a fronteira entre a casa e o ambiente exterior, ou<br />

seja, da sua envolvente (fachadas, janelas, coberturas).<br />

Um edifício mal isolado acarreta maiores custos com a<br />

climatização, pois consome mais energia: no inverno arrefece<br />

rapidamente, po<strong>de</strong>ndo ocorrer con<strong>de</strong>nsações no seu<br />

interior, e no verão aquece mais e num curto espaço <strong>de</strong><br />

tempo.<br />

O ISOLAMENTO DA ENVOLVENTE<br />

O sistema <strong>de</strong> isolamento das pare<strong>de</strong>s exteriores é mais<br />

eficaz, consistindo na aplicação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> material<br />

isolante ou na aplicação contínua <strong>de</strong> uma espuma nas<br />

pare<strong>de</strong>s exteriores e em cobrir esses materiais com um<br />

revestimento, reforço ou reboco a<strong>de</strong>quado, que po<strong>de</strong> ser<br />

pintado ou revestido <strong>de</strong> outros materiais, obtendo-se assim<br />

uma aparência tradicional.<br />

O isolamento térmico <strong>de</strong> uma cobertura é consi<strong>de</strong>rado<br />

uma intervenção <strong>de</strong> eficiência energética prioritária, face<br />

<strong>ao</strong>s benefícios imediatos em termos da diminuição das<br />

necessida<strong>de</strong>s energéticas, e também por se tratar <strong>de</strong> uma<br />

das medidas mais simples e menos dispendiosas.<br />

CUIDADOS A TER COM AS jANELAS<br />

As superfícies envidraçadas <strong>de</strong>sempenham um papel muito<br />

importante no domínio da eficiência térmica do edifício.<br />

Estima-se que até 25% das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aquecimento<br />

sejam <strong>de</strong>vidas a perdas <strong>de</strong> calor com origem nas janelas.<br />

A intervenção <strong>ao</strong> nível das janelas <strong>de</strong>ve ser feita com o intuito<br />

<strong>de</strong> reduzir as infiltrações <strong>de</strong> ar não controladas, aumentar a<br />

captação <strong>de</strong> ganhos solares no inverno, reforçar a proteção<br />

da radiação solar durante o verão e melhorar as condições<br />

<strong>de</strong> ventilação natural.


O isolamento térmico <strong>de</strong> uma janela <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da qualida<strong>de</strong><br />

do vidro e do tipo <strong>de</strong> caixilharia utilizado. As janelas que<br />

possuem vidros duplos têm maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolamento<br />

do que os vidros simples, já que o espaço entre os dois vidros<br />

reduz quase a meta<strong>de</strong> as perdas <strong>de</strong> calor. Para prevenir a<br />

entrada <strong>de</strong> calor em excesso no verão, o vidro exterior po<strong>de</strong><br />

ser refletor.<br />

Para tornar as janelas mais eficientes reduzindo as perdas<br />

ou ganhos <strong>de</strong> calor, po<strong>de</strong>m ser executadas intervenções<br />

simples, <strong>de</strong> custo pouco significativo e sem que para isso<br />

seja necessário contratar mão-<strong>de</strong>-obra especializada. Por<br />

exemplo, para reduzir a excessiva penetração <strong>de</strong> ar po<strong>de</strong>m<br />

ser aplicadas tiras vedantes nas juntas das janelas ou injetar<br />

borracha <strong>de</strong> silicone nas fissuras. É também possível aplicar<br />

uma película refletora sem a ajuda <strong>de</strong> técnicos especializados<br />

– este material po<strong>de</strong> ser adquirido em lojas <strong>de</strong> materiais<br />

<strong>de</strong> construção, que o po<strong>de</strong>m informar sobre a técnica <strong>de</strong><br />

aplicação do mesmo.<br />

A optimização da ventilação natural e os impactes na<br />

utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> climatização. Para explorar, <strong>de</strong><br />

forma otimizada, a ventilação natural, <strong>de</strong>ve existir uma<br />

circulação <strong>de</strong> ar no apartamento, ou seja, <strong>de</strong>vem existir pelo<br />

menos duas janelas abertas em duas fachadas opostas.<br />

Os apartamentos que estejam voltados apenas para um<br />

lado do edifício têm uma capacida<strong>de</strong> muito menor <strong>de</strong> fazer<br />

uso da ventilação natural, mas não é impossível <strong>de</strong> realizar<br />

abrindo as janelas opostas linearmente.<br />

INSTALAçõES ELÉTRICAS<br />

Verifique se o fator <strong>de</strong> potência da instalação está a<strong>de</strong>quado<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> na sua<br />

habitação.<br />

Utilize tomadas múltiplas com botão <strong>de</strong> interrupção <strong>de</strong> energia<br />

para que possa <strong>de</strong>sligar vários equipamentos em simultâneo<br />

para reduzir consumo quando não está em casa.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 19


AGIR<br />

<strong>Não</strong> <strong>de</strong>ixe nenhum equipamento em stand-by.<br />

Efetue um controlo sobre os horários <strong>de</strong> consumo mais<br />

a<strong>de</strong>quados à sua rotina e <strong>de</strong> preferência mais baratos.<br />

MOTORES<br />

Os motores <strong>de</strong>vem funcionar entre 60 e 90% da sua potência<br />

nominal.<br />

Se a máquina necessitar <strong>de</strong> 2 ou 3 velocida<strong>de</strong>s diferentes,<br />

po<strong>de</strong> utilizar-se um motor assíncrono com 2 ou 3 velocida<strong>de</strong>s.<br />

Adotar, sempre que possível, variadores eletrónicos <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> (inversores estáticos para corrente alternada).<br />

Desligar os motores das máquinas em períodos ociosos<br />

(quando estas não estiverem em funcionamento), <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que isto não provoque problemas <strong>ao</strong> equipamento ou à<br />

instalação elétrica.<br />

Verificar se as características do motor são a<strong>de</strong>quadas às<br />

condições do ambiente on<strong>de</strong> está instalado (temperatura,<br />

atmosfera corrosível, etc.).<br />

Verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalar os motores em locais<br />

com melhor ventilação e em ambientes menos agressivos.<br />

Evitar utilizar motores superdimensionados. Por ocasião <strong>de</strong><br />

uma troca, instalar um novo motor com potência a<strong>de</strong>quada.<br />

Consi<strong>de</strong>rar a utilização <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> alto rendimento, que<br />

apresentam perdas reduzidas e maior vida útil.<br />

ILUMINAçãO<br />

Ligar a luz elétrica somente on<strong>de</strong> não existir iluminação<br />

natural suficiente para o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s.<br />

Desligar as lâmpadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong>socupadas, salvo<br />

aquelas que contribuem para a segurança.<br />

20 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Evitar pintar os tetos e as pare<strong>de</strong>s com cores escuras, as<br />

quais exigem lâmpadas <strong>de</strong> maior potência para iluminação<br />

do ambiente.<br />

Conservar limpas as janelas e os equipamentos <strong>de</strong> iluminação.<br />

Utilizar telhas transparentes para aproveitamento da iluminação<br />

natural.<br />

Dividir os circuitos <strong>de</strong> iluminação, permitindo a utilização<br />

parcial sem prejudicar o conforto.<br />

Percorrer as instalações a fim <strong>de</strong> verificar se há equipamentos<br />

a operar <strong>de</strong>snecessariamente ou locais com excesso <strong>de</strong><br />

iluminação.<br />

Fazer a limpeza preferencialmente durante o dia. Caso seja<br />

realizada à noite, <strong>de</strong>ve ser iluminado apenas o local em que<br />

o serviço esteja a ser efetuado.<br />

Substituir lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes e mistas por lâmpadas<br />

mais eficientes.


SISTEMAS DE REFRIgERAçãO<br />

Em câmaras frigoríficas, regule sempre o termóstato <strong>de</strong><br />

acordo com a temperatura <strong>de</strong> armazenamento relativa <strong>ao</strong>s<br />

produtos armazenados e <strong>ao</strong> período <strong>de</strong> armazenamento.<br />

Procure sempre armazenar na mesma câmara produtos que<br />

necessitem da mesma temperatura percentual <strong>de</strong> humida<strong>de</strong><br />

e do mesmo período <strong>de</strong> armazenamento.<br />

Mantenha sempre em bom funcionamento o termóstato e a<br />

resistência <strong>de</strong> aquecimento das unida<strong>de</strong>s evaporadoras que<br />

operem em faixas <strong>de</strong> congelamento, pois o gelo é isolante e<br />

dificulta a troca <strong>de</strong> calor.<br />

Mantenha, sempre que possível, as portas das câmaras<br />

frigoríficas fechadas e vedadas, inclusive as portas das<br />

antecâmaras.<br />

Mantenha sempre em bom funcionamento e limpos os<br />

termóstatos que operam com válvulas <strong>de</strong> três vias e/ou com<br />

válvulas <strong>de</strong> expansão.<br />

Nas câmaras frigoríficas, use somente lâmpadas mais<br />

eficientes, preferencialmente frias, mantendo o nível <strong>de</strong><br />

iluminação a<strong>de</strong>quado (200 lux).<br />

Evite, sempre que possível, instalar con<strong>de</strong>nsadores <strong>ao</strong><br />

alcance <strong>de</strong> raios solares ou próximos <strong>de</strong> fornos, estufas, ou<br />

quaisquer equipamentos que irradiem calor.<br />

Utilize cortinas <strong>de</strong> ar, quando não houver antecâmara.<br />

Recupere, sempre que houver simultaneida<strong>de</strong> ou possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acumulação, o calor rejeitado pelas torres <strong>de</strong><br />

arrefecimento para aquecimento ou pré-aquecimento <strong>de</strong><br />

fluidos envolvidos noutros processos. Esta recuperação<br />

po<strong>de</strong> ser realizada por permutadores ou bombas <strong>de</strong> calor.<br />

Avalie a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termoacumulação <strong>de</strong> gelo ou<br />

água gelada para os sistemas <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> expansão<br />

indireta <strong>de</strong> médio ou gran<strong>de</strong> porte, que utilizem a água gelada<br />

como condutor térmico e operem nas faixas <strong>de</strong> temperatura<br />

compatíveis.<br />

SISTEMA DE AR COMPRIMIDO<br />

Verificar periodicamente as condições físicas dos compressores<br />

e realizar limpeza periódica ou troca dos filtros <strong>de</strong> ar.<br />

Fazer a limpeza <strong>de</strong> filtros separadores <strong>de</strong> óleo no caso <strong>de</strong><br />

compressores <strong>de</strong> parafuso.<br />

Manter as correias <strong>de</strong> acionamento a<strong>de</strong>quadamente ajustadas,<br />

mudando-as quando <strong>de</strong>sgastadas.<br />

Sempre que possível, fazer as tomadas <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> admissão<br />

fora da casa <strong>de</strong> máquinas.<br />

Eliminar qualquer fuga existente no trajeto entre a geração e<br />

o reservatório central e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> ar.<br />

Realizar periodicamente a drenagem do reservatório central.<br />

Manter limpas as superfícies dos permutadores <strong>de</strong> calor<br />

(intercoolers).<br />

Efetuar a distribuição do ar comprimido evitando trajetos<br />

complexos e curvas. A perda <strong>de</strong> pressão máxima admissível<br />

entre o reservatório central e o ponto <strong>de</strong> utilização mais<br />

distante é <strong>de</strong> 0,3 kg/cm2. Acima <strong>de</strong>ste valor, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong>ve sofrer alterações para a simplificação dos<br />

trajetos.<br />

Retirar da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição todos os ramais secundários<br />

<strong>de</strong>sativados ou inoperantes. Isto evita acumulação <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação,<br />

perda <strong>de</strong> carga excessiva e fugas.<br />

Utilizar os diversos tipos <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> acordo com a sua<br />

aplicação específica.<br />

Efetuar a drenagem <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsados dos pontos <strong>de</strong> menor<br />

cota em re<strong>de</strong>s sem óleo e aplicar o sistema <strong>de</strong> purga em<br />

re<strong>de</strong>s com óleo. Uma inclinação <strong>de</strong> 5 a 10 mm por metro<br />

linear <strong>de</strong> re<strong>de</strong> facilita o funcionamento do sistema <strong>de</strong> purga<br />

<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsado.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 21


AGIR<br />

CONDICIONAMENTO DE AR<br />

Regule o termóstato do aparelho para uma temperatura<br />

ambiente que proporcione conforto.<br />

Limpe e mu<strong>de</strong> periodicamente os filtros.<br />

Verifique se as correias dos ventiladores estão ajustadas e<br />

perfeitas.<br />

Utilize cortinas e persianas para evitar a incidência <strong>de</strong> raios<br />

solares nos ambientes com ar condicionado.<br />

Mantenha fechadas as portas e as janelas nos ambientes<br />

com ar condicionado.<br />

Mantenha <strong>de</strong>sobstruídas as grelhas <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> ar.<br />

Utilize, preferencialmente, lâmpadas fluorescentes em ambientes<br />

climatizados.<br />

Desligue o aparelho <strong>ao</strong> ausentar-se do ambiente por longo<br />

tempo.<br />

BOMBEAMENTO DE ágUA<br />

Faça a manutenção periódica do sistema, eliminando fugas<br />

e efetuando a limpeza dos filtros.<br />

22 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Verifique se o sistema está corretamente dimensionado, isto<br />

é, se a extração da bomba é a<strong>de</strong>quada para as necessida<strong>de</strong>s<br />

do sistema, se o diâmetro da tubulação é apropriado e se a<br />

potência do motor elétrico é compatível com a bomba.<br />

Evite a entrada <strong>de</strong> ar na tubulação <strong>de</strong> sucção. Isto ocorre<br />

pelo estado precário da tubulação ou intencionalmente, com<br />

o ajuste da extração e, consequentemente, com a carga do<br />

motor. O procedimento correto seria, <strong>ao</strong> invés da entrada <strong>de</strong><br />

ar, o redimensionamento do conjunto motobomba através<br />

<strong>de</strong> um rotor ou <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> polias.<br />

Evite gran<strong>de</strong>s alturas <strong>de</strong> sucção. A sua ocorrência, além <strong>de</strong><br />

diminuir o rendimento, po<strong>de</strong> provocar “cavitação”, diminuindo<br />

a vida útil do rotor.<br />

Verifique a altura <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo necessária. Quando a saída da<br />

tubagem se encontra numa altura muito superior <strong>ao</strong> ponto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, provoca um gasto <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong> energia por<br />

sobredimensionamento da instalação.<br />

Deve evitar-se que as instalações sejam compostas por um<br />

único conjunto motobomba. O correto seria dividir a carga<br />

hidráulica por dois (ou mais) conjuntos motores.<br />

BALCõES FRIgORíFICOS<br />

Evite o excesso <strong>de</strong> gelo, através da regulação correta do<br />

termóstato do equipamento e <strong>de</strong> sua limpeza periódica.<br />

Instale os balcões fora do alcance dos raios solares ou <strong>de</strong><br />

outras fontes <strong>de</strong> calor.<br />

<strong>Não</strong> coloque nos balcões frigoríficos produtos ainda quentes<br />

ou acondicionados em embalagens <strong>de</strong> transporte.<br />

Disponha os alimentos <strong>de</strong> forma a não ultrapassarem a<br />

cortina <strong>de</strong> ar frio formada nos balcões frigoríficos abertos.<br />

Cubra os balcões <strong>de</strong> produtos congelados durante a noite<br />

para maior conservação do frio.<br />

Procure aproveitar as câmaras frigoríficas existentes, que<br />

funcionam continuamente, para obter um pré-congelamento


dos produtos, antes <strong>de</strong> um primeiro carregamento dos balcões<br />

frigoríficos abertos.<br />

Mantenha em perfeito estado a borracha <strong>de</strong> vedação das<br />

portas ou das tampas.<br />

Dê preferência a balcões frigoríficos com tampa <strong>de</strong> vidro<br />

que permitam a visualização dos produtos expostos, com<br />

redução da perda <strong>de</strong> frio.<br />

AQUECIMENTO SOLAR<br />

painéis solares fotovoltaicos<br />

Instalar o equipamento <strong>de</strong> acordo com as indicações do<br />

fornecedor relativamente <strong>ao</strong> melhor posicionamento.<br />

Verifique que não existem obstáculos/sombras que interfiram<br />

na captação da luz solar.<br />

Para regiões on<strong>de</strong> a temperatura mínima média no inverno<br />

seja inferior a 9ºC é aconselhável a instalação <strong>de</strong> sistemas<br />

anticongelamento.<br />

painéis solares térmicos<br />

O dimensionamento do reservatório <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado <strong>ao</strong><br />

consumo <strong>de</strong> água quente da unida<strong>de</strong> consumidora.<br />

A instalação do reservatório térmico <strong>de</strong>ve ser, preferencial-<br />

mente, acima dos coletores solares, <strong>de</strong>snível mínimo <strong>de</strong> 30<br />

cm e distância máxima <strong>de</strong> 5 m.<br />

Em geral, é necessária a instalação <strong>de</strong> um sistema auxiliar <strong>de</strong><br />

aquecimento, usualmente elétrico, que <strong>de</strong>verá ser calculado<br />

conforme as recomendações do fabricante.<br />

Manutenção<br />

Regra geral, os painéis solares possuem uma placa <strong>de</strong><br />

vidro na superfície coletora; no caso <strong>de</strong> quebra, <strong>de</strong>ve ser<br />

substituída.<br />

Sempre que fizer qualquer manutenção no sistema <strong>de</strong><br />

aquecimento solar, <strong>de</strong>sligue a re<strong>de</strong> elétrica.<br />

Antes <strong>de</strong> religar a re<strong>de</strong> elétrica, certifique-se <strong>de</strong> que o reservatório<br />

térmico esteja cheio <strong>de</strong> água.<br />

Em cada seis meses, é recomendável a lavagem dos vidros<br />

e a drenagem da água do sistema com água <strong>de</strong>stilada;<br />

procure realizar a lavagem na parte da manhã para evitar<br />

choques térmicos e quebra dos vidros.<br />

Para qualquer outro tipo <strong>de</strong> manutenção procure o fornecedor<br />

do sistema <strong>de</strong> aquecimento solar.<br />

A autarquia tem vindo a incorporar e a trabalhar o conceito<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> energética <strong>de</strong> uma forma prática nas<br />

suas ferramentas e nos procedimentos municipais, o que<br />

num futuro próximo elevará o concelho a uma esfera <strong>de</strong><br />

excelência, promovendo uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para<br />

o munícipe.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 23


PROTEGER<br />

Zonas ver<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> eleição<br />

PARQUES DE LOURES<br />

Os espaços ver<strong>de</strong>s públicos e em especial os parques e jardins são cada vez mais assumidos como<br />

elementos essenciais à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida nas cida<strong>de</strong>s. Têm funções ecológicas, lúdicas e recreativas,<br />

sendo o seu principal objetivo a preservação da qualida<strong>de</strong> do ar, o recreio e o lazer. Estando consciente<br />

<strong>de</strong>ste papel, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem votado os seus esforços no sentido <strong>de</strong> melhorar continuamente<br />

a sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s públicos <strong>de</strong> modo a permitir que munícipes e população em geral possam<br />

usufruir e beneficiar das suas valências.<br />

Os espaços ver<strong>de</strong>s municipais são espaços públicos que se<br />

encontram sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong>, que tem o <strong>de</strong>ver da sua preservação e conservação.<br />

Ao dotar os parques <strong>de</strong> lazer com as infraestruturas necessárias,<br />

dando lugar a espaços mo<strong>de</strong>rnos com diversas<br />

valências para usufruto <strong>de</strong> cidadãos <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, a<br />

<strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo a proporcionar a melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />

Inicialmente, os espaços ver<strong>de</strong>s urbanos tinham como<br />

objetivo recriar a presença rural no meio urbano. Hoje em dia<br />

assumem uma importância capital na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das<br />

24 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

populações, e surgem como uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover<br />

o equilíbrio ecológico.<br />

Um pouco por todo o concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> po<strong>de</strong>m encontrar-<br />

-se diversos jardins e parques públicos com características<br />

diferentes, alguns aproveitados ou reconvertidos em locais<br />

<strong>de</strong> uso público, constituindo um aproveitamento dos espaços<br />

preexistentes, po<strong>de</strong>ndo neles ser observadas muitas espécies<br />

da flora natural da região.<br />

Vamos então começar o périplo pelos espaços ver<strong>de</strong>s que o<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem para lhe oferecer.


Ao dotar os parques <strong>de</strong> lazer<br />

com as infraestruturas necessárias,<br />

dando lugar a espaços mo<strong>de</strong>rnos<br />

com diversas valências para usufruto<br />

<strong>de</strong> cidadãos <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s,<br />

a <strong>Câmara</strong> <strong>Loures</strong> tem vindo<br />

a proporcionar a melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

da população.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 25


Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />

<strong>de</strong> Montachique<br />

Cabeço <strong>de</strong> Montachique<br />

Estradas <strong>de</strong> Ribas<br />

2670–731 Fanhões<br />

c o n ta c t o s: 211 151 531<br />

h o r á r i o: Verão – 8h30 às 20h00<br />

Inverno – 8h30 às 17h00<br />

26 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

pArQue MuNicipAL do cABeço <strong>de</strong> MoNtAcHiQue<br />

Quem passa pela freguesia <strong>de</strong> Fanhões não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

visitar o Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique. Está<br />

situado a apenas oito quilómetros da se<strong>de</strong> <strong>de</strong> concelho e<br />

é particularmente vocacionado para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas,<br />

contacto com a natureza e convívio durante todo o ano.<br />

Ocupa cerca <strong>de</strong> 32 hectares <strong>de</strong> floresta com características<br />

mediterrânicas, constituindo um local agradável para passear<br />

a pé e observar a natureza.<br />

Medronheiros, castanheiros, carvalhos, pinheiros, sobreiros,<br />

espécies arbustivas como a aroeira, a esteva, o sargaço, a<br />

trepa<strong>de</strong>ira e a urze, e ainda cogumelos, musgos e líquenes,<br />

fazem parte da riqueza biológica da floresta do Parque<br />

<strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique.<br />

Sendo um local condicionado <strong>ao</strong> trafego automóvel, oferece<br />

condições <strong>de</strong> segurança e tranquilida<strong>de</strong> para observar aves.<br />

O parque é o habitat <strong>de</strong> diversas espécies <strong>de</strong> aves. Foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas neste lugar, por exemplo, a carriça, o gaio, a<br />

perdiz, o tentilhão e o mocho-galego.<br />

Está equipado com poli<strong>de</strong>sportivo, quatro campos <strong>de</strong> ténis<br />

e uma pare<strong>de</strong> “bate-bolas” também para ténis. Dispõe<br />

igualmente <strong>de</strong> sala para ténis <strong>de</strong> mesa, espaço para jogos<br />

tradicionais, circuito <strong>de</strong> manutenção, orientação, parque <strong>de</strong><br />

merendas, café-restaurante e balneários.<br />

Mais recentemente, a 1 <strong>de</strong> junho, foi inaugurado o “Natura<br />

Parque – Parque-Aventura”, um parque <strong>de</strong> arborismo com-<br />

posto por um circuito <strong>de</strong> pontes <strong>de</strong> cordas construído nas<br />

árvores. Visitantes e alunos das escolas do concelho tiveram<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nos dois dias seguintes, usufruir do espaço<br />

gratuitamente.


Atualmente, os preços para usufruir do Parque <strong>de</strong> Arborismo<br />

variam entre 7,5 e 25 euros (Pack Família). Os trabalhadores<br />

da <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e as associações po<strong>de</strong>rão beneficiar<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos.<br />

pArQue dA cidA<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

PROTEGER<br />

Situado à entrada da se<strong>de</strong> do concelho, é um espaço<br />

por on<strong>de</strong> diariamente passam centenas <strong>de</strong> pessoas, que<br />

usufruem do local para as suas caminhadas, fazer exercício<br />

físico ou simplesmente passear.<br />

Para além <strong>de</strong> contar com diversos espaços ver<strong>de</strong>s, esta<br />

área, com cerca <strong>de</strong> dois hectares e meio, possui também:<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 27


Parque da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

Rua da República<br />

2670 <strong>Loures</strong><br />

c o n ta c t o s: 211 151 731<br />

28 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


Poli<strong>de</strong>sportivo, dois parques infantis, parque <strong>de</strong> merendas,<br />

parque <strong>de</strong> estacionamento para cento e cinquenta viaturas,<br />

fonte ornamentada por 130 bicos <strong>de</strong> água, percursos, pontes<br />

pedonais e diversas infraestruturas <strong>de</strong> restauração.<br />

Des<strong>de</strong> a sua inauguração, passou a ser consi<strong>de</strong>rado o ex-<br />

-líbris da capital do concelho, sendo palco dos mais diversos<br />

espetáculos e eventos culturais e <strong>de</strong>sportivos.<br />

Neste parque também é possível visitar a galeria <strong>Municipal</strong><br />

Vieira da Silva, no Pavilhão <strong>de</strong> Macau, e o Palácio dos<br />

Marqueses da Praia e Monforte, também conhecido por ser<br />

o local on<strong>de</strong> <strong>de</strong>correm a Assembleia <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e<br />

as reuniões <strong>de</strong> <strong>Câmara</strong>.<br />

Em julho <strong>de</strong> 2011 foi inaugurado um parque <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

com bicicletas, trampolins, insufláveis e outras ativida<strong>de</strong>s,<br />

que po<strong>de</strong>rá utilizar gratuitamente nas manhãs dos primeiros<br />

sábados <strong>de</strong> cada mês (próximas datas: 1 <strong>de</strong> setembro e 6<br />

<strong>de</strong> outubro).<br />

pArQue urBANo <strong>de</strong> sANtA iriA <strong>de</strong> AZóiA<br />

Este espaço ver<strong>de</strong>, aberto <strong>ao</strong> público em 2000, foi a forma<br />

escolhida para aproveitar os terrenos do antigo aterro sanitário.<br />

Entre junho <strong>de</strong> 1988 e junho <strong>de</strong> 1996, o aterro <strong>de</strong> Santa<br />

Iria <strong>de</strong> Azóia recebeu resíduos sólidos urbanos produzidos<br />

nos concelhos <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e Vila Franca <strong>de</strong> Xira. Esgotada<br />

a capacida<strong>de</strong> do aterro e após completada a selagem, o<br />

Município avançou para a sua reconversão para parque<br />

urbano.<br />

A gestão do parque é da responsabilida<strong>de</strong> do Departamento<br />

<strong>de</strong> Ambiente e Transportes Municipais, que proce<strong>de</strong>u a várias<br />

intervenções <strong>de</strong> beneficiação, procurando assim proporcionar<br />

<strong>ao</strong>s visitantes a plena fruição <strong>de</strong>ste espaço.<br />

São cerca <strong>de</strong> 24 hectares <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> repletos <strong>de</strong> equipamentos<br />

<strong>de</strong>sportivos e <strong>de</strong> lazer. Os amantes do <strong>de</strong>sporto<br />

dispõem <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> para escalada, torre <strong>de</strong> saltos, pista <strong>de</strong><br />

atletismo, encosta <strong>de</strong> voo e parque <strong>de</strong> merendas.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 29


PROTEGER<br />

A nível mais pedagógico, o parque possui diversos equipamentos<br />

como o Centro <strong>de</strong> Educação e Sensibilização<br />

Ambiental, o Centro <strong>de</strong> Documentação e Informação Avelar<br />

Brotero, um Parque Temático <strong>de</strong> Energias Renováveis e uma<br />

Horta Solar.<br />

Mesmo que não seja fã da prática <strong>de</strong>sportiva, este parque<br />

merece uma visita. Aqui encontra-se também o Centro Veterinário<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>rá adotar um novo<br />

amigo.<br />

Parque Urbano <strong>de</strong> Santa Iria <strong>de</strong> Azóia<br />

Estrada Nacional 115-5<br />

Portela da Azóia<br />

c o n ta c t o s: 211 151 183 (Portaria)<br />

211 150 731 (Reservas)<br />

h o r á r i o: 7h30 às 20h00<br />

30 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


(...) por todo o concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

po<strong>de</strong>m encontrar-se diversos jardins<br />

e parques públicos com características<br />

diferentes, alguns aproveitados<br />

ou reconvertidos em locais <strong>de</strong> uso público.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 31


AGIR<br />

Apren<strong>de</strong>r na escola<br />

a tempo inteiro<br />

ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR<br />

Des<strong>de</strong> o ano letivo <strong>de</strong> 2005/2006, a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parcerias com<br />

agrupamentos <strong>de</strong> escolas, associações <strong>de</strong> pais, instituições particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social e outras<br />

associações, proporciona o acesso gratuito às Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enriquecimento Curricular (AEC) a cerca <strong>de</strong><br />

sete mil e duzentos alunos do primeiro ciclo do ensino básico.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> enriquecer conhecimentos, saberes<br />

e novas experiências <strong>ao</strong>s alunos que frequentam esta<br />

componente não letiva, as AEC dão corpo <strong>ao</strong> ensino do<br />

inglês, da música, das ativida<strong>de</strong>s física e <strong>de</strong>sportiva, das<br />

expressões lúdico-expressivas e ainda do apoio <strong>ao</strong> estudo.<br />

Além <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>m existir ainda outras <strong>de</strong><br />

acordo com o contexto <strong>de</strong> cada escola, como ciências e<br />

novas tecnologias.<br />

A frequência <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s, que constitui um <strong>de</strong>safio<br />

para os próprios alunos, mas que correspon<strong>de</strong> também<br />

às necessida<strong>de</strong>s das famílias face <strong>ao</strong>s horários escolares,<br />

<strong>de</strong>signada Escola a Tempo Inteiro.<br />

No caso do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, no início <strong>de</strong> cada ano<br />

letivo são celebrados acordos <strong>de</strong> Parceria do Programa <strong>de</strong><br />

Enriquecimento Curricular nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensi-<br />

no Básico com os 13 agrupamentos <strong>de</strong> escolas e as entida<strong>de</strong>s<br />

parceiras nas AEC.<br />

32 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

No ano letivo <strong>de</strong> 2011/2012, foram 39 os parceiros, nomeadamente<br />

25 associações <strong>de</strong> pais e encarregados <strong>de</strong> educação,<br />

oito instituições particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social,<br />

duas juntas <strong>de</strong> freguesia e quatro estruturas representativas<br />

do movimento associativo cultural, <strong>de</strong>sportivo e juvenil.<br />

educArte<br />

Reconhecendo a importância das Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enrique-<br />

cimento Curricular no <strong>de</strong>senvolvimento sociopedagógico dos<br />

alunos, a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> promove, há quatro<br />

anos, o EducArte – Mostra das Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Enriqueci-<br />

mento Curricular. Este evento é realizado nas se<strong>de</strong>s dos<br />

agrupamentos <strong>de</strong> escolas, e nele participam todos os alunos,<br />

<strong>de</strong>monstrando aprendizagens e valências no âmbito da<br />

música, do inglês, das ativida<strong>de</strong>s física e <strong>de</strong>sportiva e na área<br />

das expressões dramática, corporal e plástica.


(...) acesso gratuito às Ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Enriquecimento Curricular (AEC)<br />

a cerca <strong>de</strong> sete mil e duzentos alunos<br />

do primeiro ciclo do ensino básico.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 33


AGIR<br />

A 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>ste ano, o Pavilhão António Feliciano Bastos<br />

recebeu mais uma sessão do EducArte, juntando mais <strong>de</strong><br />

três centenas <strong>de</strong> alunos do 4.º ano das escolas básicas das<br />

freguesias <strong>de</strong> Fanhões, <strong>Loures</strong> e Lousa, que apresentaram<br />

coreografias, cantaram e dançaram. A revista <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong><br />

falou com alguns dos intervenientes:<br />

carina, <strong>de</strong> 9 anos:<br />

“gosto muito da escola<br />

e <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r coisas novas.<br />

Nas AEC aprendi a fazer<br />

jogos, a falar inglês<br />

e a tocar flauta.”<br />

34 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

sara, <strong>de</strong> 9 anos:<br />

“gosto muito <strong>de</strong> inglês,<br />

os meus pais sempre<br />

me apoiaram para saber<br />

falar inglês.<br />

Quanto à música, a flauta<br />

foi o único instrumento<br />

que aprendi, mas gostava<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a tocar viola.”


Hélio Gonçalves, professor:<br />

“Trabalhamos a todos os níveis musicais,<br />

criamos dinâmicas <strong>de</strong> gosto pela música,<br />

ensinamos a ouvir e a escutar.<br />

A partir do século x x as pessoas habituaramse<br />

a ouvir sem escutar; tomemos o<br />

exemplo: quando ensinamos uma criança a<br />

atravessar uma rua<br />

dizemos-lhe que olhe para a direita,<br />

que olhe para a esquerda,<br />

e não lhe dizemos que também esteja<br />

atenta a ouvir o som dos veículos.<br />

Wagner, em Bayreuth, escon<strong>de</strong>u a orquestra<br />

para que o público apren<strong>de</strong>sse a ouvir.<br />

Se ensinarmos e apren<strong>de</strong>rmos<br />

a ouvir teremos uma socieda<strong>de</strong> muito<br />

melhor. A música é muito importante<br />

a nível da socialização.”<br />

elisa santos, encarregada <strong>de</strong> educação<br />

e membro da Associação <strong>de</strong> Pais<br />

e Encarregados <strong>de</strong> Educação da EB1 jI<br />

da Fonte Santa:<br />

“É o segundo ano que a associação faz<br />

a gestão e organiza as AEC em colaboração<br />

com a escola. Somos um parceiro<br />

da <strong>Câmara</strong>. já temos uma estrutura<br />

montada, reunimos <strong>ao</strong> longo do ano<br />

e selecionamos o tema que queremos<br />

trabalhar. A nossa associação proporciona<br />

ainda ativida<strong>de</strong>s vocacionadas para<br />

as crianças do jardim <strong>de</strong> infância e outras<br />

para as do 1.º ciclo, como sejam<br />

hip-hop, karaté, <strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> salão,<br />

entre outras. Temos quinze professores<br />

e sete colaboradoras para quatro centenas<br />

<strong>de</strong> crianças <strong>de</strong>ste agrupamento, que integra<br />

as escolas da Fonte Santa, Tojalinho,<br />

A-dos-Cãos e Murteira.”<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 35


AGIR<br />

HidroterApiA<br />

Es c o l a i n c l u s i va<br />

Consi<strong>de</strong>rada uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento curri-<br />

cular, abrange 170 alunos com necessida<strong>de</strong>s educativas<br />

especiais (NEE) que frequentam o ensino básico da re<strong>de</strong><br />

escolar pública do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

Este projeto constitui uma boa prática enquanto estratégia<br />

para a adaptação e inclusão <strong>de</strong> crianças com NEE e<br />

portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, sendo suportada financeiramente<br />

pela Autarquia na medida em que se assume como mais<br />

uma ativida<strong>de</strong> extra curricular para estes alunos.<br />

Esta ativida<strong>de</strong> concretiza-se pela prática <strong>de</strong> hidroterapia,<br />

<strong>de</strong>finindo como objetivos concretos a promoção da autonomia,<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento global e <strong>de</strong> competências <strong>de</strong>stes alunos<br />

através <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> relaxamento e reabilitação em meio<br />

aquático, proporcionando-lhes uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida.<br />

(...) as AEC dão corpo<br />

<strong>ao</strong> ensino do inglês,<br />

da música, das ativida<strong>de</strong>s<br />

física e <strong>de</strong>sportiva,<br />

das expressões<br />

lúdico-expressivas e ainda<br />

do apoio <strong>ao</strong> estudo.


AGIR<br />

<strong>Loures</strong>,<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

direitos humanos<br />

Em maio <strong>de</strong> 2011, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> a<strong>de</strong>riu à Carta<br />

Europeia dos Direitos Humanos na Cida<strong>de</strong>, assumindo este<br />

documento como norteador das políticas públicas em matéria<br />

<strong>de</strong> direitos humanos e <strong>de</strong> combate à discriminação.<br />

A Carta, já assinada por mais <strong>de</strong> 400 municípios em toda<br />

a Europa, entre os quais Lisboa e Porto, nasceu no seio<br />

da União Europeia no início do século x x i para reforçar<br />

os diversos compromissos da Humanida<strong>de</strong> para com os<br />

seus próprios Direitos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo a Declaração Universal<br />

dos Direitos Humanos (1948), revista por diversas vezes,<br />

a Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1950) e<br />

inúmeros outros atos jurídicos e administrativos.<br />

38 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Esta Carta centra-se na CIDADE, que “é hoje um espaço<br />

<strong>de</strong> todos os encontros e, por conseguinte, <strong>de</strong> todas as<br />

possibilida<strong>de</strong>s”, um espaço que acolhe “um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

cidadãos e cidadãs <strong>de</strong> passagem, mas também e sobretudo<br />

estrangeiros à procura <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, trabalho e troca <strong>de</strong><br />

conhecimentos…”, um “terreno <strong>de</strong> todas as contradições<br />

e <strong>de</strong> todos os perigos: no espaço urbano, <strong>de</strong> fronteiras<br />

incertas, aparecem todas as discriminações ancoradas no<br />

<strong>de</strong>semprego, na pobreza, no <strong>de</strong>sprezo pelas diferenças<br />

culturais; no entanto, e <strong>ao</strong> mesmo tempo, esboçam-se e<br />

multiplicam-se práticas cívicas e sociais <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>”.


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 39


AGIR<br />

Para mais informações<br />

<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

Divisão <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> e Cidadania<br />

c o n ta c t o: 211 150 860<br />

40 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

<strong>Loures</strong>, concelho da gran<strong>de</strong> área metropolitana <strong>de</strong> Lisboa<br />

que regista das mais altas taxas <strong>de</strong> população imigrante<br />

resi<strong>de</strong>nte, foi assim a terceira cida<strong>de</strong> portuguesa a assinar<br />

uma Carta <strong>de</strong> princípios sobre os quais assentam as suas<br />

políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social, económico, ambiental,<br />

urbanístico e cultural.<br />

Assim, <strong>Loures</strong> também lembra a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> favorecer<br />

uma “<strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>”, on<strong>de</strong> todos os cidadãos<br />

e cidadãs participem na vida da cida<strong>de</strong>, e compromete-se a<br />

“promover, por todos os meios à sua disposição, o respeito<br />

pela dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos seus<br />

habitantes”.<br />

Para estes, os habitantes <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, este compromisso<br />

garante-lhes um conjunto <strong>de</strong> referências que os ajudarão<br />

a ser mais eficazes na reivindicação dos seus direitos e<br />

na <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> eventuais violações a que possam ser<br />

sujeitos.<br />

No dia 25 <strong>de</strong> junho, o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> apresentou<br />

publicamente a Comissão <strong>de</strong> Alerta encarregue <strong>de</strong> tornar<br />

pública esta Carta Europeia dos Direitos Humanos na Cida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> monitorizar a aplicação dos direitos que con-sagra.<br />

Catorze lourenses <strong>de</strong> referência nas áreas da cultura, do<br />

<strong>de</strong>sporto, da educação, da segurança, da saú<strong>de</strong>, do associativismo,<br />

do ambiente.<br />

Este novo compromisso da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> para com os<br />

direitos humanos insere-se no âmbito da ativida<strong>de</strong> municipal<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela Divisão <strong>de</strong> Igualda<strong>de</strong> e Cidadania, serviço<br />

autárquico já distinguido com o prémio Melhores Práticas<br />

Autárquicas no Acolhimento <strong>de</strong> Imigrantes da Fundação Calouste<br />

gulbenkian.


ANTÓNIO COSTA PEREIRA, Presi<strong>de</strong>nte da Associação Dariacordar<br />

42 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


ANTÓNIO COSTA PEREIRA, piloto <strong>de</strong> aviação, po<strong>de</strong><br />

sentir-se orgulhoso <strong>de</strong>, sozinho, ter conseguido<br />

fundar um movimento <strong>de</strong> sucesso por uma causa<br />

que requer muito trabalho e a união <strong>de</strong> muita<br />

gente. Com outros cidadãos formou a Dariacordar,<br />

associação para a recuperação do <strong><strong>de</strong>sperdício</strong><br />

e, em conjunto, criaram o Movimento Zero Desperdício.<br />

Sob o lema “Portugal não se po<strong>de</strong> dar <strong>ao</strong> Lixo”,<br />

está a aproveitar os bens <strong>alimentar</strong>es que antes<br />

acabavam no lixo – comida que nunca saiu da<br />

cozinha, cujo prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> se aproxima do fi m,<br />

ou que não foi exposta nem esteve em contacto<br />

com o público –, fazendo-os chegar a pessoas que<br />

<strong>de</strong>les necessitam.<br />

<strong>Não</strong><br />

<strong>ao</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong><br />

<strong>alimentar</strong><br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 43


AGIR<br />

“Des<strong>de</strong> início sentimos<br />

que havia abertura e vonta<strong>de</strong><br />

por parte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />

que aceitou <strong>de</strong> imediato<br />

fazer parte do Movimento<br />

Zero Desperdício.”<br />

em 2008, sozinho, começa uma luta para diminuir o<br />

<strong><strong>de</strong>sperdício</strong> <strong>alimentar</strong> em portugal. como é que surgiu<br />

o impulso para intervir ativamente na socieda<strong>de</strong>?<br />

Exercer uma cidadania ativa tem a ver com cada um <strong>de</strong> nós.<br />

Só sei que, pela vida que fui levando, pela educação que fui<br />

tendo, a questão do <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> esteve sempre presente.<br />

E sempre fui ensinado que não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sperdiçar aquilo<br />

que temos a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter. Todos os dias existem apelos <strong>de</strong><br />

instituições para ajudar das mais variadas formas: dinheiro,<br />

roupas, alimentos… E já naquela altura se falava que<br />

milhares <strong>de</strong> refeições em perfeitas condições <strong>de</strong> consumo<br />

eram simplesmente <strong>de</strong>itadas para o lixo por causa <strong>de</strong> uma<br />

lei que alegava “razões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública”. Confirmei-o<br />

pessoalmente com empresas <strong>de</strong> catering, restaurantes,<br />

supermercados. Perante isto havia duas coisas a fazer: ou<br />

era cumprir a lei, resignando-nos, ou então, indignarmo-nos<br />

e tentar mudar o rumo das coisas.<br />

A partir daí qual foi o primeiro passo?<br />

Inicialmente a minha intervenção centrou-se sobretudo em<br />

alertar, em fazer chegar a mensagem a quem podia fazer<br />

a diferença, nomeadamente, Presidência da República,<br />

governo, <strong>de</strong>putados, comunicação social. Como as respos-<br />

44 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

tas não existiam ou eram apenas simpáticas sem serem<br />

concretas, <strong>de</strong>cidi passar à ação. Foi então que, em julho <strong>de</strong><br />

2010, lancei a petição “Desperdício Alimentar”, tendo recolhido<br />

cerca <strong>de</strong> 70 mil assinaturas. Este foi o primeiro passo<br />

para trazer a polémica às agendas e tentar alterar ou adaptar<br />

uma lei que estava a ser mal interpretada.<br />

como é que, então, se consegue contornar uma lei em<br />

que saú<strong>de</strong> pública e <strong><strong>de</strong>sperdício</strong> Alimentar são dois<br />

conceitos que não combinam?<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2010 tenho a primeira reunião com a<br />

Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Económica (ASAE),<br />

on<strong>de</strong> lhes faço ver que, sendo esta em Portugal quem mais<br />

percebe <strong>de</strong> segurança <strong>alimentar</strong>, também tinha <strong>de</strong> fazer<br />

parte da solução. Eles próprios admitiram que a lei estava<br />

a ser mal interpretada. A partir daí abriu-se caminho para<br />

se começar a trabalhar na recuperação <strong>de</strong> refeições, tendo<br />

sido criadas checklists para que o projeto <strong>de</strong> recolher, acondicionar,<br />

transportar e entregar refeições pu<strong>de</strong>sse ser feito <strong>de</strong><br />

forma simples e segura. Aliás, meses antes, o governo tinha<br />

colocado no seu plano <strong>de</strong> emergência social a recuperação<br />

<strong>de</strong> refeições não comercializadas. Portanto, estava dado o<br />

mote para esta i<strong>de</strong>ia se tornar um <strong>de</strong>sígnio nacional. Faltava<br />

fazê-la chegar às pessoas. É daqui que nasce o Movimento<br />

Zero Desperdício, na esperança <strong>de</strong> que cada pessoa possa<br />

fazer a diferença. Ajudar tem <strong>de</strong> estar no ADN <strong>de</strong> cada um<br />

<strong>de</strong> nós.<br />

seguidamente, a preocupação foi colocar o Movimento<br />

a funcionar…<br />

A principal preocupação da Dariacordar foi não <strong>de</strong>sperdiçar<br />

os meios que já existiam. Pensámos então que a forma mais<br />

eficaz <strong>de</strong> levar o projeto avante era funcionar em parcerias<br />

locais, com a ajuda das autarquias, pois cada local tem os<br />

seus problemas e as suas soluções próprias. Cabe a estas<br />

organizarem-se para fazerem a recolha dos alimentos junto<br />

dos estabelecimentos a<strong>de</strong>rentes e os distribuírem <strong>ao</strong>s beneficiários.<br />

A partir daí começámos a contactar vários municípios<br />

na área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa. A i<strong>de</strong>ia era arrancar com<br />

o Movimento em dois concelhos. Um <strong>de</strong>les foi <strong>Loures</strong>, um<br />

município vasto e heterogéneo. Des<strong>de</strong> início sentimos que<br />

havia abertura e vonta<strong>de</strong> por parte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, que aceitou<br />

<strong>de</strong> imediato fazer parte do Movimento Zero Desperdício.<br />

à semelhança <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, também as câmaras <strong>de</strong> Lisboa,<br />

Sintra e Cascais abraçaram este projeto.


Além dos municípios muitas outras entida<strong>de</strong>s estão<br />

envolvidas…<br />

Sim, há muitas formas <strong>de</strong> ajudar e qualquer tipo <strong>de</strong> contri-<br />

buição faz a diferença. Fazem parte <strong>de</strong>ste projeto restaurantes,<br />

refeitórios, empresas <strong>de</strong> catering, hotéis, super e hiper-<br />

mercados, IPSS, entre outros. Temos até a colaborar connosco<br />

uma empresa <strong>de</strong> vending (máquinas <strong>de</strong> distribuição<br />

automática <strong>de</strong> alimentos), que nos fornece diariamente<br />

cerca <strong>de</strong> 500 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos embalados. Em <strong>Loures</strong>,<br />

por exemplo, a campanha teve início em janeiro <strong>de</strong>ste ano e<br />

conta com a colaboração <strong>de</strong> <strong>de</strong>z superfícies comerciais do<br />

grupo jerónimo Martins, e <strong>de</strong> igual número <strong>de</strong> instituições<br />

particulares <strong>de</strong> segurança social. O importante é que tudo<br />

isto já levou à concretização <strong>de</strong> outros movimentos, como<br />

é exemplo o “Re-food” que recolhe, a pé ou <strong>de</strong> bicicleta,<br />

os alimentos que sobram diariamente em estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> Lisboa, para os distribuir a famílias carenciadas. O Zero<br />

Desperdício é apenas uma solução. Há muitas outras boas<br />

soluções.<br />

como avalia hoje a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> todas estas instituições?<br />

Tem sido muito positivo. Temos gran<strong>de</strong>s grupos connosco.<br />

Além do jerónimo Martins, contamos com o grupo Auchan e<br />

“A nível cívico é<br />

também um bom<br />

exemplo <strong>de</strong> cidadania<br />

e solidarieda<strong>de</strong> social.<br />

Sentimos que cada<br />

um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> fazer<br />

a diferença e se nos<br />

associarmos mais fácil<br />

se torna”<br />

queremos encetar negociações com a Sonae. Infelizmente,<br />

face à atual situação económica, cada vez mais chegam<br />

novos pedidos <strong>de</strong> ajuda. As pessoas estão a per<strong>de</strong>r a vergonha,<br />

estão com fome e estão a bater às portas. E esta é<br />

mais uma forma <strong>de</strong> levarmos refeições até à mesa <strong>de</strong> quem<br />

precisa.<br />

tendo em conta os objetivos <strong>de</strong>ste Movimento, po<strong>de</strong>mos<br />

dizer que é um projeto <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira responsabilida<strong>de</strong><br />

social…<br />

De facto, tem várias vantagens. Além da social, que é construir<br />

uma socieda<strong>de</strong> mais justa, também é economicamente<br />

viável, pois <strong>ao</strong> aproveitar os <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>s <strong>de</strong> bens, produtos<br />

e recursos existentes, são poupadas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões<br />

<strong>de</strong> euros. Em termos ambientais, com a diminuição <strong>de</strong> <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>s<br />

que, muitas vezes, são <strong>de</strong>itados fora <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quada, contribui-se para o “carbono-zero”. A nível<br />

cívico é também um bom exemplo <strong>de</strong> cidadania e solidarieda<strong>de</strong><br />

social. Sentimos que cada um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> fazer a<br />

diferença e se nos associarmos mais fácil se torna.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 45


AGIR<br />

como é que reage às críticas que têm sido feitas <strong>ao</strong> hino<br />

do Movimento?<br />

Fico muito triste, porque afinal <strong>de</strong> contas conseguimos juntar<br />

51 artistas do panorama musical português que entraram<br />

para este projeto <strong>de</strong> coração aberto. <strong>Não</strong> se po<strong>de</strong> pôr tudo<br />

em causa apenas por umas palavras mal interpretadas.<br />

Ninguém recebe restos. A comida que chega às famílias<br />

mais carenciadas é intocada. Todos os que estão envolvidos<br />

neste movimento são pessoas bem-intencionadas com uma<br />

mente aberta. Por isso, a esse tipo <strong>de</strong> críticas respon<strong>de</strong>mos<br />

com ações e com os números das famílias que estão a ser<br />

apoiadas.<br />

Até on<strong>de</strong> gostaria <strong>de</strong> levar o Zero <strong><strong>de</strong>sperdício</strong>?<br />

Queremos chegar até on<strong>de</strong> for possível. Do Minho <strong>ao</strong> Algarve,<br />

on<strong>de</strong> houver pessoas com necessida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong> para<br />

lhes fazer chegar refeições em condições. A partir <strong>de</strong> agora<br />

a Dariacordar terá até a vida mais facilitada porque conta<br />

com a cedência, por parte da Fundação EDP, <strong>de</strong> um espaço<br />

para as suas instalações que ficarão se<strong>de</strong>adas na Rua 4 <strong>de</strong><br />

Outubro, em <strong>Loures</strong>.<br />

“Exercer uma cidadania<br />

ativa tem a ver com cada<br />

um <strong>de</strong> nós”<br />

“Os portugueses<br />

são muito solidários,<br />

têm coração e carácter.”<br />

46 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

o sítio do Movimento na internet é também um veículo<br />

imprescindível em toda a vossa campanha…<br />

Sem dúvida. É um ponto <strong>de</strong> encontro on<strong>de</strong> qualquer pessoa<br />

se po<strong>de</strong> inscrever e fazer parte <strong>de</strong>sta iniciativa da maneira<br />

mais a<strong>de</strong>quada para si. Po<strong>de</strong>m ser estabelecimentos, enti-<br />

da<strong>de</strong>s, empresas ou voluntários a nível individual.<br />

Ali po<strong>de</strong>m encontrar todas as respostas e a explicação do<br />

nosso mo<strong>de</strong>lo. Para saber quem já colabora criámos um dís-<br />

tico <strong>de</strong> “estabelecimento a<strong>de</strong>rente” – restaurante, supermercado,<br />

café – que irá estar fisicamente afixado nas suas<br />

instalações. Assim, se quiser ir a um restaurante e <strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

caras com esse dístico, saberá que é um restaurante com<br />

responsabilida<strong>de</strong> social ativa. Essa informação também<br />

po<strong>de</strong>rá ser pesquisada no site. Temos também uma página<br />

no facebook, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão acompanhar as novida<strong>de</strong>s do<br />

Zero Desperdício.<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo, os portugueses ainda são solidários?<br />

Os portugueses são muito solidários, têm coração e carácter.<br />

Estavam era muito <strong>de</strong>sorganizados. Este projeto é um<br />

excelente exemplo <strong>de</strong> civismo, até para passar para o estrangeiro,<br />

através dos turistas que visitam Portugal.<br />

É uma boa imagem que o nosso país po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong> si, numa<br />

altura em que o Parlamento Europeu propôs 2014 como<br />

o Ano Europeu Contra o Desperdício Alimentar.<br />

A nível pessoal, o que é que sente <strong>ao</strong> intervir ativamente<br />

na socieda<strong>de</strong>?<br />

Sinto uma enorme felicida<strong>de</strong> e paixão pelo que faço. Cada<br />

um <strong>de</strong> nós, com a sua felicida<strong>de</strong> individual po<strong>de</strong> contribuir<br />

para a felicida<strong>de</strong> coletiva. É fácil <strong>de</strong> constatar a satisfação<br />

que cada pessoa que participa no projeto vai <strong>de</strong>monstrando.<br />

Quem quiser entrar, entra com o que po<strong>de</strong> dar. Muito já foi<br />

feito, mas ainda há muito para fazer. Mas não tenho dúvidas<br />

<strong>de</strong> que vamos lá chegar. O difícil é para já, o impossível <strong>de</strong>mo-<br />

ra apenas mais um pouco.


SENTIR<br />

<strong>Loures</strong>,<br />

um município com<br />

muito para oferecer<br />

Situado na zona norte da área metropolitana <strong>de</strong> Lisboa, <strong>Loures</strong> é um município que possui características<br />

únicas que o diferenciam dos concelhos vizinhos, tornando-o num excelente território para o posicionamento<br />

do setor turístico.<br />

Detentor <strong>de</strong> vasto património arquitetónico histórico, cultural<br />

e paisagístico, <strong>Loures</strong> é um ótimo polo turístico para <strong>de</strong>scobrir.<br />

Conhecedora <strong>de</strong>ste potencial, a Divisão <strong>de</strong> Turismo, inserida<br />

no Departamento <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Económicas e Turismo da<br />

<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, tem tentado promover <strong>Loures</strong><br />

enquanto rota turística <strong>de</strong> excelência, valorizando os seus<br />

recursos endógenos, o património histórico, cultural e<br />

paisagístico, envolvendo todos os atores regionais numa<br />

ação estratégica concertada <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> produtos e infra-<br />

estruturas <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com as neces-<br />

sida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> satisfação do turista.<br />

48 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Um pouco por todo o território po<strong>de</strong>mos encontrar templos <strong>de</strong><br />

culto religioso <strong>de</strong> construção secular, vestígios arqueológicos<br />

que confirmam a existência <strong>de</strong> populações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />

era cristã, quintas e edifícios <strong>de</strong> opulentas <strong>de</strong>corações em<br />

estuques, azulejos e pinturas.<br />

De <strong>de</strong>stacar ainda os museus on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r mais<br />

sobre a cultura, a história e as tradições do povo saloio, ou<br />

os parques ver<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m fazer caminhadas, ou<br />

observar a natureza envolvente.


No que se refere <strong>ao</strong> património natural, <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>staca-se<br />

pelos seus múltiplos contrastes, que variam entre os ver<strong>de</strong>jantes<br />

campos <strong>de</strong> cultivo agrícola, as zonas florestais, a<br />

área vitivinícola e os aglomerados <strong>de</strong> casarios brancos, que<br />

proporcionam passeios <strong>de</strong> rara beleza.<br />

<strong>Loures</strong> é ainda um concelho que dá cartas na área do Eno-<br />

turismo. A norte, na Região <strong>de</strong> Bucelas, <strong>de</strong>marcada por lei em<br />

1911, situam-se quintas <strong>de</strong> produção vitivinícola on<strong>de</strong> se po-<br />

<strong>de</strong>m saborear espumantes e vinhos brancos <strong>de</strong> sabor frutado.<br />

“MADE IN” LOURES<br />

Para fazer sobressair todas estas características têm sido<br />

promovidos os mais diversos eventos na área da gastronomia,<br />

do artesanato, da preservação das tradições saloias ou<br />

simplesmente do lazer, que têm conseguido movimentar um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas no concelho.<br />

Na vertente gastronómica, <strong>de</strong>staca-se o Festival do Caracol<br />

Saloio, evento gastronómico, que <strong>de</strong>corre em julho por ocasi-<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 49


SENTIR<br />

ão das Festas do Concelho, e que <strong>ao</strong> longo dos anos tem<br />

vindo a adquirir gran<strong>de</strong> notorieda<strong>de</strong> junto da população, sendo<br />

já consi<strong>de</strong>rado como um dos maiores certames do género<br />

em todo o país. Reúne alguns dos melhores restaurantes do<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, que durante dias dão a <strong>de</strong>gustar pratos<br />

originais confecionados com gastrópo<strong>de</strong>s.<br />

Sendo o gastrópo<strong>de</strong> uma iguaria muita apreciada no Centro<br />

e no Sul do país, nomeadamente pelo povo da região saloia,<br />

este ano foi criada a Rota do Caracol Saloio que consiste<br />

numa rota <strong>de</strong> restaurantes que, <strong>de</strong> maio a agosto, incluem<br />

nos seus menus diários especialida<strong>de</strong>s confecionadas com<br />

gastrópo<strong>de</strong>s.<br />

Ainda no âmbito gastronómico, no mês <strong>de</strong> novembro irá reali-<br />

zar-se, pela primeira vez, o Festival do Cozido Ribeirinho, um<br />

evento que dará a saborear um prato tradicional da gastrono-<br />

mia portuguesa: o cozido à portuguesa.<br />

No que se refere à preservação das tradições saloias, salienta-se<br />

a realização do Carnaval Saloio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>. Organi-<br />

zado em parceria com a Associação <strong>de</strong> Carnaval e a junta<br />

<strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, o Carnaval Saloio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é um<br />

dos mais antigos e afamados carnavais do País, que todos<br />

os anos atrai milhares <strong>de</strong> visitantes que anseiam por ver<br />

<strong>de</strong>sfilar o corso constituído por 14 carros alegóricos e mais<br />

<strong>de</strong> mil figurantes.<br />

Com o intuito <strong>de</strong> recordar as tradições e os costumes do povo<br />

da região saloia, foi realizada, no mês <strong>de</strong> junho, no Parque da<br />

Cida<strong>de</strong>, a iniciativa Festejos do Verão, celebração que preten-<br />

<strong>de</strong>u assinalar a chegada do solstício <strong>de</strong> verão <strong>de</strong> acordo com<br />

a tradição popular, com arraiais, fogueiras e jogos tradicionais<br />

saloios.<br />

Na área da promoção do artesanato, o trabalho espelhado é<br />

notório. Prova <strong>de</strong>sse facto são as diversas iniciativas promovidas<br />

pelo Município nesta vertente, que têm conhecido um<br />

verda<strong>de</strong>iro sucesso e atraído cada vez mais visitantes.<br />

É o caso da Feira do Parque que acontece <strong>ao</strong>s últimos sábados<br />

do mês e que dá a conhecer o melhor do artesanato urbano<br />

e tradicional, passando pela ourivesaria, as porcelanas, os<br />

livros, as revistas e até o mobiliário.<br />

50 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 51


SENTIR<br />

52 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

De dois em dois meses, através da Mostr’Arte, artesãos,<br />

produtores gourmets e biológicos (artigos não perecíveis) do<br />

concelho são convidados a expor as suas peças nas vitrinas<br />

das instalações da Divisão <strong>de</strong> Turismo.<br />

Inserida nas festas do concelho, a Arte’<strong>Loures</strong>, evento que<br />

reúne cerca <strong>de</strong> meia centena <strong>de</strong> artesãos que trazem até<br />

<strong>Loures</strong> o melhor das artes artesanais do Município e do<br />

País, consubstancia um dos melhores certames do género<br />

da área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Em outubro, por ocasião da realização <strong>de</strong> um evento que é<br />

no Município uma referência para o movimento associativo,<br />

a Festa do Vinho e das Vindimas, tem lugar a Ofi’Arte, com<br />

participação exclusiva dos artesãos do concelho.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> contribuir para a sustentabilida<strong>de</strong> económica<br />

dos artesãos do concelho, é realizada ainda, na época<br />

própria, uma Venda <strong>de</strong> Natal, que conta com a participação<br />

dos mesmos.<br />

De forma a estimular a captação <strong>de</strong> novos públicos no campo<br />

do lazer, foi promovida, em maio, a Feira <strong>de</strong> Estilos <strong>de</strong> Vida<br />

Alternativos com o objetivo <strong>de</strong> dar a conhecer algumas das<br />

terapias alternativas existentes no mercado, proporcionando<br />

<strong>ao</strong>s visitantes uma experiência única para o seu bem-estar.<br />

<strong>Não</strong> esquecendo o público mais jovem, foi realizado em junho,<br />

no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Criança, o<br />

<strong>Loures</strong> júnior Fest. Dirigido essencialmente às famílias com<br />

crianças entre os dois e os doze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, este evento<br />

incluiu espetáculos <strong>de</strong> música e <strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> moda infantil,<br />

entre muitas outras ativida<strong>de</strong>s, das quais se <strong>de</strong>stacaram<br />

insufláveis, matraquilhos humanos, teatros e performers,<br />

workshops e ateliês, piscina <strong>de</strong> bolas, pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> escalada,<br />

sli<strong>de</strong> e jogos com balões <strong>de</strong> água.<br />

já em setembro, haverá a Feira Setecentista, acontecimento<br />

em que o visitante é reencaminhado <strong>ao</strong> reinado <strong>de</strong> D. joão<br />

V, mais precisamente <strong>ao</strong> momento da bênção dos sinos do<br />

Convento <strong>de</strong> Mafra no longínquo século XVIII.


FOMENTAR O TURISMO DE QUALIDADE<br />

Mas não é só na área do turismo <strong>de</strong> eventos que a <strong>Câmara</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> tem incidido a sua ação <strong>de</strong> forma a<br />

fomentar o setor.<br />

Dando continuida<strong>de</strong> à política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

turismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, estão a ser articulados projetos que<br />

visam dinamizar a ativida<strong>de</strong> turística através da valorização<br />

<strong>de</strong> alguns equipamentos municipais e da criação <strong>de</strong> uma<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Neste âmbito, salienta-se o projeto <strong>de</strong> valorização do Moinho<br />

da Apelação, equipamento que marcava outrora a paisagem<br />

do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, tendo como objetivo a criação<br />

<strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabrico <strong>de</strong> pão artesanal, com todo o<br />

processo <strong>de</strong> confeção <strong>de</strong> pão em modo artesanal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ato <strong>de</strong> moer o trigo até à cozedura.<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto será possível garantir<br />

a certificação do Moinho da Apelação, através do Programa<br />

<strong>de</strong> Promoção dos Ofícios e das Microempresas Artesanais<br />

(PPART), uma iniciativa governamental da responsabilida<strong>de</strong><br />

do Instituto <strong>de</strong> Emprego e Formação Profissional (IEFP) que<br />

tem como finalida<strong>de</strong> valorizar, expandir e renovar as artes e<br />

os ofícios em Portugal, por meio <strong>de</strong> uma política integrada<br />

assente na atuação concertada dos vários <strong>de</strong>partamentos<br />

da Administração Pública e dos diferentes agentes da socieda<strong>de</strong><br />

civil.<br />

Porque a gastronomia e o alojamento são componentes<br />

importantes para o bom funcionamento da ativida<strong>de</strong> turística,<br />

encontram-se em marcha dois projetos prepon<strong>de</strong>rantes que<br />

visam a certificação dos estabelecimentos <strong>de</strong> restauração<br />

do concelho e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alojamento local.<br />

O projeto referente à certificação dos estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> restauração tem como principal objetivo fomentar uma<br />

gastronomia que privilegie alimentos promotores da saú<strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> garantir a segurança e a higiene <strong>alimentar</strong>.<br />

(...) a Arte’<strong>Loures</strong>, evento que reúne<br />

cerca <strong>de</strong> meia centena <strong>de</strong> artesãos<br />

que trazem até <strong>Loures</strong> o melhor<br />

das artes artesanais do Município<br />

e do País, consubstancia<br />

um dos melhores certames do género<br />

da Área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 53


SENTIR<br />

54 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Para a atribuição do selo <strong>de</strong> certificação, os estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> restauração terão que incluir ementas saudáveis e cria-tivas<br />

<strong>de</strong> forma a estimular hábitos <strong>alimentar</strong>es saudáveis, contri-<br />

buindo assim para a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e bemestar<br />

da população.<br />

Com a certificação do alojamento local preten<strong>de</strong> incentivar-<br />

-se os proprietários <strong>de</strong> moradias, apartamentos e estabele-<br />

cimentos <strong>de</strong> hospedagem, que reúnam os requisitos da<br />

Portaria n.º 517/2008, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> junho, a prestarem serviços<br />

<strong>de</strong> alojamento temporário mediante remuneração.<br />

Este projeto arrancará numa fase inicial na freguesia <strong>de</strong><br />

Bucelas, on<strong>de</strong> estão já i<strong>de</strong>ntificados alguns locais para a<br />

constituição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alojamento. Aliada a este projeto,<br />

preten<strong>de</strong> constituir-se uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros que divulguem<br />

os atrativos locais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os produtos <strong>alimentar</strong>es, <strong>ao</strong> artesanato,<br />

passando pelo património histórico, arquitetónico e<br />

paisagístico.<br />

Desta forma, visa-se assegurar uma oferta turística <strong>de</strong> quali-<br />

da<strong>de</strong> que consiga atrair cada vez mais visitantes <strong>ao</strong> Município<br />

<strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

Nas instalações da Divisão <strong>de</strong> Turismo po<strong>de</strong> obter informa-<br />

ções sobre os recursos turísticos existentes no Município,<br />

bem como sobre os diversos restaurantes e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

alojamento disponíveis.<br />

As visitas guiadas <strong>ao</strong> concelho <strong>de</strong>vem ser solicitadas com o<br />

mínimo <strong>de</strong> duas semanas <strong>de</strong> antecedência, para que possam<br />

ser asseguradas todas condições para a sua realização.<br />

A Divisão <strong>de</strong> Turismo encontra-se em funcionamento <strong>de</strong><br />

segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, encerrando das<br />

12h30 às 14h00.


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 55


Conhecer a paisagem<br />

e gerir o território<br />

PROjETO EUROSCAPES<br />

A gestão do território e da sua paisagem tem sido um objetivo das administrações territoriais (municípios,<br />

CCDR – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional e dos ministérios) que não é <strong>de</strong> fácil<br />

persecução. As assimetrias dos espaços não permitem a criação e a aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão<br />

territorial único, pois cada paisagem possui características diferentes. No caso do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />

<strong>de</strong>paramo-nos com um território <strong>de</strong> contrastes.<br />

A zona oriental, marcadamente urbana, estrutura-se na<br />

margem direita do rio Tejo, a partir dos limites fronteiriços <strong>de</strong><br />

Lisboa, e é animada por gran<strong>de</strong>s aglomerados resi<strong>de</strong>nciais,<br />

on<strong>de</strong> vive uma parte significativa da população <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />

servida por uma articulada re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes e um vasto<br />

conjunto <strong>de</strong> equipamentos coletivos.<br />

Por outro lado, o território norte <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>staca-se pela<br />

manutenção da sua ruralida<strong>de</strong>, com pequenos aglomerados<br />

56 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

<strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional e uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes<br />

menos complexa, o que não impe<strong>de</strong> que se assuma como<br />

área <strong>de</strong> produção agrícola, essencialmente <strong>de</strong> hortícolas,<br />

nas terras férteis das pequenas várzeas dos rios, e <strong>de</strong> vinha,<br />

nas encostas <strong>de</strong> Bucelas. Dadas as suas especificida<strong>de</strong>s e<br />

assimetrias, é nesta área que está centrada a investigação,<br />

o diagnóstico e o inventário que levará à estratégia <strong>de</strong> gestão<br />

e <strong>de</strong> paisagem.


EUROSCAPES na Europa<br />

O projeto EUROSCAPES – no qual <strong>Loures</strong> é o único município<br />

português representado – resulta <strong>de</strong> uma candidatura <strong>ao</strong><br />

programa INTERREg IVC da União Europeia, que tem como<br />

objetivo a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> políticas e estratégias <strong>de</strong> gestão<br />

<strong>de</strong> áreas com interesse patrimonial e paisagístico, inseridas<br />

num contexto metropolitano e ameaçadas pela expansão<br />

urbana.<br />

Contando com 14 parceiros europeus representantes <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s municípios, regiões e <strong>de</strong>partamentos universitários,<br />

localizados em várias áreas metropolitanas da Europa – em<br />

EMPREENDER<br />

França, Alemanha, Espanha, Letónia, Hungria, Roménia,<br />

grécia, Polónia, Inglaterra, Itália, Eslováquia e ainda uma<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s se<strong>de</strong>ada na Bélgica – que gerem ou estudam<br />

paisagens urbanas e periurbanas, o EUROSCAPES servirá<br />

<strong>de</strong> base à criação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> paisagens<br />

naturais e culturais, um instrumento <strong>de</strong> referência para a<br />

implementação dos objetivos da Convenção Europeia da<br />

Paisagem.<br />

EUROSCAPES em <strong>Loures</strong><br />

<strong>Loures</strong> comprometeu-se em elaborar um documento<br />

estratégico que suporte a gestão futura do seu território rural.<br />

A área estudada compreen<strong>de</strong> a integrida<strong>de</strong> das freguesias<br />

<strong>de</strong> Lousa, Fanhões e Bucelas, os limites norte das freguesias<br />

<strong>de</strong> Santo Antão e São julião do Tojal e o extremo oci<strong>de</strong>ntal<br />

da freguesia <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

A inventariação e o diagnóstico dos valores paisagísticos<br />

e patrimoniais existentes na área <strong>de</strong> estudo levaram à<br />

<strong>de</strong>teção <strong>de</strong> <strong>de</strong>z paisagens prioritárias, com gran<strong>de</strong> potencial<br />

para uma gestão sustentável, respeitando e valorizando os<br />

valores territoriais em presença, a ativida<strong>de</strong> agrícola e o<br />

conhecimento da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> histórica, valores naturais<br />

e biodiversida<strong>de</strong>.<br />

Em cada uma das paisagens aferiu-se o estado das<br />

diferentes componentes – galerias ripícolas, matos e áreas<br />

florestais <strong>de</strong> espécies autóctones, diversida<strong>de</strong> da vegetação<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 57


EMPREENDER<br />

natural, tipo <strong>de</strong> sebes, valores geomorfológicos, estruturas<br />

construídas associadas à paisagem e, o uso do solo –, tendo-<br />

-se procedido à i<strong>de</strong>ntificação das parcelas com agricultura<br />

ativa e à aferição da dimensão do abandono agrícola.<br />

Os valores inventariados e a informação recolhida foram<br />

integralmente georreferenciados e tratados em Sistema <strong>de</strong><br />

Informação Geográfica, constituindo assim um acréscimo<br />

importante para as bases <strong>de</strong> dados municipais.<br />

Foi realizado um trabalho inovador, que envolveu os atores<br />

locais, através <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> entrevistas e questionários à<br />

população em três das paisagens estudadas. Estabeleceram-<br />

-se contactos com agricultores. Realizaram-se encontros com<br />

os agrupamentos escolares, envolvendo-se professores e<br />

alunos no projeto com iniciativas concretas, bem como com<br />

a população das seis freguesias em estudo, que contaram<br />

com a presença <strong>de</strong> um vasto leque <strong>de</strong> participantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

profissionais da agricultura, membros <strong>de</strong> associações e<br />

coletivida<strong>de</strong>s locais, professores, entre muitos outros.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação dos principais problemas e potencialida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>stas <strong>de</strong>z paisagens, quer <strong>ao</strong> nível do património, quer <strong>ao</strong><br />

do ambiente, levaram <strong>ao</strong> elencar <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> propostas<br />

<strong>de</strong> gestão a concretizar no futuro, mediante possíveis<br />

candidaturas ou parcerias. Para já, avançamos com a<br />

divulgação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> percursos culturais para a sua<br />

fruição, que atravessando-as, nos permitem conhecer os<br />

seus principais valores.<br />

58 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

10 Paisagens em Análise<br />

BUCELAS<br />

várzea e encosta poente <strong>de</strong> vila Nova<br />

Observa-se a várzea agricultada em regadio, que se prolonga<br />

até à ribeira. A proteção do solo é assegurada pelo carrascal<br />

e pelo cercal que cobre a encosta. Persistem os muros <strong>de</strong><br />

suporte em socalcos <strong>de</strong> pedra à saída do aglomerado para<br />

norte e um longo muro contínuo <strong>de</strong> perfil em bisel, <strong>ao</strong> longo<br />

do limite com a várzea. Existem vestígios <strong>de</strong> um lagar e <strong>de</strong><br />

antigas azenhas que constituem a memória <strong>de</strong> um tempo<br />

em que as culturas <strong>de</strong> sequeiro ocupavam as encostas do<br />

vale<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as<br />

ativida<strong>de</strong>s e os protocolos municipais no âmbito do setor<br />

primário.<br />

› Restabelecimento do percurso na margem direita da ribeira<br />

no sentido norte <strong>ao</strong> aglomerado, passando pelas azenhas e<br />

o lagar, que embora em ruínas são portadores <strong>de</strong> memória<br />

coletiva.<br />

› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> não alterarem


o uso do solo natural da encosta (cercal e carrascal) com<br />

vista à proteção do solo e da água e à garantia da biodiversida<strong>de</strong>.<br />

› Sensibilização dos proprietários para a manutenção dos<br />

muros <strong>de</strong> suporte em pedra aparelhada, da escala e da<br />

volumetria do edificado junto à várzea.<br />

› Criação <strong>de</strong> um circuito assinalando os valores naturais e<br />

construídos <strong>de</strong> maior relevo, restabelecendo os troços que<br />

hoje se encontram intransitáveis.<br />

› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />

infestante nas linhas <strong>de</strong> água e nos valados, nomeadamente<br />

os caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as motas<br />

<strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />

› Elaboração <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> valorização do largo junto à<br />

várzea.<br />

› Relocalização ou integração paisagística dos estaleiros.<br />

vale do pequeno trancão e envolvente do Freixial<br />

Paisagem notável e única no concelho que se <strong>de</strong>staca pela<br />

harmonia patente entre elementos naturais e introduzidos<br />

pelo Homem. O rio Trancão emerge na paisagem <strong>de</strong>limitado<br />

pela vegetação das margens. Aqui predomina o freixo, o<br />

choupo, o carvalho-cerquinho e o sobreiro. O núcleo urbano<br />

mantém ainda alguma coerência entre o tecido e a escala<br />

do edificado, estabelecendo uma relação harmoniosa com<br />

a paisagem envolvente. Com valor patrimonial, i<strong>de</strong>ntifica-se<br />

uma igreja e duas capelas. A encosta sul tem valor cenográfico<br />

com o alto do Picoto a dominar visualmente a paisagem.<br />

Nas proximida<strong>de</strong>s, encontra-se a Casa Medieval da Torre <strong>de</strong><br />

Cima, imóvel muito raro, do século x i v, classificado como <strong>de</strong><br />

interesse público.<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>sta paisagem para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um turismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, nomeadamente para o Enoturismo.<br />

› Recuperação das galerias ripícolas nos troços em que<br />

estas se encontram <strong>de</strong>gradadas ou infestadas por canas e<br />

caniços, mediante aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas e plantação<br />

<strong>de</strong> árvores a<strong>de</strong>quadas.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 59


EMPREENDER<br />

› Estudo <strong>de</strong> valorização urbanística do aglomerado do<br />

Freixial, equacionando soluções para as franjas adjacentes<br />

à paisagem circundante (largo do coreto e limite norte, junto<br />

<strong>ao</strong> Trancão).<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> um percurso <strong>de</strong> fruição da Natureza, por<br />

caminhos públicos existentes a norte do aglomerado entre<br />

este e o Casal do Burro, associando também o conhecimento<br />

do património construído (igreja e capelas).<br />

› Encontrar, entre os serviços da câmara, o proprietário e a<br />

administração central, uma solução conducente à reabilitação<br />

60 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

da Casa Medieval da Torre <strong>de</strong> Cima, mediante candidatura a<br />

financiamento ou <strong>ao</strong> mecenato.<br />

› Produção <strong>de</strong> eventos culturais sobre a obra <strong>de</strong> Alves Redol<br />

e do pintor Silva Porto (exposições, colóquios), aproveitando<br />

a divulgação das respetivas obras, também para a promoção<br />

do Freixial.<br />

› Equacionar futuras parcerias com o ANIM, nomeadamente<br />

para um ciclo anual <strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> filmes <strong>ao</strong> ar livre, no<br />

Largo do Freixial.


vinhas<br />

Paisagem intrínseca da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bucelas. O vinho <strong>de</strong>sta<br />

região <strong>de</strong>marcada é um produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> reconhecida<br />

que, aliado à diversida<strong>de</strong> da paisagem e à oferta cultural e<br />

gastronómica, constitui uma alavanca para o enoturismo e o<br />

turismo <strong>de</strong> Natureza.<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Desenvolver o gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>sta paisagem para o<br />

Enoturismo, estabelecendo medidas que promovam esta<br />

região <strong>de</strong>marcada nos circuitos do turismo internacional<br />

e nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos nacionais. Parceria com o<br />

Turismo <strong>de</strong> Portugal.<br />

› Potencial para a criação <strong>de</strong> roteiros culturais e turísticos,<br />

associando a <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> vinho <strong>ao</strong> conhecimento do<br />

património construído.<br />

› Criação <strong>de</strong> percursos complementares, através <strong>de</strong> velhos<br />

trilhos (nomeadamente a estrada <strong>de</strong> possível fundação<br />

romana) para a fruição da natureza e conhecimento da<br />

biodiversida<strong>de</strong>.<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> acordo <strong>de</strong> cooperação entre <strong>Câmara</strong>,<br />

Administração central e proprietário, com vista à recuperação<br />

do templete/mausoléu romano da Quinta da Romeira <strong>de</strong><br />

Baixo.<br />

› Adotar medidas <strong>de</strong> recuperação ambiental das galerias<br />

ripícolas <strong>de</strong> ribeiras e linhas <strong>de</strong> água nos troços em que se<br />

encontram povoadas por vegetação infestante.<br />

O vinho <strong>de</strong>sta região <strong>de</strong>marcada é um produto<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> reconhecida que, aliado<br />

à diversida<strong>de</strong> da paisagem e à oferta cultural<br />

e gastronómica, constitui uma alavanca<br />

para o enoturismo e o turismo <strong>de</strong> Natureza.<br />

› Obrigar à minimização dos impactes gerados pela ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos, localizada junto à ribeira do Boição.<br />

› Proce<strong>de</strong>r à limpeza da linha <strong>de</strong> água e suas margens,<br />

a jusante <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se concentram diversos<br />

<strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> resíduos.<br />

› Aplicar técnicas culturais ten<strong>de</strong>ntes à conservação do solo<br />

e da água, nomeadamente a técnica <strong>de</strong> “mobilização mínima<br />

do solo” na manutenção da vinha.<br />

› Manter as encostas com a vegetação natural da região, o<br />

que apresenta vantagens na proteção do solo, na água e<br />

nas pragas que atacam a vinha.<br />

› A multifuncionalida<strong>de</strong> no uso do solo nas quintas produtoras<br />

<strong>de</strong> vinho promove uma paisagem <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, potenciando<br />

a exploração turística.<br />

› O potencial <strong>de</strong> abertura das quintas <strong>ao</strong> turismo po<strong>de</strong> integrar,<br />

além do produto enoturismo, a compreensão da paisagem<br />

natural e cultural, contextualizando a região, o concelho, a<br />

freguesia e a produção do vinho.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 61


EMPREENDER<br />

62 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


FANHõES<br />

paisagem compartimentada <strong>de</strong> casainhos<br />

Situada entre encostas que bor<strong>de</strong>jam o vale da ribeira dos<br />

Barros, esta paisagem é única no concelho. As encostas,<br />

integralmente compartimentadas com muros <strong>de</strong> pedra seca,<br />

formam socalcos e testemunham um tempo em que esta<br />

era terra <strong>de</strong> cereal. junto à ribeira dos Barros, os poços <strong>de</strong><br />

pedra, abundantes e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, serviam para<br />

a irrigação das hortas que, ainda hoje, subsistem <strong>ao</strong> longo<br />

<strong>de</strong>ste vale. Encontram-se dispersas abegoarias em pedra, <strong>de</strong><br />

uma só água, e restam algumas noras e picotas primitivas.<br />

A regeneração da vegetação natural cobre as encostas <strong>de</strong><br />

tojo, carrascal e prados <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as.<br />

PROTEGER<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Articular a intenção <strong>de</strong> manutenção e incremento da agricultura<br />

existente com outras iniciativas municipais em curso<br />

nesta área, a saber:<br />

– protocolo com a Agrobio;<br />

– apoio à comercialização <strong>de</strong> produtos agrícolas.<br />

› Articular a intenção <strong>de</strong> divulgação e manutenção <strong>de</strong> valores<br />

construídos com outras iniciativas municipais na área do<br />

património, nomeadamente, na gestão dos percursos das<br />

linhas <strong>de</strong> torres (Casainhos e a sua paisagem possuem o<br />

Forte das Ribas, que é parte <strong>de</strong>ste complexo).<br />

› Estudar a remoção das construções <strong>de</strong>gradadas e ina-<br />

cabadas no extremo noroeste da paisagem compartimen-<br />

tada.<br />

› Apoiar ações <strong>de</strong> valorização da biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Casainhos.<br />

› garantir autorização dos proprietários locais para a utilização<br />

<strong>de</strong> troços <strong>de</strong> percursos particulares.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 63


EMPREENDER<br />

ribeira <strong>de</strong> casainhos<br />

A construção <strong>de</strong> azenhas <strong>de</strong> pedra, das quais nos resta um<br />

excelente exemplar, está relacionada com a cultura <strong>de</strong> cereal<br />

que existiu outrora nas encostas da ribeira. A vegetação<br />

frondosa <strong>de</strong> choupos, freixos e salgueiros enquadra a ribeira,<br />

a azenha e as hortas. Na orla sul do aglomerado, situa-se<br />

a Anta <strong>de</strong> Casainhos, monumento funerário megalítico, que<br />

constitui um testemunho da gran<strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste lugar.<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Estudar a vegetação das margens da ribeira com vista a<br />

intervenção <strong>de</strong> restabelecimento <strong>de</strong> galeria ripícola e estabilização<br />

das margens, mediante protocolo a estabelecer.<br />

› Apoiar a manutenção e o incremento das hortas existentes<br />

em articulação com os protocolos estabelecidos.<br />

64 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

› Consciencialização da importância histórica da azenha <strong>de</strong><br />

Casainhos.<br />

› à semelhança do que se propõe para o Forte <strong>de</strong> Ribas,<br />

implementar uma estratégia <strong>de</strong> divulgação da importância<br />

histórica da Anta <strong>de</strong> Casainhos (Monumento Nacional),<br />

nomeadamente dando a conhecer o rico espólio aí encontrado.<br />

› Eventual rota do património, que se possa cruzar, estabelecendo<br />

sinergias, com o estudo da biodiversida<strong>de</strong>.<br />

› Estudar proposta <strong>de</strong> articulação das margens da ribeira<br />

e da paisagem compartimentada com o tecido urbano do<br />

aglomerado.<br />

LOURES<br />

Bolores – Migarrinhos<br />

Marcada por uma agricultura muito produtiva em Bolores,<br />

Migarrinhos, e na envolvente à Quinta do Carrascal, nesta<br />

paisagem localizam-se antigos sistemas <strong>de</strong> rega, com noras,<br />

levadas, aqueduto e tanques. Encontram-se áreas <strong>de</strong> pas-<br />

tagem para caprinos e ovinos. O património geomorfológico<br />

é notável, pelo relevo calcário visível na vertente norte do<br />

penedo do gato. Quintas senhoriais sete-centistas impõem-<br />

-se na paisagem, a do Carrascal, a sul, e a <strong>de</strong> Santa Luzia,<br />

no seu limite nascente.


O património geomorfológico<br />

é notável, pelo relevo calcário<br />

visível na vertente norte<br />

do penedo do Gato.<br />

vale Nogueira<br />

A encosta norte da serra da Sardinha é formada pelos campos<br />

compartimentados por sebes vivas. Por entre carvalhos-<br />

-cerquinhos e sobreiros, encontra-se, junto à ribeira <strong>de</strong><br />

Pinheiro <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, um sistema <strong>de</strong> casais agrícolas antigos e<br />

as ruínas da sumptuosa quinta quinhentista da Premialha.<br />

A Quinta da granja, na orla sul <strong>de</strong> A-dos-Cãos, e a Quinta<br />

<strong>de</strong> Valadares, em A-dos-Calvos, impõem-se visualmente<br />

na paisagem. O vale Nogueira, entre maciços <strong>de</strong> calcário,<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 65


EMPREENDER<br />

sobressai pelo esplendor da sua vegetação ribeirinha <strong>de</strong><br />

freixos, choupos e nogueiras.<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as<br />

ativida<strong>de</strong>s e os protocolos municipais no âmbito do sector<br />

primário.<br />

› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> manter o uso<br />

do solo natural nas encostas (sobreiral, cercal e carrascal),<br />

as sebes <strong>de</strong> compartimentação e a vegetação ribeirinha,<br />

com vista à proteção do solo e da água e à garantia da<br />

biodiversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> todas as funções ambientais que<br />

<strong>de</strong>sempenham.<br />

› Recuperação <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> nos povoamentos florestais<br />

<strong>de</strong> eucalipto e cupressáceas, através <strong>de</strong> intervenções<br />

acompanhadas por peritos e apoiadas financeiramente por<br />

programas específicos (a pesquisar).<br />

› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />

infestante em linhas <strong>de</strong> água e valados, nomeadamente os<br />

caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as motas<br />

<strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />

› Inventariação e sensibilização dos proprietários para a<br />

manutenção do património rural, associado à produção<br />

agrícola, casais, noras, aquedutos muros <strong>de</strong> suporte em<br />

pedra aparelhada, da escala e da volumetria do edificado<br />

junto à várzea.<br />

O vale Nogueira, entre maciços<br />

<strong>de</strong> calcário, sobressai pelo esplendor<br />

da sua vegetação ribeirinha<br />

<strong>de</strong> freixos, choupos e nogueiras.<br />

66 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

› Aprofundar o estudo do património monumental construído,<br />

com vista à sua inventariação e divulgação.<br />

› Criação <strong>de</strong> circuitos assinalando os valores naturais e<br />

construídos <strong>de</strong> maior relevo, incluindo o penedo do gato, que<br />

apresenta gran<strong>de</strong> singularida<strong>de</strong> no contexto do Município, e<br />

os vales <strong>de</strong> Migarrinhos a Tojalinho, e <strong>de</strong> A-dos-Calvos a<br />

Vale Nogueira.<br />

› Relocalização ou integração paisagística dos estaleiros.


LOUSA<br />

vale e encosta nascente<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma paisagem que se <strong>de</strong>senvolve na encosta<br />

nascente do vale encaixado da ribeira <strong>de</strong> Lousa, com<br />

vegetação natural <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para a conservação. O<br />

património geomorfológico <strong>de</strong>staca-se pela presença <strong>de</strong> um<br />

imponente afloramento calcário que acompanha a encosta e<br />

o alto da Toupeira. Este relevo é acompanhado por vegetação<br />

natural, predominando o carrascal e o cercal. O património<br />

arqueológico inclui a diáclase das Salemas, gruta essencial<br />

para o conhecimento da pré-história <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 67


EMPREENDER<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> percursos culturais, a partir dos que<br />

já existem, melhorando-os. Incluir nos seus itinerários, os<br />

valores geomorfológicos, arqueológicos e paisagísticos.<br />

› Colocação <strong>de</strong> sinalização interpretativa dos valores<br />

observados<br />

› Valorização do património arqueológico, nomeadamente,<br />

através da divulgação do espólio proveniente da gruta das<br />

Salemas e dos povoados <strong>de</strong> Salemas e do alto da Toupeira,<br />

aprofundando-se o conhecimento geral da pré-história <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong> e sua importância para o estudo da evolução do<br />

homem e da socieda<strong>de</strong>.<br />

› Valorização e divulgação dos elementos naturais da paisagem,<br />

<strong>de</strong>signadamente o estudo da flora e da fauna.<br />

› Proteção contra ruído proveniente do tráfego, mediante<br />

plantação <strong>de</strong> cortina arbórea na faixa lateral da autoestrada<br />

A8.<br />

› As áreas a florestar <strong>de</strong>vem contemplar espécies pertencentes<br />

à associação do carvalho português. Os pinheiros e<br />

os ciprestes <strong>de</strong>vem restringir-se à cortina arbórea da A8.<br />

› Limpeza <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradações <strong>de</strong> diversa<br />

or<strong>de</strong>m que se encontram nos locais acessíveis da encosta,<br />

nomeadamente junto da gruta <strong>de</strong> Salemas.<br />

› Recuperação ambiental e valorização paisagística da antiga<br />

pedreira <strong>de</strong> Salemas.<br />

› Apoiar a agricultura ativa nas hortas da Ponte <strong>de</strong> Lousa.<br />

› Articular com as iniciativas municipais em curso relativas<br />

<strong>ao</strong> setor primário.<br />

› Sensibilização para a importância dos socalcos e dos talu<strong>de</strong>s<br />

em pedra aparelhada.<br />

› Estudar a articulação dos aglomerados <strong>de</strong> Lousa e Ponte<br />

<strong>de</strong> Lousa com os percursos da encosta.<br />

68 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

SANTO ANTãO DO TOjAL<br />

serra <strong>de</strong> Água<br />

Fazendo jus <strong>ao</strong> topónimo, a paisagem é marcada pela<br />

omnipresença da água e assume uma forma sui generis<br />

<strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> relevo em forma <strong>de</strong> concha e <strong>ao</strong> uso do solo.<br />

O domínio da água é visível nas estruturas construídas:<br />

poços <strong>de</strong> pedra, tanques <strong>de</strong> rega, muros e valados armados<br />

em pedra, além <strong>de</strong> um notável muro alto para retenção e<br />

condução da água. Ao longo dos percursos, marca presença<br />

a vegetação natural com, por exemplo, a murta, a gilbar<strong>de</strong>ira,<br />

a aroeira, a madressilva, o a<strong>de</strong>rno e o pilriteiro.


Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Manutenção da agricultura ativa e sua articulação com as ati-<br />

vida<strong>de</strong>s e protocolos municipais no âmbito do setor primário.<br />

› Estudo da eventual possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incremento da produção<br />

do mel e apoio à sua comercialização.<br />

› Sensibilização para o valor do património construído<br />

associado à produção agrícola e à captação, armazenamento<br />

e distribuição <strong>de</strong> água.<br />

› Sensibilização dos proprietários no sentido <strong>de</strong> não<br />

<strong>de</strong>gradarem as estruturas <strong>de</strong> pedra com aparelho <strong>de</strong> tijolo<br />

furado ou cimento.<br />

› Minimização do impacte negativo das estruturas <strong>de</strong> tijolo<br />

furado e cimento mediante o seu reboco e pintura (branco,<br />

bege ou ocre).<br />

› Criação <strong>de</strong> um circuito assinalando os valores naturais e<br />

construídos <strong>de</strong> maior relevo, restabelecendo os troços que<br />

hoje se encontram intransitáveis.<br />

› Aplicação <strong>de</strong> medidas biológicas <strong>de</strong> controlo da vegetação<br />

infestante nas linhas <strong>de</strong> água e valados, nomeadamente os<br />

caniçais, que <strong>de</strong>svirtuam a paisagem e <strong>de</strong>stroem as valas<br />

<strong>de</strong> pedra e as motas <strong>de</strong> proteção <strong>ao</strong>s campos.<br />

› Estudo, a longo prazo, da adaptação <strong>de</strong> um dos casais<br />

agrícolas, hoje abandonado, como centro <strong>de</strong> interpretação<br />

da flora da serra <strong>de</strong> Água.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 69


Existe agricultura ativa e ativida<strong>de</strong><br />

pecuária, respetivamente a norte do vale<br />

na Quinta do Furadouro, e a sul,<br />

na Quinta do Outeiro, ambas com valor<br />

patrimonial pela qualida<strong>de</strong><br />

dos seus elementos construídos:<br />

casas, tanques, levadas e uma ponte.<br />

70 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


SãO jULIãO DO TOjAL<br />

vale encaixado do trancão<br />

Paisagem com inegável valor cénico <strong>de</strong>vido à geomorfologia,<br />

patente nas formações <strong>de</strong> rocha calcária que sobressaem<br />

na encosta, e à presença do rio Trancão. A vegetação<br />

natural é muito diversificada <strong>de</strong>vido às condições do solo<br />

e <strong>ao</strong> microclima, salientando-se um sobreiral notável, em<br />

excelente estado, na encosta poente. Existe agricultura ativa<br />

e ativida<strong>de</strong> pecuária, respetivamente a norte do vale, na<br />

Quinta do Furadouro, e a sul, na Quinta do Outeiro, ambas<br />

com valor patrimonial pela qualida<strong>de</strong> dos seus elementos<br />

construídos: casas, tanques, levadas e uma ponte.<br />

Pr o P o s ta s d E i n t E r v E n ç ã o/g E s t ã o:<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> um percurso na encosta poente para<br />

observação da natureza e diversida<strong>de</strong> da flora.<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> um trilho junto <strong>ao</strong> rio: fruição <strong>de</strong> vistas,<br />

flora e fauna.<br />

› Manutenção <strong>de</strong> agricultura ativa na zona da Quinta do Furadouro.<br />

› Promover a classificação <strong>de</strong> sete sobreiros notáveis.<br />

› Proce<strong>de</strong>r <strong>ao</strong> controlo <strong>de</strong> espécies infestantes, nomeadamente<br />

acácias, na encosta poente sobre o sobreiral.<br />

› Limpeza <strong>de</strong> lixos nas encostas e margens do rio e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradações <strong>de</strong> diversa or<strong>de</strong>m que se encontram nos locais<br />

acessíveis.<br />

› Estabelecimento <strong>de</strong> contacto entre os produtores agrícolas<br />

da zona do Furadouro e Quinta do Outeiro e as iniciativas<br />

municipais em curso no âmbito do setor primário.<br />

› Inventariação da Quinta do Furadouro e da ponte <strong>de</strong> pedra<br />

sobre o Trancão.<br />

› Inventariação do Moinho dos Bichos. Utilização para fins<br />

pedagógicos.<br />

› Inventariação e estudo dos valores da Quinta do Outeiro,<br />

nomeadamente, a casa da quinta, o aqueduto e o <strong>de</strong>pósito<br />

<strong>de</strong> água em alvenaria.<br />

› Inventariação dos elementos <strong>de</strong> património industrial com<br />

interesse, presentes na Fábrica do Papel da Abelheira.<br />

› Proce<strong>de</strong>r <strong>ao</strong> inventário atualizado e exaustivo do património<br />

construído e paisagístico da Quinta da Abelheira,<br />

nomeadamente muros, socalcos, poços, tanques, levadas,<br />

rega<strong>de</strong>iras e espécies arbóreas.<br />

› Pon<strong>de</strong>rar a adaptação da pequena fábrica <strong>de</strong>voluta junto<br />

<strong>ao</strong> Trancão, a montante da ponte do Zambujal, a pousada<br />

ou albergue da juventu<strong>de</strong>.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 71


EMPREENDER<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2012, o projeto será concluído e <strong>de</strong>ixará<br />

em legado um documento estratégico, que constituirá uma<br />

ferramenta municipal imprescindível à elaboração <strong>de</strong> planos<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> paisagem, com orientações operacionais para<br />

estas <strong>de</strong>z paisagens. Trata-se <strong>de</strong> um documento técnico,<br />

on<strong>de</strong> serão enumeradas as ações cuja implementação <strong>de</strong>ve<br />

ser consi<strong>de</strong>rada, bem como os principais atores e os recursos<br />

a envolver. Será constituída uma plataforma municipal para<br />

a participação coletiva, <strong>de</strong> modo a que os diversos serviços<br />

municipais competentes possam agir em uníssono e com a<br />

população na operacionalização das ações necessárias.<br />

A elaboração <strong>de</strong> candidaturas a eventuais programas euro-<br />

peus nas áreas do ambiente, do património ou do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

local e regional no âmbito do próximo Quadro Comu-<br />

nitário <strong>de</strong> Apoio, constituirá uma oportunida<strong>de</strong> para operacio-<br />

nalizar algumas das propostas mais ambiciosas.<br />

72 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

O projeto EUROSCAPES – no qual<br />

<strong>Loures</strong> é o único município português<br />

representado – tem como objetivo<br />

a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> políticas<br />

e estratégias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> áreas<br />

com interesse patrimonial<br />

e paisagístico, inseridas<br />

num contexto metropolitano<br />

e ameaçadas pela expansão urbana.


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 73


PROTEGER<br />

Do passado<br />

<strong>ao</strong> futuro<br />

ARQUIVO MUNICIPAL DE LOURES<br />

Inaugurado em 2009, o Arquivo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é, além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> valor<br />

histórico e cultural, a memória do concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> que reflete não só a ativida<strong>de</strong> administrativa do<br />

Município, mas também a vida da população e o relacionamento com as instituições municipais. Ao<br />

Arquivo incumbe recolher, inventariar, conservar e divulgar o património documental do Município <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong>.<br />

Situado junto à Biblioteca <strong>Municipal</strong> josé Saramago, este<br />

equipamento tem cinco pisos e capacida<strong>de</strong> para cerca <strong>de</strong> 15,8<br />

quilómetros <strong>de</strong> documentos, distribuídos por oito <strong>de</strong>pósitos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, além <strong>de</strong> espaços para atendimento <strong>ao</strong><br />

público, salas <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> exposições, gabinetes técnicos,<br />

centro <strong>de</strong> digitalização e estacionamento subterrâneo.<br />

A obra representou um investimento municipal <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

seis milhões <strong>de</strong> euros e foi comparticipada <strong>ao</strong> abrigo do Pro-<br />

grama <strong>de</strong> Apoio à Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arquivos Municipais (PARAM).<br />

É maioritariamente constituído por documentação resultante<br />

da ativida<strong>de</strong> administrativa dos municípios <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> e <strong>de</strong><br />

Santa Maria dos Olivais, a cujo território <strong>Loures</strong> pertenceu<br />

até 1886. O fundo documental reúne ainda documentos com<br />

74 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

interesse para a história do concelho, nomeadamente <strong>de</strong><br />

associações e famílias, sendo que o documento mais antigo<br />

data do século x v i, uma carta <strong>de</strong> compra e venda <strong>de</strong> umas<br />

hortas que Fernão <strong>de</strong> Mesquita fez a António gomes em<br />

Elvas (1557).<br />

O Arquivo <strong>Municipal</strong> enquanto divisão da <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

foi criado em 1999. Em janeiro <strong>de</strong> 2011 passa a <strong>de</strong>nominar-<br />

-se Divisão <strong>de</strong> Gestão do Arquivo <strong>Municipal</strong> (DGAM), ficando<br />

afeta <strong>ao</strong> Departamento <strong>de</strong> gestão Administrativa e Informação<br />

<strong>Municipal</strong> (DgAIM), gerido pela vereadora Emília <strong>de</strong><br />

Figueiredo.<br />

Tem como missão <strong>de</strong>finir uma política <strong>de</strong> gestão arquivística<br />

da documentação produzida e recebida, a qual conserva tendo


(...) a memória do concelho<br />

<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> (...) reflete não só<br />

a ativida<strong>de</strong> administrativa<br />

do Município, mas também a vida<br />

da população e o relacionamento<br />

com as instituições municipais.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 75


PROTEGER<br />

em vista objetivos <strong>de</strong> gestão administrativa, <strong>de</strong> prova ou <strong>de</strong><br />

informação, promovendo o seu acesso às unida<strong>de</strong>s orgânicas<br />

da Autarquia, investigadores e cidadãos em geral.<br />

Enquanto unida<strong>de</strong> administrativa incumbe-lhe:<br />

› Recolher, assegurando a transferência dos documentos<br />

produzidos pelos diversos serviços do Município, arquivos e<br />

conjuntos documentais pertencentes a pessoas coletivas ou<br />

individuais, com interesse histórico, patrimonial, arquivístico<br />

e informativo.<br />

› Inventariar, proce<strong>de</strong>ndo <strong>ao</strong> tratamento arquivístico dos<br />

documentos <strong>de</strong> forma a torná-los acessíveis <strong>ao</strong>s utilizadores,<br />

através da elaboração <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição documental.<br />

› Conservar, zelando pela salvaguarda das espécies em<br />

<strong>de</strong>pósito, através da criação <strong>de</strong> boas condições ambientais,<br />

<strong>de</strong> instalação, acondicionamento e <strong>de</strong> segurança.<br />

› Divulgar, difundindo <strong>ao</strong> público o património documental do<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, através da realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

âmbito cultural e educativo.<br />

76 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Entre os vários serviços, o Arquivo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

disponibiliza <strong>ao</strong> cidadão comum o acesso à internet e <strong>ao</strong>s<br />

fundos documentais, sendo possível pedir a leitura presencial<br />

ou a reprodução dos documentos. A investigação por solicita-<br />

ção dos serviços da Autarquia, <strong>de</strong> outras instituições ou<br />

para apoio à elaboração <strong>de</strong> trabalhos científicos é também<br />

possível neste equipamento.<br />

A animação cultural é outra das vertentes, promovendo<br />

exposições, conferências, encontros e comemorações <strong>de</strong><br />

efeméri<strong>de</strong>s. No âmbito educativo estão incluídas visitas <strong>de</strong><br />

estudo e diversas outras iniciativas dirigidas à comunida<strong>de</strong><br />

escolar, que têm como finalida<strong>de</strong> fomentar a curiosida<strong>de</strong><br />

pelo espólio existente no Arquivo.<br />

Outra das valências <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o Arquivo<br />

é o Centro <strong>de</strong> Digitalização. Criado a partir <strong>de</strong> candidatura<br />

<strong>ao</strong> Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégica Nacional (QREN), no<br />

âmbito do Projeto Urbdigital, visa melhorar a qualida<strong>de</strong> dos<br />

serviços prestados pelo Município na área do urbanismo,<br />

facilitando o acesso dos cidadãos e das empresas a<br />

documentação relacionada com os processos <strong>de</strong> obras<br />

particulares.


Além <strong>de</strong> obras, o centro tem à sua responsabilida<strong>de</strong> a digitalização<br />

<strong>de</strong> outras séries, entre elas, processos <strong>de</strong> licenças<br />

<strong>de</strong> condução e <strong>de</strong> matrículas, livros e documentos <strong>de</strong> escrituras,<br />

atas <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> câmara, folhas <strong>de</strong> contacto e proces-<br />

sos <strong>de</strong> alvarás sanitários. São digitalizados os documentos<br />

mais representativos, sendo <strong>de</strong>pois disponibilizados na intranet<br />

da <strong>Câmara</strong> e, futuramente, na internet, <strong>de</strong> modo a tornar<br />

o acesso à informação mais eficiente e eficaz.<br />

edifício <strong>de</strong> linhas contemporâneas<br />

Projetado por Fernando Martins e joão Santa-Rita, o edifício,<br />

a praça pública e o estacionamento foram concebidos com o<br />

objetivo <strong>de</strong> articulação arquitetónica com a Biblioteca <strong>Municipal</strong><br />

josé Saramago.<br />

Construído <strong>de</strong> raiz para albergar o Arquivo, trata-se <strong>de</strong> um<br />

edifício <strong>de</strong> linhas mo<strong>de</strong>rnas, com os tetos em betão à vista,<br />

acabados a verniz mate transparente. A fachada é composta<br />

por panos <strong>de</strong> vidro duplo, colocados interiormente às lâminas<br />

estruturais, afastadas <strong>de</strong>z centímetros das lajes formadas<br />

por vidros laminados translúcidos.<br />

já em 2009, o projeto do edifício foi um dos nomeados para<br />

o mais prestigiado prémio <strong>de</strong> arquitetura europeu, o prémio<br />

Mies Van <strong>de</strong>r Rohe.<br />

(...) em 2009,<br />

o projeto do edifício<br />

foi um dos nomeados<br />

para o mais prestigiado<br />

prémio <strong>de</strong> arquitetura<br />

europeu, o prémio<br />

Mies Van <strong>de</strong>r Rohe.<br />

HorÁrio<br />

De segunda a sexta-feira<br />

das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00<br />

Feriado <strong>Municipal</strong> – 26 <strong>de</strong> julho<br />

LocALiZAçÃo e coNtActos<br />

Rua Cesário Ver<strong>de</strong><br />

2670-527 <strong>Loures</strong><br />

Telefone: 211 150 760<br />

Fax: 211 150 757<br />

E-mail: dgam@cm-loures.pt<br />

Site: http://www.cm-loures.pt/aa_Arquivo.asp<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 77


SENTIR<br />

A natureza<br />

e o património<br />

DESPORTO AVENTURA E CULTURA<br />

O Desporto Aventura e Cultura é um projeto da <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> que visa incentivar a prática <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> física regular e, simultaneamente, dar a conhecer o riquíssimo património natural e construído<br />

do concelho.<br />

Des<strong>de</strong> 2003, ano em que o projeto foi iniciado, com outra<br />

<strong>de</strong>signação, a <strong>Câmara</strong> tem apostado em ativida<strong>de</strong>s outdoor,<br />

<strong>de</strong> acesso livre e gratuito, privilegiando o contacto com a<br />

natureza e o consequente bem-estar físico e psicológico dos<br />

participantes.<br />

Ao longo dos anos tem-se verificado um aumento significativo<br />

do número <strong>de</strong> caminheiros, que se vão fi<strong>de</strong>lizando nesta<br />

ativida<strong>de</strong>, principalmente pela varieda<strong>de</strong> da oferta disponi-<br />

bilizada através <strong>de</strong> quatro programas distintos:<br />

› Caminhando com a História<br />

› Volta Pe<strong>de</strong>stre <strong>ao</strong> Concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

› Family Bike<br />

› Percursos Noturnos<br />

78 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

O facto <strong>de</strong> o Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> ser muito rico em património<br />

cultural, faz com que a gran<strong>de</strong> maioria dos trajetos esteja<br />

englobada no programa caminhando com a História, no<br />

qual os participantes são convidados a <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> belas<br />

paisagens pontuadas por monumentos e sítios plenos <strong>de</strong><br />

histórias para contar.<br />

Deixamos-lhe aqui algumas propostas para aproveitar o<br />

tempo livre e usufruir do melhor que temos neste concelho:<br />

a natureza e o património.


Ao longo<br />

dos anos tem-se<br />

verificado<br />

um aumento<br />

significativo<br />

do número<br />

<strong>de</strong> caminheiros,<br />

que se vão<br />

fi<strong>de</strong>lizando<br />

nesta ativida<strong>de</strong><br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 79


SENTIR<br />

Por Trilhos <strong>de</strong> Ponte<br />

<strong>de</strong> Lousa<br />

O percurso tem início na Ponte <strong>de</strong> Lousa, seguindo um trilho<br />

<strong>de</strong> pé posto que acompanha o vale da ribeira <strong>de</strong> Lousa.<br />

Depois, sobe-se até <strong>ao</strong> moinho do Chacoso, passando-se<br />

junto à Quinta <strong>de</strong> Santa Luzia. O itinerário prossegue até<br />

<strong>ao</strong> vale, passando pelo Casal do Pisão e atravessando a<br />

N8, para atingir, na encosta oposta, o ponto alto da Portela.<br />

O trajeto <strong>de</strong> cumeada segue até <strong>ao</strong> sítio arqueológico do<br />

Penedo do gato, on<strong>de</strong> é feita uma paragem para visitar a<br />

gruta. Continua com uma <strong>de</strong>scida até <strong>ao</strong> Bocal, atravessando<br />

o rio <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, para voltar a subir até à pequena povoação<br />

<strong>de</strong> Fontelas. Já perto do final, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> apreciar a gruta do<br />

Tufo <strong>de</strong>sce-se em direção à Ponte <strong>de</strong> Lousa, terminando<br />

assim a caminhada.<br />

80 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


Trilhos das Antas<br />

e dos Fortins<br />

A partida é junto à entrada do Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />

<strong>de</strong> Montachique, em Fanhões, com subida rumo <strong>ao</strong> Reduto<br />

do Mosqueiro, fortificação militar integrada no Sistema<br />

Defensivo <strong>de</strong> Lisboa, edificado no início do século x i x aquando<br />

da terceira Invasão Francesa.<br />

Aqui, retoma-se a caminhada em direção a Casainhos,<br />

usando a antiga re<strong>de</strong> viária militar, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> observar<br />

uma paisagem rural única, caracterizada por um mosaico<br />

<strong>de</strong> parcelas agrícolas <strong>de</strong>limitadas por muros <strong>de</strong> pedra seca,<br />

com noras, picotas e engenhos para elevar a água.<br />

Após paragem na Anta <strong>de</strong> Casainhos, monumento associado<br />

a ritos funerários construído pelas comunida<strong>de</strong>s da pré-<br />

-história recente, percorre-se a ribeira, até se atingir outro<br />

local <strong>de</strong> referência arqueológica, a Diáclase e a Anta <strong>de</strong><br />

Salemas.<br />

A partir <strong>de</strong>ste ponto inicia-se a <strong>de</strong>scida para a povoação<br />

<strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lousa, para subir até à Anta <strong>de</strong> Carcavelos,<br />

monumento megalítico que se encontra em excelente estado<br />

<strong>de</strong> conservação.<br />

Após breve pausa, o itinerário segue em direção <strong>ao</strong> antigo<br />

sanatório <strong>de</strong> Lousa, atravessando <strong>de</strong>pois a povoação <strong>de</strong><br />

Montachique, no regresso <strong>ao</strong> Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço<br />

<strong>de</strong> Montachique.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 81


SENTIR<br />

Em linha com o Aqueduto<br />

Hoje, na malha urbana <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> não conseguimos ver o<br />

aqueduto na sua forma original, apenas se vislumbram alguns<br />

traços da estrutura inicial, e mesmo assim algo disfarçados<br />

na paisagem urbana.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um trajeto pontuado pelas estruturas que<br />

interrompem a monotonia da galeria agarrada <strong>ao</strong> chão, no<br />

qual o aqueduto corre rápido, à superfície, em direção <strong>ao</strong><br />

gran<strong>de</strong> chafariz do Largo 4 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Esta obra arquitetónica tinha como principal objetivo <strong>alimentar</strong><br />

o gran<strong>de</strong> chafariz, e um outro construído nas Alvogas em<br />

1794, que por sua vez faziam chegar a água à população<br />

do lugar <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>, bem como enchiam o bebedouro para<br />

os animais. Era a forma mais simples <strong>de</strong> matar a se<strong>de</strong> às<br />

gentes do lugar, <strong>ao</strong>s seus animais e <strong>ao</strong>s viajantes <strong>de</strong> e para<br />

Lisboa, Malveira ou Mafra. Participe neste percurso e fique<br />

a conhecer melhor toda esta história.<br />

82 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

Marcha da Fome<br />

As greves <strong>de</strong> 8 e 9 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1944 foram o corolário <strong>de</strong><br />

várias lutas contra os racionamentos e o envio <strong>de</strong> géneros<br />

alimentícios para a Alemanha <strong>de</strong> Hitler. gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ste<br />

movimento <strong>de</strong>senvolveu-se em redor <strong>de</strong> importantes centros<br />

industriais da região <strong>de</strong> Lisboa, como é o caso <strong>de</strong> Sacavém,<br />

Póvoa e Alhandra. E foi precisamente <strong>de</strong> Sacavém que<br />

saiu uma manifestação, encabeçada por mulheres, que se<br />

dirigiu à se<strong>de</strong> do concelho, em <strong>Loures</strong>, para exigir menos<br />

fome e mais pão <strong>ao</strong> então presi<strong>de</strong>nte Dário Canas. Trata-<br />

-se da Marcha da Fome, como ficou conhecida, que aqui<br />

preten<strong>de</strong>mos reproduzir.


Por Terras e Quintas<br />

do Arinto<br />

A região <strong>de</strong> Bucelas é caracterizada por extensas encostas<br />

cobertas <strong>de</strong> vinhedos, pontilhadas por quintas vitivinícolas,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> provém o magnífico vinho branco Arinto.<br />

Este percurso, essencialmente rural, tem início junto <strong>ao</strong><br />

Centro <strong>de</strong> Interpretação da Rota Histórica das Linhas <strong>de</strong><br />

Torres (RHLT), em Bucelas, seguindo em direção <strong>ao</strong> Forte<br />

do Arpim, imóvel militar incluído no sistema <strong>de</strong>fensivo das<br />

Linhas <strong>de</strong> Torres, atravessando a Quinta do Boição e alguns<br />

dos mais bonitos vales da região.<br />

Após a visita a esta estrutura, recentemente recuperada pela<br />

<strong>Câmara</strong> lourense, segue-se rumo à povoação <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Rei,<br />

on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m observar duas estelas, uma <strong>de</strong>las relativa<br />

<strong>ao</strong> antigo termo da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, passando <strong>de</strong>pois pela<br />

quinta <strong>de</strong> um dos produtores <strong>de</strong> arinto, a Chão do Prado.<br />

Na parte final da caminhada, com vista privilegiada para<br />

as serras e os vales ver<strong>de</strong>jantes do norte do concelho,<br />

retorna-se a Bucelas, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá apreciar a igreja matriz,<br />

que alberga um núcleo <strong>de</strong> arte sacra, o cipo e as inscrições<br />

romanas no seu adro, bem como o largo do coreto.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 83


Percurso gR30<br />

Integrado na Rota Histórica da Linhas <strong>de</strong> Torres (RHLT),é<br />

um itinerário que perpassa uma vasta região com várias<br />

obras militares da 1.ª e da 2.ª Linhas Defensivas <strong>de</strong> Lisboa.<br />

O Parque <strong>Municipal</strong> do Cabeço <strong>de</strong> Montachique é o ponto<br />

<strong>de</strong> encontro e <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>sta caminhada, que começa por<br />

rumar <strong>ao</strong> Reduto do Mosqueiro, a partir do qual segue pela<br />

estrada militar, paralela <strong>ao</strong> escarpamento, até <strong>ao</strong> Reduto <strong>de</strong><br />

Ribas. Descendo o vale, prossegue pela serra dos Picotinhos,<br />

encaminhando-se <strong>de</strong>pois para o vale do Trancão, passando<br />

84 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

<strong>ao</strong> lado do Reduto do Quadradinho, da Bateria dos galvões<br />

e do escarpamento dos Picotinhos.<br />

Posteriormente, o percurso atravessa o vale do Trancão, em<br />

Bucelas, continuando pela antiga estrada militar, <strong>ao</strong> longo<br />

da cumeada da serra <strong>de</strong> Serves. Na <strong>de</strong>scida, passa pelas<br />

três posições militares da Aguieira e pelo Forte do Arpim,<br />

em direção <strong>ao</strong> Mato da Cruz, chegando por fim <strong>ao</strong> Centro <strong>de</strong><br />

Interpretação da RHLT em Bucelas.


Ruas com História<br />

O Largo 4 <strong>de</strong> Outubro, em <strong>Loures</strong>, marca o início e o fim <strong>de</strong>ste<br />

percurso noturno, on<strong>de</strong> se invoca a memória da implantação<br />

da República em 1910, que neste concelho se antecipou à<br />

data oficial.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 85


Marcha dos Fortes<br />

Organizada pelo Clube <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ar Livre (CAAL) em<br />

colaboração com os municípios <strong>de</strong> Torres Vedras, Mafra,<br />

Arruda dos Vinhos, Sobral <strong>de</strong> Monte Agraço e <strong>Loures</strong>, esta<br />

marcha percorre algumas das mais importantes fortificações<br />

militares edificadas para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r Lisboa da terceira Invasão<br />

Francesa.<br />

A caminhada tem início no Forte <strong>de</strong> São Vicente, em Torres<br />

Vedras, terminando a manhã no Forte do Alqueidão, no Sobral<br />

<strong>de</strong> Monte Agraço, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter passado pelas fortificações<br />

<strong>de</strong> Enxara, em Mafra. A tar<strong>de</strong> prossegue com a visita às<br />

estruturas militares <strong>de</strong> Arruda dos Vinhos, seguindo-se uma<br />

passagem pelo Reduto da Ajuda gran<strong>de</strong>, já no concelho <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong>, para terminar na vila <strong>de</strong> Bucelas.<br />

86 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012


Trilhos dos Arrábidos<br />

O Convento <strong>de</strong> Nossa Senhora da Conceição, em Santa<br />

Iria <strong>de</strong> Azóia, fundado em 1584, é um dos dois conventos<br />

franciscanos arrábidos existentes no Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />

e o local on<strong>de</strong> se inicia este percurso. Atravessa o Bairro<br />

da Portela da Azóia e, chegado à linha <strong>de</strong> cumeada da<br />

serra <strong>de</strong> Santa Iria, inicia a <strong>de</strong>scida em direção à Quinta<br />

do Monteiro-Mor. Segue pela várzea, passando pelo Palácio<br />

dos Arcebispos, em Santo Antão do Tojal, até <strong>ao</strong> esteiro da<br />

Princesa. Na reta final, já em meio urbano, o trajeto faz-se<br />

pela EN8 até <strong>ao</strong> antigo Convento do Espírito Santo, fundado<br />

em 1574, que alberga o atual Museu <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>,<br />

na Quinta do Conventinho.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 87


Por Trilhos do Tejo<br />

e do Trancão<br />

Esta caminhada percorre a zona ribeirinha do Tejo e a foz<br />

do Trancão, seguindo o traçado do canal do Alviela, dando a<br />

conhecer um pouco melhor o património histórico e natural<br />

<strong>de</strong>sta zona ribeirinha do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>.<br />

O canal do Alviela é um sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa e concelhos limítrofes, que foi inaugurado<br />

por D. Luís em 1880.<br />

Um dos troços mais emblemáticos <strong>de</strong>ste aqueduto, que<br />

totaliza 114 km <strong>de</strong> extensão, é o Sifão <strong>de</strong> Sacavém, uma<br />

notável obra <strong>de</strong> engenharia. Contudo, nos anos 30 do século<br />

passado, este sistema foi consi<strong>de</strong>rado insuficiente, tendo<br />

88 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

sido então ampliado com a construção do Aqueduto do Tejo,<br />

ainda em funcionamento.<br />

A caminhada tem início na EN115-5, junto <strong>ao</strong> limite original<br />

da Quinta <strong>de</strong> Valflores, em Santa Iria <strong>de</strong> Azóia, seguindo<br />

em direção à igreja matriz, com <strong>de</strong>stino <strong>ao</strong> Vale das Duas<br />

Portas, atravessando o Canal do Tejo.<br />

Ruma-se <strong>de</strong>pois a São joão da Talha e daí à Quinta dos<br />

Remédios, na Boba<strong>de</strong>la, retomando-se então o traçado do<br />

Canal do Alviela, através da Quinta da Parreirinha. Daqui<br />

<strong>de</strong>sce-se para Sacavém, atravessa-se a ponte sobre o rio<br />

Trancão (paralela <strong>ao</strong> Sifão) chegando-se <strong>ao</strong> final do percurso.


Pelas Ruas <strong>de</strong> Sacavém<br />

Caminhadas lúdico-culturais pela malha urbana da região,<br />

que vão <strong>ao</strong> encontro da história e das memórias da cida<strong>de</strong>,<br />

dando a conhecer os locais relacionados com a antiga<br />

Fabrica <strong>de</strong> Loiça e com o património religioso <strong>de</strong> Sacavém.<br />

Aqui, os caminheiros têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> optar por dois<br />

percursos distintos: “A Cida<strong>de</strong> e a Fábrica” ou “Os Caminhos<br />

do Sagrado”.<br />

Pelas Ruas <strong>de</strong> Moscavi<strong>de</strong><br />

Por entre ruas e pracetas, prédios e urbanizações, as freguesias<br />

da Portela e Moscavi<strong>de</strong> escon<strong>de</strong>m alguns recantos<br />

com valor histórico, artístico e arquitetónico que testemu-nham<br />

hábitos e vivências <strong>de</strong> um passado mais nobre <strong>de</strong>sta zona<br />

do Município <strong>de</strong> <strong>Loures</strong>. Um conceito diferente para quem<br />

gosta <strong>de</strong> caminhar em meio urbano.<br />

Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 89


A volta pe<strong>de</strong>stre <strong>ao</strong> concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> é outro dos<br />

programas integrados neste projeto, que preten<strong>de</strong> percorrer<br />

o Município em três etapas <strong>de</strong> aproximadamente 26 km<br />

cada, num total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 78 km.<br />

A primeira etapa liga o Parque da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> a Bucelas;<br />

a segunda tem início junto à EBI <strong>de</strong> Bucelas e termina em<br />

Montachique; a terceira e última parte <strong>de</strong> Montachique e<br />

ruma a <strong>Loures</strong>, ficando assim completa esta volta que lhe<br />

permite conhecer <strong>de</strong> forma saudável e peculiar o território<br />

municipal.<br />

Os passeios <strong>de</strong> BTT são mais uma das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar<br />

livre que têm vindo a crescer em número <strong>de</strong> participantes.<br />

O Family Bike <strong>de</strong>stina-se, essencialmente, a iniciados na<br />

modalida<strong>de</strong> e a famílias que pretendam <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> passeios<br />

<strong>de</strong> bicicleta em ambiente calmo e <strong>de</strong>scontraído, com a lezíria<br />

e a várzea <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> como pano <strong>de</strong> fundo.<br />

Os percursos Noturnos, uma excelente alternativa para os<br />

meses <strong>de</strong> verão, quando os dias são <strong>de</strong>masiado quentes<br />

e <strong>de</strong>sconfortáveis para caminhar, correndo-se o risco <strong>de</strong><br />

insolação ou <strong>de</strong>sidratação. Estas caminhadas noturnas<br />

permitem, assim, exercitar com temperaturas mais amenas<br />

e usufruir <strong>de</strong> toda a envolvência da noite que, nalguns pontos<br />

do concelho, permite <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> fantásticas vistas sobre o<br />

Tejo.<br />

Agora que já conhece as nossas propostas para a prática <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ar livre, fique atento à calendarização disponível<br />

em www.cm-loutes.pt, e agen<strong>de</strong> a sua caminhada.<br />

90 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

se estÁ A pLANeAr<br />

LANçAr-se NuMA <strong>de</strong>stAs<br />

AveNturAs, prepAre-se e...<br />

coNHeçA eXteNsÃo do percurso,<br />

o tempo médio <strong>de</strong> realização,<br />

o tipo <strong>de</strong> terreno e as condições climatéricas;<br />

veriFiQue A diFicuLdA<strong>de</strong> do percurso e escolha<br />

o que mais se a<strong>de</strong>qua à sua condição física;<br />

iNicie A cAMiNHAdA com um ritmo suave, evitando<br />

<strong>de</strong>masiadas paragens, pois quebram o ritmo.<br />

Mas antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa não<br />

se esqueça <strong>de</strong> levar…<br />

Água suficiente para o percurso;<br />

Mochila com reforço <strong>alimentar</strong> (barras energéticas e<br />

frutos secos são uma boa opção);<br />

Calçado confortável, roupa prática e chapéu;<br />

Telemóvel para alguma emergência.<br />

Para mais informações e inscrições contacte<br />

a Divisão <strong>de</strong> Desporto e juventu<strong>de</strong>,<br />

através dos telefones 211 151 157 / 211 151 176 ou<br />

pelo en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correio eletrónico ddj@cm-loures.pt


Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012 :: 91


POST-IT<br />

Avós e Netos<br />

vão <strong>ao</strong> cinema<br />

Centenas <strong>de</strong> crianças e suas<br />

famílias foram <strong>ao</strong> Centro<br />

Cultural <strong>de</strong> Moscavi<strong>de</strong>, entre<br />

os dias 12 e 16 <strong>de</strong> junho,<br />

assistir <strong>ao</strong> filme Dia <strong>de</strong> Surf.<br />

Com as iniciativas<br />

“A Escola Vai <strong>ao</strong> Cinema” e<br />

“Cinema para Avós e Netos”,<br />

a <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

preten<strong>de</strong>u proporcionar uma<br />

ida <strong>ao</strong> cinema gratuita<br />

às crianças do concelho<br />

<strong>de</strong> <strong>Loures</strong> finalistas do<br />

1.º Ciclo do Ensino Básico e,<br />

simultaneamente,<br />

sublinhar a importância <strong>de</strong><br />

valores como a amiza<strong>de</strong>,<br />

a conservação<br />

da natureza e os oceanos.<br />

“pais informa” ajuda<br />

a Gerir e poupar<br />

gerir e Poupar foi o tema <strong>de</strong><br />

mais uma sessão do<br />

“Pais Informa”, realizada no<br />

dia 23 <strong>de</strong> maio, que levou<br />

até pais, professores e<br />

encarregados <strong>de</strong> educação,<br />

conselhos sobre educação<br />

financeira.<br />

A ação, em Santa Iria <strong>de</strong><br />

Azóia, teve como oradora<br />

convidada Susana Albuquerque<br />

da Associação <strong>de</strong> Instituições<br />

<strong>de</strong> Crédito Especializado.<br />

A sessão teve como<br />

objetivo dar <strong>ao</strong>s pais as<br />

ferramentas e os conselhos<br />

necessários para, em casa,<br />

ajudarem os mais pequenos<br />

a conhecer o valor<br />

do dinheiro, saber geri-lo <strong>de</strong><br />

forma a satisfazer as suas<br />

necessida<strong>de</strong>s, administrá-lo<br />

com inteligência para<br />

concretizar os seus sonhos e<br />

reconhecer a importância<br />

<strong>de</strong> poupar para o futuro.<br />

92 :: Revista :: <strong>Loures</strong> <strong>Municipal</strong> :: Agosto 2012<br />

dia dos Moinhos<br />

A <strong>Câmara</strong> <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

comemorou, a 18 <strong>de</strong> abril, o<br />

Dia Nacional dos<br />

Moinhos com um vasto leque<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s no Parque<br />

Urbano <strong>de</strong> Santa Iria <strong>de</strong><br />

Azóia.<br />

Mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong><br />

crianças das escolas do<br />

concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fazer uma visita guiada <strong>ao</strong><br />

moinho, participar em<br />

ateliês <strong>de</strong> pintura,<br />

apren<strong>de</strong>r a fazer pão e<br />

brincar nos insufláveis.<br />

No final levaram<br />

um certificado <strong>de</strong><br />

participação entregue por<br />

Ricardo Lima, vereador do<br />

Departamento <strong>de</strong> Ambiente<br />

e Transportes Municipais.<br />

violência doméstica<br />

eu <strong>de</strong>nuncio!<br />

Carlos do Carmo,<br />

Yolanda Soares,<br />

Laurent Filipe, gil do Carmo,<br />

Nelo Ribeiro, Cláudia<br />

Vieira, Ana Cláudia Santos,<br />

Custódia gallego, joão<br />

Ricardo, Pedro Diogo, Rosa<br />

Villa, Fernando Ferrão e<br />

júlia Belard são alguns dos<br />

mais <strong>de</strong> 20 artistas que,<br />

no dia 29 <strong>de</strong> junho, vieram<br />

a <strong>Loures</strong> <strong>de</strong>nunciar o crime<br />

<strong>de</strong> violência doméstica num<br />

espetáculo <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />

que a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong><br />

promoveu a favor da<br />

Associação <strong>de</strong> Mulheres<br />

Contra a Violência.


Bastonários<br />

das or<strong>de</strong>ns<br />

dos arquitetos <strong>de</strong><br />

cabo ver<strong>de</strong> e Angola<br />

em <strong>Loures</strong><br />

Realizou-se, no dia 27 <strong>de</strong><br />

abril, no Parque da Cida<strong>de</strong>,<br />

em <strong>Loures</strong>, um jantar que<br />

visou reunir nomes do setor<br />

da construção sustentável da<br />

CPLP, após a realização<br />

da conferência sobre<br />

Construção e Reabilitação<br />

Sustentável <strong>de</strong> Edifícios no<br />

Espaço Lusófono.<br />

Estiveram presentes, entre<br />

outros convidados, os<br />

bastonários das or<strong>de</strong>ns dos<br />

arquitetos <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> e<br />

Angola, César Freitas<br />

e António gameiro e o<br />

coor<strong>de</strong>nador do Programa<br />

“Casa para Todos” em Cabo<br />

Ver<strong>de</strong>, Hél<strong>de</strong>r Almeida.<br />

Brincar à ciência<br />

nas Férias da páscoa<br />

O Centro <strong>de</strong> Documentação<br />

e Informação Avelar Brotero<br />

recebeu, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> março<br />

a 1 <strong>de</strong> abril, as escolas do<br />

concelho <strong>de</strong> <strong>Loures</strong> para<br />

“Brincar à Ciência nas Férias<br />

da Páscoa”.<br />

Os alunos visitaram<br />

exposições, visionaram<br />

filmes, assistiram<br />

a <strong>de</strong>monstrações e a<br />

experiências científicas, entre<br />

outras ativida<strong>de</strong>s.<br />

Para além <strong>de</strong> incentivar à<br />

reflexão sobre a importância<br />

da aplicação da ciência<br />

à inovação, a iniciativa<br />

possibilitou bons momentos<br />

<strong>de</strong> aprendizagem e<br />

brinca<strong>de</strong>ira.<br />

controlo da<br />

Qualida<strong>de</strong> da Água<br />

O Laboratório <strong>de</strong> águas<br />

realiza<br />

diariamente análise <strong>de</strong><br />

controlo da qualida<strong>de</strong> da<br />

água nos municípios <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong> e Odivelas<br />

(em torneiras <strong>de</strong> consumo e<br />

nos vários órgão da re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> distribuição).<br />

Com este apertado controlo,<br />

os SMAS <strong>de</strong> <strong>Loures</strong><br />

garantem a qualida<strong>de</strong><br />

da água.<br />

Em 2011, foram realizadas<br />

36 079 análises/<br />

/<strong>de</strong>terminações, das quais<br />

99,88% cumprem com todos<br />

os requisitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água para consumo humano.<br />

Mercado Agrobio<br />

O Mercado Agrobio <strong>de</strong><br />

<strong>Loures</strong> festejou o primeiro<br />

aniversário, em 14 <strong>de</strong> julho.<br />

As iniciativas <strong>de</strong>ste primeiro<br />

ano <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, feitas em<br />

parceria com os produtores e<br />

o movimento associativo do<br />

concelho, foram assinaladas<br />

com <strong>de</strong>gustações <strong>de</strong><br />

diversas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

produtos biológicos, frescos<br />

e transformados.<br />

Realiza-se na Praça da<br />

Liberda<strong>de</strong>, <strong>ao</strong>s sábados,<br />

das 9h às 14h.<br />

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