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Resumo de Regras - Escola de Música da UFMG

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1 Introdução<br />

Contraponto Palestriniano<br />

<strong>Resumo</strong> <strong>de</strong> <strong>Regras</strong><br />

Antônio Gilberto Machado <strong>de</strong> Carvalho ∗<br />

gilberto@musica.ufmg.br<br />

Este conjunto <strong>de</strong> regras não preten<strong>de</strong> ser um substituto para a fonte original 1 <strong>de</strong> on<strong>de</strong> as<br />

últimas foram retira<strong>da</strong>s, porém sim ser uma compilação que facilite a memorização <strong>da</strong>s<br />

mesmas e, conseqüentemente, a realização mas fluente <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong>ntro do estilo em<br />

questão, o qual é o contraponto do século XVI.<br />

2 Contraponto a 2 Partes<br />

2.1 1a. Espécie<br />

2.1.1 Exercícios Preliminares – Elaboração <strong>de</strong> Melodias<br />

1992.<br />

• Escrever nos modos eclesiásticos.<br />

• Começar e terminar com tônica ou dominante.<br />

• Po<strong>de</strong>m ser empregados todos os intervalos justos, maiores ou menores, ascen<strong>de</strong>ntes<br />

ou <strong>de</strong>scententes, iguais ou menores do que uma quinta.<br />

• Po<strong>de</strong> ser emprega<strong>da</strong> a 6a. menor ascen<strong>de</strong>nte.<br />

• Quando ascen<strong>de</strong>ntes, saltos maiores <strong>de</strong>vem prece<strong>de</strong>r aos menores e vice-versa.<br />

• Cui<strong>da</strong>r para a manutenção do estilo melódico.<br />

• Atingir o ponto culminante apenas uma vez. Dedicar cui<strong>da</strong>do idêntico ao som mais<br />

grave <strong>da</strong> melodia.<br />

∗ <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Música</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

1 Counterpoint: the polyphonic vocal style of the Sixteenth Century, Knud Jeppesen, New York: Dover,<br />

1


• Nas cadências, com exceção do modo Frígio, o 7o. grau <strong>da</strong> escala aparece elevado<br />

<strong>de</strong> um semitom cromático.<br />

• Nas cadências, não atingir o 7o. grau por salto ascenten<strong>de</strong>. Preferir um movimento<br />

por graus conjuntos. Não obstante, é possível atingí-lo por salto <strong>de</strong> terça<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte.<br />

• Na melodia, evitar <strong>de</strong>masiado número <strong>de</strong> saltos. Procurar um equilíbrio <strong>de</strong>stes com<br />

graus conjuntos.<br />

• Evitar seqüências.<br />

2.1.2 Contraponto – <strong>Regras</strong><br />

1. Somente po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s combinações consonantes (a 4a. é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma<br />

dissonância).<br />

2. Começar e terminar com uma consonância perfeita (8a. ou 5a.). Entretanto, se o<br />

contraponto fica na parte inferior, somente a oitava e o uníssono po<strong>de</strong>m ser empregados<br />

(tanto no início quanto no final).<br />

3. Uníssonos po<strong>de</strong>m ocorrer somente na primeira e na última notas do cantus firmus.<br />

4. Não são permiti<strong>da</strong>s oitavas e quintas paralelas.<br />

5. O cantus firmus e o contraponto não <strong>de</strong>vem ficar muito distantes um do outro.<br />

Somente por justificativas melódicas fortes o intervalo entre eles <strong>de</strong>ve ser maior do<br />

que uma décima.<br />

6. O contraponto e o cantus firmus não <strong>de</strong>vem mover-se por muito tempo em 3as. ou<br />

6as. paralelas. Fazer, no máximo, quatro <strong>de</strong>stes intervalos seguidos.<br />

7. Se as duas partes saltam na mesma direção, nenhuma <strong>de</strong>las <strong>de</strong>ve efetuar um salto<br />

maior do que uma 4a. (o salto <strong>de</strong> 8a. não é incluído aqui, já que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />

um tipo <strong>de</strong> repetição do mesmo tom).<br />

8. Sempre que possível, preferir o movimento contrário.<br />

2.2 2a. Espécie<br />

2.2.1 Exercícios Preliminares – Elaboração <strong>de</strong> Melodias<br />

•<br />

Às regras expostas anteriormente somam-se aquelas que estão a seguir.<br />

• As melodias são escritas em mínimas.<br />

•<br />

É possível começar com uma anacruse. Neste caso, a primeira nota <strong>de</strong>ve ser a tônica<br />

ou a quinta <strong>da</strong> escala.<br />

2


• A antepenúltima e a penúltima nota po<strong>de</strong>m ser substituí<strong>da</strong>s por uma semibreve.<br />

• Nesta e em to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>mais espécies a última nota é sempre uma breve.<br />

• Nesta e nas espécies subseqüentes é proibi<strong>da</strong> a repetição <strong>de</strong> uma nota.<br />

• A regra sobre intervalos maiores e menores numa mesma direção <strong>de</strong>ve ser rigorosamente<br />

observa<strong>da</strong>. Entretanto, a sucessão intervalar 2 +2/+3/−2 é idiomaticamente<br />

correta. A sucessão −3/−2/+2, por outro lado, não é tão boa, mas po<strong>de</strong> ser usa<strong>da</strong>.<br />

2.2.2 Contraponto – <strong>Regras</strong><br />

1. A thesis (porção acentua<strong>da</strong> do compasso) <strong>de</strong>ve sempre ser uma consonância.<br />

2. A arsis (porção não–acentua<strong>da</strong> do compasso) po<strong>de</strong> ser consonância ou dissonância.<br />

3. A consonância po<strong>de</strong> ser introduzi<strong>da</strong> livremente.<br />

4. A dissonância <strong>de</strong>ve ser alcança<strong>da</strong> e <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong> por grau conjunto na mesma direção.<br />

Desta forma ela preenche um intervalo <strong>de</strong> terça entre as duas notas que estão a seu<br />

lado (consonâncias).<br />

5. Em thesis o uníssono é somente permitido na primeira e última notas do cantus<br />

firmus. No restante do contraponto, entretanto, ele po<strong>de</strong> ser empregado em arsis.<br />

Sempre que possível, o uníssono alcançado por salto <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado por movimento<br />

em grau conjunto na direção oposta à do salto.<br />

6. Quintas e oitavas em thesis sucessivas <strong>de</strong>vem ser cui<strong>da</strong>dosamente emprega<strong>da</strong>s, ain<strong>da</strong><br />

que não sejam inteiramente excluí<strong>da</strong>s.<br />

2.3 3a. Espécie<br />

2.3.1 Exercícios Preliminares – Elaboração <strong>de</strong> Melodias<br />

•<br />

Às regras expostas anteriormente somam-se aquelas que estão a seguir.<br />

• As melodias <strong>de</strong>vem ser escritas em semínimas.<br />

•<br />

É possível começar com uma anacruse empregando uma (mais comum), duas ou<br />

três pausas <strong>de</strong> semínima (as duas últimas ocasionalmente).<br />

• No penúltimo compasso é possível substituir as semínimas por duas mínimas ou<br />

uma semibreve. Como as espécies anteriores, terminar com uma breve.<br />

2 A partir <strong>de</strong>ste ponto é emprega<strong>da</strong> uma codificação <strong>de</strong> seqüências intervalares na qual o sinal antes <strong>de</strong><br />

um algarismo indica a direção do intervalo e o próprio número indica a classe do intervalo. Por exemplo,<br />

+2/ + 3/ − 2 significa segun<strong>da</strong> ascen<strong>de</strong>nte– terça ascen<strong>de</strong>nte–segun<strong>da</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, não importando a<br />

dimensão do intervalo, ou seja, se as segun<strong>da</strong>s ou terças são menores ou maiores.<br />

3


• Não são permitidos dois ou mais saltos na mesma direção. Neste sentido somente<br />

são emprega<strong>da</strong>s as combinações +3/ + 2 (terça ascen<strong>de</strong>nte segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> ascen<strong>de</strong>nte)<br />

e −2/ − 3 (segun<strong>da</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> terça <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte).<br />

• Não <strong>de</strong>vem ser realizados saltos ascen<strong>de</strong>ntes partindo <strong>de</strong> semínimas acentua<strong>da</strong>s<br />

(primeira e terceira <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> semibreve). Por outro lado, são possíveis saltos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

na mesma condição.<br />

• Todos os saltos <strong>de</strong>vem ser preenchidos imediatamente após sua realização. Assim,<br />

o salto −3 tem sua melhor continuação como −3/ + 2. Porém, também po<strong>de</strong> ser<br />

continuado por saltos ascen<strong>de</strong>ntes, tais como as sucessões −3/+3, −3/+4, −3/+5,<br />

−3/ + 6, −3/ + 8 (observando-se os intervalos possíveis, é claro). Entretanto. em<br />

nenhuma circunstância po<strong>de</strong>ria ser continuado por um movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte.<br />

• Uma semínima não acentua<strong>da</strong> (segun<strong>da</strong> ou quarta <strong>de</strong> uma semibreve) alcança<strong>da</strong> por<br />

grau conjunto inferior ou continua ascen<strong>de</strong>ntemente por grau conjunto na mesma<br />

direção ou salta uma terça abaixo.<br />

• Uma seminíma não acentua<strong>da</strong> alcança<strong>da</strong> por grau conjunto superior po<strong>de</strong> ser mais<br />

comumente continua<strong>da</strong> através <strong>da</strong> sucessão −2/ − 3/ + 2, mas também por −2/ + 3,<br />

−2/ + 4, −2/ + 5 e −2/ + 8.<br />

• Seqüências <strong>de</strong>vem ser evita<strong>da</strong>s.<br />

• Não são bons saltos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> duas semínimas sucessivamente acentua<strong>da</strong>s.<br />

Saltos ascen<strong>de</strong>ntes na mesma condição são ain<strong>da</strong> piores.<br />

• Não repetir a altura <strong>da</strong> primeira semínima na terceira quando esta for introduzi<strong>da</strong><br />

em movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. O mesmo é válido para as semínimas não acentua<strong>da</strong>s.<br />

Entretanto, se a terceira ou a quarta semínimas forem introduzi<strong>da</strong>s ascen<strong>de</strong>ntemente,<br />

elas po<strong>de</strong>m ser repetições <strong>da</strong>s alturas <strong>da</strong> primeira ou <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> semínima,<br />

respectivamente.<br />

2.3.2 Contraponto – <strong>Regras</strong><br />

1. Nas semínimas acentua<strong>da</strong>s (primeira e terceira <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> semibreve do cantus firmus)<br />

somente <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>da</strong>s consonâncias.<br />

2. Nas semínimas não acentua<strong>da</strong>s (segun<strong>da</strong> e quarta <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> semibreve do cantus<br />

firmus) po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>da</strong>s dissonâncias.<br />

3. Além do tratamento <strong>de</strong> dissonâncias já visto na espécie anterior, po<strong>de</strong>m ser também<br />

emprega<strong>da</strong>s as notas auxiliares (bor<strong>da</strong>duras) inferiores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam nas semínimas<br />

não acentua<strong>da</strong>s.<br />

4


4. Ain<strong>da</strong> em relação ao emprego <strong>de</strong> dissonâncias, po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> a cambiata. Tratase<br />

<strong>da</strong> sucessão intervalar −2/−3/+2 iniciando numa semínima acentua<strong>da</strong> (primeira<br />

ou terceira).<br />

5. Como nas espécies anteriores, o contraponto inicia com consonância perfeita. Não<br />

obstante, se o contraponto inicia com anacruse também po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>da</strong>s<br />

consonâncias imperfeitas.<br />

6. Durante o contraponto, o uníssono somente não po<strong>de</strong> ser empregado na primeira<br />

semínima <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> semibreve; nas <strong>de</strong>mais semínimas seu emprego é livre. Além disso,<br />

po<strong>de</strong> ser empregado, como antes, no primeiro e último compassos.<br />

7. Quintas e oitavas em sucessivas semínimas acentua<strong>da</strong>s não são permiti<strong>da</strong>s. Se são<br />

separa<strong>da</strong>s por quatro semínimas (semibreve), são aceitáveis.<br />

2.4 4a. Espécie<br />

2.4.1 Elaboração <strong>de</strong> Melodias<br />

Na medi<strong>da</strong> em que o contraponto, em sua maior parte, move-se em semibreves (duas<br />

mínimas liga<strong>da</strong>s), as mesmas regras melódicas <strong>da</strong> primeira espécia po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s.<br />

Duas indicações, entretanto, são dignas <strong>de</strong> menção:<br />

• A regra para seqüência <strong>de</strong> intervalos maiores e menores numa mesma direção po<strong>de</strong><br />

ser interpreta<strong>da</strong> muito mais livremente.<br />

• O aspecto vertical (preparação e resolução <strong>da</strong>s dissonâncias) <strong>de</strong>ve ser enfatizado em<br />

relação ao aspecto horizontal (melódico).<br />

2.4.2 Contraponto – <strong>Regras</strong><br />

1. As dissonâncias, ao contrário <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> e terceira espécies, po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s somente<br />

nas mínimas acentua<strong>da</strong>s. Vem prepara<strong>da</strong>s (liga<strong>da</strong>s) <strong>da</strong>s partes não-acentua<strong>da</strong>s<br />

prece<strong>de</strong>ntes, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser consonantes com o cantus firmus. As dissonâncias <strong>de</strong>vem<br />

ser resolvi<strong>da</strong>s sob forma <strong>de</strong> consonância na próxima mínima não-acentua<strong>da</strong>.<br />

2. As dissonâncias somente po<strong>de</strong>ms ser resolvi<strong>da</strong>s em consonâncias imperfeitas. Disto<br />

segue que, se o contraponto está na voz superior, somente sétimas e quartas po<strong>de</strong>m<br />

ser emprega<strong>da</strong>s (resolvendo, respectivamente, em sextas e terças). Se o contraponto<br />

está na voz inferior, somente segun<strong>da</strong>s e nonas po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>da</strong>s (resolvendo,<br />

respectivamente, em terças e décimas).<br />

3. Usar tanto quanto possível as dissonâncias <strong>de</strong> suspensão (prepara<strong>da</strong>s e resolvi<strong>da</strong>s).<br />

Entretanto, <strong>de</strong>vido a razões melódicas ou harmônicas, uma consonância também<br />

po<strong>de</strong> aparecer em thesis (parte acentua<strong>da</strong>). Neste caso, a continuação <strong>da</strong> nota<br />

liga<strong>da</strong> não exige que se <strong>de</strong>sça um grau conjunto e po<strong>de</strong> ser por salto (observando as<br />

regras melódicas).<br />

5


4. Se uma consonância sincopa<strong>da</strong> acontece numa parte acentua<strong>da</strong> ela po<strong>de</strong> ser segui<strong>da</strong><br />

por uma dissonância na parte não-acentua<strong>da</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seguindo as regras <strong>da</strong> 2a.<br />

espécie. Ocasionalmente, po<strong>de</strong> ser necessário quebrar a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> síncopes. Neste<br />

caso, po<strong>de</strong>m existir episódios <strong>de</strong> 2a. espécie, os quais <strong>de</strong>vem ser manipulados <strong>de</strong><br />

acordo com o específico conjunto <strong>de</strong> regras.<br />

5. O uníssono po<strong>de</strong> ser empregado livremente nas partes acentua<strong>da</strong>s e não-acentua<strong>da</strong>s.<br />

Se a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> síncopes é quebra<strong>da</strong>s, usar as regras <strong>da</strong> 2a. espécie referente a<br />

uníssonos.<br />

6. Po<strong>de</strong>-se começar com anacruse, a qual <strong>de</strong>ve ser uma consonância perfeita com com<br />

o cantus firmus.<br />

7. Nas cadências, se o contraponto está na voz superior, o melhor é usar a suspensão <strong>de</strong><br />

sétima (resolvendo numa sexta); se o contraponto está na voz inferior, a suspensão<br />

<strong>de</strong> segun<strong>da</strong> (resolvendo em terça) é a regra. Entretanto, se for necessário <strong>de</strong>vido ao<br />

cantus firmus, as duas mínimas do penúltimo compasso po<strong>de</strong>m ser substituí<strong>da</strong>s por<br />

uma semibreve.<br />

2.5 5a. Espécie<br />

2.5.1 Exercícios Preliminares – Elaboração <strong>de</strong> Melodias<br />

1. As melodias são escritas em valores mistos: breve, semibreve, mínima, semínima e<br />

colcheia. Destas, a semibreve e a mínima po<strong>de</strong>m aparecer pontua<strong>da</strong>s.<br />

2.<br />

3.<br />

É importante criar varie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mu<strong>da</strong>nças abruptas <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>vem ser evita<strong>da</strong>s<br />

sendo preferi<strong>da</strong>s transições graduais. A figurações (on<strong>de</strong> w é semibreve, h é mínima,<br />

q é semínima e e é colcheia)<br />

q(ré) q(dó) w(dó) h(si) w(dó)<br />

h(lá) h.(dó) e(si) e(lá) h(si) w(dó)<br />

são muito usa<strong>da</strong>s.<br />

É importante criar melodias “orgânicas” e com continui<strong>da</strong><strong>de</strong>. Desenvolver gradualmente<br />

os movimentos mais rápidos dos mais lentos e vice-versa. O ponto culminante<br />

<strong>de</strong>ve ser valorizado ritmicamente com valores mais longos. Em movimentos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

é melhor que valores maiores venham antes dos menores. Em movimentos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>m acontecer os dois casos.<br />

4. Quanto ao uso <strong>da</strong>s semínimas:<br />

(a) Geralmente é melhor que movimentos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes tenhan início em um pulso<br />

<strong>de</strong> mínima não-acentua<strong>da</strong>. Para movimentos ascen<strong>de</strong>ntes isto é indiferente. Se<br />

o movimento é <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte e se inicia com uma mínima acentua<strong>da</strong>, o mais<br />

6


comum é proce<strong>de</strong>r em graus conjuntos, mas um salto ascenten<strong>de</strong> a partir <strong>da</strong><br />

mínima também é possível. Se o movimento é ascen<strong>de</strong>nte não se emprega graus<br />

conjuntos entre a mínima e a primeira semínima, porém um salto <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />

a partir <strong>da</strong> mínima e <strong>de</strong>pois o movimento ascen<strong>de</strong>ntes em graus conjuntos.<br />

(b) Como uma regra, é melhor que o movimento ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> semínimas continue<br />

até uma mínima acentua<strong>da</strong>. Po<strong>de</strong> continuar até uma mínima não-acentua<strong>da</strong><br />

se esta é liga<strong>da</strong> como uma síncope.<br />

(c) Em um movimento <strong>de</strong> semínimas, empregar, como máximo, aproxima<strong>da</strong>mente<br />

<strong>de</strong>z.<br />

(d) Duas semínimas não <strong>de</strong>vem ficar isola<strong>da</strong>s no lugar <strong>de</strong> uma mínima acentua<strong>da</strong>.<br />

Para remediar isto, alterar o ritmo inserindo semínimas antes e/ou <strong>de</strong>pois.<br />

Entretanto, semínimas ocupando uma mínima acentua<strong>da</strong> po<strong>de</strong>m ocurrer se a<br />

mínima seguinte é liga<strong>da</strong> ou a primeira semínima <strong>da</strong>s duas vem liga<strong>da</strong> a uma<br />

mínima anterior.<br />

5. Colcheias ocupam o lugar <strong>de</strong> uma semínima não-acentua<strong>da</strong> e <strong>de</strong>vem ser alcança<strong>da</strong>s<br />

e <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong>s por grau conjunto. Se forem usa<strong>da</strong>s como bo<strong>da</strong>duras, somente a inferior<br />

é permiti<strong>da</strong>.<br />

6. Sobre a síncope:<br />

(a) A menor figura a ser liga<strong>da</strong> a uma outra é a mínima.<br />

(b) Não é permitido ligar uma figura a uma <strong>de</strong> maior valor (exceto no final, on<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> haver a ligadura <strong>de</strong> uma semibreve a uma breve). Figuras maiores po<strong>de</strong>m<br />

ser liga<strong>da</strong>s a figuras menores, mas neste caso <strong>de</strong>ve haver entre elas a proporção<br />

2:1.<br />

(c) No uso <strong>da</strong> mínima pontua<strong>da</strong>, as regras <strong>da</strong> 3a. espécie se aplicam ao último<br />

terço <strong>da</strong> nota.<br />

2.5.2 Contraponto – <strong>Regras</strong><br />

1. No que diz respeito ao tratamento <strong>da</strong> dissonância, as regras <strong>da</strong>s quatro espécies<br />

prece<strong>de</strong>ntes se aplicam à 5a.<br />

2. Semínimas que vem liga<strong>da</strong>s se mínimas não acentua<strong>da</strong>s não <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>da</strong>s<br />

como dissonâncias.<br />

3. Semínimas que vem liga<strong>da</strong>s se mínimas acentua<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser dissonâncias no pulso<br />

não-acentuado. Neste caso, melhor que as vozes caminhem em graus conjuntos.<br />

4. Uma semínima acentua<strong>da</strong> po<strong>de</strong> dissonar se segue uma mínima acentua<strong>da</strong> em movimento<br />

conjunto <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte.<br />

5. A bor<strong>da</strong>dura superior, em semínimas, somente é possível se prece<strong>de</strong> uma mínima<br />

ou uma semibreve.<br />

7


6. Ao terminar o contraponto, é interessante empregar fórmulas ca<strong>de</strong>nciais (ornamental<br />

com colcheias).<br />

2.6 Contraponto Livre<br />

2.6.1 <strong>Regras</strong><br />

1. To<strong>da</strong>s as regras <strong>da</strong> 5a. espécie são váli<strong>da</strong>s.<br />

2. No que diz respeito às dissonâncias, as regras se aplicam irrestritamente somente<br />

para valores maiores do que semínima contra semínima. Para estes últimos valores,<br />

dissonâncias <strong>de</strong> diferentes tipos (em parte não-acentua<strong>da</strong>) po<strong>de</strong>m ocorrer, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

trata<strong>da</strong>s corretamente em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s vozes em jogo. Esta po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

uma regra geral no tratamento <strong>da</strong> dissonância quando é nota-contra-nota, a qual<br />

diz que:<br />

(a) Valores maiores do que semínima não po<strong>de</strong>m dissonar com valores do mesmo<br />

tipo.<br />

(b) Para valores <strong>de</strong> semínima, ca<strong>da</strong> voz <strong>de</strong>ve tratar a dissonância corretamente.<br />

3. Semínimas acentua<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser dissonâncias:<br />

(a) Quando quatro semínimas, <strong>da</strong>s quais a primeira é acentua<strong>da</strong>, em movimento<br />

conjunto <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, a terceira semínima (assim como a segun<strong>da</strong> e a quarta),<br />

po<strong>de</strong> dissonar. Para isto é necessário que:<br />

(b) A quarta semínima <strong>de</strong>ve ser segui<strong>da</strong> por uma nota segun<strong>da</strong> acima.<br />

(c) A outra voz <strong>de</strong>ve formar uma suspensão com a voz que faz as semínimas.<br />

4. Com relação às suspensões, a outra voz não precisa esperar a resolução <strong>da</strong> suspensão<br />

para movimentar-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que vá para uma nota que, com a resolução forme uma<br />

consonância imperfeita. Nestes casos, suspensões consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s ”más”, como nonas<br />

na voz superior, po<strong>de</strong>m ser permiti<strong>da</strong>s quando resolvem em consonâncias imperfeitas.<br />

É também possível a outra voz movimentar-se antes que a suspensão resolva.<br />

As quatro possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s melódicas para isto são:<br />

(a) Bor<strong>da</strong>duras (superiores ou inferiores).<br />

(b) Notas <strong>de</strong> passagem (ascen<strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes).<br />

Estas quatro possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser resumi<strong>da</strong>s como: Quando a voz que acompanha<br />

a suspensão move-se após uma semínima, é necessário que a primeira semínima<br />

acentua<strong>da</strong> seja segui<strong>da</strong> por dois passos <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> (bor<strong>da</strong>duras ou notas <strong>de</strong> passagem).<br />

5. Durante o uso <strong>de</strong> semínimas são tolera<strong>da</strong>s mais terças ou sextas paralelas do que<br />

quando se usa maiores valores.<br />

8


2.6.2 Colocação do Texto<br />

1. To<strong>da</strong> nota maior do que uma semínima po<strong>de</strong> levar uma sílaba.<br />

2. Uma semínima po<strong>de</strong> levar uma sílaba somente quando segue uma mínima pontua<strong>da</strong><br />

e é segui<strong>da</strong> por uma mínima ou um valor maior. Nestes casos é preferível ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s notas levar uma sílaba.<br />

3. Notas com valores menores do que uma semínima não po<strong>de</strong>m levar uma sílaba.<br />

4. Um conjunto <strong>de</strong> semínimas contígüas po<strong>de</strong> levar somente uma sílaba.<br />

5. Na medi<strong>da</strong> do possível, a pronúncia natural do texto <strong>de</strong>ve ser manti<strong>da</strong> fazendo com<br />

que as sílabas acentua<strong>da</strong>s recaiam sobre notas acentua<strong>da</strong>s.<br />

6. Não é bom mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> sílaba após valores menores do que uma semínima.<br />

7. Deve-se preferir não mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> sílaba após uma mínima pontua<strong>da</strong> (exceto no caso<br />

já citado antes).<br />

8.<br />

É natural que a sílaba final coinci<strong>da</strong> com a última nota <strong>da</strong> frase.<br />

9. No uso <strong>de</strong> imitações, a colocação do texto na primeira aparição <strong>de</strong>ve ser manti<strong>da</strong><br />

para to<strong>da</strong>s as subseqüentes entra<strong>da</strong>s.<br />

10. Repetições <strong>de</strong> alturas requerem novas sílabas, com exceção <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caráter<br />

ornamental (como a antecipação).<br />

2.7 Imitação<br />

2.7.1 Definições e <strong>Regras</strong><br />

1. Imitação em música significa uma maneira <strong>de</strong> escrita na qual uma voz imita ou<br />

copia uma outra, tomando seu tema, <strong>de</strong> modo que as vozes entram em sucessão,<br />

to<strong>da</strong>s elas possuindo o mesmo material melódico.<br />

2. Classes <strong>de</strong> imitação:<br />

(a) Estrita: os intervalos do tema são seguidos exatamente.<br />

(b) Livre: os intervalos seguem a escala e permite leves modificaços no tema.<br />

(c) Tonal: o principal, antes <strong>da</strong> seqüência exata <strong>de</strong> intervalos, é o estabelecimento<br />

e a manutenção <strong>da</strong> tonali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

(d) Real: é to<strong>da</strong> imitação que não segue os rigores <strong>da</strong> imitação tonal (mais comum<br />

no nosso caso).<br />

3. Tipos <strong>de</strong> imitação:<br />

9


(a) Inversão: os intervalos são respondidos por movimento contrário.<br />

(b) Aumentação: todos os valores do tema são dobrados.<br />

(c) Diminuição: todos os valores do tema são divididos (pela meta<strong>de</strong>).<br />

4. Diferentes classes <strong>de</strong> imitação po<strong>de</strong>m levar diferentes tipos <strong>de</strong> imitação.<br />

5. O stretto é uma forma <strong>de</strong> imitação na qual as vozes posteriores entram com o tema<br />

antes que a voz prece<strong>de</strong>nte tenha atingido o final do mesmo.<br />

6. Uma imitação po<strong>de</strong> ser feita a qualquer intervalo (grau <strong>da</strong> escala). Po<strong>de</strong>-se igualmente<br />

começar com qualquer consonância (perfeita ou imperfeita) ou com qualquer<br />

nota que produza uma dissonância por síncope que seja permiti<strong>da</strong>.<br />

7. As imitações mais comuns são a <strong>de</strong> 5a., uníssono e oitava. Imitações aos <strong>de</strong>mais<br />

intervalos permanecem ocasionais.<br />

8. Temas para imitação que sejam baseados unicamente em graus conjuntos não são<br />

recomen<strong>da</strong>dos. É preferível o uso <strong>de</strong> saltos e <strong>de</strong> movimentos levemente abruptos,<br />

como os ocasionados por saltos. Tudo isto, não obstante, <strong>de</strong>ve estar conforme às<br />

regras melódicas do estilo em questão.<br />

9. São váli<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as regras <strong>da</strong> 5a. espécie e sobre a colocação <strong>de</strong> texto.<br />

3 Contraponto a 3 Partes<br />

3.1 1a. Espécie<br />

1.<br />

É possível o emprego <strong>de</strong> tría<strong>de</strong>s.<br />

2. Deve-se procurar empregar as tría<strong>de</strong>s em sua forma completa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que compatível<br />

com boa condução melódica, a qual é o mais importante.<br />

3. Do ponto <strong>de</strong> vista melódico, to<strong>da</strong>s as regras do contraponto a 2 vozes, primeira<br />

espécie são váli<strong>da</strong>s.<br />

4. Quartas justas e aumenta<strong>da</strong>s, quintas diminutas e quartas diminutas (em caráter<br />

excepcional) po<strong>de</strong>m ser trata<strong>da</strong>s como combinações consonantes quanto não ocorrem<br />

em relação ao baixo. Portanto, po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s tría<strong>de</strong>s em estado fun<strong>da</strong>mental<br />

(exceto o acor<strong>de</strong> <strong>de</strong> quinta diminuta) e em primeira inversão.<br />

5. A regra que diz que duas vozes não po<strong>de</strong>m saltar em uma mesma direção um intervalo<br />

maior do que uma quarta somenta é váli<strong>da</strong> se as vozes forem extremas e se<br />

to<strong>da</strong>s as vozes caminham na mesma direção. Caso contrário, é aplicável.<br />

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6. Quintas e oitavas diretas po<strong>de</strong>m ser feitas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> entre a voz interna e uma externa.<br />

Neste caso, uma <strong>da</strong>s vozes <strong>de</strong>ve caminhar por grau conjunto. Entre vozes extremas,<br />

quintas diretas po<strong>de</strong>m ser feitas se a voz superior caminha em grau conjunto. Oitavas<br />

diretas entre vozes extremas não se fazem. Porém po<strong>de</strong>m ocorrer na progressão do<br />

penúltimo para o último compasso.<br />

7. Uníssonos po<strong>de</strong>m ser livremente empregados, mas to<strong>da</strong>s as três vozes em uníssono<br />

somente no primeiro e no último som do cantus firmus.<br />

8. Se po<strong>de</strong> começar com a tría<strong>de</strong> completa (<strong>da</strong> tônica). Se for emprega<strong>da</strong> a tría<strong>de</strong><br />

completa, a terça <strong>de</strong>ve ser maior (em qualquer modo). No acor<strong>de</strong> final, ser houver<br />

terça, esta <strong>de</strong>ve ser maior. É possível terminar com o acor<strong>de</strong> incompleto, sem terça<br />

ou sem quinta. Porém, para iniciar, somente são possíveis as tría<strong>de</strong>s completas ou<br />

sem terça.<br />

9. As sensíveis <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> modo não <strong>de</strong>vem ser dobra<strong>da</strong>s em nenhuma circunstância.<br />

3.2 2a. Espécie<br />

1. Uma parte em mínimas e uma parte em semibreves são adiciona<strong>da</strong>s ao cantus firmus.<br />

2. As regras são as mesmas <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> espécia a 2 partes mais as extensões <strong>da</strong><strong>da</strong>s para<br />

a primeira espécia a três vozes.<br />

3. As cadências po<strong>de</strong>m ser introduzi<strong>da</strong>s com síncopes, à maneira <strong>da</strong> quarta espécie.<br />

Se a síncope está na parte inferior ela po<strong>de</strong> se resolver numa tría<strong>de</strong> diminuta em<br />

estado fun<strong>da</strong>mental, mas sempre em posição cerra<strong>da</strong>.<br />

3.3 3a. Espécie<br />

Nestes exercícios, contra o CF é coloca<strong>da</strong> uma voz em semínimas e outra em semibreves.<br />

Não é necessária nenhuma regra acidional às já apresenta<strong>da</strong>s.<br />

3.4 4a. Espécie<br />

1. São aplicáveis as regras <strong>da</strong><strong>da</strong>s para o contraponto a duas vozes com as extensões<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s a seguir.<br />

2. As dissonâncias ”más”, tais como quartas e sétimas na voz inferior ou segun<strong>da</strong>s e<br />

nonas na parte superior po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>da</strong>s sempre que uma ”boa”suspensão<br />

existe ao mesmo tempo na relação à outra parte.<br />

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3.5 5a. Espécie<br />

1. São aplicáveis as regras <strong>da</strong><strong>da</strong>s para o contraponto a duas vozes com a extensão <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

a seguir.<br />

2. Po<strong>de</strong> ser emprega<strong>da</strong>, nas cadências, a chama<strong>da</strong> ”quarta consonante”, a qual é uma<br />

quarta justa sobre um baixo prolongado, em parte fraca, alcança<strong>da</strong> por grau conjunto<br />

e manti<strong>da</strong> prolonga<strong>da</strong>, como suspensão, até o tempo forte seguinte, a partir<br />

do qual resolve <strong>da</strong> maneira usual.<br />

3.6 Contraponto Livre e Imitação<br />

1. São aplicáveis as regras <strong>da</strong><strong>da</strong>s para o contraponto livre a duas vozes tomando-se o<br />

cui<strong>da</strong>do com a indicação <strong>da</strong><strong>da</strong> a seguir.<br />

2. Quando uma quarta, justa ou aumenta<strong>da</strong>, ocorrer em tempo forte ou parte forte <strong>de</strong><br />

tempo ela <strong>de</strong>ve ser ataca<strong>da</strong> junto com a terça <strong>da</strong> tría<strong>de</strong> que contém a quarta. Desta<br />

forma, se a tría<strong>de</strong> está completa, mas a terça vem prepara<strong>da</strong> (como uma semibreve,<br />

por exemplo) no momento em que ocorre a quarta, esta continua a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

como uma dissonância.<br />

3. No que diz respeito à imitação a três partes, na<strong>da</strong> é necessário ser adicionado às<br />

regras já <strong>da</strong><strong>da</strong>s, porém são úteis algumas indicações.<br />

4. Deve-se tentar empregar o maior número possível <strong>de</strong> harmonias completas.<br />

5. Um efeito particularmente belo é obtido se a terceira voz entra <strong>de</strong> tal modo a<br />

suplementar as outras vozes na criação <strong>de</strong> uma tría<strong>de</strong> completa.<br />

6. Se a terceira parte entra durante uma suspensão, como ocorre no compasso 7 do<br />

Benedictus (<strong>da</strong> Missa Brevis <strong>de</strong> Palestrina), o efeito torna-se ain<strong>da</strong> melhor.<br />

4 Contraponto a 4 partes<br />

Nas cinco espécies nenhuma regra adicional é necessária além <strong>da</strong>quela que permite oitavas<br />

e quintas diretas entre vozes extremas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que uma <strong>de</strong>las proce<strong>da</strong> por grau conjunto.<br />

Esta regra exten<strong>de</strong>-se, naturalmente, para os casos que envolvam uma voz interna e uma<br />

externa ou duas vozes internas.<br />

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