Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Publicação <strong>da</strong> Divisão Coromant <strong>da</strong> Sandvik do Brasil<br />
ISSN 1518-6091 RG. BN 217.147<br />
Ed. 4. 2005
Quantos sonhos realizados!<br />
Quantas alegrias!<br />
Alguns percalços,<br />
é ver<strong>da</strong>de, mas<br />
nem sempre são só vitórias.<br />
Aprendemos assim!<br />
Ao analisar os resultados ob-<br />
tidos, temos a certeza que o sal-<br />
do encontrado é extremamente<br />
positivo, que valeu a pena e que<br />
faríamos tudo novamente.<br />
Das dificul<strong>da</strong>des, levamos o<br />
conhecimento para as mu<strong>da</strong>n-<br />
ças necessárias. Do sucesso,<br />
o aprendizado do que pode e<br />
deve ser melhorado.Uma me-<br />
lhoria contínua. A busca in-<br />
cessante <strong>da</strong> perfeição!<br />
Durante todo o ano trabalha-<br />
mos em conjunto com nossos<br />
clientes e amigos para atingir<br />
as metas estabeleci<strong>da</strong>s e, ao fi-<br />
nal do mesmo, temos a certeza<br />
e a satisfação de termos cumprido nosso dever,<br />
apesar de todos os obstáculos encontrados du-<br />
rante o percurso.<br />
A ca<strong>da</strong> ano, percebemos que a dificul<strong>da</strong>de de<br />
atingirmos nossos objetivos aumenta, e que os<br />
mesmos são a ca<strong>da</strong> ano mais au<strong>da</strong>ciosos, o que<br />
nos leva a ter uma sensação de alegria indescrití-<br />
vel ao chegarmos ao final de um período e poder<br />
dizer que, sim, conseguimos novamente!<br />
Inovação em alicerce<br />
sólido<br />
Assim foi o ano de 2005, ano repleto de mu-<br />
“enfrentar quaisquer<br />
desafios que o<br />
futuro nos reserve,<br />
tendo como alicerce<br />
o conhecimento<br />
adquirido até aqui,<br />
somado às inovações<br />
que certamente<br />
introduziremos”<br />
Foto: P. Y. Refalo<br />
Palavra do Diretor<br />
<strong>da</strong>nças e desafios. Aprendemos<br />
a conviver com uma economia<br />
mais estável, com um cresci-<br />
mento menor que o esperado é<br />
certo, mas de uma forma susten-<br />
ta<strong>da</strong>. A mu<strong>da</strong>nça inespera<strong>da</strong> do<br />
câmbio, os desafios <strong>da</strong>s expor-<br />
tações, a concorrência ca<strong>da</strong> vez<br />
mais agressiva, fizeram com que<br />
nossa veloci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação<br />
e criação aumentasse ain<strong>da</strong><br />
mais, nos tornando mais com-<br />
petitivos e experientes.<br />
Estamos prontos para en-<br />
frentar quaisquer desafios que<br />
o futuro nos reserve, tendo<br />
como alicerce o conhecimento<br />
adquirido até aqui, somado às<br />
inovações que certamente in-<br />
troduziremos no ano que che-<br />
ga. Como sempre, juntos.<br />
Gostaríamos imensamente<br />
de agradecer nossos clientes<br />
parceiros que nos aju<strong>da</strong>ram a atingir e su-<br />
perar nossos objetivos, tendo humildemente<br />
a certeza de que também colaboramos para<br />
que os seus fossem também atingidos. Essa é<br />
nossa missão!<br />
Que o ano que chega seja tão bom quanto o<br />
que se encerra, e que nos traga novamente muitas<br />
alegrias e aprendizado.<br />
Boas festas e um ano repleto de paz e sucesso!<br />
Cláudio José Camacho<br />
Diretor - Coromant
04<br />
Índice<br />
Capa<br />
Foto: Izil<strong>da</strong> França/Criação: Arte Gráfica<br />
10<br />
20<br />
Gestão Empresarial<br />
Voith Siemens introduz<br />
conceito na produção<br />
de rotores<br />
Voith Siemens Hydro Power<br />
Generation está produzindo rotores<br />
Francis para PCH s (Pequenas<br />
Centrais Hidroelétricas) e Pelton,<br />
com o conceito mecano-sol<strong>da</strong>do (2<br />
discos fundidos em rotores Francis<br />
e 1 disco e meias-conchas fundi<strong>da</strong>s<br />
em rotores Pelton), em substituição<br />
ao conceito monobloco.<br />
Suprimentos<br />
Quando o barato<br />
pode sair caro<br />
Num mercado em que ca<strong>da</strong> vez mais<br />
proliferam tubos de aço inoxidável sem<br />
costura <strong>da</strong>s mais varia<strong>da</strong>s procedências,<br />
redobrar os cui<strong>da</strong>dos com a quali<strong>da</strong>de<br />
de um produto é fun<strong>da</strong>mental para<br />
evitar problemas futuros e a per<strong>da</strong> de<br />
competitivi<strong>da</strong>de<br />
06<br />
12 18 26 32 36<br />
Ponto de Vista<br />
A defesa <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de<br />
intelectual e a competitivi<strong>da</strong>de no Brasil....................................................................................<br />
pág. 10<br />
Empreendedores<br />
A dura vi<strong>da</strong> do empreendedor................................................................................................<br />
pág. 12<br />
Produtivi<strong>da</strong>de<br />
Corodrill 880 com Step Technology, um passo notável<br />
para a alta produtivi<strong>da</strong>de de furos ......................................................................................... pág. 18<br />
Pesquisa & Desenvolvimento<br />
Como as inclusões no material <strong>da</strong> peça podem<br />
afetar o desgaste <strong>da</strong> ferramenta? ............................................................................................... pág. 26<br />
Interface<br />
Pesquisa no setor produtivo:<br />
autonomia & desenvolvimento................................................................................................<br />
pág. 32<br />
OTS<br />
Avanço tecnólogico na manufatura..........................................................................................<br />
pág. 36<br />
Destaques ........................................................................................................................ pág. 40<br />
Movimento........................................................................................................................<br />
pág. 41<br />
Contatos<br />
........................................................................................................................... pág. 42
Publicação trimestral <strong>da</strong> Divisão<br />
Coromant <strong>da</strong> Sandvik do Brasil S.A.,<br />
ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147<br />
e-mail: omundo.<strong>da</strong>usinagem@sandvik.com<br />
SANDVIK DO BRASIL<br />
Presidente: José Viudes Parra<br />
DIVISÃO COROMANT<br />
Diretor Coromant<br />
Cláudio José Camacho<br />
Gerente de Marketing e Treinamento<br />
Francisco Carlos Marcondes<br />
Coordenadora de Marketing<br />
Heloisa Helena Pais Giraldes<br />
Assistência ao Marketing<br />
Cibele Apareci<strong>da</strong> Rodrigues dos Santos<br />
Daiane Miran<strong>da</strong><br />
Conselho Editorial<br />
Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura,<br />
José Carlos Maciel, Tadeu B. Lins,<br />
Francisco C. Marcondes, Roberto Saruls,<br />
Heloisa H. P. Giraldes, Marlene Suanno,<br />
Aryoldo Machado, José Edson Bernini e<br />
Fernando G. de Oliveira, Vera L. Natale<br />
Coordenadora <strong>da</strong> publicação<br />
Vera Lúcia Natale<br />
Editoria:<br />
Depto. de Marketing <strong>da</strong> Divisão Coromant<br />
Responsável:<br />
Francisco C. Marcondes<br />
Jornalista responsável<br />
Heloisa Helena Pais Giraldes<br />
MTB 33846<br />
Propagan<strong>da</strong>:<br />
Gerente de contas<br />
Thaís Almei<strong>da</strong> Viceconti<br />
Tel.: (11) 6335-7558<br />
Cel.: (11) 9909-8808<br />
Editoração:<br />
Arte Gráfica Comunicação<br />
Revisor: Fernando Sacco<br />
Gráfica: Type Brasil<br />
Tiragem: 11.200 exemplares<br />
Av. <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, 21.732<br />
Santo Amaro - São Paulo - SP<br />
CEP 04795-914<br />
05<br />
Editorial<br />
O final de um ciclo sempre remete a reflexões,<br />
quando se pondera sobre to<strong>da</strong>s as ações realiza<strong>da</strong>s<br />
até aquele momento, visando aprender com<br />
os erros, aprimorar ain<strong>da</strong> mais as ações que renderam<br />
resultados positivos e, portanto, melhor<br />
planejar a próxima etapa. Esse ato revela, na reali<strong>da</strong>de,<br />
o “ímpeto”, por vezes inconsciente, de<br />
evoluir, à semelhança <strong>da</strong> natureza, onde há tempo para nascer,<br />
para se desenvolver e amadurecer. São as eternas mu<strong>da</strong>nças que<br />
nos renovam e nos impelem a seguir adiante.<br />
Assim, trabalhos de pesquisa e desenvolvimento e seus resultados,<br />
sejam na efetiva otimização de processos produtivos, sejam<br />
no próprio aperfeiçoamento de nosso pensamento e, conseqüentemente,<br />
de nosso sentimento e ação a respeito <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, do trabalho<br />
e dos relacionamentos que nos permeiam, devem ser sempre<br />
enaltecidos, pois são a mola propulsora de todo projeto fértil. O<br />
artigo <strong>da</strong> seção Interface versa muito oportuna e claramente sobre<br />
essa questão: a importância de se realizar constantes trabalhos de<br />
pesquisa, inclusive no âmbito pessoal, para que assim se preserve<br />
a capaci<strong>da</strong>de de discutir, argumentar e crescer de fato, incrementando<br />
nossos valores, flexibilizando nosso comportamento e nosso<br />
papel pessoal e social.<br />
As matérias <strong>da</strong> seção “Ponto de Vista” e “Empreendedores” têm a<br />
mesma preocupação – a necessi<strong>da</strong>de de rever “estruturas” e pesquisar<br />
novos caminhos para melhor defender a proprie<strong>da</strong>de intelectual<br />
ou abrir uma empresa de modo mais fácil. O case <strong>da</strong> Voith<br />
Paper é mais um exemplo de que o desejo de caminhar para frente<br />
e aprimorar ca<strong>da</strong> vez mais seus recursos e processos tem valido a<br />
pena, tanto quanto a visão e a atitude de áreas como suprimentos,<br />
em que a “batalha” preço x quali<strong>da</strong>de deve ser sempre balancea<strong>da</strong><br />
pelo crivo do pensar em fazer melhor , buscando a excelência.<br />
A equipe <strong>da</strong> OMU relembra que, ao longo desse ciclo de 2005,<br />
procurou selecionar o que havia de melhor para seus leitores e<br />
celebra o ano vindouro com a certeza de que a confluência desses<br />
artigos, opiniões, relatos de ações bem-sucedi<strong>da</strong>s, possam contribuir<br />
para processos decisórios maduros, que contemplem posturas<br />
sejam corajosas ou prudentes, mas sobretudo vincula<strong>da</strong>s ao<br />
movimento, garantindo assim a mu<strong>da</strong>nça rumo a horizontes mais<br />
amplos, alimentando a competitivi<strong>da</strong>de saudável. Sêneca (séc. I<br />
d.C.), nos parece muito apropriado para o momento: “Não há bons<br />
ventos para uma nau que não sabe para onde vai”.
06<br />
Suprimentos<br />
Q<br />
quipamentos funcionando<br />
24 horas por 365 dias.<br />
Imagine o prejuízo que<br />
uma empresa de petróleo<br />
teria se uma <strong>da</strong>s tubulações de uma<br />
plataforma de extração de petróleo<br />
precisasse ser substituí<strong>da</strong> devido a<br />
uma falha do material, interrompendo<br />
a produção por algumas horas.<br />
Sem contar que tal para<strong>da</strong> provocaria<br />
riscos à segurança e ao meio<br />
ambiente. É exatamente para evitar<br />
problemas como esses que várias<br />
empresas, em especial aquelas que<br />
operam com aplicações críticas,<br />
estão priorizando ca<strong>da</strong> vez mais a<br />
quali<strong>da</strong>de dos tubos utilizados em<br />
seus equipamentos ou instalações.<br />
Isso é o que aponta o engenheiro<br />
Angelo Martines, gerente<br />
de produtos tubulares para a América<br />
do Sul <strong>da</strong> Sandvik Materials<br />
Technology (SMT), uni<strong>da</strong>de de<br />
negócios do Grupo Sandvik responsável<br />
pela produção de tubos<br />
de aço inoxidável e ligas especiais<br />
sem costura, cintas transportadoras,<br />
fitas de aço, arames de aços<br />
inoxidáveis e ligas especiais, ligas<br />
e elementos para aquecimento<br />
elétrico. A constatação tem como<br />
base o perfil <strong>da</strong>s próprias empresas<br />
que compõem a carteira de clientes<br />
<strong>da</strong> SMT. “São empresas de grande<br />
porte extremamente preocupa<strong>da</strong>s<br />
com produtivi<strong>da</strong>de, segurança,<br />
confiabili<strong>da</strong>de e manutenção. Muitas<br />
delas são companhias globais,<br />
que já conhecem a Sandvik através<br />
de aplicações em outros países,<br />
como Rhodia, ABB, Kvaerner,<br />
FMC, Brasken ou como a própria<br />
Petrobras”, diz.<br />
Martines observa ain<strong>da</strong> que,<br />
apesar <strong>da</strong> crescente preocupação<br />
com a quali<strong>da</strong>de do material de produtos<br />
tubulares, algumas empresas<br />
ain<strong>da</strong> não perceberam que esse é<br />
um quesito de extrema importância<br />
e que um acidente pode por em risco<br />
até mesmo a sua sobrevivência.<br />
“Existem empresas que se baseiam<br />
exclusivamente no custo de aquisição<br />
do produto e se esquecem que<br />
se este for inadequado ou de baixa<br />
quali<strong>da</strong>de vai gerar custos extras<br />
como para<strong>da</strong>s do equipamento<br />
para manutenção”, diz ele, acrescentando<br />
que o produto também<br />
vai apresentar uma performance<br />
inferior e menor vi<strong>da</strong> útil.<br />
De acordo com o gerente <strong>da</strong> SMT,<br />
tão importante quanto o desempenho<br />
e as proprie<strong>da</strong>des dos materiais
Num Num mercado mercado em<br />
que que ca<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez vez mais mais<br />
proliferam proliferam tubos tubos de<br />
aço aço inoxidável inoxidável sem sem<br />
costura costura <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s mais mais<br />
varia<strong>da</strong>s varia<strong>da</strong>s procedências,<br />
procedências,<br />
redobrar redobrar os cui<strong>da</strong>dos cui<strong>da</strong>dos<br />
com com a quali<strong>da</strong>de quali<strong>da</strong>de de um<br />
produto produto é fun<strong>da</strong>mental<br />
fun<strong>da</strong>mental<br />
para para evitar evitar problemas<br />
problemas<br />
futuros futuros e a per<strong>da</strong> per<strong>da</strong> de<br />
competitivi<strong>da</strong>de<br />
competitivi<strong>da</strong>de<br />
(resistência mecânica, à corrosão,<br />
etc) é a satisfação do cliente com<br />
a quali<strong>da</strong>de do serviço e o suporte<br />
técnico prestado. “A Sandvik não<br />
atua como simples fornecedora de<br />
tubos. Nós vendemos soluções,<br />
ou seja, aquilo que o tubo pode<br />
proporcionar ao cliente”, enfatiza<br />
Martines, ao dizer que, em primeiro<br />
lugar, é preciso considerar as<br />
características exigi<strong>da</strong>s pelo projeto,<br />
tais como exigências técnicas,<br />
segurança, aspectos de fabricação<br />
do equipamento, inovações tecnológicas,<br />
e, por último, deve-se<br />
considerar o aspecto custo. “As<br />
empresas que têm uma preocupação<br />
intensa com custos imediatos<br />
realmente vão optar por produtos<br />
que não têm todo esse suporte<br />
técnico e conteúdo tecnológico e,<br />
conseqüentemente, correm o risco<br />
de ter custos posteriores.”<br />
Um caso emblemático citado<br />
por ele é o de um fabricante de<br />
equipamentos para a indústria<br />
alimentícia. Martines conta que<br />
o equipamento funcionava como<br />
um pistão hidráulico, com pressão<br />
bastante eleva<strong>da</strong>, o que exigia um<br />
tubo de aço inoxidável sem costura.<br />
A empresa, que vinha utilizando<br />
tubos <strong>da</strong> Sandvik com excelentes<br />
resultados, devido a uma decisão<br />
de economizar acabou optando<br />
por um produto asiático. “Apesar<br />
de o produto estar dentro <strong>da</strong> norma,<br />
depois de fabricar inúmeros equipamentos<br />
e de ter exportado, a empresa<br />
verificou que ele apresentava<br />
uma variação dimensional muito<br />
grande, fazendo com que o fluido<br />
hidráulico vazasse e se misturasse<br />
ao alimento que estava sendo produzido”,<br />
conta Martines. Resultado:<br />
a economia obti<strong>da</strong> pela empresa<br />
na aquisição dos tubos gerou um<br />
prejuízo de R$ 250 mil na troca dos<br />
equipamentos. “Isso sem falar que<br />
ela teve de deslocar sete técnicos<br />
até o país comprador, com todos os<br />
equipamentos sobressalentes, para<br />
fazer a troca”, completa.<br />
Em teoria, se o tubo estiver<br />
perfeitamente dentro <strong>da</strong>s normas,<br />
isto não significa que os riscos de<br />
utilização serão menores. E é com<br />
base nessa premissa que muitos<br />
concorrentes, segundo Martines,<br />
operam no mercado, ou seja, seus<br />
produtos não possuem nenhum<br />
requisito adicional de quali<strong>da</strong>de<br />
assim como relegam a um segundo<br />
plano as questões liga<strong>da</strong>s<br />
a suporte técnico. O desenvolvimento<br />
de produtos tubulares <strong>da</strong><br />
companhia pressupõe, segundo<br />
ele, ir além do que estipula a<br />
norma. “Se a norma estabelece<br />
que a tolerância dimensional <strong>da</strong><br />
O <strong>Mundo</strong> 07<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
espessura de parede de um tubo<br />
pode variar entre menos 0 % e<br />
mais 20%, isso não significa que<br />
o tubo <strong>da</strong> Sandvik será produzido<br />
dentro dessa dimensão. Sempre<br />
trabalhamos em uma faixa de tolerância<br />
muito mais estreita.”<br />
Outro quesito importante na área<br />
de tubos, eluci<strong>da</strong> Martines, é o entendimento<br />
<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des do cliente.<br />
Para isso, a SMT adota como prática<br />
prestar suporte às empresas não somente<br />
durante a fase de projeto de<br />
um equipamento bem como durante<br />
a fase de montagem, instalação e<br />
ao longo de todo o ciclo de vi<strong>da</strong><br />
útil do mesmo. “Ao visitar o cliente,<br />
avaliamos a aplicação para a qual<br />
o produto está sendo destinado,<br />
as conseqüências de uma provável<br />
falha devido à seleção incorreta de<br />
materiais, discutimos a possibili<strong>da</strong>de<br />
de aumento de produtivi<strong>da</strong>de frente<br />
a um número menor de para<strong>da</strong>s para<br />
manutenção de equipamento, etc.”,<br />
explica. O gerente <strong>da</strong> SMT ressalta,<br />
porém, que é muito comum encontrar<br />
no mercado fabricantes de<br />
tubos que trabalham sem nenhum<br />
tipo de aparato técnico que possa<br />
fornecer ao cliente to<strong>da</strong>s as informações<br />
fun<strong>da</strong>mentais para a escolha<br />
correta de um material.<br />
A atenção dedica<strong>da</strong> ao desenvolvimento<br />
de materiais faz parte<br />
também <strong>da</strong> estratégia <strong>da</strong> SMT de<br />
buscar a sofisticação dos produtos<br />
e disputar nichos específicos de<br />
mercado. “Por isso, temos uma<br />
preocupação constante com a<br />
quali<strong>da</strong>de e com nossos serviços<br />
prestados. A Sandvik tem por filosofia<br />
de trabalho fornecer ao cliente a<br />
melhor solução para um determinado<br />
problema ou uma determina<strong>da</strong><br />
situação que ele porventura esteja<br />
enfrentando”, afirma Martines.
Suprimentos<br />
Um aspecto que tem contribuído<br />
também para o desenvolvimento <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de dos produtos tubulares,<br />
segundo ele, é a maior conscientização<br />
ambiental e em relação à<br />
segurança por parte <strong>da</strong>s empresas.<br />
Especialmente na última déca<strong>da</strong>, as<br />
companhias vêm, inclusive no Brasil,<br />
evoluindo na adoção de práticas<br />
mais responsáveis do ponto-de-vista<br />
<strong>da</strong> preservação do meio-ambiente.<br />
“Nós fabricamos tubos para trocador<br />
de calor, processo que envolve<br />
operações de risco porque há fluidos<br />
ou gases sendo aquecidos ou<br />
resfriados e muitos deles podem<br />
ser extremamente <strong>da</strong>nosos não só<br />
ao meio-ambiente, mas também<br />
às pessoas”, explica Martines,<br />
acrescentando que esses produtos<br />
muitas vezes são fabricados para<br />
uma aplicação específica, de modo<br />
a <strong>da</strong>r ao cliente a tranqüili<strong>da</strong>de para<br />
utilizar o material.<br />
Mais do que pragmática, a<br />
preocupação <strong>da</strong>s empresas em ter<br />
processos muito mais produtivos,<br />
valorizar a quali<strong>da</strong>de dos produtos<br />
e a segurança obedece à própria<br />
lógica do negócio, segundo a visão<br />
de Martines. Para ele, operar com<br />
produtos de quali<strong>da</strong>de pode ser um<br />
fator de vantagem competitiva. “Se<br />
a empresa tem menos manutenção,<br />
menos para<strong>da</strong>s, teoricamente consegue<br />
ser mais competitiva. Ao contrário<br />
<strong>da</strong>quelas cuja preocupação é<br />
basea<strong>da</strong> simplesmente na idéia do<br />
custo inicial, que podem vir a ter<br />
problemas sérios de manutenção<br />
e atrasar a entrega de um produto<br />
ou serviço a seus clientes, ou até<br />
mesmo gerar algum <strong>da</strong>no ambiental<br />
ou a algum funcionário.”<br />
Mas como a empresa escolhe um<br />
produto de quali<strong>da</strong>de se, no caso<br />
de um tubo, não é possível fazer<br />
“Enfrentamos<br />
uma concorrência<br />
de produtos que<br />
notoriamente<br />
apresentam<br />
problemas ou<br />
falhas e muitas<br />
vezes o cliente<br />
não consegue<br />
visualizar a<br />
diferença”<br />
um teste comparativo, pelo menos<br />
não nas mesmas condições em que<br />
ele será utilizado e num prazo de<br />
tempo e a custos aceitáveis? Buscar<br />
referências. Essa, em poucas palavras,<br />
é a maneira mais adequa<strong>da</strong> de<br />
se avaliar e assegurar a quali<strong>da</strong>de<br />
não só <strong>da</strong>s matérias-primas como,<br />
também, do processo de fabricação<br />
e sofisticação tecnológica de um<br />
produto, segundo Martines. “É impossível,<br />
em função <strong>da</strong> aplicação,<br />
fazer um teste comparativo num<br />
curto espaço de tempo, mesmo<br />
que seja através de simulações em<br />
laboratórios, porque não há como<br />
controlar to<strong>da</strong>s as variáveis do<br />
processo. O cliente nos fornece as<br />
condições de temperatura, pressão,<br />
meio corrosivo, etc. E, com base nisso<br />
ou em tabelas, ou por referências<br />
ou testes que efetuamos em nosso<br />
centro de pesquisa, apresentamos a<br />
melhor solução para ele.”<br />
Nesse aspecto, o diferencial <strong>da</strong><br />
Sandvik também não tem como ser<br />
negado. “A companhia tem uma<br />
estrutura de ven<strong>da</strong>s em mais de<br />
130 países do mundo, o que nos<br />
dá um extenso leque de referências<br />
de aplicações que possuímos em<br />
O <strong>Mundo</strong> 08<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
outros países e também através <strong>da</strong><br />
infini<strong>da</strong>de de testes efetuados em<br />
nosso centro de pesquisas, que<br />
fica localizado em Sandviken”, diz<br />
Martines. Outro trunfo <strong>da</strong> empresa,<br />
citado por ele, são as fábricas que<br />
mantém em sete países do mundo:<br />
EUA, Canadá, Índia, República<br />
Tcheca, França, Alemanha e Suécia.<br />
“Ca<strong>da</strong> uma dessas fábricas é<br />
especializa<strong>da</strong> em um tipo de produto<br />
ou de aplicação. Além dessas<br />
fábricas de tubos, nós temos uma<br />
grande uni<strong>da</strong>de na Suíça, chama<strong>da</strong><br />
Santrade, que é responsável pela<br />
comercialização de acessórios,<br />
conexões e flanges.”<br />
Essa abrangência e capacitação<br />
já renderam frutos. Depois de um<br />
longo e detalhado processo de<br />
homologação, a SMT passou a ser<br />
fornecedora <strong>da</strong> Embraer. Hoje, os<br />
tubos hidráulicos e de instrumentação<br />
utilizados nos aviões <strong>da</strong> empresa<br />
são fabricados pela uni<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> Sandvik chama<strong>da</strong> Precitube,<br />
localiza<strong>da</strong> na França, especializa<strong>da</strong><br />
na produção de tubos de precisão.<br />
Apesar de atuar em nichos de<br />
mercado nos quais a quali<strong>da</strong>de do<br />
produto é crucial para as empresas,<br />
Martines diz que a SMT ressente-se<br />
dos efeitos <strong>da</strong> concorrência pre<strong>da</strong>tória.<br />
“Enfrentamos uma concorrência<br />
de produtos que notoriamente<br />
apresentam problemas ou falhas e<br />
muitas vezes o cliente não consegue<br />
visualizar a diferença. Além disso,<br />
quando se trata de tubos, para se ter<br />
uma idéia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de é preciso<br />
testá-lo sendo muitos dos testes<br />
destrutivos.” Na dúvi<strong>da</strong>, ele lembra<br />
que vale sempre a velha máxima<br />
segundo a qual o que parece barato<br />
pode sair caro.<br />
Intexto Comunicação Empresarial
O <strong>Mundo</strong> 09<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>
10<br />
Ponto de Vista<br />
A defesa <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de<br />
intelectual e a<br />
competitivi<strong>da</strong>de no Brasil<br />
Não é exagero afirmar que avançar nas<br />
discussões sobre a proteção <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de<br />
intelectual no Brasil é algo estratégico<br />
e urgente para que o país conquiste<br />
o tão almejado posto de líder regional e<br />
figure no seleto grupo de países desenvolvidos.<br />
O Brasil atualmente já ocupa uma posição de<br />
destaque no Mercosul e<br />
recentemente vem obtendo<br />
uma série de vitórias<br />
nas batalhas comerciais<br />
trava<strong>da</strong>s na OMC. Tudo<br />
isso prova que sabemos<br />
muito bem defender nossos<br />
interesses externamente,<br />
porém temos uma<br />
agen<strong>da</strong> interna ain<strong>da</strong> essencial<br />
a ser supera<strong>da</strong><br />
e onde a proteção <strong>da</strong><br />
proprie<strong>da</strong>de intelectual<br />
figura como prioritária.<br />
Redefinir o papel <strong>da</strong><br />
proteção à proprie<strong>da</strong>de<br />
intelectual passou a ser<br />
essencial para que o Brasil<br />
avance em temas fun<strong>da</strong>mentais<br />
para entrar definitivamente<br />
no clube dos<br />
países desenvolvidos. No último Fórum Econômico<br />
realizado em Davos (Suíça), foi apresenta<strong>da</strong><br />
uma nova proposta de divisão dos países, baseados<br />
em critérios que definem a competitivi<strong>da</strong>de<br />
Ilustração: Arte Gráfica<br />
global. Em um primeiro grupo, nações como<br />
Índia, China e Ucrânia são caracteriza<strong>da</strong>s como<br />
competidoras por preço, aproveitando que os<br />
fatores de produção utilizados são baratos.<br />
Em outro grupo – no qual o Brasil faz parte, ao<br />
lado <strong>da</strong> Polônia e do México – os países são impulsionados<br />
pela eficiência e dependem de aumento<br />
<strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de para crescer.<br />
E, por último, o terceiro<br />
grupo é caracterizado pelos<br />
países impulsionados pela<br />
inovação, dos quais Finlândia,<br />
Alemanha e Japão são<br />
considerados os principais<br />
representantes.<br />
Infelizmente, a socie<strong>da</strong>de<br />
brasileira ain<strong>da</strong> não<br />
tem a percepção de que<br />
cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s condições de<br />
inovação, além de garantir<br />
investimentos no país,<br />
empregos e geração de<br />
impostos a médio e longo<br />
prazo, significa carimbar<br />
o passaporte para o seleto<br />
clube dos países impulsionados<br />
pela inovação.<br />
Em recente seminário <strong>da</strong><br />
Câmara Americana de Comércio de São Paulo,<br />
representantes <strong>da</strong> indústria, <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des<br />
e também do governo reuniram-se para debater<br />
o assunto e o Instituto Nacional <strong>da</strong> Proprie<strong>da</strong>de
Intelectual inevitavelmente acabou dominando a<br />
pauta desse encontro.<br />
Dados do próprio INPI apontam que atualmente<br />
existem 580 mil pedidos de autorização de marcas,<br />
mais outros 120 mil pedidos de patentes esperando<br />
regulamentação do instituto. Pelas contas realiza<strong>da</strong>s,<br />
seriam necessários, respectivamente, 10 e 12<br />
anos para regularizar essa situação.<br />
Esse <strong>da</strong>do é preocupante, pois revela apenas a<br />
ponta do iceberg de um fenômeno muito maior e<br />
muito mais complexo, que poderia ser incluído na<br />
famosa lista de problemas que o país deve enfrentar<br />
para reduzir o “custo Brasil”. Incentivar a proteção<br />
<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de, além de se traduzir no cui<strong>da</strong>do<br />
com nossos avanços tecnológicos, industriais e<br />
de serviços, é o mais poderoso instrumento para<br />
alavancar o desenvolvimento nacional, conferindo<br />
segurança jurídica às empresas que queiram se<br />
estabelecer em território nacional.<br />
Países que estão em um nível de desenvolvimento<br />
econômico similar ao Brasil já fizeram ou<br />
estão fazendo uma profun<strong>da</strong> auto-análise quanto<br />
a esta questão. A Coréia - que em uma geração<br />
deu um impressionante salto qualitativo quanto<br />
ao seu índice de competitivi<strong>da</strong>de - pode servir de<br />
inspiração para o nosso caso.<br />
Na última edição do Fórum Econômico Mun-<br />
dial, em Davos, esse país asiático ostentava um<br />
orgulhoso 9 o lugar no ranking mundial de tecnologia,<br />
enquanto o Brasil amargava uma distante<br />
42 a posição. No ranking de inovação, a situação<br />
é ain<strong>da</strong> mais crítica. Enquanto a Coréia estava<br />
despontando entre os primeiros lugares do ranking,<br />
o Brasil chegava à 59 a posição, atrás de países<br />
como Argentina, Chile e Portugal. Esses fatores,<br />
entre outros, são os responsáveis pela Coréia,<br />
atualmente, ostentar um excelente 29 º lugar no<br />
ranking global de competitivi<strong>da</strong>de, enquanto o<br />
Brasil se localiza na 57 a posição, atrás de países<br />
como Índia, México e China.<br />
To<strong>da</strong>s essas variáveis provam inequivocamente<br />
que o país precisa ter uma posição séria e determina<strong>da</strong><br />
sobre a questão, sob o risco de, mais uma<br />
vez, perder o bonde <strong>da</strong> história no que se refere<br />
ao desenvolvimento econômico. Nossa economia<br />
tem potencial, vários grupos econômicos vêm demonstrando<br />
interesse em investir no país de forma<br />
consistente, mas enquanto não tirarmos do papel<br />
para colocar em práticas essas questões, corremos<br />
o risco de continuarmos sempre segurando a lanterna<br />
deste campeonato mundial, cujo troféu é o<br />
bem-estar <strong>da</strong> população.<br />
Geraldo Barbosa<br />
Presidente <strong>da</strong> BD no Brasil e do Movimento Brasil Competitivo
Ilustrações: Arte Gráfica<br />
12<br />
Empreendedores<br />
A<br />
brir uma empresa, pequena,<br />
média ou grande,<br />
no Brasil, é como<br />
participar de uma gincana.<br />
É preciso ter disposição para<br />
cumprir cerca de 17 procedimentos,<br />
comparecer em até 15 órgãos<br />
do governo, ter tempo e dinheiro<br />
de sobra. Para se ter uma idéia <strong>da</strong><br />
dimensão do problema <strong>da</strong> burocracia<br />
nesse campo, um estudo<br />
realizado pelo Banco Mundial<br />
esse ano, denominado Doing Business<br />
(fazendo negócios), indica<br />
que qualquer mortal interessado<br />
em abrir um empreendimento no<br />
Brasil tem de desembolsar, por<br />
baixo, 274 dólares em taxas e tributos,<br />
além de esperar uma média<br />
de 155 dias para abrir as portas.<br />
A dura vi<strong>da</strong><br />
do empreendedor<br />
O levantamento aponta que o<br />
Brasil ocupa o sexto lugar, entre<br />
133 países pesquisados, em matéria<br />
de demora para a abertura de<br />
uma empresa. O tempo gasto nos<br />
trâmites burocráticos é o triplo <strong>da</strong><br />
média mundial, que é de 49 dias.<br />
Na Austrália, por exemplo, em<br />
dois dias se abre um negócio, e<br />
nos Estados Unidos são necessários<br />
cinco dias. Para fechar uma<br />
empresa brasileira são necessários<br />
10 anos. É o segundo processo<br />
mais lento do mundo. Perde apenas<br />
para a Índia, com 11,3 anos.<br />
O estudo do Banco Mundial<br />
leva em conta a reali<strong>da</strong>de dos<br />
principais centros financeiros de<br />
ca<strong>da</strong> país. No caso do Brasil o<br />
cenário foi a ci<strong>da</strong>de de São Paulo.<br />
A situação <strong>da</strong> capital paulista<br />
é emblemática e reflete muito do<br />
que acontece ao longo do território,<br />
embora em algumas capitais<br />
Estudo do Banco Mundial<br />
mostra que o Brasil lidera a<br />
lista dos países que criam maiores<br />
dificul<strong>da</strong>des para abrir uma empresa.<br />
É um dos grandes obstáculos para<br />
que pequenos negócios entrem<br />
na economia formal.<br />
o problema esteja minimizado,<br />
como é o caso de São Luís, no Maranhão,<br />
onde é possível abrir um<br />
empreendimento em seis dias.<br />
O périplo é longo não apenas<br />
por envolver várias etapas a serem<br />
cumpri<strong>da</strong>s, mas também devido<br />
a inúmeros imprevistos que normalmente<br />
acontecem no meio do<br />
caminho. Um processo em fase final<br />
de deferimento pode retornar<br />
ao ponto inicial se uma assinatura<br />
tiver algum detalhe diferente <strong>da</strong><br />
que consta na carteira de identi<strong>da</strong>de,<br />
por exemplo, ou ain<strong>da</strong> se<br />
houver qualquer pequena rasura<br />
ou termo incorreto.<br />
As dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s pelos<br />
empreendedores brasileiros não<br />
ocupavam a agen<strong>da</strong> pública desde<br />
o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980, quando<br />
foi criado o Ministério <strong>da</strong> Desburocratização.<br />
Agora, um grupo de<br />
trabalho do Governo Federal, capitaneado<br />
pelo Ministério do Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), está incumbido<br />
de realizar um diagnóstico dos<br />
principais entraves no registro<br />
empresarial, e de implementar soluções<br />
que minimizem o martírio<br />
de potenciais empreendedores. O<br />
primeiro passo foi a realização de<br />
um workshop em maio, reunindo<br />
membros do Governo Federal<br />
e outros setores envolvidos no<br />
processo em instâncias estaduais<br />
e municipais. No evento foram<br />
debati<strong>da</strong>s experiências internacionais<br />
de desburocratização e<br />
iniciativas locais bem-sucedi<strong>da</strong>s.<br />
Também foram esboça<strong>da</strong>s sugestões<br />
de atuação em nível federal.<br />
“As exigências são repetitivas e<br />
falta orientação para o empreendedor”,<br />
afirma Carlos Gastaldoni,<br />
secretário de Desenvolvimento <strong>da</strong><br />
Produção do MDIC e coordenador<br />
do grupo de trabalho. Segundo<br />
ele, a legislação foi feita com<br />
foco em ca<strong>da</strong> um dos órgãos envolvidos,<br />
sem uma visão geral do<br />
processo e sem pensar no cliente.<br />
Grande parte <strong>da</strong> demora devese<br />
ao fato de que os órgãos responsáveis<br />
por autorizar o registro<br />
não conversam entre si. Assim, o<br />
potencial empresário tem de fornecer<br />
os mesmos <strong>da</strong>dos e documentos<br />
a ca<strong>da</strong> um deles. E precisa<br />
esperar que se cumpra ca<strong>da</strong> etapa<br />
para iniciar outra.<br />
Burocracia<br />
Os contadores são as figuras<br />
que mais conhecem o duro diaa-dia<br />
<strong>da</strong>s filas <strong>da</strong> burocracia. “A<br />
sensação é de que a ca<strong>da</strong> ano fica<br />
mais difícil abrir um negócio. Em<br />
Brasília, costumamos gastar de 40<br />
a 60 dias para ca<strong>da</strong>strar uma empresa<br />
e outros 3 a 4 meses para<br />
que ela possa funcionar”, comen-<br />
ta o contador Leo Arksy, <strong>da</strong> empresa<br />
de contabili<strong>da</strong>de Welmaso,<br />
de Brasília.<br />
A questão é importante porque<br />
impacta a pauta de crescimento<br />
sustentável do Brasil a longo prazo.<br />
A burocracia é um dos motivos<br />
<strong>da</strong> alta taxa de informali<strong>da</strong>de<br />
dos negócios no país, hoje na casa<br />
dos 40% do Produto Interno Bruto<br />
(PIB), de acordo com o Banco<br />
Mundial. Segundo um estudo do<br />
Instituto Análise de Ribeirão Preto,<br />
realizado no final do ano passado<br />
a pedido do Ministério <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>,<br />
de um total de 640 empreendedores<br />
informais do estado de<br />
São Paulo, 21,5% não pensavam<br />
em legalizar suas ativi<strong>da</strong>des por<br />
causa <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des burocráticas,<br />
24,6% devido ao alto custo<br />
financeiro e 18,5% devido ao<br />
tempo gasto no processo.<br />
O argumento explica a ênfase<br />
especial ao tema pedido pelo<br />
ministro Luiz Fernando Furlan, do<br />
MDIC, ao grupo de trabalho interministerial,<br />
e também a inclusão<br />
do tema na lista de medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
nova Política Industrial. “Mas não<br />
adianta esperar que o Estado sozinho<br />
conduza o processo de mu<strong>da</strong>nças.<br />
A pressão <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />
é fun<strong>da</strong>mental”, alerta o cientista<br />
político Sérgio Abranches.<br />
Enti<strong>da</strong>des representativas do público<br />
empresarial já estão se movimentando<br />
nesse sentido. O Serviço<br />
Brasileiro de Apoio às Micro e<br />
Pequenas Empresas (Sebrae), por<br />
exemplo, elaborou um anteprojeto<br />
de lei, apresentando ao Congresso<br />
em 2004, redefinindo o Estatuto<br />
<strong>da</strong>s Micro e Pequenas Empresas e<br />
fazendo outras propostas. Interessados<br />
no assunto não faltam. O número<br />
de empreendedores no país<br />
O <strong>Mundo</strong> 13<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>
Empreendedores<br />
é crescente. O Brasil passou de<br />
sétimo colocado, em 2002, para<br />
o 6º lugar, em 2003, na pesquisa<br />
Global Entrepreneurship Monitor,<br />
feita pela London Business<br />
School, sobre o nível <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />
empreendedora em todos os continentes.<br />
No ano passado, 12,9%<br />
<strong>da</strong> população estava envolvi<strong>da</strong><br />
em alguma ação empreendedora,<br />
formal ou informalmente.<br />
A criação de um ca<strong>da</strong>stro único<br />
de empresas, reunindo informações<br />
<strong>da</strong> Receita Federal e <strong>da</strong>s<br />
secretarias de fazen<strong>da</strong> estaduais<br />
e municipais é o desejo <strong>da</strong>queles<br />
que defendem um processo menos<br />
complexo na constituição de<br />
empresas no Brasil. O Sebrae, a<br />
Federação Nacional <strong>da</strong>s Empresas<br />
de Serviços Contábeis (Fenacon) e<br />
o Conselho Federal de Contabili<strong>da</strong>de<br />
(CFC) já definiram essa deman<strong>da</strong><br />
como a principal em sua<br />
pauta de reivindicações. O conceito<br />
one stop shop (algo como<br />
loja de para<strong>da</strong> única) já funciona<br />
em vários países desenvolvidos.<br />
A unificação <strong>da</strong>s informações fis-<br />
“No Brasil, embora<br />
esteja previsto em<br />
lei, o ca<strong>da</strong>stro único<br />
ain<strong>da</strong> está longe de<br />
se tornar reali<strong>da</strong>de.”<br />
cais é, inclusive, uma exigência <strong>da</strong><br />
Emen<strong>da</strong> Constitucional 42, aprova<strong>da</strong><br />
na Reforma Tributária de 2003<br />
A entra<strong>da</strong> única de <strong>da</strong>dos ca<strong>da</strong>strais<br />
é a regra, por exemplo, no<br />
Canadá, que também já admite o<br />
preenchimento de formulários<br />
pela internet. Assim, em apenas<br />
dois dias, é possível obter o registro.<br />
O empreendedor se compromete<br />
a enviar, por correio, um<br />
único documento: o contrato social<br />
<strong>da</strong> empresa.<br />
No Brasil, embora esteja previsto<br />
em lei, o ca<strong>da</strong>stro único ain<strong>da</strong><br />
está longe de se tornar reali<strong>da</strong>de.<br />
“Existem dispari<strong>da</strong>des nas regras locais<br />
e também na estrutura tecnológica.<br />
Em São Paulo, por exemplo, o<br />
registro de empresa é regulado por<br />
lei estadual e, por isso, terá de ser<br />
aprova<strong>da</strong> uma nova lei que possibilite<br />
o ca<strong>da</strong>stro único”, explicou<br />
Paulo Ricardo de Souza Cardoso<br />
quando Coordenador-geral de fiscalização<br />
<strong>da</strong> receita, em 2004.<br />
A adoção de um código único<br />
de classificação econômica de empresas<br />
é outra medi<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />
para a viabilização do projeto.<br />
A Classificação Nacional de Ativi<strong>da</strong>de<br />
Econômica (CNAE - Fiscal),<br />
O <strong>Mundo</strong> 14<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
cria<strong>da</strong> em 1994 e atualiza<strong>da</strong> em<br />
2002, foi sendo paulatinamente<br />
usa<strong>da</strong> pelos diversos ministérios.<br />
Ela torna possível o uso de um<br />
mesmo código de ativi<strong>da</strong>de em<br />
todo o país e viabiliza o ca<strong>da</strong>stro<br />
único. A classificação segue o padrão<br />
<strong>da</strong> Organização <strong>da</strong>s Nações<br />
Uni<strong>da</strong>s, o que facilita a comparação<br />
de informações brasileiras<br />
com <strong>da</strong>dos mundiais. Nem to<strong>da</strong>s<br />
as ci<strong>da</strong>des, porém, a utilizam e,<br />
naquelas em que já é emprega<strong>da</strong>,<br />
falta uniformi<strong>da</strong>de. Algumas aplicam<br />
os três primeiros algarismos<br />
<strong>da</strong> classificação, enquanto outras<br />
elencam até seis. Na Receita Federal<br />
o padrão é o uso dos quatro<br />
primeiros números. Na esfera<br />
federal, cogita-se que o Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística<br />
(IBGE) poderia coordenar uma<br />
central de codificação de ativi<strong>da</strong>des<br />
econômicas.<br />
Unificação de códigos<br />
O código <strong>da</strong> CNAE também<br />
poderia ser usado para cruzamento<br />
com as ativi<strong>da</strong>des lista<strong>da</strong>s nos<br />
planos diretores <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. Isso<br />
facilitaria a concessão dos alvarás<br />
de funcionamento e serviria para<br />
orientar a necessi<strong>da</strong>de de fiscalizações<br />
e licenças específicas. Na<br />
ci<strong>da</strong>de de São Paulo está sendo<br />
elaborado um software que determinará,<br />
por exemplo, a necessi<strong>da</strong>de<br />
de uma vistoria ambiental<br />
com base no código.<br />
Além do ca<strong>da</strong>stro único existem<br />
outros problemas. Faltam informações<br />
sistematiza<strong>da</strong>s e de<br />
fácil compreensão sobre o procedimento<br />
a ser adotado pelos<br />
interessados em abrir empresas,<br />
principalmente porque as regras<br />
variam de ci<strong>da</strong>de para ci<strong>da</strong>de, de<br />
estado para estado. O Sebrae tem
Empreendedores<br />
“Dos 152 dias registrados no<br />
estudo do Banco Mundial, 120 são<br />
gastos nos procedimentos de<br />
fiscalização e vistoria para a<br />
obtenção <strong>da</strong>s licenças vincula<strong>da</strong>s<br />
ao alvará de funcionamento.”<br />
desempenhado um papel importante<br />
nessa área. “É preciso unificar as<br />
regras”, sugere o presidente do CFC<br />
(Conselho Federal de Contabili<strong>da</strong>de),<br />
José Martonio Alves Coelho.<br />
Como se não bastasse o tortuoso<br />
caminho até a obtenção do registro<br />
<strong>da</strong> empresa, os futuros empresários<br />
precisam munir-se de persistência<br />
para conseguir autorizações de funcionamento<br />
<strong>da</strong>s instâncias locais,<br />
como a prefeitura, o corpo de bombeiros<br />
e a vigilância sanitária. Dos<br />
152 dias registrados no estudo do<br />
Banco Mundial, 120 são gastos nos<br />
procedimentos de fiscalização e vistoria<br />
para a obtenção <strong>da</strong>s licenças<br />
vincula<strong>da</strong>s ao alvará de funcionamento.<br />
A falta de fiscais em muitas<br />
ci<strong>da</strong>des adia a vistoria. Em Brasília<br />
houve casos em que, para agilizar o<br />
processo, o empreendedor teve de<br />
ir ao corpo de bombeiros com seu<br />
próprio carro para buscar o técnico,<br />
já que faltam viaturas.<br />
Fiscalização<br />
Qual seria uma possível solução?<br />
Para André Spínola, consultor<br />
de tributos e desburocratização do<br />
Sebrae, deveriam ser cria<strong>da</strong>s classificações<br />
mais precisas <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
de acordo com o risco potencial<br />
que elas oferecem para a<br />
socie<strong>da</strong>de. Assim, as fiscalizações<br />
se concentrariam nos negócios em<br />
que há, de fato, perigo de acidentes.<br />
Outra hipótese seria <strong>da</strong>r ciência<br />
ao empreendedor de to<strong>da</strong>s as<br />
obrigações a cumprir em relação à<br />
segurança <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de. Ele assinaria<br />
um termo de responsabili<strong>da</strong>de<br />
O <strong>Mundo</strong> 16<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
comprometendo-se a executá-las<br />
em determinado período de tempo.<br />
Dessa forma, a firma poderia iniciar<br />
suas ativi<strong>da</strong>des mais rapi<strong>da</strong>mente.<br />
Não é apenas o nascimento de<br />
um empreendimento que envolve<br />
tantos meandros. Os processos de<br />
fechamento ou alteração <strong>da</strong>s condições<br />
jurídicas são compostos<br />
por rituais ain<strong>da</strong> mais cansativos.<br />
O prazo de dez anos citado pelo<br />
Banco Mundial para <strong>da</strong>r baixa<br />
de um estabelecimento é conseqüência,<br />
em grande medi<strong>da</strong>, <strong>da</strong><br />
exigência de certidões negativas<br />
pelo Instituto Nacional de Seguri<strong>da</strong>de<br />
Social (INSS), <strong>da</strong> Procuradoria<br />
Geral <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Nacional,<br />
<strong>da</strong> Receita Federal e do Fundo de<br />
Garantia por Tempo de Serviço<br />
(FGTS). Uma alternativa para resolver<br />
o problema seria a eliminação<br />
de to<strong>da</strong>s essas certidões. O empresário<br />
<strong>da</strong>ria baixa na Junta Comercial<br />
e avisaria aos órgãos envolvido<br />
que cobrariam eventuais dívi<strong>da</strong>s.<br />
A redução do prazo de abertura<br />
e encerramento de empresas no<br />
Brasil ain<strong>da</strong> vai demorar. Contando<br />
com aprovações de projetos de<br />
lei no Congresso, investimentos<br />
em informatização e, sobretudo,<br />
uma cooperação entre os governos,<br />
serão precisos pelo menos<br />
três ou quatro anos, se tudo correr<br />
bem. Mas questões complexas<br />
muitas vezes são resolvi<strong>da</strong>s com<br />
soluções marca<strong>da</strong>s pela simplici<strong>da</strong>de,<br />
quase óbvias. Enquanto as<br />
mu<strong>da</strong>nças estruturais não aparecem,<br />
foram cria<strong>da</strong>s em dez ci<strong>da</strong>des,<br />
com o apoio do Sebrae, as<br />
Centrais Fáceis, que reúnem escritórios<br />
dos órgãos envolvidos no<br />
registro num único local.<br />
Clarissa Furtado<br />
Matéria publica<strong>da</strong> por especial permissão<br />
<strong>da</strong> Revista Desafios do Desenvolvimento, a<br />
quem a OMU agradece
Foto: Arquivo<br />
18<br />
Produtivi<strong>da</strong>de<br />
Se formos falar do processo<br />
de furação, acredito que<br />
deveríamos voltar até os<br />
primórdios <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de<br />
quando, ain<strong>da</strong> na I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra,<br />
os homens já possuíam furadores<br />
de osso, para couro e madeira. Nos<br />
dias de hoje a furação é umas <strong>da</strong>s<br />
operações mais comuns na usinagem<br />
moderna.<br />
Raramente encontraremos uma<br />
peça em que não exista nenhum<br />
furo, portanto nós criamos ferramentas<br />
para que, associa<strong>da</strong>s às<br />
máquinas, cumpram, com alta<br />
produtivi<strong>da</strong>de, as necessi<strong>da</strong>des dos<br />
nossos clientes.<br />
Como definiríamos um furo?<br />
Um vazio na peça? É claro que<br />
não é tão simples assim. Qualquer<br />
profissional que trabalha com<br />
usinagem sabe o valor deste furo.<br />
Para clientes que usinam grande<br />
quanti<strong>da</strong>de de peças por lote, o<br />
valor está na produtivi<strong>da</strong>de, está<br />
na rapidez <strong>da</strong> usinagem. Por outro<br />
lado, para clientes que usinam pequenos<br />
lotes, peças grandes e com alto<br />
valor agregado, o valor do furo está<br />
na confiabili<strong>da</strong>de do processo.<br />
Provavelmente encontraremos<br />
peças em que o furo é apenas de<br />
passagem, de baixo valor agregado<br />
e com certeza encontraremos também<br />
furos com tanta precisão que<br />
operações subseqüentes à furação<br />
serão necessárias. A Coromant, com<br />
a mais alta tecnologia existente no<br />
mercado, produz brocas para todos<br />
os valores de furos, sejam eles para<br />
passagem ou de precisão.<br />
Com a evolução <strong>da</strong>s máquinas e<br />
dos materiais a serem usinados, as brocas<br />
evoluiram também, desde o metal<br />
duro, onde hoje são usados microgrãos<br />
extrafinos até as coberturas, que proporcionam<br />
maior vi<strong>da</strong> e produtivi<strong>da</strong>de<br />
às ferramentas.<br />
Atualmente, as brocas inteiriças de<br />
metal duro <strong>da</strong> Coromant são desenvolvi<strong>da</strong>s<br />
especificamente para ca<strong>da</strong><br />
tipo de material a ser usinado, como a<br />
R850 para alumínio, a R840 para aços<br />
e uso geral e a nova R842, na classe<br />
GC1210, lança<strong>da</strong> no CoroPak 05.2,<br />
para ferro fundido.<br />
Falando especificamente em brocas<br />
com pastilhas intercambiáveis, o<br />
sucesso <strong>da</strong> substituta <strong>da</strong> Coromant-U,<br />
a Corodrill 880, está tornando esta<br />
ferramenta um ícone mundial na<br />
usinagem de furos.<br />
Desde 1977, a Coromant é pioneira<br />
no desenvolvimento de brocas<br />
com pastilhas intercambiáveis, tendo<br />
efetivamente lançado esta tecnologia<br />
de furação, com a T-Max U. A marca<br />
T-Max é tão forte, que muitos ain<strong>da</strong><br />
hoje chamam a Coromant-U de Broca<br />
T–Max, pois ela foi a primeira e<br />
revolucionária, razão de seu nome<br />
perdurar até os dias de hoje. A broca<br />
T-Max, com canais retos e pastilhas<br />
WCMX, e diâmetros a partir de 25<br />
mm, aumentou a produtivi<strong>da</strong>de em<br />
até 10 vezes em relação às ferramentas<br />
existentes na época.<br />
Em 1986, foram lança<strong>da</strong>s T-Max com<br />
diâmetros a partir de 17,5 mm, que utilizavam<br />
pastilhas com geometria LCMX<br />
com duas arestas de corte e, em<br />
1994, os canais retos foram substituídos<br />
por canais helicoi<strong>da</strong>is, para<br />
um melhor escoamento de cavacos,<br />
surgindo assim a Coromant-U, proporcionando<br />
furos mais profundos
e com melhor acabamento. A faixa<br />
de diâmetros pode ser reduzi<strong>da</strong><br />
para 12,7 mm.<br />
A Corodrill 880 mantém a robustez<br />
<strong>da</strong> T-Max-U e a tecnologia de escoamento<br />
de cavacos <strong>da</strong> Coromant-U e, o<br />
melhoramento de classes e coberturas<br />
de metal duro, associado à exclusiva e<br />
patentea<strong>da</strong> Step Technology <strong>da</strong> pastilha<br />
central, faz dela a melhor broca existente<br />
no mercado nos dias atuais.<br />
A Step Technology existente na<br />
pastilha central <strong>da</strong> Corodrill 880 proporciona<br />
um balanceamento perfeito<br />
nas forças de corte, resultando em um<br />
furo mais preciso. O próprio nome se<br />
refere à entra<strong>da</strong> “passo-a-passo” no<br />
produto (fig.1) a ser furado, fazendo<br />
com que a broca tenha menos deflexão<br />
e proporcionando um aumento de<br />
até 100% do avanço, se comparado às<br />
brocas existentes no mercado.<br />
Quando comparamos os <strong>da</strong>dos<br />
de corte de uma broca T-Max diâmetro<br />
25 mm em aço SAE 8620,<br />
com 150Hb de dureza e com classes<br />
Figura 1<br />
Pastilha central Pastilha periférica<br />
Figura 2<br />
1 3 2 Entra<strong>da</strong> passo-a-passo:<br />
Centro <strong>da</strong> Broca<br />
Altas faixas de avanço são<br />
possíveis sem desgaste do canto<br />
periférico interno<br />
excelentes para a época, a veloci<strong>da</strong>de<br />
de corte era de 90 a 250 m/min e o<br />
avanço de 0.08 - 0.12 mm/rot. Já a<br />
Coromant-U trabalha com os mesmos<br />
avanços <strong>da</strong> broca T-Max-U, porém<br />
com veloci<strong>da</strong>de de corte de 180 a<br />
290 m/min, mostrando já um aprimoramento<br />
de classes e coberturas <strong>da</strong>s<br />
pastilhas intercambiáveis de metal<br />
duro. Com a nova Corodrill 880 no<br />
mesmo material, as veloci<strong>da</strong>des de<br />
corte se mantiveram muito próximas<br />
<strong>da</strong> Coromant-U.<br />
Para o aço acima referido, as ve-<br />
loci<strong>da</strong>des de corte variam de 180 a<br />
290 m/min, porém os avanços foram<br />
para a faixa de 0.12 – 0,26 mm/rot,<br />
indicando assim um enorme aumento<br />
de produtivi<strong>da</strong>de. Isso tudo também é<br />
permitido devido a três classes disponíveis<br />
para pastilhas periféricas:<br />
GC4014, classe para alta veloci<strong>da</strong>de de<br />
corte e condições estáveis de usinagem;<br />
GC4024, classe para veloci<strong>da</strong>des de<br />
médias a altas, para uso geral e<br />
1 - A primeira parte entra em contato com<br />
o material. Para evitar altas forças de corte<br />
que empurrem a broca do centro, esta parte<br />
tem de ser pequena.<br />
2 - A segun<strong>da</strong> parte entra em contato com o<br />
material para equilibrar a ferramenta.<br />
3 - Agora a terceira parte pode entrar em contato<br />
com o material de maneira segura.<br />
Centro <strong>da</strong> Broca<br />
O <strong>Mundo</strong> 19<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
GC4044, classe de alta tenaci<strong>da</strong>de<br />
para usinagens em condições instáveis<br />
e veloci<strong>da</strong>des de corte (de médias<br />
a baixas).<br />
Para a pastilha central foi desenvolvi<strong>da</strong><br />
a classe GC 1044, para uso geral,<br />
uma classe com alta tenaci<strong>da</strong>de garantindo<br />
alta segurança na usinagem.<br />
Há ain<strong>da</strong> três geometrias de quebra-cavacos,<br />
GR, GM e LM, desenvolvi<strong>da</strong>s<br />
ca<strong>da</strong> qual para uma aplicação<br />
específica:<br />
GR, geometria quebra-cavacos desenvolvi<strong>da</strong><br />
para altos avanços em aços e<br />
ferros fundidos;<br />
GM, para avanços de médios a altos<br />
e uso geral e a<br />
LM, para materias de difícil quebra de<br />
cavacos e aços inoxidáveis.<br />
Outra vantagem <strong>da</strong> Step Technology<br />
é que ela protege a aresta interna<br />
<strong>da</strong> pastilha periférica, tornando<br />
a Corodrill 880 a única broca com<br />
pastilhas intercambiáveis com quatro<br />
arestas efetivas de corte. (fig. 2).<br />
To<strong>da</strong>s as pastilhas periféricas são<br />
com tecnologia Wiper, que proporcionam<br />
um excelente acabamento<br />
do furo. Mantendo-se uma veloci<strong>da</strong>de<br />
de corte, por exemplo, de 250<br />
m/min, e alterando-se apenas os<br />
avanços, foram obtidos, num ensaio<br />
laboratorial, os seguintes valores<br />
de acabamento, na furação de aço<br />
baixa-liga, com pastilhas intercambiáveis<br />
na geometria GR :<br />
0,04 mm/rot,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 0,84 Ra;<br />
0,20 mm/rot,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 1,53 Ra;<br />
0,32 mm/rot,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 2,30 Ra.<br />
Portanto para se manter a rugosi<strong>da</strong>de<br />
baixa, (quando exigi<strong>da</strong>), alta produtivi<strong>da</strong>de<br />
e quali<strong>da</strong>de de furo a Corodrill<br />
880 é a solução mais eficaz.<br />
Dorival Silveira<br />
Técnico de produto, ferramentas<br />
rotativas, Sandvik Coromant do Brasil
Fotos: Izil<strong>da</strong> França<br />
20<br />
Gestão Empresarial<br />
A equipe (<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para direita): Denis Alberto, chefe de usinagem <strong>da</strong> Voith Siemens,<br />
Eduardo Debone, vendedor técnico <strong>da</strong> Sandvik Coromant, Antônio Yamashita, técnico de<br />
ferramentas, Arthur Leotta, gerente <strong>da</strong> engenharia de produção, Edilson Barbosa, programador<br />
CNC e Rafael Lacer<strong>da</strong>, engenheiro de produção, todos <strong>da</strong> Voith Siemens.<br />
Voith Siemens Hydro<br />
Power Generation está<br />
produzindo rotores Francis<br />
para PCH s (Pequenas<br />
Centrais Hidroelétricas)<br />
e Pelton, com o conceito<br />
mecano-sol<strong>da</strong>do (2 discos<br />
fundidos em rotores Francis<br />
e 1 disco e meias-conchas<br />
fundi<strong>da</strong>s em rotores Pelton),<br />
em substituição ao conceito<br />
monobloco.<br />
Voith Siemens introduz<br />
conceito na produção<br />
de rotores<br />
Amu<strong>da</strong>nça proporciona vantagens<br />
em termos de redução<br />
e precisão do ciclo<br />
de fabricação, aperfeiçoamento<br />
<strong>da</strong>s condições para a usinagem<br />
completa do perfil hidráulico<br />
(geometria) e otimização do controle<br />
<strong>da</strong>s variáveis de fabricação, o<br />
que redun<strong>da</strong> na maior confiabili<strong>da</strong>de<br />
do produto.<br />
O conceito mecano-sol<strong>da</strong>do começou<br />
a ser aplicado em 2004, na<br />
linha de produção de rotores Pelton,<br />
<strong>da</strong> planta brasileira <strong>da</strong> companhia,<br />
localiza<strong>da</strong> no bairro do Jaraguá,<br />
na Zona Oeste <strong>da</strong> capital paulista.<br />
O conceito provou ser superior ao<br />
monobloco e, a partir do primeiro<br />
semestre de 2005, passou a ser uti-<br />
lizado também na produção dos rotores<br />
Francis.<br />
Em ambas as linhas de produção,<br />
a fresa R 210, <strong>da</strong> Sandvik Coromant,<br />
tem mostrado grande eficiência, e se<br />
tornou uma importante ferramenta<br />
para a uni<strong>da</strong>de brasileira <strong>da</strong> Voith<br />
Siemens fabricar os rotores Pelton e<br />
Francis dentro dos apertados custos<br />
de produção que haviam sido previamente<br />
definidos.<br />
Com o conceito mecano-sol<strong>da</strong>do,<br />
o ciclo de produção foi reduzido<br />
em cerca de 30%, revela o gerente<br />
de Engenharia de Produção <strong>da</strong> Voith<br />
Siemens Hydro, Arthur Leotta. A<br />
usinagem, considerando as operações<br />
de torneamento e fresamento,<br />
representam 20% do ciclo , com-<br />
plementa. Para se ter idéia do que<br />
significa uma redução desta ordem,<br />
é preciso ter em mente que o ciclo<br />
de produção completo de um rotor<br />
dura meses . É necessário também<br />
imaginar a produção de peças de<br />
grande porte, em que o padrão para<br />
<strong>da</strong>r a medi<strong>da</strong> de peso, quase sempre,<br />
é a tonela<strong>da</strong>.<br />
A título de ilustração, para produzir<br />
apenas um componente de<br />
um rotor Francis de médio porte,<br />
como uma coroa - que estava sendo<br />
fresa<strong>da</strong> quando a reportagem de O<br />
<strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> visitou a empresa<br />
- são necessárias duas semanas<br />
de trabalho, segundo o supervisor<br />
de Preparação de Ferramentas<br />
<strong>da</strong> Voith Siemens Hydro, Antônio
Processo de fabricação do rotor Francis.<br />
Yoshinori Yamashita. São duas semanas,<br />
trabalhando dois turnos , de<br />
segun<strong>da</strong> a sábado , esclarece.<br />
A coroa bruta, que estava em processo<br />
de fresamento, pesa em torno<br />
de 6 tonela<strong>da</strong>s e cerca de 60% do<br />
material é retirado por usinagem. Na<br />
operação de fresamento de uma peça<br />
como esta, a quanti<strong>da</strong>de de insertos<br />
utiliza<strong>da</strong> é relativamente pequena,<br />
considerando o tempo e o processo<br />
de usinagem , especifica.<br />
Além de possibilitar a redução do<br />
ciclo total de produção, o conceito<br />
mecano-sol<strong>da</strong>do tem garantido também<br />
a melhor quali<strong>da</strong>de do material<br />
(em última instância, do produto final).<br />
Conforme o chefe de <strong>Usinagem</strong><br />
e Componentes Fundidos <strong>da</strong> Voith<br />
Siemens Hydro, Denis Alberto Loureiro,<br />
os rotores Pelton e Francis são<br />
produzidos com aço inoxidável fundido<br />
(como o ASTM A743).<br />
No conceito monobloco, fundese<br />
um bloco de aço no formato próximo<br />
ao do rotor acabado e retira-se<br />
a quanti<strong>da</strong>de de sobremetal para se<br />
chegar ao perfil final. No conceito<br />
mecano-sol<strong>da</strong>do, funde-se uma peça<br />
no formato de um disco que é torneado<br />
e posteriormente fresado. No rotor<br />
Pelton, metade <strong>da</strong> concha é fundi<strong>da</strong><br />
e o sobremetal é retirado por fresamento.<br />
Como as peças são feitas em<br />
partes - que depois de usina<strong>da</strong>s são<br />
sol<strong>da</strong><strong>da</strong>s - o acesso <strong>da</strong>s ferramentas<br />
de corte é facilitado, possibilitando a<br />
usinagem total do rotor.<br />
No conceito monobloco, a usinagem<br />
não era total, porque o acesso<br />
<strong>da</strong>s ferramentas de corte era impossível<br />
em certas partes do rotor. A<br />
usinagem atingia cerca de 85% <strong>da</strong><br />
peça, no caso de rotores Pelton. Para<br />
as áreas em que o fresamento não<br />
podia ser realizado, aplicava-se o es-<br />
O <strong>Mundo</strong> 21<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
merilhamento manual. Além disso,<br />
a produção <strong>da</strong>s peças fundi<strong>da</strong>s também<br />
é facilita<strong>da</strong> porque a geometria<br />
é bem mais simples e garante o deslocamento<br />
<strong>da</strong>s impurezas do material<br />
para as regiões mais periféricas.<br />
Fresamento<br />
O fresamento possibilita que a<br />
tolerância hidráulica (perfil) fique<br />
muito mais próxima <strong>da</strong> concepção<br />
do projeto, já que a operação é<br />
executa<strong>da</strong> conforme programação<br />
CNC, sendo mínima a intervenção<br />
manual. Essa operação é realiza<strong>da</strong><br />
por várias ferramentas, dentre elas<br />
a fresa R210 que utiliza pastilhas de<br />
metal duro fabrica<strong>da</strong>s no Brasil. Segundo<br />
o vendedor técnico <strong>da</strong> Sandvik<br />
Coromant, engenheiro Eduardo<br />
Debone, essa fresa é indica<strong>da</strong> para<br />
uso com altos avanços e profundi<strong>da</strong>des<br />
de corte pequenas. Com essa
Gestão Empresarial<br />
Disco Fundido para usinagem no conceito<br />
Mecano-sol<strong>da</strong>do para rotores Francis.<br />
ferramenta é possível obter grandes<br />
remoções de cavacos em um tempo<br />
reduzido, acrescenta.<br />
O engenheiro mecânico <strong>da</strong> Voith<br />
Siemens Hydro Power, Rafael Segantin<br />
Lacer<strong>da</strong>, diz que a R210 foi introduzi<strong>da</strong><br />
em sua empresa junto com<br />
os conceitos de usinagem em Z-Level<br />
(usinagem em cama<strong>da</strong>s) e HFC<br />
- High Feed Cutting (<strong>Usinagem</strong> em<br />
Altos Avanços). Discutimos com os<br />
profissionais <strong>da</strong> Sandvik Coromant e<br />
decidimos aplicar a fresa, afirma. Os<br />
resultados mostram que a escolha foi<br />
correta, complementa.<br />
Rotores<br />
Também conhecido como ro<strong>da</strong> Pelton,<br />
o rotor Pelton é aplicado em usinas<br />
hidroelétricas instala<strong>da</strong>s em rios que<br />
apresentam alta que<strong>da</strong> d‘água. Praticamente<br />
a totali<strong>da</strong>de dos rotores Pel-<br />
Processo de usinagem no conceito<br />
mecano-sol<strong>da</strong>do de rotores Francis.<br />
Processo de usinagem do disco. Disco no conceito Mecano-sol<strong>da</strong>do<br />
completamente usinado.<br />
ton produzidos pela Voith Siemens<br />
no Brasil, nos últimos cinco anos, foi<br />
exporta<strong>da</strong> para os mais diversos mercados<br />
mundiais. Atualmente, a maior<br />
parte <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s externas deste tipo<br />
de rotor é destina<strong>da</strong> a países <strong>da</strong> América<br />
Latina e Europa. Já o rotor Francis,<br />
que pode ter até 13 pás, é aplicado<br />
em usinas instala<strong>da</strong>s em rios com<br />
média e alta que<strong>da</strong>s. Aliás, rotores<br />
Francis são utilizados na maior usina<br />
hidroelétrica do mundo, a Usina<br />
de Itaipu, que deverá perder o posto<br />
quando a Usina de Três Gargantas<br />
(SanXia), na China, estiver plenamente<br />
operacional. Nos últimos anos,<br />
perto de 80% dos rotores Francis <strong>da</strong><br />
Voith Siemens são comercializados no<br />
mercado nacional, incluindo aplicação<br />
nas PCHs, onde o conceito mecanosol<strong>da</strong>do<br />
pode ser utilizado.<br />
A Voith Siemens produz também<br />
O <strong>Mundo</strong> 22<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
rotores do tipo Kaplan, que normalmente<br />
são aplicados em usinas instala<strong>da</strong>s<br />
em rios com baixa que<strong>da</strong>.<br />
Cerca <strong>da</strong> metade <strong>da</strong> produção é exporta<strong>da</strong>.<br />
No Brasil, grande parte <strong>da</strong>s<br />
ven<strong>da</strong>s é volta<strong>da</strong> para aplicações de<br />
repotenciação (aumento de potência)<br />
e reabilitação.<br />
Mercado<br />
O governo brasileiro divulgou em<br />
outubro passado que viabilizou investimentos<br />
de R$ 16,9 bilhões na expansão<br />
<strong>da</strong> infra-estrutura de energia elétrica<br />
no País (geração e transmissão de<br />
energia), no período de 33 meses.<br />
Conforme material distribuído à<br />
imprensa, os recursos destinados à<br />
geração de energia serão aplicados<br />
na implantação de 39 uni<strong>da</strong>des geradoras<br />
em 15 usinas hidroelétricas,<br />
e de 36 uni<strong>da</strong>des geradoras em 13<br />
usinas termoelétricas, localiza<strong>da</strong>s<br />
em to<strong>da</strong>s as regiões do país.<br />
O material divulgado pelo governo<br />
indica que são mais 11,06 mil<br />
MW de potência em instalação, o<br />
que representa um incremento de<br />
12% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de instala<strong>da</strong> de geração<br />
de energia elétrica. Até o final<br />
deste ano devem entrar em operação<br />
mais 11 uni<strong>da</strong>des geradoras, em 7<br />
usinas hidráulicas e térmicas; outras<br />
28 uni<strong>da</strong>des geradoras, começarão a<br />
funcionar em 13 usinas hidráulicas e<br />
térmicas no próximo ano.
Gestão Empresarial<br />
Entre os investimentos mais significativos<br />
realizados no período, em<br />
geração de energia hidroelétrica, o<br />
governo aponta a obra <strong>da</strong> usina de<br />
Peixe Angical, em construção no rio<br />
Tocantins, nos municípios de Peixe e<br />
São Salvador (TO).<br />
A Voith Siemens Hydro Power tem<br />
importante participação neste projeto<br />
e já realizou a entrega <strong>da</strong> primeira turbina<br />
Kaplan, com capaci<strong>da</strong>de de gerar<br />
153 MW. A empresa tem contrato<br />
com a Enerpeixe para fornecer três<br />
grupos de geradores providos com<br />
turbinas hidráulicas do tipo Kaplan.<br />
O material possui dimensões comparáveis<br />
às maiores máquinas deste tipo<br />
já instala<strong>da</strong>s e em operação no país.<br />
A potência total instala<strong>da</strong> <strong>da</strong> UHE<br />
será de 450 MW.<br />
Em que pesem os investimentos<br />
realizados em geração de energia no<br />
País, o mercado mostra-se retraído.<br />
Balanço relativo ao desempenho setorial,<br />
divulgado pela Associação Brasileira<br />
<strong>da</strong> Indústria Elétrica e Eletrônica<br />
(Abinee), indica que a área de geração,<br />
transmissão e distribuição de energia<br />
(GTD) apresentou variação negativa<br />
de 7% no primeiro semestre de 2005<br />
em comparação ao mesmo período<br />
do ano anterior, em reais constantes.<br />
Centro de competência mundial<br />
A Voith Siemens Hydro Power Generation é uma divisão<br />
<strong>da</strong> Voith AG, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1867, e emprega mais de 2.200<br />
pessoas em todo o mundo. É uma <strong>da</strong>s líderes mundiais no<br />
fornecimento de equipamentos, turbinas e geradores para<br />
hidrogeração de energia elétrica. Estima-se que um terço<br />
<strong>da</strong> energia do mundo seja gera<strong>da</strong> por equipamentos Voith<br />
Siemens Hydro. No Brasil, 47% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de hidroelétrica<br />
instala<strong>da</strong> vem de usinas que utilizam turbinas e equipamen-<br />
tos Voith Siemens Hydro.<br />
A Voith Siemens Hydro no Brasil é centro de competência<br />
mundial para todo o Grupo Voith Siemens Hydro na tecnolo-<br />
gia de fabricação de componentes hidráulicos e construção<br />
de rotores <strong>da</strong>s turbinas.<br />
Facha<strong>da</strong> <strong>da</strong> Voith Siemens Hydro Power Generation, em São Paulo, Brasil.<br />
Conforme análise <strong>da</strong> Abinee, na<br />
área de GTD, a boa performance<br />
dos negócios dos equipamentos de<br />
transmissão não foram suficientes<br />
para compensar o retraído mercado<br />
de geração, que está dependendo<br />
dos leilões de energia nova”, e de<br />
distribuição, que apenas no segundo<br />
trimestre começou a receber algumas<br />
encomen<strong>da</strong>s. Apesar disso, as<br />
expectativas do setor são de crescimento<br />
para o futuro próximo devido<br />
à necessi<strong>da</strong>de premente de investimentos<br />
na infra-estrutura de energia<br />
elétrica do País.<br />
O otimismo <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de é compartilhado<br />
pelo novo presidente <strong>da</strong> Voith<br />
O <strong>Mundo</strong> 24<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Siemens Hydro Power Generation,<br />
Osvaldo San Martin, que assumiu<br />
suas funções em outubro de 2005,<br />
num cenário adverso, com dólar em<br />
baixa, aço em alta e o entrave nas licenças<br />
ambientais e investimentos para<br />
a construção de novas hidroelétricas.<br />
“A expectativa é de que o cenário<br />
mude, já vemos uma movimentação<br />
do governo federal na liberação<br />
de novas obras e também na<br />
realização do leilão de energia em<br />
dezembro, o que nos deixa esperançosos<br />
em relação aos próximos<br />
anos”, afirma San Martin.<br />
O Grupo Voith desenvolve padrões mundiais na tecno-<br />
logia de máquinas de fazer papel, transmissão de energia,<br />
equipamento para usinas de energia e serviços industriais.<br />
Com ven<strong>da</strong>s em torno de 3,3 bilhões de euros, tem 24.000<br />
funcionários e atua em 180 lugares no mundo. Trata-se tam-<br />
bém de uma <strong>da</strong>s maiores empresas familiares <strong>da</strong> Europa.<br />
Além de estar presente nas maiores hidroelétricas, a<br />
Voith Siemens Hydro forneceu as maiores turbinas do mun-<br />
do para a Usina de Três Gargantas (SanXia). Funcioná-<br />
rios <strong>da</strong> Voith Siemens do mundo todo, incluindo o Brasil,<br />
estiveram envolvidos no projeto que - em sua capaci<strong>da</strong>de<br />
instala<strong>da</strong> máxima - vai gerar 18.200 MW para mais de 100<br />
milhões de pessoas e indústrias.<br />
De Fato Comunicações
26<br />
Pesquisa & Desenvolvimento<br />
Como as inclusões<br />
no material <strong>da</strong> peça<br />
podem afetar o desgaste<br />
<strong>da</strong> ferramenta?<br />
Os metais fundidos, como<br />
o ferro e o aço,<br />
contém inclusões não<br />
metálicas que, dependendo<br />
<strong>da</strong> composição química, podem<br />
ser abrasivas ou dúcteis. Essas<br />
inclusões são resultantes <strong>da</strong>s impurezas<br />
na liga ou propositalmente introduzi<strong>da</strong>s<br />
para melhorar determina<strong>da</strong>s<br />
proprie<strong>da</strong>des do material <strong>da</strong><br />
peça. Inclusões abrasivas e dúcteis<br />
são adiciona<strong>da</strong>s para melhorar a<br />
resistência ao desgaste e a usinabili<strong>da</strong>de<br />
do material, respectivamente.<br />
Nos discos de freios, produzidos<br />
com ferros fundidos de alto<br />
carbono, o aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de<br />
de grafita é compensado<br />
pela adição de elementos<br />
formadores de carbonetos e/ou<br />
carbonitretos, como o titânio e<br />
o nióbio, introduzindo partículas<br />
duras na matriz para aumentar<br />
a resistência ao desgaste [1].<br />
Além disto, o titânio melhora proprie<strong>da</strong>des<br />
de fricção, evitando o<br />
travamento do sistema de freios<br />
(CHAPMAN;MANNION,1981<br />
apud. [1]).<br />
Nos ferros fundidos, o titânio<br />
forma pequenas partículas de carboneto<br />
de titânio, inseri<strong>da</strong>s na matriz,<br />
com dureza em torno de 3000<br />
DPH. O titânio também consome<br />
boa parte do nitrogênio disponível<br />
no metal, formando nitreto de titânio<br />
[2] e carbonitreto de titânio que<br />
é uma solução sóli<strong>da</strong> de carboneto<br />
de titânio e de nitreto de titânio.<br />
O nióbio pode ser intencionalmente<br />
adicionado para formar inclusões<br />
de carbonetos de nióbio,<br />
O desgaste <strong>da</strong> ferramenta aumentou.<br />
A microestrutura do material foi analisa<strong>da</strong> e<br />
aparentemente não apresentou nenhuma alteração de<br />
grande evidência. Neste caso, como justificar o aumento<br />
do desgaste na ferramenta? Este artigo discute como as<br />
inclusões presentes no material <strong>da</strong> peça podem ser as<br />
responsáveis pela questão em pauta.<br />
com dureza de 2000 – 2500 DPH<br />
[2], para melhorar a resistência ao<br />
desgaste <strong>da</strong>s camisas de cilindro<br />
do ferro fundido cinzento (CAS-<br />
TELLO BRANCO,1984 apud [3])<br />
e em anéis de ferro fundido dúctil<br />
(VATAVUK,1995 apud [3]).<br />
Em algumas normas é especificado<br />
o uso de molibdênio para<br />
conferir resistência à quente e,<br />
conseqüentemente, resistência à<br />
fadiga térmica [1]. O molibidênio<br />
combina com o carbono para formar<br />
uma inclusão muita dura de<br />
carboneto de molibidênio. A dureza<br />
<strong>da</strong> inclusão de Mo 2 C varia de<br />
1500 a 1800 DPH [2].<br />
Nas camisas de cilindro é adicionado<br />
fósforo para formar steadita<br />
e assim melhorar a resistência<br />
ao desgaste. A steadita é uma fase
eutética entre o ferro e o fósforo.<br />
Quando o fosfeto de ferro e o carboneto<br />
de ferro combinam, na microestrutura<br />
do ferro fundido, um<br />
eutético ternário de ferro, carbono<br />
e fósforo é formado.<br />
O enxofre, presente na sucata e<br />
no coque, tem uma forte afini<strong>da</strong>de<br />
com manganês, resultando na formação<br />
<strong>da</strong>s inclusões de sulfeto de<br />
manganês durante a solidificação<br />
do material. A presença dessas inclusões<br />
na matriz não melhora as<br />
proprie<strong>da</strong>des mecânicas do ferro<br />
fundido cinzento, no entanto, contribui<br />
de forma positiva na usinabili<strong>da</strong>de<br />
do material. Freqüentemente,<br />
as inclusões de sulfeto de manganês<br />
aderem na ferramenta, formando<br />
um filme lubrificante que melhora<br />
a usinabili<strong>da</strong>de do material <strong>da</strong> peça<br />
e reduz o desgaste <strong>da</strong> ferramenta.<br />
Melhorar a usinabili<strong>da</strong>de do<br />
material é de grande interesse,<br />
em razão do seu significativo impacto<br />
sobre a competitivi<strong>da</strong>de industrial.<br />
No entanto, a adição <strong>da</strong>s<br />
inclusões abrasivas, com o intuito<br />
de melhorar a resistência ao desgaste<br />
de determinados componentes,<br />
resulta no detrimento <strong>da</strong><br />
usinabili<strong>da</strong>de.<br />
Assim, devido ao importante<br />
papel <strong>da</strong>s inclusões nas proprie<strong>da</strong>des<br />
do material <strong>da</strong> peça e na usinabili<strong>da</strong>de,<br />
este trabalho tem por objetivo<br />
investigar o comportamento<br />
e a influência <strong>da</strong>s inclusões abrasivas<br />
e dúcteis na usinagem do ferro<br />
fundido cinzento<br />
Procedimento Experimental<br />
Material<br />
O material utilizado nesta pesquisa<br />
é o ferro fundido cinzento<br />
classe FC 250, com dureza de<br />
200 HB e limite de resistência à<br />
tração, no corpo-de-prova em estudo,<br />
de 240 MPa. O número de<br />
células eutéticas por mm 2 , Figura<br />
1c, é de 80. O material é formado<br />
por uma matriz perlítica, Figura<br />
1b, contendo grafita tipo A, Figura<br />
1a. A composição química é apresenta<strong>da</strong><br />
na Tabela 1.<br />
Os corpos de prova utilizados<br />
na pesquisa, com 400 mm de<br />
comprimento e 120 mm de diâmetro<br />
externo, foram produzidos com<br />
A<br />
S<br />
0,065<br />
Mn<br />
0,477<br />
200 mm<br />
P<br />
0,046<br />
O <strong>Mundo</strong> 27<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Cu<br />
0,646<br />
B 100 µm C<br />
500 µm<br />
Figura 1 – (a) Classificação <strong>da</strong> grafita segundo a norma ASTM A247.<br />
(b) Matriz perlítica. Reagente: Nital. (c) Células eutéticas. Reagente: Stead.<br />
Tabela 1 – Composição química (%).<br />
Sn<br />
0,064<br />
Ti<br />
0,010<br />
espessura de 30 mm para assegurar<br />
homogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> microestrutura<br />
ao longo <strong>da</strong> seção transversal.<br />
C<br />
3,44<br />
Caracterização<br />
<strong>da</strong>s inclusões<br />
Si<br />
2,24<br />
Cr<br />
0,195<br />
Nb<br />
0,001<br />
Ilustração: Arte Gráfica<br />
Para identificação <strong>da</strong>s inclusões<br />
presentes no material <strong>da</strong> peça, foi<br />
empregado um microscópio eletrônico<br />
de varredura. Este equipamento<br />
possui acoplado um espectrômetro<br />
de energia dispersiva, através do<br />
qual foi possível realizar a microanálise<br />
química <strong>da</strong>s inclusões presentes<br />
na peça e no cavaco.<br />
Os cavacos utilizados na análise<br />
foram obtidos no processo de<br />
torneamento externo longitudinal<br />
com ferramentas SNMA 120408 de<br />
metal duro, sem cobertura, classe<br />
KR3015. Os parâmetros de corte<br />
empregados foram: f = 0,257 mm;<br />
Mo<br />
0,004
Pesquisa & Desenvolvimento<br />
a p = 2 mm; v c = 150 m/min.<br />
Amostras metalográficas <strong>da</strong>s seções<br />
transversais do cavaco foram<br />
prepara<strong>da</strong>s para observar o comportamento<br />
<strong>da</strong>s inclusões durante<br />
a usinagem. Inicialmente, o cavaco<br />
foi coberto com nitrato de prata<br />
para reduzir a sua fragili<strong>da</strong>de, facilitando<br />
o manuseio. Para retenção<br />
de bor<strong>da</strong>s durante o polimento, as<br />
amostras de cavaco foram embuti<strong>da</strong>s<br />
em resina de alta dureza.<br />
A preparação <strong>da</strong>s amostras metalográficas<br />
consistiu no lixamento,<br />
com lixas de carbeto de silício,<br />
até a lixa com tamanho de grão de<br />
1500 mesh, e no polimento com<br />
pasta de diamante de granulometria<br />
0,25 µm. Como lubrificante,<br />
durante o polimento, foi utilizado<br />
álcool etílico. A microestrutura <strong>da</strong>s<br />
amostras metalográficas <strong>da</strong>s seções<br />
transversais dos cavacos foi revela<strong>da</strong><br />
com o reagente nital para que<br />
fosse possível correlacionar a deformação<br />
<strong>da</strong> microestrutura com a<br />
deformação <strong>da</strong>s inclusões.<br />
Resultados e discussões<br />
Tão importante quanto a caracterização<br />
<strong>da</strong> matriz é a identificação<br />
e a quantificação <strong>da</strong>s inclusões<br />
devido ao seu importante<br />
papel no desgaste <strong>da</strong> ferramenta. A<br />
identificação e a quantificação <strong>da</strong>s<br />
inclusões presentes na matriz possibilitam<br />
avaliar qualitativamente a<br />
usinabili<strong>da</strong>de do material <strong>da</strong> peça.<br />
No ferro fundido cinzento em<br />
estudo há tanto inclusões benéficas<br />
quanto prejudiciais à usinabili<strong>da</strong>de.<br />
Como inclusão benéfica à<br />
usinabili<strong>da</strong>de, encontra-se o sulfeto<br />
de manganês, Figura 2. Quando<br />
na interface cavaco-ferramenta,<br />
esta inclusão forma um filme lubri-<br />
O <strong>Mundo</strong> 28<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
MnS cementita<br />
Ampliação 6000x 200 µm SE<br />
Figura 2 – Inclusão de MnS no ferro fundido cinzento<br />
FC 250 com 0,15% S. Reagente: Nital.<br />
400 µm 40 µm<br />
Figura 3 – Inclusão de MnS. (Ferro fundido cinzento com 0,12% S e V c = 150<br />
m.min-1). Reagente: Nital.<br />
Figura 4 – Inclusão de MnS encapsula<strong>da</strong> pela steadita no cavaco do ferro<br />
fundido cinzento usinado a v c =150 m/min. Reagente: Nital.<br />
ficante promovendo a redução dos<br />
desgastes <strong>da</strong> ferramenta por adesão<br />
e difusão. A Figura 3 mostra a<br />
inclusão de MnS intensamente deforma<strong>da</strong><br />
no cavaco.<br />
O efeito lubrificante <strong>da</strong>s inclusões<br />
de MnS, na usinagem, pode<br />
não ser percebido, principalmente<br />
200 µm<br />
quando a inclusão de MnS está encapsula<strong>da</strong><br />
pela steadita, Figura 4,<br />
ou pela inclusão de TiC [5].<br />
É importante lembrar que a<br />
ferramenta de corte utiliza<strong>da</strong> nos<br />
ensaios é de metal-duro e que esta<br />
contém Ti(C,N) em sua microestrutura.<br />
Assim, o material <strong>da</strong> peça
contém inclusões, Figura 6, com o<br />
mesmo grau de dureza <strong>da</strong>s inclusões<br />
que constituem a ferramenta. Devido<br />
à eleva<strong>da</strong> temperatura desenvolvi<strong>da</strong><br />
na ferramenta de corte, a ação<br />
abrasiva <strong>da</strong>s inclusões presentes no<br />
material atua no sentido de intensificar<br />
o desgaste na ferramenta.<br />
A amostra metalográfica de cavaco,<br />
Figura 4, mostra a inclusão<br />
de MnS encapsula<strong>da</strong> pela steadita.<br />
Embora a matriz perlítica apresente-se<br />
intensamente deforma<strong>da</strong><br />
plasticamente, o mesmo não é observado<br />
nas inclusões de MnS, isto<br />
porque a steadita inibiu a deforma-<br />
200 µm 20 µm<br />
Figura 5 – Steadita no cavaco do ferro fundido cinzento FC 250 usinado a<br />
200 m/min. Reagente: Nital.<br />
Ampliação 6000x 200 µm SE<br />
Figura 6 – Inclusão de Ti(C,N) com cromo dissolvido.<br />
ção <strong>da</strong>s inclusões de MnS.<br />
A steadita é um eutético ternário,<br />
composta pela austenita, carboneto<br />
de ferro e fosfeto de ferro<br />
[6]. A Figura 5 mostra o comportamento<br />
<strong>da</strong> steadita no cavaco.<br />
Comparando com a deformação<br />
<strong>da</strong>s inclusões de MnS, Figura 3, e<br />
com a inclusão de Ti(C,N), Figura<br />
7, na mesma região, fica evidenciado<br />
que a steadita pode ser considera<strong>da</strong><br />
particularmente prejudicial<br />
à usinabili<strong>da</strong>de do material<br />
devido ao seu efeito abrasivo.<br />
As inclusões prejudiciais à usinabili<strong>da</strong>de,<br />
presentes no material pes-<br />
O <strong>Mundo</strong> 29<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>
Pesquisa & Desenvolvimento<br />
150 µm 40 µm<br />
Figura 7 – Inclusão de carbonitreto de titânio no cavaco. V c = 150 m/min.<br />
Reagente: Nital<br />
quisado, são: carboneto de titânio,<br />
carbonitreto de titânio, Figura 6,<br />
carbonitreto de titânio e nióbio, e<br />
carboneto de molibdênio.<br />
Pode-se observar na Figura 7<br />
que as inclusões com alta dureza,<br />
em relação à matriz perlítica, não<br />
são deforma<strong>da</strong>s plasticamente,<br />
mesmo quando as condições de<br />
temperatura e pressão desenvolvi<strong>da</strong>s<br />
na interface cavaco-ferramenta<br />
são suficientemente altas para<br />
promover alterações microestruturais<br />
no material <strong>da</strong> peça. Assim,<br />
pode-se concluir que as inclusões<br />
de Ti(C,N) são potencialmente<br />
prejudiciais à usinabili<strong>da</strong>de devido<br />
ao seu efeito abrasivo.<br />
Apesar <strong>da</strong> intensa pressão e <strong>da</strong><br />
eleva<strong>da</strong> tensão de compressão e de<br />
cisalhamento a inclusão de Ti(C,N)<br />
não foi deforma<strong>da</strong> plasticamente,<br />
Figura 7, devido à sua eleva<strong>da</strong> dureza,<br />
contribuindo, possivelmente,<br />
para o desgaste por abrasão na ferramenta<br />
de corte.<br />
Dentro deste quadro de resultados<br />
são apresenta<strong>da</strong>s as conclusões<br />
aqui discuti<strong>da</strong>s.<br />
Conclusões<br />
A caracterização <strong>da</strong>s inclusões<br />
presentes no material <strong>da</strong> peça é de<br />
grande relevância, visto que dependendo<br />
<strong>da</strong>s suas características<br />
e quanti<strong>da</strong>de, diferentes resultados<br />
de usinabili<strong>da</strong>de podem ser obtidos<br />
para o material <strong>da</strong> peça.<br />
Para eluci<strong>da</strong>r a influência <strong>da</strong>s<br />
inclusões na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ferramenta,<br />
secções transversais de cavaco foram<br />
prepara<strong>da</strong>s, nas quais pode-se<br />
observar que as inclusões com alta<br />
dureza, em relação à matriz perlítica,<br />
não são deforma<strong>da</strong>s plasticamente,<br />
ficando evidente que estas<br />
inclusões são potencialmente prejudiciais<br />
à usinabili<strong>da</strong>de. Como<br />
conseqüência do comportamento<br />
<strong>da</strong>s inclusões de sulfeto de manganês<br />
na usinagem, torna-se evidente<br />
a característica dúctil dessas<br />
inclusões durante a usinagem.<br />
Portanto, a análise de algumas<br />
amostras metalográficas de<br />
cavaco, utilizando um microscópio<br />
ótico (equipamento facilmente<br />
encontrado a disposição), poderá<br />
trazer informações bastante<br />
valiosas, facilitando a compreensão<br />
a respeito dos resultados<br />
de usinabili<strong>da</strong>de.<br />
Agradecimentos<br />
Os autores agradecem ao pro-<br />
grama de pós-graduação em Enge-<br />
nharia Mecânica (POSMEC) <strong>da</strong> Uni-<br />
versi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina<br />
e ao Usicon pelo suporte financeiro,<br />
à Capes pela bolsa de pesquisa e à<br />
O <strong>Mundo</strong> 30<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
empresa Tupy Fundições Lt<strong>da</strong>. pelo<br />
apoio técnico, fornecimento de ma-<br />
téria-prima e bibliográfica utilizados<br />
neste trabalho.<br />
Adriana Ana Pereira, Lourival Boehs<br />
GRUCON – Depto. Eng. Mecânica, UFSC,<br />
Florianópolis-SC.<br />
Wilson Luiz Guesser<br />
Tupy Fundições Lt<strong>da</strong>. Engenharia Metalúrgica,<br />
Joinvile-SC.<br />
Depto.Eng. Mecânica, UDESC, Joinvile-SC.<br />
REFERÊNCIAS<br />
BIBLIOGRÁFICAS<br />
[1] GUESSER, Wilson L. et al., “Ferros<br />
Fundidos Empregados para<br />
Discos e Tambores de Freio”, in<br />
Brake Colloquium, SAE, 2003, Brasil-Gramado,<br />
2003.<br />
[2] LAIRD, G. et al., Abrasion Resistant<br />
- Cast Iron Handbook. Ilinois:<br />
AFS American Foundry Society,<br />
2000. p.9-103.<br />
[3] GUESSER, Wilson L.; GUEDES,<br />
Carlos L., “Desenvolvimentos Recentes<br />
em Ferros Fundidos Aplicados à<br />
Indústria Automobilística”, Seminário<br />
<strong>da</strong> Associação de Engenharia, AEA,<br />
1997, Brasil-São Paulo, 1997.<br />
[4] PEREIRA, Adriana A.; BOEHS,<br />
Lourival; GUESSER, Wilson L., “The<br />
Influence of Sulfur on Machinability<br />
of Gray Cast Iron FC 250”, in 38 th International<br />
Seminar on Manufacturing<br />
Systems, 2005, Florianópolis.<br />
Anais Eletrônicos. Brazil-Florianópolis:<br />
CIRP, 2005. CD-ROM.<br />
[5] PEREIRA, Adriana A., Influência<br />
do Enxofre na Microestrutura, nas<br />
Proprie<strong>da</strong>des Mecânicas e na Usinabili<strong>da</strong>de<br />
do Ferro Fundido Cinzento<br />
FC 25. Dissertação de Mestrado<br />
em Engenharia Mecânica - Departamento<br />
de Engenharia Mecânica,<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina,<br />
Florianópolis, 2005.<br />
[6] GOODRICH, G.M., “Cast Iron<br />
Microstructure Anomalies and Their<br />
Causes”, in AFS Transactions, v.<br />
107, p. 669-681, 1997.
32<br />
Interface<br />
Ilustração: Arte Gráfica<br />
C<br />
om confiança, qualquer<br />
nação, instituição<br />
ou pessoa, investe<br />
sem correr riscos. E<br />
mais, o conhecimento instiga a<br />
busca por maiores avanços, maiores<br />
conhecimentos, maiores domínios.<br />
Pesquisa gera pesquisa!<br />
Não por acaso são os países mais<br />
ricos os que mais investem em<br />
pesquisas. Embora seja no ramo<br />
metal-mecânico, não o considero<br />
mais ou menos importante que os<br />
demais, já que todos os ramos são<br />
importantes e interligados: saúde,<br />
alimentação, economia, cultura,<br />
lazer, socie<strong>da</strong>de, etc. Mas, por<br />
acreditar que o avanço de um ramo<br />
pode impulsionar outros, sou um<br />
incansável defensor <strong>da</strong> pesquisa<br />
no meu ramo de atuação.<br />
Os engenheiros, ao ingressarem<br />
no mercado de trabalho, não devem<br />
dedicar-se apenas às rotinas<br />
administrativas para não perderem<br />
contato com a pesquisa. Caso o<br />
façam, deixam de ser engenheiros<br />
com o passar do tempo. Perdem a<br />
capaci<strong>da</strong>de de engenhar. Ou se tornam<br />
engenheiros burocráticos, que<br />
assinam papéis, conferem tabelas,<br />
fazem relatórios, aceitam a opinião<br />
de fornecedores (que são valiosas,<br />
mas podem ser perigosas) e, muitas<br />
vezes, são levados por eles, por pura<br />
falta de poder de argumentação.<br />
Tornam-se pessoas que perdem a<br />
capaci<strong>da</strong>de de discutir, de questionar,<br />
pois seus conhecimentos<br />
estão estagnados. Mas, felizmente,<br />
a maioria está ciente deste fato e<br />
tenho visto nas empresas colegas<br />
O desenvolvimento<br />
tecnológico de<br />
um país está<br />
intimamente ligado<br />
às suas ativi<strong>da</strong>des de<br />
pesquisa. A pesquisa<br />
traz conhecimento,<br />
o conhecimento<br />
permite o domínio,<br />
e o domínio dá<br />
confiança.<br />
Pesquisa no setor produtivo:<br />
autonomia & desenvolvimento<br />
com vontade imensa de crescer, de<br />
aumentar os conhecimentos.<br />
Neste sentido, os cursos de extensão<br />
universitária são mecanismos<br />
importantes, embora não suficientes.<br />
To<strong>da</strong> e qualquer informação adicional<br />
aprimora a base de conhecimento<br />
do indivíduo, mas não existem<br />
limites para o conhecimento. Em<br />
1991, ao retornar <strong>da</strong> Inglaterra, após<br />
meu doutorado, em um evento em<br />
São Paulo, sobre usinagem, promovido<br />
pela hoje extinta SOBRACON<br />
– Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Comando<br />
Numérico – apresentei trabalho derivado<br />
de meu doutoramento, sobre<br />
torneamento de ligas de titânio e<br />
níquel com fluido de corte aplicado<br />
à alta pressão. Neste evento conheci<br />
dois engenheiros <strong>da</strong> Fiat Automóveis<br />
(Engº Antônio Maria de Souza Júnior,
Foto: Arquivo<br />
hoje na Fiat Powertrain e Engº Fábio<br />
Pires de Morais, hoje na Proema).<br />
Dali surgiu a proposta para um curso<br />
de treinamento de 40 horas, sobre<br />
usinagem, oferecido por mim e pelo<br />
colega Prof. Márcio Bacci <strong>da</strong> Silva,<br />
no início de 1993, denominado <strong>Usinagem</strong><br />
dos Metais. Fizeram o curso<br />
20 engenheiros, entre eles Antônio<br />
Maria e Fábio. O grupo de alunos já<br />
possuía alto nível de conhecimento<br />
prático que, aliado ao conhecimento<br />
teórico adquirido no treinamento,<br />
garantiram a eles potencial para discernir<br />
e analisar cientificamente os<br />
problemas de produção que enfrentavam<br />
no dia-a-dia e que se tornaram<br />
temas para pesquisa científica.<br />
Nascia ali uma relação muito<br />
frutífera entre a Fiat Automóveis e<br />
o nosso Laboratório de Ensino e<br />
Pesquisa em <strong>Usinagem</strong> (LEPU) <strong>da</strong><br />
Facul<strong>da</strong>de de Engenharia Mecânica<br />
(FEMEC) <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de<br />
Uberlândia (UFU). Já são mais de 12<br />
anos de relacionamento, com mais<br />
de 10 trabalhos de mestrado e doutorado,<br />
concluídos e em an<strong>da</strong>mento,<br />
Da esquer<strong>da</strong> para direita: Roberto Araujo Piacese (Tecnólogo<br />
de processos e produtos), Sandro Luiz Perdigão (Operador de<br />
produção), Joel Ferreira <strong>da</strong> Silva, João André Bastos Ornelas<br />
dos Santos e Walter Seppe (Tecnólogos de processos e<br />
produtos) <strong>da</strong> Fiat Power Train.<br />
que desenvolvemos em parceria,<br />
todos tendo por finali<strong>da</strong>de resolver<br />
problemas de usinagem <strong>da</strong> linha<br />
de produção <strong>da</strong> empresa, muitos<br />
desenvolvidos no próprio chão de<br />
fábrica <strong>da</strong> Fiat Powertrain.<br />
O referido curso de treinamento<br />
foi tão positivo que o repetimos para<br />
mais duas turmas, com o auxílio de<br />
um aluno de doutorado na época,<br />
Wisley Falco Sales, hoje professor<br />
e pesquisador <strong>da</strong> PUCMINAS<br />
em Belo Horizonte. Mas a maior<br />
demonstração de investimento no<br />
conhecimento por parte <strong>da</strong> Fiat<br />
Powertrain veio após Wisley terminar<br />
seu doutorado, entrar como<br />
professor na PUCMINAS e participar<br />
do Programa de Pós-graduação em<br />
Engenharia Mecânica <strong>da</strong>quela instituição.<br />
Neste programa, desde 2000,<br />
já se matricularam aproxima<strong>da</strong>mente<br />
15 engenheiros <strong>da</strong> Fiat para o<br />
mestrado, sem interrupções de suas<br />
ativi<strong>da</strong>des normais de engenheiros.<br />
Vários mestrados já foram concluídos,<br />
sendo que o primeiro deles em<br />
2001, foi o do Engenheiro Antônio<br />
O <strong>Mundo</strong> 33<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>
Interface<br />
Maria de Souza Júnior. Hoje, com<br />
o apoio de seus superiores, ele incentiva<br />
seus coman<strong>da</strong>dos a trilhar<br />
o mesmo caminho. Este grupo <strong>da</strong><br />
Fiat Powertrain desenvolve hoje<br />
pesquisas em parceria com outras<br />
instituições além <strong>da</strong> UFU e <strong>da</strong><br />
PUCMINAS, como a Universi<strong>da</strong>de<br />
Federal de Minas Gerais - UFMG<br />
e com a Universi<strong>da</strong>de Federal de<br />
Santa Catarina - UFSC.<br />
Usando este exemplo, não<br />
poderia deixar de dizer que o<br />
“O maior<br />
investimento<br />
que uma<br />
nação, uma<br />
instituição,<br />
uma empresa<br />
podem fazer, é<br />
qualificar seu<br />
pessoal”<br />
treinamento de atualização, a<br />
especialização, o mestrado (podendo<br />
ser o profissionalizante<br />
que pode ser mais objetivo para<br />
a empresa), e o doutorado devem<br />
estar nos objetivos do setor de RH<br />
<strong>da</strong>s empresas. Além de formar,<br />
elas podem e devem, também,<br />
contratar mestres e doutores<br />
prontos. Infelizmente, as empresas<br />
nacionais ain<strong>da</strong> não têm esta<br />
cultura. A grande maioria enxerga<br />
a capacitação como custo e não<br />
investimento, estigma que devemos<br />
mu<strong>da</strong>r.<br />
Devemos ter sempre presente<br />
que a chance de errar aplicando<br />
metodologia científica é reduzi<strong>da</strong><br />
drasticamente. Eu sempre relaciono<br />
o termo científico com o<br />
conhecimento. Otimizar é uma<br />
palavra muito rígi<strong>da</strong>, difícil de<br />
atingir em qualquer sistema, e<br />
eu sempre prefiro substituí-la por<br />
capaci<strong>da</strong>de de prever. O Professor<br />
Milton Shaw, em seu livro Metal<br />
Cutting Principles<br />
[Oxford University<br />
Press, New York,<br />
USA, 1986] comenta:<br />
A usinagem<br />
é um processo tão<br />
complexo, com um<br />
número de variáveis<br />
tão grande que<br />
é impossível prever<br />
(otimizar) o seu<br />
comportamento.<br />
Mas isto não quer<br />
dizer que pesquisas<br />
científicas não têm<br />
valor. Pelo contrário,<br />
to<strong>da</strong> pesquisa<br />
bem elabora<strong>da</strong> e<br />
corretamente interpreta<strong>da</strong><br />
contribui<br />
para o conhecimento<br />
do processo. E conhecimento<br />
é o passo mais próximo <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de<br />
de prever (otimizar).<br />
As pesquisas que fazemos no<br />
Brasil não deixam na<strong>da</strong> a desejar<br />
àquelas feitas nos países desenvolvidos.<br />
Nós temos o principal, que<br />
é a quali<strong>da</strong>de eleva<strong>da</strong> dos recursos<br />
humanos, que compensa muitas<br />
deficiências. A grande diferença de<br />
nossas pesquisas, compara<strong>da</strong>s com<br />
a dos países ricos, está na infra-estrutura<br />
laboratorial e nos salários per-<br />
O <strong>Mundo</strong> 34<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
cebidos pelos pesquisadores, ambos<br />
insuficientes no Brasil. Não que os<br />
órgãos governamentais não apoiem<br />
a pesquisa. Isto acontece, mas o investimento<br />
não é ain<strong>da</strong> o necessário.<br />
Também, com pouco investimento,<br />
os pesquisadores emergentes são os<br />
mais prejudicados pois, justamente<br />
no início de suas carreiras, quando<br />
precisam criar a infra-estrutura básica,<br />
com mais recursos, sofrem uma concorrência<br />
desleal com pesquisadores<br />
mais tarimbados e com maior capaci<strong>da</strong>de<br />
de produção científica, que<br />
acabam levando todos os recursos<br />
nos editais. Claro que não se pode<br />
deixar de lado a experiência dos<br />
proponentes, mas deveria haver um<br />
critério que considerasse os emergentes.<br />
O ideal é disponibilizar recursos<br />
para fomentar a todos, mas enquanto<br />
isto ain<strong>da</strong> é sonho, novos critérios<br />
deveriam ser usados.<br />
Devo citar, também, o baixíssimo<br />
investimento em pesquisa por<br />
parte <strong>da</strong>s empresas priva<strong>da</strong>s nacionais.<br />
Com raríssimas exceções, a<br />
grande maioria <strong>da</strong>s empresas vê a<br />
pesquisa como custo e não como<br />
investimento. Mais ain<strong>da</strong>, algumas<br />
acham que os pesquisadores podem<br />
trabalhar sem custos, ou talvez,<br />
pensam que eles já são pagos para<br />
isto (sic!), e jamais poderiam cobrar<br />
pelo seu trabalho.<br />
Assim como a infra-estrutura,<br />
os salários dos pesquisadores são<br />
pontos diferenciais entre os países<br />
ricos. Enquanto nos EUA um<br />
pesquisador sênior, com 20 – 25<br />
anos de experiência recebe um<br />
salário que varia de US$120.000<br />
a US$150.000 por ano, aqui<br />
recebemos de US$25.000 a<br />
US$35.000.<br />
Contudo, embora o empresário<br />
brasileiro seja inteligente, a visão
de curto prazo, infelizmente, predomina.<br />
O médio e o longo prazo,<br />
normalmente, ficam em segundo<br />
plano. Mas eu gostaria de insistir no<br />
tal do conhecimento, que não tem<br />
prazo e não tem hora, parafraseando<br />
a propagan<strong>da</strong> de educação do MEC.<br />
Mas é ver<strong>da</strong>de, e também não tem<br />
preço. O maior investimento que<br />
uma nação, uma instituição, uma<br />
empresa podem fazer, é qualificar<br />
seu pessoal. Por educação, refiro-me<br />
a todos os níveis: graduação, especialização,<br />
mestrado, doutorado e<br />
os chamados cursos de atualização<br />
ou treinamento. E a educação continua<strong>da</strong><br />
é de fun<strong>da</strong>mental importância,<br />
pois a veloci<strong>da</strong>de de avanço<br />
e crescimento <strong>da</strong> tecnologia é espantosa.<br />
Você empresário, gostaria<br />
de ver seu engenheiro conhecedor,<br />
discutindo e propondo soluções ou<br />
prefere vê-lo como franco atirador,<br />
burocrático e aceitando as decisões<br />
dos fornecedores?<br />
Outra ativi<strong>da</strong>de importante é<br />
a participação em Congressos <strong>da</strong><br />
área. Na fabricação, é fun<strong>da</strong>mental<br />
participar do COBEF – Congresso<br />
Brasileiro de Engenharia de Fabricação<br />
– e do COBEM – Congresso<br />
Brasileiro de Engenharia Mecânica,<br />
que acontecem nos anos ímpares.<br />
Acredito firmemente que as empresas<br />
que apenas recebem transfe-<br />
Laboratórios de Pesquisa<br />
Podemos citar, além do laboratório <strong>da</strong> UFU, com parti-<br />
cipação dos professores Álisson Rocha Machado, Márcio<br />
Bacci <strong>da</strong> Silva e Helder Barbieri Lacer<strong>da</strong>, os seguintes<br />
laboratórios que já estão consoli<strong>da</strong>dos e com destaque<br />
de atuação e seus respectivos professores:<br />
USP São Carlos (João Fernando Gomes de Oliveira e<br />
Reginaldo Teixeira Coelho).<br />
UFSC (Walter Lindolfo Weingaertner, Rolf Bertrand Schöe-<br />
ter e Lourival Boehs).<br />
Nova rede de Pesquisa<br />
Outra rede de pesquisa na área de usinagem foi forma<strong>da</strong> no final de<br />
2004, patrocina<strong>da</strong> pelo CNPq, com a participação de 11 instituições de<br />
pesquisas e 7 empresas do ramo metal-mecânico: é a Rede de Materiais<br />
Avançados com Usinabili<strong>da</strong>de Melhora<strong>da</strong>, coordena<strong>da</strong> pelo professor<br />
Álisson Rocha Machado. Ela é dividi<strong>da</strong> em quatro subprojetos: <strong>Usinagem</strong><br />
de aços-de-livre-corte, usinagem de ligas austeníticas, usinagem de aços<br />
para matrizes e usinagem de ferros fundidos. Qualquer empresa produtora<br />
ou usuária desses produtos pode e deve participar <strong>da</strong> rede. Além de ter<br />
acesso aos resultados <strong>da</strong>s pesquisas participam de workshops e reuniões<br />
de trabalho, geralmente com discussão de temas relacionados à usinagem<br />
desses materiais. Normalmente, os temas <strong>da</strong>s pesquisas em desenvolvimento<br />
são problemas <strong>da</strong>s empresas envolvi<strong>da</strong>s e como contraparti<strong>da</strong>,<br />
geralmente elas oferecem bolsas de iniciação científica, de mestrado e<br />
doutorado, integral ou parcial. Os interessados podem contactar o Professor<br />
Álisson Rocha Machado <br />
rência de tecnologia serão atropela<strong>da</strong>s<br />
pelo avanço tecnológico, ou<br />
serão empresas burocráticas, totalmente<br />
dependentes, sem chance de<br />
crescimento, com vi<strong>da</strong> curta. CO-<br />
NHECIMENTO é a palavra-chave.<br />
Desta forma, a pesquisa é a chave.<br />
Vai garantir o domínio de tecnologias.<br />
Hoje, os centros de formação<br />
de pessoal e de desenvolvimento<br />
de pesquisa em usinagem no nosso<br />
país são muitos. Formamos um<br />
número considerável de mestres e<br />
doutores nos últimos anos.<br />
Hoje temos um bom contingente<br />
fazendo parte do IFM, o Instituto<br />
Fábrica do Milênio, uma rede de<br />
mais de 350 pesquisadores, 31<br />
grupos de pesquisas e 19 instituições,<br />
patrocinado pelo CNPq-MCT,<br />
O <strong>Mundo</strong> 35<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
coordenado pelo Professor João<br />
Fernando Gomes de Oliveira, <strong>da</strong><br />
Engenharia de produção <strong>da</strong> USP<br />
de São Carlos – SP, que tem como<br />
principal função buscar solucionar<br />
problemas <strong>da</strong> indústria metalmecânica<br />
que atua na área de<br />
fabricação. Vale a pena consultar<br />
o site: www.ifm.org.br onde o leitor<br />
encontrará detalhes <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />
desenvolvi<strong>da</strong> pela rede, além de<br />
publicações e outras informações<br />
importantes <strong>da</strong> área de manufatura.<br />
Como um bom mineiro, vou resumir:<br />
Estamos com a faca e o queijo,<br />
convido todos os empresários para<br />
o banquete...<br />
Álisson Rocha Machado<br />
LEPU - Facul<strong>da</strong>de de Engenharia Mecânica<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de Uberlândia-MG.<br />
UNICAMP (Anselmo Eduardo Diniz e Olívio Novaski).<br />
UFMG (Alexandre Abrão e Juan Carlos Rúbio).<br />
UNIMEP (Nivaldo Lemos Coppini e Klaus Schützer).<br />
PUCMINAS (Wisley Falco Sales).<br />
UNIFEI ( João Roberto Ferreira).<br />
SOCIESC (Marcelo Teixeira dos Santos).<br />
CEFET MG (Sandro Cardoso dos Santos).<br />
UFSJ (Durval Uchôas Braga).<br />
FAENQUIL (Marcos Valério Ribeiro).<br />
UFES (Flávio José dos Santos).
Ilustração: Arte Gráfica<br />
36<br />
OTS<br />
A AIM, associação que reúne o ITA e oito parceiros privados, entre eles a Sandvik<br />
Coromant e a Titex Plus, já contribuiu para a otimização de processos de 55 empresas.<br />
A<br />
relação entre universi<strong>da</strong>des,<br />
institutos de pesquisa<br />
e o setor industrial registrou<br />
um salto significativo nos<br />
últimos anos. Ações governamentais<br />
associa<strong>da</strong>s a movimentos <strong>da</strong>s instituições<br />
de ensino e pesquisa e <strong>da</strong>s<br />
próprias indústrias têm contribuído<br />
para a criação de um ambiente de<br />
intercâmbio que certamente trará inúmeros<br />
benefícios ao desenvolvimento<br />
<strong>da</strong> tecnologia no País.<br />
Cria<strong>da</strong> no início de 2004, a AIM<br />
- Associação de Inteligência em Manufatura<br />
- é uma <strong>da</strong>s iniciativas mais<br />
recentes e promissoras nessa área.<br />
Instala<strong>da</strong> no campus do ITA: Instituto<br />
Tecnológico de Aeronáutica, em São<br />
José dos Campos (SP), a própria AIM<br />
é resultado <strong>da</strong> parceria entre universi<strong>da</strong>de<br />
e empresas, tendo à frente a<br />
Sandvik Coromant, a Siemens e a<br />
Hermle. A esse grupo inicial, associaram-se<br />
em segui<strong>da</strong> a Balzers, a Blaser<br />
Swisslube, a Unigraphics, a Villares<br />
Metals e a Titex Plus.<br />
Os parceiros têm o compromisso<br />
de disponibilizar para a AIM o<br />
estado-<strong>da</strong>-arte em suas respectivas<br />
áreas de atuação. “O ITA procurou<br />
juntar num mesmo ambiente empresas<br />
de tecnologias complementares<br />
que aumentassem a sinergia para os<br />
desenvolvimentos industriais aplicados<br />
no chão-de-fábrica”, explica<br />
o coordenador <strong>da</strong> AIM, professor<br />
Jefferson de Oliveira Gomes. A princípio,<br />
a proposta <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de era a<br />
de desenvolver pesquisa aplica<strong>da</strong><br />
volta<strong>da</strong> para os setores automotivo,<br />
aeronáutico e de ferramentarias, mas<br />
esse espectro foi ampliado para abrigar<br />
também os setores de petróleo e<br />
de próteses para a área médica.<br />
Contando com modernas instalações<br />
- foi eleita a Melhor Instalação<br />
em Engenharia pelo Guia do<br />
Estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> Editora Abril -, a AIM<br />
se propõe a realizar trabalhos de<br />
desenvolvimento de dispositivos eletrônicos,<br />
de prototipagem rápi<strong>da</strong>, de<br />
processos de usinagem, de técnicas<br />
CAM para otimizar a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ferramentas<br />
e de técnicas CAD CAM<br />
necessárias à perfeita utilização de<br />
máquinas com cinco eixos simultâneos,<br />
<strong>da</strong> modelagem dos produtos<br />
ao pós-processamento CNC. “Parte<br />
significativa <strong>da</strong>s pesquisas está relaciona<strong>da</strong><br />
ao processo de cinco eixos<br />
simultâneos”, informa Gomes.<br />
A estruturação <strong>da</strong> AIM atende<br />
tanto a indústria quanto a academia.<br />
De um lado, ao prestar serviços<br />
à indústria, promove o aumento <strong>da</strong><br />
competitivi<strong>da</strong>de e a otimização <strong>da</strong>s
Ilustração: Arte Gráfica<br />
OTS<br />
empresas. “Nossas pesquisas aplica<strong>da</strong>s<br />
são trata<strong>da</strong>s como um produto:<br />
têm cronograma, prazo de<br />
entrega e serviço pós-ven<strong>da</strong>”, diz<br />
o coordenador. Os serviços são<br />
cobrados e os recursos obtidos são<br />
destinados à manutenção e atualização<br />
do laboratório, assim como<br />
ao custeio de bolsas dos hoje 31<br />
colaboradores <strong>da</strong> associação, entre<br />
pesquisadores e técnicos. O lucro<br />
gerado vai para o desenvolvimento<br />
de pesquisas fun<strong>da</strong>mentais, ou<br />
seja, aquelas que ain<strong>da</strong> não têm<br />
aplicação no chão-de-fábrica.<br />
Gomes vê benefícios para todos<br />
os participantes. Os clientes recebem<br />
um conjunto de conhecimentos e<br />
soluções que irá otimizar a sua produção.<br />
Os alunos têm a oportuni<strong>da</strong>de<br />
de desenvolver trabalhos ligados a<br />
situações reais do cotidiano industrial,<br />
devendo gerir projetos, respeitar<br />
prazos e, portanto, ficam preparados<br />
para atuar nas corporações. “Com a<br />
a AIM é um espaço<br />
tecnológico onde<br />
os parceiros têm<br />
a oportuni<strong>da</strong>de de<br />
realizar testes e<br />
simulações nem<br />
sempre possíveis na<br />
planta de seus clientes.<br />
associação, nós fechamos o ciclo de<br />
formação de profissionais diferenciados<br />
para o mercado”, afirma.<br />
Um detalhe é que os trabalhos realizados<br />
também vão gerando outros<br />
frutos, como a produção de quase<br />
uma dezena de teses de mestrado<br />
e doutorado, assim como inúmeros<br />
artigos e trabalhos publicados em<br />
revistas especializa<strong>da</strong>s e apresentados<br />
em congressos. Um dos trabalhos<br />
realizados, aliás, está em vias de se<br />
transformar em patente. A sinergia<br />
cria<strong>da</strong> no interior <strong>da</strong> AIM tem ain<strong>da</strong><br />
levado os parceiros a associarem-se<br />
em trabalhos fora do âmbito <strong>da</strong> instituição,<br />
um exemplo sendo o seminário<br />
realizado pela Sandvik Coromant,<br />
Siemens e Unigraphics.<br />
Já os parceiros <strong>da</strong> AIM, além de<br />
associar suas marcas à iniciativa, têm<br />
na enti<strong>da</strong>de um veículo de divulgação<br />
de seus produtos e tecnologias.<br />
Fernando Garcia de Oliveira, gerente<br />
de OTS <strong>da</strong> Sandvik Coromant, conta<br />
que a empresa abraçou a idéia desde<br />
o início. “Entre outros fatores, porque<br />
assim participamos <strong>da</strong> geração<br />
de conhecimento em processos e<br />
tecnologia que nós próprios vamos<br />
poder utilizar em nossas ofertas aos<br />
nossos clientes”, frisa.<br />
O gerente lembra ain<strong>da</strong> que a AIM<br />
é um espaço tecnológico onde os<br />
parceiros têm a oportuni<strong>da</strong>de de realizar<br />
testes e simulações nem sempre<br />
possíveis na planta de seus clientes. “A<br />
AIM é atualmente uma fonte de recursos<br />
tecnológicos para a Sandvik”, diz,<br />
justificando o fato de o grupo Sandvik<br />
ter colocado duas de suas empresas<br />
como parceiros <strong>da</strong> AIM, a Sandvik<br />
Coromant e a Titex Plus.<br />
SERVIÇOS PRESTADOS<br />
Ao longo dos seus quase dois anos<br />
de operação, a AIM já atendeu cerca<br />
de 20 empresas de grande porte e 35<br />
pequenas e médias empresas. Entre os<br />
O <strong>Mundo</strong> 38<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
serviços prestados, na área de CNC,<br />
estão o desenvolvimento de projeto<br />
para evitar ruídos em alta veloci<strong>da</strong>de,<br />
para a Embraer; otimização <strong>da</strong> usinagem<br />
de aços de trabalho a quente,<br />
para a Volkswagen.<br />
Para um grupo de ferramentarias<br />
liga<strong>da</strong>s à ACIJ (Associação Comercial<br />
e Industrial de Joinville) foi realizado<br />
um trabalho de otimização <strong>da</strong>s estratégias<br />
de CAM para desbaste e acabamento.<br />
Christian Dihlmann, expresidente<br />
do Núcleo de <strong>Usinagem</strong><br />
e Ferramentaria <strong>da</strong> ACIJ, lembra que<br />
o trabalho realizado atendeu plenamente<br />
às necessi<strong>da</strong>des do grupo de<br />
empresas. “Precisávamos melhorar o<br />
desbaste e acabamento do aço 120,<br />
muito utilizado nas ferramentarias.<br />
A AIM realizou ensaios visando a<br />
melhoria <strong>da</strong>s condições de corte e<br />
nos repassou os resultados obtidos.<br />
Com essas informações, algumas<br />
empresas conseguiram ganhos de<br />
até 50%”, informa.<br />
Contando com um banco de <strong>da</strong>dos<br />
com informações de 50 empresas<br />
nacionais e internacionais, a AIM<br />
também está capacita<strong>da</strong> a realizar<br />
benchmarkings para avaliar o desempenho<br />
organizacional e tecnológico<br />
de empresas do ramo de usinagem.<br />
Nesse campo já atendeu um grupo<br />
de 25 fornecedores <strong>da</strong> Embraer, a<br />
pedido <strong>da</strong> empresa aeronáutica, e oito<br />
associados <strong>da</strong> Virfebras, associação de<br />
ferramentarias de Caxias do Sul (RS).<br />
“Trata-se de um projeto inteligente<br />
e que dá certo”, comenta Fábio<br />
Panageiro, diretor industrial <strong>da</strong> Panmetal,<br />
um dos 25 fornecedores <strong>da</strong><br />
Embraer beneficiados com o serviço.<br />
A partir do estudo de benchmarking<br />
tecnológico, a Panmetal pôde conhecer<br />
sua situação perante empresas<br />
européias, asiáticas e americanas<br />
que atuam em seu segmento e, inclusive,<br />
conhecer as reais possibili<strong>da</strong>des<br />
de se transformar num fornecedor
global de usinagem de precisão de<br />
aeropeças. “Os <strong>da</strong>dos e gráficos<br />
passados pela AIM nos permitiram<br />
visualizar melhor o quadro <strong>da</strong>s<br />
nossas necessi<strong>da</strong>des. As sugestões<br />
apresenta<strong>da</strong>s estão sendo avalia<strong>da</strong>s e<br />
estamos pensando em investir”.<br />
José Wilmar de Melo Justo Filho,<br />
diretor <strong>da</strong> ThyssenKrupp Autômata,<br />
fornecedora de peças usina<strong>da</strong>s e<br />
subconjuntos para a indústria aeronáutica,<br />
também se diz satisfeito<br />
com o trabalho realizado. Em sua<br />
análise, as informações obti<strong>da</strong>s no<br />
estudo permitiram à empresa “notar<br />
pontos que estavam passando<br />
despercebidos e nos ofereceu um<br />
outro foco para a problemática <strong>da</strong><br />
usinagem em nossa empresa”.<br />
Na área de fresamento em cinco<br />
eixos simultâneos foi realizado um<br />
projeto para a Petrobras, em parceria<br />
com a Divisão de Física do ITA, sobre<br />
técnicas de fabricação de componentes<br />
de turbinas a gás. Esse trabalho<br />
originou duas teses de mestrado. Para<br />
a Avibras, em parceria com a Divisão<br />
de Mecânica Aeronáutica do ITA, foi<br />
feito um trabalho na área de fabricação<br />
de turbinas, que por sua vez deu<br />
origem a uma tese de doutorado.<br />
Na área de prototipagem rápi<strong>da</strong>, a<br />
AIM realizou estudos para a Embraer<br />
sobre o desenvolvimento de protótipos<br />
funcionais, incluindo testes de resistência<br />
mecânica e inflamabili<strong>da</strong>de. Para a<br />
Destaque em Encontro Mundial<br />
de Usuários de Prototipagem<br />
Rápi<strong>da</strong> (FDM) para montagem<br />
desenvolvi<strong>da</strong> pelo ITA.<br />
Prêmio Melhores Universi<strong>da</strong>des<br />
- Categoria Instalações Físicas<br />
recebido pelo ITA com destaque<br />
para o CCM/AIM.<br />
GM, desenvolveu protótipos funcionais<br />
e realizou testes em motores, incluindo<br />
testes de polímeros e modelos. Já para<br />
a Unesp-Guaratinguetá desenvolveu<br />
moldes de vazamento, com posterior<br />
sinterização de TiMo e alumina, para<br />
a fabricação de próteses utiliza<strong>da</strong>s em<br />
cirurgias de cranioplastia. Os trabalhos<br />
para a Embraer e Unesp deram origem<br />
a teses de doutorado.<br />
Para a Fundição Tupy, foi realizado<br />
um projeto de otimização <strong>da</strong>s<br />
operações de furação, brunimento<br />
(resultando num trabalho de mestrado)<br />
e o gerenciamento de fluidos de<br />
corte na usinagem de ferro fundido<br />
vermicular. Também já utilizaram<br />
os serviços <strong>da</strong> AIM, empresas como<br />
a Bosch, Eleb (parceria <strong>da</strong> Embraer<br />
com a Liebherr) e Villares Metals.<br />
Ao reunir desde o fabricante de<br />
aços até o de CNC, incluindo to<strong>da</strong>s<br />
as variáveis que interferem no<br />
processo de usinagem, como máquinas,<br />
ferramentas, revestimentos,<br />
lubrificantes e softwares de CAD/<br />
CAM, a AIM introduziu um modelo<br />
organizacional inédito, na opinião<br />
de Fernando Oliveira, <strong>da</strong> Sandvik.<br />
“A AIM já conquistou o respeito do<br />
mercado e está se transformando<br />
num pólo gerador de tecnologia que<br />
terá reflexos na competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
indústria brasileira”, ressalta.<br />
De Fato Comunicações<br />
O <strong>Mundo</strong> 39<br />
<strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>
40<br />
Destaques<br />
Aintrodução <strong>da</strong> ferramenta multifuncional<br />
CoroPlex MT <strong>da</strong><br />
Sandvik Coromant estabeleceu<br />
um novo padrão que<br />
é de máximo benefício ao usuário<br />
para operações realiza<strong>da</strong>s com a<br />
mais recente tecnologia em termos<br />
de máquinas-ferramenta.<br />
O CoroPlex MT é uma combinação<br />
de dois conceitos de suces-<br />
CoroPlex MT<br />
combina dois conceitos de sucesso<br />
em um para usinagem multitarefa<br />
so em um – CoroMill 390 e<br />
CoroTurn 107. É usa<strong>da</strong> tanto<br />
em aplicações rotativas como<br />
uma ferramenta efetiva em operações<br />
de fresamento – quanto indexa<strong>da</strong><br />
em várias posições opcionais<br />
para aplicações estacionárias como<br />
o torneamento, usando duas pastilhas<br />
CoroTurn 107 diferentes.<br />
A ferramenta Sandvik Coromant<br />
CoroPlex MT multifuncional foi desenha<strong>da</strong><br />
para uso praticamente irrestrito<br />
de to<strong>da</strong>s as posições de pastilhas sem<br />
auxílio de qualquer software extra.<br />
Embora o CoroPlex MT seja específico<br />
para usinagem Multitarefa,<br />
é fácil de usar essa ferramenta em<br />
máquinas um pouco mais antigas<br />
que ain<strong>da</strong> trabalham com uma capaci<strong>da</strong>de<br />
de software limita<strong>da</strong> a ciclo<br />
stan<strong>da</strong>rds convencionais.<br />
O CoroPlex MT é uma ferramenta<br />
multifuncional inovadora para<br />
acabamento de peças em um único<br />
set-up com tempo de máquina para<strong>da</strong><br />
reduzido.<br />
Essa ferramenta também completa<br />
a gama de ferramentas Sandvik<br />
Coromant dedica<strong>da</strong>s para usinagem<br />
Multitarefa, junto com as ferramentas<br />
conjuga<strong>da</strong>s CoroPlex TT, com duas<br />
pastilhas em um suporte proporcionando<br />
a possibili<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>r as<br />
operações de modo momentâneo; e<br />
o CoroPlex SL minitorre, com quatro<br />
ferramentas em uma.
41<br />
Movimento<br />
Sandvik Coromant - Programa de Treinamento 2006<br />
Mês<br />
Fev<br />
Mar<br />
Abr<br />
Mai<br />
Jun<br />
Jul<br />
Ago<br />
Set<br />
Out<br />
Nov<br />
TBU<br />
20 e 21<br />
13 e 14<br />
24 e 25<br />
29 e 30<br />
19 e 20<br />
03 e 04<br />
07 e 08<br />
25 e 26<br />
16 e 17<br />
TFR<br />
10 e 11<br />
13 e 14<br />
Técnicas Básicas de <strong>Usinagem</strong> (14 horas em 2 dias)<br />
Técnicas de Furação e Roscamento com Fresa<br />
(14 horas em 2 dias)<br />
Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento<br />
(21 horas em 3 dias)<br />
<strong>Usinagem</strong> de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias)<br />
Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento<br />
(21 horas em 3 dias)<br />
UMM EAFT EAFF OUT<br />
13, 14,<br />
15 e 16<br />
OUF TUA TGU<br />
08, 09,<br />
10 e 11<br />
11, 12,<br />
13 e 14<br />
27, 28,<br />
e 29<br />
26, 27<br />
e 28<br />
14, 15<br />
e 16<br />
27, 28<br />
e 29<br />
03, 04<br />
e 05<br />
17, 18<br />
e 19<br />
18, 19<br />
e 20<br />
24, 25,<br />
26 e 27<br />
20, 21,<br />
22 e 23<br />
28, 29,<br />
30 e 31<br />
02, 03<br />
e 04<br />
Otimização <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> em Torneamento<br />
(28 horas em 4 dias)<br />
Otimização <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> em Fresamento<br />
(28 horas em 4 dias)<br />
Técnicas para <strong>Usinagem</strong> Automotiva<br />
(21 horas em 3 dias)<br />
Técnicas Gerenciais para <strong>Usinagem</strong><br />
(21 horas em 3 dias)<br />
Mais informações sobre os cursos, acesse www.cimm.com.br<br />
05, 06<br />
e 07<br />
06, 07<br />
e 08<br />
Arte Gráfica Comunicação<br />
Blaser
42 Contatos<br />
Anunciantes<br />
Aços Roman..........................40<br />
Blaser....................................29<br />
Castrol..................................23<br />
Coopertec.............................33<br />
Deb’Maq...............................31<br />
Dynamach............................11<br />
Sandvik Coromant e seus Distribuidores<br />
Amazonas-AM: MSC, Manaus, Tel: (92) 3613 2350<br />
Bahia-BA: Sinaferrmaq, Lauro de Freitas, Tel: (71) 3379 5653<br />
Ceará-CE: Ferrametal, Fortaleza,Tel:(85) 3287 4669<br />
Espírito Santo-ES: Hailtools, Vila Velha,Tel: (27) 3320 6047<br />
Mato G. do Sul-MS: Kaymã, Campo Grande, Tel: (67) 321 3593<br />
M i n a s G e r a i s - M G : Escândia, Belo Horizonte, Tel: (31)<br />
3295 7297; Sandi, Belo Horizonte,Tel: (31) 3295 5438;<br />
Tecnitools, Belo Horizonte, Tel: (31) 3295 2951; Tungsfer,<br />
Ipatinga, Tel: (31) 3825 3637<br />
Paraná-PR: Gale, Curitiba, Tel: (41) 3339 2831; Oliklay, Curitiba,<br />
Tel: (41) 3327 2718; PS Ferramentas, Maringá, Tel: (44) 265 1600<br />
Pernambuco-PE: Recife Tools, Recife,Tel: (81) 3268 1491<br />
Rio de Janeiro-RJ: Jafer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4835;<br />
Machfer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2560 0577; Toolset, Rio de Janeiro,<br />
Ergomat................................15<br />
Faro.......................................39<br />
FMU.....................................37<br />
Hanna...................................13<br />
Kabel Schlepp......................41<br />
Sandvik Coromant, atendimento ao cliente : 0800 - 559698<br />
Ilustração: HGF Comunicação<br />
O leitor de O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
pode entrar em contato com os<br />
editores pelo e-mail:<br />
omundo.<strong>da</strong>usinagem@sandvik.com<br />
FALE COM ELES<br />
AIM<br />
(12) 3947 5814<br />
BD (Brasil)<br />
(11) 5185 9887<br />
Revista Desafios do<br />
Desenvolvimento<br />
(61) 3315 5188<br />
Sandvik Materials Technology<br />
Divisão de Tubos<br />
(11) 5696 5408<br />
Tupy Fundições Lt<strong>da</strong>.<br />
Engenharia Metalúrgica, Joinvile-SC.<br />
(47) 4009 8181<br />
UDESC, Depto.Eng. Mecânica<br />
(48) 3231 1500<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de<br />
Santa Catarina - UFSC<br />
(48) 3331 9387 Ramal:229<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de<br />
Uberlândia/LEPU-FEMEC<br />
(34) 3239 4148<br />
Voith Siemens<br />
(11) 3944 5264<br />
Metroltec..............................43<br />
Romi.....................................25<br />
SKF.......................................02<br />
T.A.G. ..................................09<br />
Villares Metals......................17<br />
Tel: (21) 2560 0577; Trigon, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4566<br />
Rio Grande do Sul-RS: Arwi, Caxias do Sul, Tel: (54) 3026 8888;<br />
Consultec, Porto Alegre, Tel: (51) 3343 6666; F.S., Porto Alegre,<br />
Tel: (51) 3342 2463<br />
Santa Catarina-SC: GC, Joaçaba, Tel: (49) 3522 0955; Repatri,<br />
Criciúma, Tel: (48) 3433 4415; Thijan, Joinville, Tel: (47) 3433 3939;<br />
Logtools, Joinville, Tel: (47) 3422 1393<br />
São Paulo-SP: Atalanta, São Paulo,Tel: (11) 3837 9106; Cofast,<br />
Santo André, Tel: (11) 4997 1255; Cofecort, Araraquara, Tel: (16)<br />
3333 7700; Comed, Guarulhos, Tel: (11) 6442 7780; Diretha, São<br />
Paulo, Tel: (11) 6163 0004; Maxvale, S. José dos Campos, Tel:<br />
(12) 3941 2902; MegaTools, Campinas, Tel: (19) 3243 0422;<br />
PS Ferramentas, Bauru, Tel: (14) 3234 4299; Pérsico, Piracicaba,<br />
Tel: (19) 3234 4299
Arte Gráfica Comunicação