Enriquecimento alimentar e cognitivo para o bem-estar em cativeiro
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a) B<strong>em</strong>-<strong>estar</strong> e enriquecimento ambiental<br />
B<strong>em</strong>-<strong>estar</strong> é um termo de uso corrente <strong>em</strong> várias situações e seu significado<br />
geralmente não é preciso (Shepherdson et al., 1998). Entretanto, a definição objetiva de<br />
<strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> se faz necessária <strong>para</strong> a utilização científica e profissional do conceito.<br />
Define-se o <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> estabelecendo uma relação com outros conceitos, tais como:<br />
necessidades, liberdades, felicidade, adaptação, controle, capacidade de previsão,<br />
sentimentos, sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, estresse e saúde (Broom, 2004).<br />
De acordo com o mesmo autor (Broom, 1986), o <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> de um indivíduo é seu<br />
estado <strong>em</strong> relação às suas tentativas de adaptar-se ao ambiente <strong>em</strong> que se insere. Novak<br />
e Suomi (1988), por sua vez, propõ<strong>em</strong> uma definição de <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> que inclui a detecção<br />
de saúde física, com<strong>para</strong>ção com o repertório comportamental intrínseco à espécie,<br />
detecção de aflição e avaliação de respostas adaptativas.<br />
Alguns autores, entretanto, defin<strong>em</strong> que a avaliação do <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> pode ser<br />
obtida apenas de forma experimental, por dosag<strong>em</strong> dos níveis de cortisol ou outros<br />
metabólitos (Dawkins, 1990; Mendl, 1991).<br />
Outra forma de abordar o <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong> é direcionar o foco <strong>para</strong> a manutenção da<br />
boa saúde física e psicológica do animal (Lessa, 2009), ainda que a “boa saúde<br />
psicológica”, seja difícil de ser medida e avaliada <strong>em</strong> termos objetivos (Young, 2003).<br />
Quando estímulos externos consequenciam tentativas fracassadas, tanto<br />
fisiológicas quanto comportamentais, do organismo <strong>em</strong> manter a homeostase, nota-se a<br />
presença de estresse (Broom, 1990). Como resultado da piora nas condições<br />
el<strong>em</strong>entares à manutenção do <strong>b<strong>em</strong></strong>-<strong>estar</strong>, a avaliação do estresse no indivíduo pode ser<br />
feita através de medida de altos níveis de cortisol ou através de respostas<br />
comportamentais como aumento da atividade de vigilância, dos comportamentos<br />
agressivos e estereotipias (Morgan & Tromborg, 2007). Segundo Stoskopf e Gibbons<br />
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