Enriquecimento alimentar e cognitivo para o bem-estar em cativeiro
Enriquecimento alimentar e cognitivo para o bem-estar em cativeiro
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habilidades cognitivas, geralmente não observáveis <strong>em</strong> <strong>cativeiro</strong>, porém presentes <strong>em</strong><br />
ambiente natural. Como ex<strong>em</strong>plo dessa constatação, <strong>em</strong> testes de preferência, alguns<br />
animais optam por realizar tarefas exploratórias que dificult<strong>em</strong> a obtenção do alimento<br />
<strong>em</strong> prejuízo à sua aquisição direta através de bandejas oferecidas (Menzel, 1991).<br />
Macacos rhesus (Macaca mulatta) <strong>em</strong> <strong>cativeiro</strong> tentaram obter o alimento através de um<br />
quebra-cabeça <strong>em</strong> detrimento de obtê-los diretamente das bandejas de alimentação<br />
(Reinhardt, 1994). Em vida livre, as habilidades cognitivas verificadas no uso das<br />
informações ecológicas e decisões de forrageio dentro de um grupo social, pod<strong>em</strong> variar<br />
de acordo com a posição hierárquica de potenciais competidores, podendo os indivíduos<br />
adotar diferentes estratégias (Gomes, 2006). As estratégias são desenvolvidas <strong>para</strong><br />
maximizar a exploração dos recursos, ou seja, aumentar o sucesso dos indivíduos na<br />
procura pelo alimento (Koops & Giraldeau, 1996). As várias espécies do gênero Cebus<br />
são bastante heterogêneas quanto aos padrões sociais e adaptabilidade comportamental,<br />
entendendo-se assim a flexibilidade das relações intra-grupo, sua ocorrência por áreas<br />
tão distintas, diversificado hábito <strong>alimentar</strong> (Fragazsy et al., 2004) e a necessidade de<br />
inúmeras habilidades cognitivas.<br />
Grande parte do t<strong>em</strong>po de atividade diário de primatas neotropicais é dedicado<br />
ao forrageamento, que é uma das principais atividades <strong>em</strong> ambiente natural (Lessa,<br />
2009). Rímoli (2001) trata o forrageamento de uma maneira distinta da maioria dos<br />
estudos a respeito do comportamento dos Cebus, pois grande parte dos autores usa o<br />
termo forrageio como sinônimo de alimentação. Segundo o autor, o comportamento<br />
<strong>alimentar</strong> compõe uma categoria comportamental distinta ao forrageamento, que, por<br />
sua vez, compreende os comportamentos de captura, manipulação de presas, observação<br />
(varredura) e ainda outros recursos de manipulação, compondo aproximadamente<br />
26,38% da alocação de t<strong>em</strong>po diário do gênero Cebus.<br />
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