Caracterização da Sala de Angiografia – Licenciatura em Radiologia Capítulo I Enquadramento Teórico Inês Arêde e Joana Vaz / Julho de 2011/<strong>Universidade</strong> <strong>Atlântica</strong> 1
Caracterização da Sala de Angiografia – Licenciatura em Radiologia Introdução A radiação X desde que foi descoberta em 1895, trouxe grandes avanços na medicina, mas com ela também advêm problemas que raramente são questionados, como a elevada dose na radiologia de intervenção. A radiologia de intervenção é uma subespecialidade da radiologia, na qual todos os procedimentos são guiados por raio X, utilizada pelos neuroradiologistas, nefrologistas, gastroenterologistas, etc. Nesta Técnica realizam-se procedimentos para fins diagnósticos, é o caso da Angiografia, enquanto outros são feitos para fins terapêuticos, a Angioplastia. Ambos os casos são exames com elevada dose, tanto para o paciente como para o médico intervencionista. A Radiologia de intervenção é possivelmente a maior causa de exposição ocupacional em Radiologia e pode ser também a maior das fontes de irradiação médica individual. As doses elevadas que recebemos em muitos métodos de diagnóstico/terapêutica podem ser prejudiciais, tanto para a equipa como para o paciente, e muito poucas vezes são postas em causa. A radiologia de intervenção realiza estudos com muitos minutos de escopia utilizando níveis de dose elevados, temos exemplos de estudos cardíacos, colocações de stents, quimioembolizações, angioplastias, embolizações etc. O uso constante de fluoroscopia, a proximidade com o paciente e o equipamento durante a intervenção, prejudica toda a equipa multidisciplinar e não só o paciente. Como profissionais responsáveis pelas suas acções, os Técnicos de Radiologia têm grande responsabilidade em proteger os pacientes, a si próprios e a restante equipa, da radiação excessiva. Há uma relação entre a dose recebida pelo paciente e pelo médico intervencionista, durante o procedimento o paciente passa a ser a principal fonte de irradiação dos profissionais de saúde que trabalham na sala. Os profissionais estão também expostos a uma radiação significativamente mais fraca, sendo esta radiação difusa proveniente do tubo de raios X. Por isso os profissionais têm as seu dispor protecções pessoais (avental, óculos, dosímetro, etc.) e barreiras físicas amovíveis existentes na sala. Devido a todos estes equipamentos disponíveis os dosímetros colocados por dentro do avental de chumbo podem não registar qualquer dose, e aqueles colocados por fora registam pequenas doses. Inês Arêde e Joana Vaz / Julho de 2011/<strong>Universidade</strong> <strong>Atlântica</strong> 2