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cidades - O Hoje

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12<br />

ECONOMIA<br />

As medidas para conter a va -<br />

lorização do real, anunciadas ontem<br />

de manhã pelo Banco Central<br />

(BC), devem ter efeito limitado<br />

e, embora não agradem o investidor<br />

estrangeiro, também não<br />

devem ser suficientes para afastálo,<br />

avaliam analistas entrevistados<br />

pela A gência Estado em Nova<br />

York (EUA). Para eles, mais medi-<br />

O HOJE<br />

Sexta-feira, 7 de janeiro de 2011<br />

SEPLAN IPC DE DEZEMBRO, PORÉM, REGISTRA 0,11%, CONTRA 1,4% DE NOVEMBRO<br />

INFLAÇÃO DE GOIÂNIA EM<br />

2010 É A MAIOR EM 7 ANOS<br />

An dré Pas sos<br />

OÍn di ce de Pre ços ao<br />

Con su mi dor (IPC), que<br />

me de to dos os mes es a<br />

in fla ção em Go i â nia, te -<br />

ve uma va ri a ção de 0,11% em de -<br />

zem bro, re sul ta do me nor que o<br />

al can ça do no mês an te ri or. Em<br />

no vem bro, a ta xa acu mu lou al ta<br />

de 1,4%. Já no acu mu la do de<br />

2010, a in fla ção na ca pi tal fe chou<br />

em 8,08%, mais que o do bro da<br />

ob ti da em igual pe rí o do de 2009<br />

(4,01%) e a mai or al ta des de 2003,<br />

pri mei ro ano do go ver no Lu la,<br />

quan do o IPC fe chou o ano com<br />

ele va ção de 8,23%. No ano pas sa -<br />

do, os gru pos de ali men ta ção,<br />

des pe sas pes so ais e ves tu á rio ti -<br />

ve ram ele va ções de dois dí gi tos e<br />

pu xa ram o ín di ce na ca pi tal.<br />

O IPC de Go i â nia, di vul ga do<br />

on tem pe la Se cre ta ria Es ta du al de<br />

Pla ne ja men to e De sen vol vi men -<br />

to (Se plan), te ve al ta anual de<br />

15,35% no gru po dos ali men tos,<br />

com vá rios itens apre sen tan do<br />

va ri a ções aci ma de 30%, co mo no<br />

ca so da la ran ja pê ra, que fi cou<br />

53,57% mais ca ra, a cos te la bo vi -<br />

na (40,48%), o fran go (37,74%) e<br />

a ba na na pra ta (35,14%). Nes ta<br />

lis tal, o fei jão ca ri o ca foi, “dis pa -<br />

ra do”, o item com mai or in flu ên -<br />

cia no me di dor in fla cio ná rio: fi -<br />

cou 75% mais ca ro.<br />

A em pre sá ria Fer nan da Apa -<br />

re ci da Sil va Pi res, de 24 anos, con -<br />

ANALISTAS<br />

ta que o au men to nos gas tos com<br />

a com pra dos itens bá si cos da ali -<br />

men ta ção tem fei to a fa mí lia re -<br />

du zir o con su mo de al guns de les,<br />

co mo o fei jão. “Tro ca mos a car ne<br />

bo vi na por pei xe e fran go. Ainda<br />

di mi nu í mos o con su mo de fei jão.<br />

A ali men ta ção fi cou mui to ca ra.<br />

Em pou co tem po, as des pe sas au -<br />

men ta ram em mais de 50 re ais, só<br />

com os itens bá si cos”, con ta ela.<br />

Com as ele va ções de pre ços<br />

dos ali men tos, a ces ta bá si ca fe -<br />

chou o ano 18,84% mais ca ra que<br />

em 2009, mes mo com a va ri a ção<br />

ne ga ti va de 1,96% em de zem bro.<br />

No úl ti mo mês do ano, o go i a ni -<br />

en se as sa la ri a do de sem bol sou R$<br />

208,07 pa ra ad qui rir os 12 itens da<br />

ces ta, quan ti da de ne ces sá ria so -<br />

men te pa ra uma pes soa por mês.<br />

das podem vir, caso o dólar caia<br />

abaixo de R$ 1,65, mas tampou -<br />

co devem causar grande impac -<br />

to. A me nos que fosse alguma<br />

medida bem mais “agressiva”,<br />

muito da pressão sobre o real se<br />

deve ao enfraquecimento do<br />

dólar no cenário internacional.<br />

Uma delas seria o controle de<br />

capital que entra no País.<br />

André Costa<br />

Fernanda Pires, 24, reclama do aumento de preço do quilo do feijão<br />

En tre os itens que mais pe sam<br />

no or ça men to do gru pó de des -<br />

pe sas pes so ais, o alu guel re si den -<br />

ci al fi cou 10,83% mais ca ro em<br />

2010. Nes ta lis ta, a úni ca que da<br />

foi no pre ço do gás de co zi nha<br />

que, em 2009, fi cou 24,09% mais<br />

ca ro, ca in do 2,29% em 2010.<br />

QUE DA DE PRE ÇOS<br />

Do ou tro la do da “ba lan ça”, 12<br />

itens ti ve ram que da no ano pas -<br />

sa do, en tre os 72 itens mos tra dos<br />

na pes qui sa da Se plan. O to ma te,<br />

no acu mu la do do ano, caiu 31,2%<br />

e da ba ta ta in gle sa, 28,37%.<br />

Se gun do a su pe rin ten den te<br />

de Es ta tís ti ca, Pes qui sa e In for -<br />

ma ção da Se plan, Lí li an Ma ria<br />

Sil va Pra do, o re sul ta do anual<br />

sur pre en deu as es ti ma ti vas,<br />

“Claro que as medidas terão<br />

algum efeito no sentido de reduzir<br />

a especulação, mas esse<br />

efeito deve ser limitado. O investidor<br />

estrangeiro vai sentir, mas<br />

ainda assim a pressão no câmbio<br />

vai continuar, pois o cenário continua<br />

positivo para o real”, acredita<br />

Bertrand Delgado, analista<br />

sênior para mercados emergentes<br />

que apon ta vam pa ra al ta me -<br />

nor que a ob ti da. Ela ob ser va<br />

que o cres ci men to na de man da<br />

ex ter na, ali a do à me lho ra no ní -<br />

vel sa la ri al e às for tes chu vas re -<br />

cen tes, que vêm pre ju di can do<br />

a pro du ti vi da de nas la vou ras,<br />

de vem con tri bu ir com ele va -<br />

ções nos pró xi mos mes es de<br />

2011. “Os ali men tos de vem fi -<br />

car ain da mais ca ros por cau sa<br />

das chu vas”, re for ça Lí li an.<br />

No úl ti mo mês de 2010, as<br />

prin ci pa is in flu ên cias na que da<br />

do gru po ali men ta ção fo ram o<br />

fei jão ca ri o ca e o fei jão pre to, que<br />

ti ve ram re du ção de pre ços em<br />

19,48% e 8,84%, res pec ti va men -<br />

te. O•ar roz (-1,21%) e a car ne bo -<br />

vi na do ti po mús cu lo (-3,59%)<br />

tam bém so fre ram que da.<br />

SAIBA MAIS<br />

Inflação anual em Goiânia<br />

Sete últimos Acumulado<br />

anos de 2010<br />

2003 8,62%<br />

2004 6,20%<br />

2005 2,27%<br />

2006 2,39%<br />

2007 5,67%<br />

2008 6,53%<br />

2009 4,01%<br />

2010 8,08%<br />

MEDIDAS PARA CONTER REAL SÃO LIMITADAS<br />

da consultoria Roubini Global<br />

Economics.<br />

O BC anunciou que irá criar<br />

um depósito compulsório de<br />

“60% sobre o valor da posição de<br />

câmbio vendida que exceder o<br />

menor dos se guin tes valores: US$<br />

3 bilhões ou patrimônio de referência<br />

(PR)”. Segundo o BC, esse<br />

compulsório será recolhido em<br />

espécie e não será remunerado.<br />

As instituições terão 90 dias para<br />

se adequar à nova regra.<br />

Para Delgado, há divergência<br />

entre as medidas do câmbio do<br />

BC e uma possível alta de juros<br />

na reunião deste mês do Co mitê<br />

de Política Monetária (Co pom),<br />

que é amplamente espe rada por<br />

analistas, como o pri meiro sinal<br />

positivo a ser dado no início do<br />

mandato do novo presidente da<br />

instituição, Ale xandre Tombini.<br />

“Na teoria, haverá divergência<br />

no final das contas. Não dá<br />

para continuar intervindo no<br />

câmbio se você vai subir os juros.<br />

É contraproducente”, dis -<br />

se. (Agência Estado)<br />

CONCURSO<br />

FONTE: SEPLAN-GO<br />

CRECI-GO ABRE<br />

20 CHANCES<br />

O Conselho Regional de Corretores<br />

de Imóveis do Estado de<br />

Goiás (Creci-GO) abriu novo con -<br />

curso público, desta vez oferecendo<br />

20 vagas para candidatos com<br />

níveis médio e superior de escolaridade.<br />

Os salá rios vão de R$ 660<br />

a R$ 1.260.<br />

São sete oportunidades para<br />

agente de fiscalização, para quem<br />

tem graduação completa. As demais<br />

vagas são para a função de<br />

auxiliar administrativo (nível médio).<br />

As inscrições estarão abertas<br />

até dia 21 de janeiro (Avenida<br />

Anhanguera n.º 5674, Edifício<br />

Palácio do Comércio, 5º andar, no<br />

Centro de Goiânia), das 8h30 a<br />

17h30. Para nível médio, a taxa<br />

cobrada é de R$ 50 e para superior,<br />

R$ 70. Todos os candidatos<br />

farão provas objetivas e práticas,<br />

e exame médico. (Da Redação)<br />

LAU RO VEI GA FI LHO<br />

‘O DIABO NÃO<br />

PARECE TÃO FEIO<br />

QUANTO PINTAM’<br />

Oatraso no pagamento de parte dos salários do<br />

funcionalismo público em dezembro é um sintoma<br />

nítido do desequilíbrio de caixa enfrentado<br />

pelo Tesouro estadual no último mês da administração<br />

concluída em 31 de dezembro, dado reafirmado<br />

na primeira entrevista coletiva concedida como secretário<br />

estadual da Fazenda pelo economista Simão Cirineu Dias.<br />

As projeções apresentadas pelo ex-secretário de Fazenda<br />

de Minas Gerais no governo Aécio Neves, ex-servidor do<br />

Banco Central, onde chegou a chefiar o Departamento de<br />

Auditoria, e ex-secretário adjunto da Fazenda Nacional<br />

parecem denunciar um horizonte sombrio para as contas<br />

públicas estaduais no primeiro ano do novo governo.<br />

Mas nem tudo parece ser tão negro assim, quando se<br />

avalia o cenário atual com base na série de dados divulgados<br />

oficialmente pelo governo nos relatórios bimestrais da<br />

execução orçamentária. Sob esse ponto de vista, pode-se até<br />

mesmo argumentar que a saúde das finanças públicas<br />

chegou a estar mais ameaçada num período não muito distante,<br />

se for considerado como critério para essa aferição<br />

apenas o saldo da rubrica contas a pagar, um dos dados que<br />

mereceram destaque na entrevista de Cirineu.<br />

Já levando em conta o atraso na folha dos servidores,<br />

num total de R$ 339,185 milhões, segundo dados da Se -<br />

cretaria da Fazenda, o governo que saiu deixou R$ 572,260<br />

milhões, em valores arredondados, inscritos como contas<br />

a pagar. Esse valor, ao que aparenta, tem sido considerado<br />

no cálculo que aponta a existência de um déficit financeiro<br />

de R$ 1,368 bilhão no ano passado e projeta um déficit<br />

“potencial” para este ano de R$ 2,744 bilhões. Essa<br />

conta inclui o resultado financeiro negativo de 2010 (R$<br />

572,260 milhões, referente ao saldo de contas a pagar), o<br />

saldo negativo na conta centralizadora (R$ 621,271 mi -<br />

lhões) e despesas em fase de contratação referentes a 2010<br />

(R$ 558,716 milhões), num total de R$ 1,752 bilhão. E acrescenta,<br />

ainda, um déficit orçamentário de R$ 992,634 mi -<br />

lhões também projetado para 2010.<br />

Neste caso, a se dar crédito a essas projeções, o Estado estaria<br />

quebrado literalmente e precisaria enfrentar um ajuste<br />

severo, com cortes radicais de despesas, conjugados com<br />

medidas destinadas a aumentar as receitas no curtíssimo<br />

prazo, o que traria graves consequências para a economia<br />

local. Mas talvez não seja assim. A contabilidade pública define<br />

critérios para estabelecer o que é e o que não é déficit.<br />

O descompasso na conta centralizadora (que nada mais é<br />

do que a conta bancária única por meio da qual o Estado<br />

movimenta seus recursos) reflete nitidamente um desencontro<br />

no fluxo de caixa e, sob esse ponto de vista, para alguns<br />

especialistas, não poderia ser considerado como déficit,<br />

em seu conceito convencional. Se fosse um cidadão comum,<br />

o governo teria avançado em seu “cheque especial”,<br />

deixando um saldo negativo que, mais à frente, poderá mesmo<br />

se transformar em déficit caso não entrem recursos em<br />

volume suficiente para fazer frente ao saldo negativo e honrar<br />

compromissos vincendos.<br />

O mesmo pode-se afirmar em relação às contas a pagar.<br />

Essa rubrica inclui desde obrigações vencidas e não honradas<br />

até despesas continuadas e contratos com prazo mais<br />

longo de execução, envolvendo obras e serviços diversos. É<br />

o caso, por exemplo, da construção de uma estrada. A obra<br />

foi contratada em 2010, hipoteticamente, mas será concluída<br />

em 2012, gerando despesas ao longo de todo esse período.<br />

Os saldos desse contrato, não honrados dentro do exercício,<br />

passam a ser lançados como contas a pagar.<br />

Apenas para tranquilizar o distinto leitor, essa conta foi<br />

bem mais gorda em um período recente. Em dezembro de<br />

2005, as contas a pagar somavam R$ 832,387 milhões, re -<br />

presentando 14,1% da receita corrente líquida do período.<br />

Se fosse considerado como parte do déficit, o saldo primário<br />

de R$ 655,873 milhões registrado naquele ano teria se transformado<br />

num rombo de R$ 176,514 milhões. O saldo apresentado<br />

para 2010, de R$ 572,260 milhões, representa perto<br />

de 6% da receita corrente líquida acumulada em 12 meses<br />

até outubro (dado mais recente disponível).<br />

ANO PASSADO<br />

ES PE CI AL PA RA O HO JE<br />

TOTAL DE FALÊNCIAS<br />

É A MENOR DESDE 2005<br />

O número de falências de -<br />

cre tadas no Brasil em 2010 foi o<br />

menor desde 2005, ano em que<br />

foi editada a nova lei de falências.<br />

No acumulado dos 12 me -<br />

ses de 2010, houve 732 decretos,<br />

segundo informou ontem a Se -<br />

rasa Experian, empresa especializada<br />

em análise de crédito.<br />

As micro e pequenas empresas<br />

foram as que apresentaram o<br />

maior recuo no número de fa -<br />

lências decretadas no período.<br />

De janeiro a dezembro, houve<br />

653 decretos, enquanto em<br />

2009 foram 831. Já as médias<br />

empresas somaram 64 decretos<br />

em 2010, seis a mais que em<br />

2009. As grandes empresas, por<br />

sua vez, tiveram 15 falências de -<br />

cretadas, número inferior às 19<br />

verificadas em 2009.<br />

Na avaliação dos economistas<br />

da Serasa, os indicadores de<br />

insolvência das empresas recu -<br />

aram em 2010 em decorrência<br />

do ambiente eco nô mico favorá -<br />

vel. Os principais motivos para<br />

isso foram o mercado interno<br />

aquecido, políticas de estímulo<br />

econômico, a recuperação da<br />

oferta de crédito, o alongamento<br />

dos prazos de financiamento<br />

e a maior dispo nibili dade de recursos<br />

por meio do Banco Nacional<br />

de Desenvolvimento E -<br />

co nômico e Social (BNDES).<br />

Além disso, o recuo da ina -<br />

dimplência e o desenvolvimento<br />

de obras de infraestrutura favoreceram<br />

a geração de receitas,<br />

segundo a análise da Se -<br />

rasa Experian. A exceção continua<br />

com as empresas exclusivamente<br />

exportadoras que, co -<br />

m o real valorizado e a lenta recuperação<br />

das economias desenvolvidas,<br />

encontram dificul -<br />

dades em co locar seus produtos<br />

nos mercados, o que afeta<br />

seus resultados financeiros.<br />

Em 2011, a Serasa avalia que<br />

as finanças empresariais não<br />

serão comprometidas e que podem<br />

ocorrer novas quedas nos<br />

indicadores de insolvência. (AE)

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