SÍNDROME DE FREY, ASPECTOS ... - Instituto Cimas

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3 - HISTÓRICO Embora já esteja na literatura desde 1.757 esta síndrome ainda é pouco conhecida. Foi relatada primeira- mente neste ano por um médico francês, Duphenix, que tratou de um indivíduo ferido por um projetil de arma de fogo na região mandibular. O caso evoluiu com infecção local, abscesso e fístula, esse médico na sua descrição minuciosa, cita a sudorese e a hiperemia ao redor da fístula, mas ambas como consequên- cia da mesma, ao redor de uma prótese de oclusão por ele inventada. Baillargar, em 1853, interpretou a síndrome como sendo ocasionada por obstrução do ducto parotídeo (ducto de Stenon), na descrição de um caso de parotidite bilateral não drenada. Em 1923, Lucja Frey, médica polonesa, neurologista, descreveu a síndrome, atribuindo à lesão do nervo aurículo-temporal. ela publicou o artigo na "Revue Neurologique", nasceu, viveu e morreu (1889-1943) em Lwâw, cidade situada no Leste da Polônia, após a "Grande Guerra", local que já foi pertencente a Alema- nha 5 . 4 - <strong>ASPECTOS</strong> ANATOMICOS A sudorese e hiperemia que se estabelecem na síndrome do nervo aurículo-temporal seria uma disfunção, resultante da regeneração aberrante das fibras parassimpáticas do nervo aurículo-temporal em direção às glândulas sudoríparas. Na salivação normal ao vermos o alimento, as fibras aferentes caminham em dire- ção ao núcleo do trato solitário que mantém comunicação com o núcleo salivatório superior e inferior. A glândula parótida recebe fibras parassimpáticas provenientes do núcleo salivatório inferior e a glândula submandibular do núcleo salivatório superior. Os ácinos glandulares apresentam receptores colinérgicos para os estímulos parassimpáticos e a-b-adrenérgicos para os estímulos vindos do sistema nervoso sim- pático. O sistema simpático, no ácino glandular, quando estimulado, libera maior quantidade de proteína, eletrólitos, além de fazer com que a célula mioepitelial contraia-se. O sistema parassimpático, que se diri- ge para a glândula parótida, caminha junto ao nervo glossofaríngeo, abandonando-o ao chegar no gânglio superior (gânglio petroso). Passa, então, pelo nervo timpânico e, no ouvido médio, forma o plexo timpânico (nervo de Jacobson) e segue através do nervo petroso superficial menor superior até o gânglio óptico. Neste local, essas fibras parassimpáticas, pré-sinápticas, passam os estímulos para outras fibras, paras- simpáticas pós-sinápticas, que por sua vez chegam aos ácinos parotídeos, através do nervo aurículo- temporal, ramo do nervo mandibular, situado medialmente ao pólo superior da glândula parótida. O gânglio
óptico está situado logo abaixo do forame oval, entre o nervo mandibular inferior e o músculo tensor do palato mole. A raiz simpática do gânglio óptico procede do plexo meníngeo médio, via carótida interna, e pode manter comunicações com a corda do tímpano, nervo vidiano e o nervo pterigóidio interno. Já o nú- cleo salivatório superior origina as fibras parassimpáticas para as glândulas: submandibular, sublingual, lacrimal e pequenas glândulas salivares distribuídas pela faringe e fossa nasal 6 . FIG. 13 – trajeto para inervação autônoma da glândula parótida (NETTER, 2007). 5 - OBJETIVO Avaliar por método de dissecação de cabeças na região parotídea, como seria possível o cruzamento e pinçamento dos ramos dos nervos facial e trigêmeo, através da raspagem da glândula parótida. 6 - METODOLOGIA Desenvolvimento: Este trabalho foi realizado na Universidade Guarulhos - São Paulo, com autorização e supervisão do professor Francisco Lins Cavalcanti Filho. Foram avaliadas 6 cabeças integras que disse- cadas, tiveram retiradas a pele, a fáscia muscular, levantados os músculos da região e observada a glân- dula parótida, tendo posteriormente sua dissecção executada. Procedimento: foi realizada a dissecção com rebatimento da pele e posterirormente visualização da glândula parótida, o musculo esternocleidoma- toideo foi também rebatido expondo o espaço retro-mandibular. As ramificações do nervo facial e do nervo trigêmeo, após os respectivos rebatimentos foram visualizados. Material utilizado: bisturi de nº 4, pinça dente de rato, maquina fotográfica Sony Ciber Shot 8 mega pixels , 6 cabeças do departamento de anato- mia da universidade Guarulhos fixadas em formaldeído a 10 %. Após a documentação, as fotos foram analisadas e foram postadas as melhores imagens. Foi observado que o nervo trigêmeo fica visível após a retirada da camada superficial da glândula parótida, sendo considerado fácil o encontro dele com o nervo facial. Essa casuística evidencia o que pode vir originar a Síndrome de Frey.
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