Estudo "Etanol e saúde humana: uma abordagem a ... - SINDALCOOL
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VERSÃO PRELIMINAR.<br />
ácidos carboxilícos (por meio de aldeído-desidrogenases) ou através da redução a álcool<br />
desidrogenase. Ligações com grupos tiol, bem como ligações com diversas proteínas, incluindo<br />
aquelas que constituem o DNA, também ocorrem e explicam o potencial carcinogênico destes<br />
aldeídos. Os aldeídos de interesse deste estudo – formaldeído e acetaldeído – são representantes<br />
desta categoria de aldeídos.<br />
b) Aldeídos α,β-insaturados (acroleína, por exemplo): estes aldeídos ligam-se a substratos como a<br />
glutationa ou cisteína, sendo oxidados após estas ligações. Assim como no caso anterior, esta<br />
classe de aldeídos pode se ligar a grupos amino do DNA, podendo levar ao desenvolvimento de<br />
mutações.<br />
c) Aldeídos halogenados ou modificados (benzoaldeído): o metabolismo destes aldeídos irá<br />
depender da natureza do seu grupo funcional, podendo ser oxidados (benzoaldeído, furfural,<br />
malodialdeído, por exemplo), enquanto outros são predominantemente conjugados a glutationa,<br />
cisteína ou serina.<br />
Fontes de aldeídos no ambiente externo das grandes cidades<br />
Nos ambientes externos das grandes cidades, as diferentes classes de aldeídos acima descritas são<br />
produzidas pelas emissões veiculares, queima de biomassa ou a partir de reações fotoquímicas<br />
(Monteiro et cols, 2001). Na atmosfera dos grandes centros urbanos, a contribuição relativa das<br />
emissões diretas ou de processos fotoquímicos para a produção de aldeídos depende da taxa de<br />
emissão das fontes antropogênicas e das condições climáticas.<br />
Nos ambientes urbanos, a emissão de aldeídos é o resultado da oxidação incompleta do<br />
combustível veicular, seja este gasolina, gasool, etanol, gás natural ou diesel (Abrantes e cols,<br />
2005, Durbin e cols, 2007, Kado e cols 2005, Martins e cols 2008). Na atmosfera poluída das<br />
grandes cidades, os principais precursores dos aldeídos são os hidrocarbonetos, álcoois, éteres e<br />
compostos aromáticos de origem antropogênica, submetidos à ação do ozônio ou radicais HO.,<br />
HO2 e NO3 (Andrade e cols, 2002).<br />
Na cidade de São Paulo, carbonilas emitidas diretamente pelos veículos predominam no período<br />
da manhã, havendo maior participação de processos fotoquímicos no período vespertino<br />
(Monteiro e cols, 2001). Em geral no período da manhã a concentração de acetaldeído é maior<br />
que a de formaldeído, e esse comportamento se inverte no período da tarde, após os processos<br />
fotoquímicos.<br />
Aldeídos como precursores de ozônio<br />
Além da sua toxicidade direta, os aldeídos atmosféricos podem contribuir para a formação de<br />
ozônio, um dos poluentes mais reconhecidamente associados com efeitos adversos à <strong>saúde</strong><br />
<strong>h<strong>uma</strong>na</strong>. Neste momento, serão apresentados alguns dos aspectos básicos das reações<br />
fotoquímicas relacionando aldeídos e ozônio. Maiores detalhes podem ser encontrados em<br />
literatura específica (Carter, 1994, Saldiva e cols, 2005)<br />
As equações gerais simplificadas que regulam a fotoquímica atmosférica podem ser resumidas da<br />
seguinte forma:<br />
O NO2 é dissociado pela ação de raios ultravioleta formando NO e oxigênio atômico;<br />
(1) NO2 + hv (λ ≤ 430 nm) NO + O<br />
O átomo de oxigênio combina-se com <strong>uma</strong> molécula de oxigênio formando ozônio;<br />
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