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Uma Fam'lia, Tr s gera ›es - Fluir Perene

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choravam de medo (havia exactamente um ano que o país, e<br />

todos eles, tinha vivido o drama da Madeleine McCan)! Quem<br />

tinha carro entrava pelos pinhais com os faróis. Vieram os<br />

primos e os tios do Seixo, para ajudarem; veio a freguesia<br />

inteira; veio a Guarda, vieram os Bombeiros de Cantanhede. O<br />

telefone não parava de tocar. Quem estava em casa,<br />

procurava não perder a calma e tranquilizar as outras crianças,<br />

sobretudo as da mesma idade, a quem era difícil explicar o<br />

sucedido. A esperança ia-se consumindo, entre sentimentos de<br />

culpa e de angústia, que cresciam com o alvoroço do povo<br />

solidário. Era noite como breu. Entre os pinhais e os milheirais<br />

só se ouvia silêncio. <strong>Uma</strong> pequena lomba impedia os carros de<br />

continuarem o caminho e, do lado de lá, uma pequena vala<br />

causava os maiores receios.<br />

Por fim, foi a mota do Sr. Castro, o vizinho, que permitiu<br />

encontrar qualquer coisa. Depois de muito chorar, a menina<br />

tinha adormecido de cansaço e estava por terra, deitada num<br />

caminho de cabras. Quando sentiu figura humana, saltou-lhe<br />

ao peito e, de olhos fechados, apenas disse: “Pai! Eu<br />

chamava, chamava… mas o pai nunca não vinha!”. Depois, o<br />

Sr. Castro apressou-se a entregar a menina aos pais e foi<br />

indescritível a alegria de todos.<br />

Hoje, é à luz de momentos como esse que todos<br />

olhamos as pequenas contrariedades da vida, quando<br />

involuntariamente deixamos desfocar a realidade. No lufa-lufa<br />

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