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caminhos para a universalização da internet banda larga

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56 eXperiênCias inTernaCionais<br />

sentido falar em competição basea<strong>da</strong> em uma mesma rede, mas sim em cima<br />

<strong>da</strong>s diferentes plataformas.<br />

Segundo Stylianou (2011), outro argumento central dos apoiadores desta<br />

tese é relacionado à motivação <strong>para</strong> investir na melhoria <strong>da</strong>s redes. De acordo<br />

com ele, uma operadora que é obriga<strong>da</strong> a abrir sua rede <strong>para</strong> outros compe-<br />

tidores não vai se sentir devi<strong>da</strong>mente estimula<strong>da</strong> a realizar melhorias, pois<br />

ela avaliaria que a divisão <strong>da</strong> infraestrutura com os concorrentes impactará<br />

diretamente na sua margem de lucro. Já quando o uso <strong>da</strong> rede é feito exclusivamente<br />

<strong>para</strong> prestar serviços ofertados por ela, a empresa seria compeli<strong>da</strong><br />

a aplicar recursos na qualificação <strong>da</strong> infraestrutura <strong>para</strong> obter vantagens na<br />

disputa com os demais agentes econômicos. O autor cita ain<strong>da</strong> outras justificativas<br />

apresenta<strong>da</strong>s pelos partidários do modelo:<br />

Eles argumentam que permitir às firmas reservar suas infraestruturas exclusivamente<br />

<strong>para</strong> os próprios serviços possibilita a elas explorar melhor os benefícios<br />

<strong>da</strong> integração vertical, livres de interferência sem custos de outras operadoras.<br />

[…] Controladores de redes atuam como plataformas, que auferem ren<strong>da</strong><br />

também de aplicativos e <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> de conteúdo que trafega na sua infraestrutura.<br />

Essas externali<strong>da</strong>des indiretas <strong>da</strong> rede aumentam o valor <strong>da</strong> infraestrutura,<br />

promovendo um motivo <strong>para</strong> que seus donos façam-na o mais aberta e acessível<br />

possível, e criem condições favoráveis <strong>para</strong> a inovação independente 10 (Stylianou,<br />

2011, p. 243).<br />

Portanto, os que advogam pelo modelo CER não veem um mercado falho a<br />

ser corrigido. Segundo eles, a economia <strong>da</strong>s telecomunicações possui contornos<br />

inerentes que não comprometem a oferta do serviço. Caberia às autori<strong>da</strong>des,<br />

então, não interferir nessa dinâmica e estimular a concentração em ca<strong>da</strong><br />

operador de diversas ativi<strong>da</strong>des na cadeia produtiva, <strong>para</strong> que eles possam assim<br />

fomentar a inovação no setor.<br />

Já o modelo de concorrência entre serviços (CES) identifica problemas na<br />

organização do mercado de telecomunicações que justificariam uma ação do<br />

Estado <strong>para</strong> estabelecer o equilíbrio e a competição. Na avaliação de seus par-<br />

10 Tradução própria do original em inglês: “Third, they argue that allowing firms to reserve their<br />

network infrastructure exclusively for their own services enables them to better exploit the benefits<br />

of vertical integration, free from costly interference of other network operators. Network operators<br />

act as platforms, which draw value from the applications and content that are built upon them.<br />

These indirect network externalities raise the value of the network, providing a motive for network<br />

owners to make their networks as open and accessible as possible and create favorable conditions<br />

for independent innovation”.

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