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Pseudomonas aeruginosa: Um alerta aos profissionais de saúde

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atory equipments, hemodialysis systems, sinks and<br />

cleaning workmanships. The hospitalized patients’<br />

colonization, can exceed to 50%, mainly in patients<br />

hospitalized in intensive care units that are colonized<br />

due to the constant exhibition to invasive procedures.<br />

In patients with mechanical ventilation, 75% of the<br />

pneumonias are caused by Gram negative bacterias,<br />

and among them, P. <strong>aeruginosa</strong> is the first cause. Other<br />

hospital infections frequently caused by P. <strong>aeruginosa</strong><br />

are those of urinary tract, peritonites in patients<br />

submitted to the dialysis peritoneal, bacteremias and<br />

surgery infections, in patients with neoplasias, renal<br />

chronic, diabetics and with Cardiopulmonary disor<strong>de</strong>r<br />

resulting in high mortality that arrives to 61%. The<br />

relevancy of P. <strong>aeruginosa</strong> as hospital pathogens is also<br />

associated with its relative resistance to the antibiotics<br />

and the low susceptibility to the antiseptic and disinfecting.<br />

The prevention and the control of colonization<br />

and infection by P. <strong>aeruginosa</strong> <strong>de</strong>mands the careful use<br />

of antimicrobial, compliance of health professionals<br />

with hand hygiene practices, discerning precautions<br />

with multirresistents samples and adhesion to the<br />

techniques of atmosphere and of the hospital medical<br />

equipments cleaning. P. <strong>aeruginosa</strong> as a microorganism<br />

cause of countless cases of hospital infections it opted<br />

for a work review, calling the attention of such a<br />

microorganism.<br />

Key words: <strong>Pseudomonas</strong> <strong>aeruginosa</strong>, hospital<br />

infections, review.<br />

Introdução<br />

Características gerais<br />

<strong>Pseudomonas</strong> <strong>aeruginosa</strong> é um importante patógeno<br />

humano que está frequentemente associado a<br />

infecções hospitalares, acometendo, principalmente,<br />

pacientes imunossuprimidos. Esta espécie bacteriana<br />

tem sido consi<strong>de</strong>rada um patógeno oportunista, uma<br />

vez que, raramente, está associada a infecções comunitárias<br />

em indivíduos imunocompetentes. (1)<br />

<strong>Pseudomonas</strong> <strong>aeruginosa</strong> pertence à família<br />

Pseudomonadaceae e apresenta-se na forma <strong>de</strong> bastonetes<br />

<strong>de</strong> 0,5 a 0,8 µm <strong>de</strong> largura por 1,5 a 3,0 µm<br />

<strong>de</strong> comprimento. É um bacilo Gram-negativo, aeróbio,<br />

não-esporulado, não-fermentador <strong>de</strong> glicose e móvel<br />

<strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> um flagelo polar. (2) As células <strong>de</strong><br />

P. <strong>aeruginosa</strong> po<strong>de</strong>m ser visualizadas ao microscópio<br />

como isoladas, <strong>aos</strong> pares ou em ca<strong>de</strong>ias curtas. (3)<br />

O primeiro relato <strong>de</strong>stes micro-organismos foi realizado<br />

por Luke, em 1862, com observação <strong>de</strong> pus <strong>de</strong><br />

cor azul esver<strong>de</strong>ada presente em algumas infecções<br />

purulentas. (1) Essa mesma coloração havia sido relatada<br />

por outros pesquisadores e, <strong>de</strong>vido a este fato,<br />

inicialmente foi chamada Bacillus pyocyaneus. Esta<br />

coloração po<strong>de</strong> realmente ser verificada em quadros<br />

Ferreira H, Peres Lala ER • <strong>Pseudomonas</strong> <strong>aeruginosa</strong>: <strong>Um</strong> <strong>alerta</strong> <strong>aos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

infecciosos quando P. <strong>aeruginosa</strong> é o agente etiológico,<br />

pois esta espécie produz com maior frequência<br />

os pigmentos piocianina, <strong>de</strong> cor azul, e pioverdina<br />

(fluorescente), que dá a cor ver<strong>de</strong> brilhante característica<br />

<strong>de</strong>sta espécie. Além <strong>de</strong>sses pigmentos, algumas<br />

amostras produzem outros pigmentos hidrossolúveis,<br />

como a piorrubina <strong>de</strong> cor avermelhada e a piomelanina,<br />

<strong>de</strong> cor marrom e preto. (4,5)<br />

P. <strong>aeruginosa</strong> é uma bactéria relativamente fácil<br />

<strong>de</strong> ser reconhecida em cultura, levando-se em consi<strong>de</strong>ração<br />

as características <strong>de</strong> suas colônias, a formação<br />

<strong>de</strong> pigmento e seu odor típico. Suas colônias<br />

têm variação morfológica, po<strong>de</strong>ndo ser puntiforme,<br />

gelatinosa, rugosa ou mucosa. (6) A forma mucoi<strong>de</strong><br />

ocorre <strong>de</strong>vido à produção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

um polissacarí<strong>de</strong>o extracelular, o alginato, i<strong>de</strong>ntificada<br />

em amostras clínicas <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> fibrose cística. (7)<br />

Cepas mucoi<strong>de</strong>s formam agregados <strong>de</strong> colônias mais<br />

firmes, que superam os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e que<br />

permitem maior a<strong>de</strong>rência a superfícies celulares.<br />

A composição física e química (polianiônica) da<br />

membrana externa <strong>de</strong>ste micro-organismo <strong>de</strong>monstra<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barreira à passagem <strong>de</strong> substâncias, como<br />

antibióticos e antissépticos, que precisam saturar toda<br />

a sua superfície antes da penetração, conferindo maior<br />

resistência a essas cepas. (8)<br />

A bactéria P. <strong>aeruginosa</strong> é invasiva e toxigênica.<br />

Além <strong>de</strong> sua estrutura externa e componentes da<br />

superfície celular, produz metabólitos extracelulares<br />

(elastases, proteases), que estão envolvidos na patogênese<br />

das infecções. (3)<br />

P. <strong>aeruginosa</strong> po<strong>de</strong> colonizar vários tecidos, <strong>de</strong>vido<br />

principalmente à presença <strong>de</strong> fímbria e à cápsula<br />

mucoi<strong>de</strong> (alginato). A cápsula possibilita a<strong>de</strong>rência à<br />

superfície da mucosa normal, é antifagocitária e permite<br />

também a formação <strong>de</strong> microcolônias, <strong>de</strong>nominadas<br />

biofilme, que são fortemente a<strong>de</strong>ridas e recobertas por<br />

um material espesso, constituído pelo próprio alginato,<br />

lipopolissacarí<strong>de</strong>o (LPS) e proteína. (9) Em sua maioria,<br />

os biofilmes estão presentes em próteses vasculares,<br />

articulares, cateteres, drenos e nos pulmões <strong>de</strong> indivíduos<br />

acometidos por fibrose cística. (10)<br />

Em relação à invasão tecidual por P. <strong>aeruginosa</strong>,<br />

fosfatase alcalina, exoenzima S, citotoxina, elastase,<br />

exotoxina A, lipase e fosfolipase são os principais<br />

produtos extracelulares que estão relacionados a<br />

esse processo.<br />

P. <strong>aeruginosa</strong> po<strong>de</strong> ser isolada <strong>de</strong> água, plantas,<br />

solo e tecidos animais e tem habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar<br />

vários substratos orgânicos como fontes <strong>de</strong> carboidrato.<br />

Esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobreviver em diferentes ambientes<br />

a torna uma bactéria ubíqua. (3) Sua presença na água<br />

do solo contribui para que chegue <strong>aos</strong> vegetais e até<br />

ao intestino humano. Por ter predileção por locais úmi-<br />

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