SARCOMA POBREMENTE DIFERENCIADO EM CÃO – RELATO ...

SARCOMA POBREMENTE DIFERENCIADO EM CÃO – RELATO DE CASO
GUIMARÃES, A.¹*; KLING, C.R.M.²; RAIMUNDO, J.M.¹; MACHADO, C.H.¹; BALDANI, C.D¹.
¹Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária – UFRRJ, ² Médico Veterinário
CRMV 2414 Veterinária Kling Ltda, *andresaguimaraes02@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
Dentre as neoplasias malignas, um grupo classificado por sua histiogênese e
comportamento biológico semelhante é dos sarcomas de tecido mole (LUONG et al, 2006).
Apresentam conduta agressiva e pouco responsiva à terapia com agentes quimioterápicos.
O prognóstico é bastante ruim, havendo na grande maioria dos casos óbito dos pacientes
em 9 a 12 meses (O’KEEFE, 1997). São neoplasias derivadas do mesênquima ou
ectoderma primitivo apresentando tendência à invasão e recorrência local relativamente
elevada e taxas importantes de metástase após excisão cirúrgica conservativa (ETTINGER,
2003). As células dos sarcomas não esfoliam facilmente, portanto, a realização de citologia
pode propiciar resultados falso-negativos, sendo o diagnóstico definitivo realizado somente
através da biópsia (NELSON & COUTO, 2006).
O objetivo do presente relato é descrever e discutir os achados clínicos,
hematológicos, radiográficos e anatomopatológicos de um caso de sarcoma pobremente
diferenciado em cão.
RELATO DE CASO
Um cão da raça Labrador com 11 anos de idade foi atendido em uma Clínica
Veterinária particular em Petrópolis, Rio de Janeiro. O animal apresentava dificuldade de
apoio, aumento de volume e ulceração no membro anterior esquerdo.
Foi realizado exame clínico, exame radiológico e coleta de sangue em tubo com
anticoagulante EDTA para realização de hemograma completo. Após a avaliação dos
resultados dos exames foi realizada a exérese cirúrgica do membro afetado e do linfonodo
subescapular. A nodulação ulcerada e o linfonodo removido foram fragmentados, fixados em
formalina à 10% neutra e tamponada e enviadas para análise histopatológica na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No exame clínico foi constatada massa de consistência macia e ulcerada circundada
por edema de tecidos moles na altura da articulação carpo-metacarpiana do membro
anterior esquerdo. No hemograma, observou-se que os valores hematológicos
apresentavam-se dentro dos valores de referência para a espécie canina. Ao exame
radiológico não se observou comprometimento ósseo ou da articulação que apresentava
todas as estruturas bem delimitadas e com radiopacidade uniforme, porém havia acentuado
edema das partes moles adjacentes, similar ao reportado em outros casos de sarcoma (DA
SILVA et al, 1982; FRANÇA et al, 2004)
Durante a excisão cirúrgica e fragmentação da massa observou-se aspecto lobular,
com áreas esbranquiçadas, friáveis com secreção sanguinolenta e o linfonodo adjacente
estava aumentado de tamanho, porém de aspecto normal. No laudo histopatológico foi
constatada proliferação de células arredondadas, com núcleos redondos, moderadamente
cromáticos e volumoso citoplasma com alguns grânulos azulados. Observou-se ainda
colagenólise e eosinófilos por entre as células tumorais. A neoplasia encontrava-se
ulcerada,sendo diagnosticada como sarcoma pobremente diferenciado.
Após seis meses da exérese cirúrgica o animal não apresentou recidiva ou qualquer
alteração digna de nota, ressaltando a importância de manter uma ampla margem de
segurança no procedimento cirúrgico.
Os achados do presente estudo corroboram com Malinowski (2006) que observou
maior incidência de sarcoma nasal em cães com idade próxima à 10 anos, sendo que raças
de médio à grande porte apresentam maior risco.

Os sarcomas de tecido mole tem baixa incidência na clínica de pequenos animais,
aliado a isso está a dificuldade de diagnóstico e classificação destas neoplasias,
prejudicando o estabelecimento de comportamento biológico e características de cada
subtipo de sarcoma (SILVEIRA et al, 2007). Para melhor caracterização do subtipo de
sarcoma é sugerida a realização de imunohistoquímica.
CONCLUSÃO
É fundamental a caracterização histológica do tumor associado a avaliação clínica e
demais exames rotineiros para que seja adotada uma terapia adequada e para que o
prognóstico fique melhor esclarecido para o proprietário do animal.
A excisão cirúrgica se mostrou efetiva neste caso, porém deve-se manter o
acompanhamento constante para evitar recidiva e metástases.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Graduação da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, 2007.