08.05.2013 Views

práticas de ensino diferenciado na sala de aula - Repositório Aberto ...

práticas de ensino diferenciado na sala de aula - Repositório Aberto ...

práticas de ensino diferenciado na sala de aula - Repositório Aberto ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo, Aprendizagens e Trabalho Docente | 2067<br />

A diferenciação leva ao enriquecimento da proposta curricular, e por sua vez, ao aumento <strong>de</strong> alter<strong>na</strong>tivas, por forma, a que, a acção<br />

formativa reú<strong>na</strong> as melhores condições <strong>de</strong> se adaptar às necessida<strong>de</strong>s e expectativas particulares <strong>de</strong> cada aluno. Esta forma<br />

distinta <strong>de</strong> encarar a diferenciação, permite ao professor, em simultâneo, ser o autor e actor do currículo, ele intervém nos dois<br />

planos, por um lado, <strong>na</strong> construção, ele a<strong>na</strong>lisa criticamente o currículo oficial, o <strong>de</strong>sconstrói para o voltar construir <strong>de</strong>ntro da<br />

diversida<strong>de</strong> contextual, <strong>na</strong> qual se encontra. Por outro, é o seu agente da acção. Roldão (2003, p. 52) ao julgar tal situação refere<br />

que, a diferenciação curricular, no âmbito das <strong>práticas</strong>, tem vindo a ser trabalhada a quatro níveis diferentes.<br />

O primeiro, apoiado no princípio da simplificação-redução, já enunciado anteriormente, a nível do currículo, procura incluir, no<br />

currículo enunciado, alterações dirigidas a subgrupos com handicap sócio-cultural. Po<strong>de</strong>mos encontrar evidências <strong>de</strong>ssa<br />

simplificação-redução, através <strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los significativos: a) mínimos curriculares requeridos; b) currículos alter<strong>na</strong>tivos (mais<br />

pobres). O segundo, ao nível dos Projectos Educativos da Escola, a diferenciação curricular, é sentida com mais frequência, no<br />

âmbito do extra-curricular, cuja principal meta ou fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> é melhoria da integração social e afectiva. O terceiro diz respeito ao<br />

apoio educativo, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do aos alunos com necessida<strong>de</strong>s educativas especiais [<strong>na</strong> actualida<strong>de</strong>, somente pertencem ao apoio<br />

educativo as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem], numa lógica <strong>de</strong> compensação quantitativa e não qualitativa e <strong>diferenciado</strong>ra. E por<br />

último, a diferenciação curricular po<strong>de</strong> ainda ser sentida, ao nível da organização do trabalho curricular <strong>na</strong> organização das<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, substituindo a lógica do gran<strong>de</strong> grupo (turma) por pequenos grupos <strong>de</strong> trabalho; <strong>na</strong> reorganização do papel<br />

do professor e dos seus processos e modos <strong>de</strong> trabalhar o currículo.<br />

Para termi<strong>na</strong>r, corroborando Roldão (2003) a diferenciação curricular que procuramos conceptualizar, situa-se<br />

no plano da acção curricular inteligente da escola e dos professores, intencio<strong>na</strong>l e informada por conhecimento científico<br />

a<strong>de</strong>quado, para, partindo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o aluno está (…), po<strong>de</strong>r orientar a<strong>de</strong>quadamente e com sucesso a construção<br />

diferenciada da aprendizagem <strong>de</strong> cada um, relativamente ao currículo comum, visando, <strong>na</strong> medida máxima do possível, o<br />

melhor acesso <strong>de</strong> todos à integração ple<strong>na</strong> <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> a que pertencem e <strong>de</strong> que são <strong>de</strong>sejavelmente actores activos.<br />

No caso da pedagogia diferenciada, esta tem como objectivo geral o sucesso educativo <strong>de</strong> cada um. Não <strong>de</strong>ve ser encarada como<br />

um método pedagógico, mas antes a ―assumpção <strong>de</strong> todo um processo <strong>de</strong> educação global e complexo em que o ser/indivíduo, em<br />

todas as suas manifestações, é o centro condutor das acções e activida<strong>de</strong>s realizadas <strong>na</strong>s escolas‖ (Boal, Hespanha e Neves,<br />

1996, p. 19), e <strong>de</strong>ve ―explicitar e validar uma análise aguçada dos mecanismos geradores das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, já que são eles que<br />

se trata <strong>de</strong> neutralizar‖ (Perrenoud, 2000a, p. 17).<br />

Przesmychi (2000) ao compartilhar da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ―processo‖, <strong>de</strong>fine a pedagogia diferenciada como sendo uma ―pedagogia dos<br />

processos‖. Uma pedagogia que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia num ambiente <strong>de</strong> aprendizagem aberto, on<strong>de</strong> as aprendizagens são explicitadas e<br />

i<strong>de</strong>ntificadas <strong>de</strong> modo a que os alunos aprendam segundo os seus próprios itinerários <strong>de</strong> apropriação dos saberes e do fazer.<br />

Tomlinson & Allan (2001, p. 14) para conceberem a diferenciação pedagógica como processo, recorrem em primeiro lugar à<br />

―resposta do professor às necessida<strong>de</strong>s dos alunos orientada por princípios gerais <strong>de</strong> diferenciação do <strong>ensino</strong>‖. Depois, são os<br />

próprios princípios subjacente à pedagogia diferenciada que orientam os professores <strong>na</strong> sua implementação/operacio<strong>na</strong>lização.<br />

Os princípios subjacentes à prática da pedagogia diferenciada são: a) uma <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> on<strong>de</strong> se diferenciam as situações <strong>de</strong> <strong>ensino</strong><br />

e aprendizagem caracteriza-se pela flexibilização do processo <strong>de</strong> intervenção pedagógica que aí ocorre (o tempo, materiais,<br />

metodologias <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>, etc. po<strong>de</strong>m ser usadas variadíssimas forma); b) a diferenciação do processo <strong>de</strong> intervenção pedagógica<br />

<strong>de</strong>corre da avaliação eficaz e contínua das necessida<strong>de</strong>s dos alunos; c) uma organização flexível dos tipos <strong>de</strong> agrupamentos dos<br />

alunos necessários para realizar as suas activida<strong>de</strong>s académicas permite que estes acedam a uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem e propostas <strong>de</strong> trabalho; d) todos os alunos trabalham consistentemente com propostas <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!