“<strong>Por</strong> <strong>nós</strong> <strong>próprias</strong>: <strong>Galiza</strong>, <strong>Galiza</strong> e <strong>nada</strong> <strong>mais</strong> <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>Galiza</strong>” Edita: Terra Livre Ediçoes Comité editor: CN da <strong>AMI</strong> <strong>Galiza</strong>, Outubro, 2011
<strong>Por</strong> <strong>nós</strong> <strong>próprias</strong>: <strong>Galiza</strong>, <strong>Galiza</strong> e <strong>nada</strong> <strong>mais</strong> <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>Galiza</strong>! O 11 de Outubro é o dia da <strong>Galiza</strong> Combatente e nele recordamos a <strong>que</strong>da em combate das militantes <strong>do</strong> EGPGC Lola Castro e José Vilar. É este um dia em <strong>que</strong> rendemos homenagem a todas a<strong>que</strong>las pessoas <strong>que</strong> tecérom com as suas vidas a história da luita e da insubmissom <strong>do</strong> nosso povo, <strong>que</strong> é ao mesmo tempo a história da dignidade e <strong>do</strong> orgulho de este País. Às vezes es<strong>que</strong>cemos <strong>que</strong> por trás das grandes palavras de ordem <strong>que</strong> cantam os poetas da revoluçom há homens e mulheres concretas, reais. Luita, liberdade, dignidade, patriotismo, rebeliom, combate, entrega, solidariedade... nom seriam <strong>mais</strong> <strong>do</strong> <strong>que</strong> conceitos ocos, ensonhaçons épicas e palavras estupefacientes se por trás de cada umha delas nom estivesse a história e a memória de centos de pessoas <strong>que</strong> pisárom a mesma terra <strong>que</strong> pisamos <strong>nós</strong>, <strong>que</strong> respirárom este mesmo ar, <strong>que</strong> admirárom este mesmo mar, <strong>que</strong> amárom e sofrírom como <strong>nós</strong> o fazemos e mastigárom a raiva <strong>que</strong> às vezes <strong>nós</strong> mastigamos e sentírom o fel paralisante <strong>do</strong> me<strong>do</strong> como também <strong>nós</strong> o temos senti<strong>do</strong>. Homens e mulheres reais <strong>que</strong>, como cada um e cada umha de <strong>nós</strong> to<strong>do</strong>s os dias, sentírom sono e fome e frio e calor e riso e <strong>do</strong>r. Mulheres e homens de carne e osso, com os defeitos e as contradiçons <strong>que</strong> nom tenhem os protagonistas <strong>do</strong>s filmes, sem a estética das personagens de banda desenhada ou a imortalidade <strong>do</strong>s heróis literários: mulheres e homens com um nome próprio, um endereço, umha família e um trabalho como o de qual<strong>que</strong>r de <strong>nós</strong>. Só há umha cousa pior <strong>que</strong> es<strong>que</strong>cer a <strong>Galiza</strong> rebelde, digna e combatente, e é mitificá-la, desprende-la <strong>do</strong> seu corpo palpável e converte-la no refrám de <strong>mais</strong> um canto patriótico, ou no slogan de <strong>mais</strong> umha camisola. Na prática obtém-se o mesmo resulta<strong>do</strong> negan<strong>do</strong> a existência de filhas e filhos <strong>do</strong> nosso povo capazes de pelejar, de dar e receber golpes pola liberdade da <strong>Galiza</strong>, ou subin<strong>do</strong>-os a um altar inalcançável para o resto de mulheres e de homens e fazen<strong>do</strong> das suas histórias exemplos inimitáveis para os mortais. Neste ano rememoramos pola primeira vez o facto de <strong>que</strong> as reivindicaçons nacionais e sociais fôrom da mão no nosso País. A proclamaçom da I República Galega duraria pouco tempo, mas ninguém nos vai tirar o orgulho de recordá-la. Sobreto<strong>do</strong> por<strong>que</strong> com este exemplo de luita, pouco conheci<strong>do</strong> no nosso País e pouco rememora<strong>do</strong> entre <strong>nós</strong>, estamos lembran<strong>do</strong> a valentia e decisom das pessoas <strong>que</strong> lográrom escapar das ga<strong>do</strong>upas de Espanha e dizer bem alto o <strong>que</strong> todas levamos no peito. Numha madrugada <strong>do</strong> mês de Junho de 1931 um telegrama e um jovem <strong>que</strong> colocou no concelho de Ourense umha bandeira galega fôrom as sinais de <strong>que</strong> <strong>Galiza</strong> era um País livre, independente. To<strong>do</strong> um