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Curso Vocacional - Tema 4 - Congregação dos Sagrados Estigmas

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<strong>Congregação</strong> <strong>dos</strong> Sagra<strong>dos</strong> <strong>Estigmas</strong> de Nosso Senhor Jesus Cristo<br />

QUARTO TEMA:<br />

Introdução<br />

1 o <strong>Curso</strong> por Correspondência às Equipes Vocacionais Paroquiais<br />

ASPECTOS TEOLÓGICOS DA PASTORAL VOCACIONAL<br />

Dando continuidade à nossa reflexão, pelo <strong>Curso</strong> <strong>Vocacional</strong> por correspondência,<br />

vamos refletir, neste pequeno texto, sobre alguns aspectos teológicos da Pastoral<br />

<strong>Vocacional</strong>, à luz das vocações bíblicas.<br />

Falar em aspectos teológicos da pastoral vocacional é supor como referencial o<br />

ponto de vista de Deus, ou seja, ter como ponto de partida o "Mistério da Vocação" à luz do<br />

desígnio de Deus sobre a humanidade. Pois toda vocação só tem sentido em relação à<br />

humanidade. Em outros termos: Vocação é missão. Tarefa concreta. Serviço generoso ao<br />

outro. Bênção de Deus sobre o seu povo escolhido.<br />

A Sagrada Escritura nos dá testemunho deste mistério vivido por pessoas<br />

concretas. Assim é a vocação de Abraão (Cf. Gênesis 12,1-4); igualmente a vocação de<br />

Moisés (Cf. Êxodo 3,1-22); Josué (Cf. Josué 1,1-9); Os Juízes (Cf. Juízes 6,11-24); Samuel<br />

(Cf. 1Samuel 3,1-21); Davi (Cf. 1Samuel 16,1-13). Assim é o chamado feito por Deus aos<br />

profetas, como por exemplo: Isaías (Cf. Isaías 6,1-13); Jeremias (Cf. Jeremias 1,4-19) e outros...<br />

No Novo Testamento encontramos a Vocação de Maria (Cf. Lucas 1,26-38); Os<br />

Apóstolos (Cf. João 1,35-<br />

51) e mesmo Paulo (Cf. Gálatas 1,11-17).<br />

Alguns aspectos teológicos da Pastoral <strong>Vocacional</strong><br />

Elaborar uma teologia da Pastoral <strong>Vocacional</strong> é essencialmente situar a realidade<br />

de Deus à realidade humana, e neste diálogo está o caminho mais adequado para o nascimento,<br />

o discernimento e o acompanhamento das vocações sacerdotais laicas, religiosas<br />

sacerdotais.<br />

O primeiro aspecto fundamental é olhar para o Mistério da Vocação a partir do<br />

ponto de vista de Deus e ajudar os jovens a descobrirem a voz de Deus na dinâmica <strong>dos</strong><br />

acontecimentos concretos da história e da vida, percebendo nesses acontecimentos a<br />

constante ação de Deus que chama de diversas maneiras.<br />

O segundo aspecto é o papel do agente ou promotor vocacional de apresentar as<br />

pessoas ao Senhor. A Sagrada Escritura nos apresenta vários modelos: André, que leva<br />

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seu irmão Pedro a Jesus (Cf. João 1,42); Eli, que ajuda Samuel a discernir a voz do Senhor<br />

(Cf. 1Samuel 3,18); Felipe, que chamou Natanael (Cf. João 1,45-51). Esses são alguns<br />

exemplos que devem ser segui<strong>dos</strong>. Portanto, nossa tarefa fundamental na Pastoral <strong>Vocacional</strong><br />

é promover o encontro. Para tanto, o agente vocacional deve ser uma pessoa de<br />

Deus e um "expert em humanidade".<br />

Vale insistir nesse aspecto de promover o encontro, porque vocação é<br />

fundamentalmente fruto de duas liberdades: a liberdade de Deus, que na sua pura<br />

gratuidade chama, e a liberdade humana, que com generosidade responde.<br />

A experiência do encontro tem distintas manifestações: uma é a experiência de<br />

Abraão, outra é a experiência de Moisés, outra é a de Maria e outra é a de Paulo. Abraão é<br />

chamado a ser o Pai de uma multidão, Moisés para ser o Libertador do povo oprimido, os<br />

Profetas para anunciar uma mensagem de conversão, Paulo para ser o Mestre <strong>dos</strong><br />

Gentios, Maria para ser a Mãe do Filho de Deus.<br />

O terceiro aspecto que cabe ao agente vocacional é fazer a articulação entre Jesus<br />

Cristo e a Igreja, visto que "Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje, e será sempre o mesmo<br />

(Cf. Hebreus 13,8)". E é este mesmo Jesus que continua chamando e a concretização<br />

deste chamado se dá na Comunidade Eclesial.<br />

O quarto aspecto é a articulação entre a Pastoral <strong>Vocacional</strong> e a Pastoral Familiar.<br />

Pois a família, como nos afirma Santo Domingo, é "Santuário de Vida".<br />

"Fortalecer a vida da Igreja e sociedade a partir da família: enriquecê-la a partir da<br />

catequese familiar, a oração no lar, a Eucaristia, a participação no sacramento da<br />

Reconciliação, o conhecimento da Palavra de Deus, para ser fermento na Igreja e<br />

sociedade" (Cf. SD. 225).<br />

A Escolha<br />

O fundamento de toda vocação está na iniciativa de Deus. Tanto no Antigo<br />

Testamento como no Novo Testamento vemos esta manifestação da gratuidade do amor<br />

de Deus que chama. Assim é com Jeremias: "Antes de formar você no ventre de sua mãe,<br />

eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta<br />

das nações" (Cf. Jeremias 1,5); assim foi com Paulo: "Deus, porém, me escolheu antes de<br />

eu nascer e me chamou por sua graça. Quando ele resolveu revelar em mim o seu Filho,<br />

para que eu o anunciasse entre os pagãos..." (Cf. Gálatas 1,15-16); igualmente Isaías: "...<br />

Eu ainda estava no ventre materno, e Javé me chamou; eu ainda estava nas entranhas de<br />

minha mãe e ele pronunciou o meu nome" (Cf. Isaías 49,1). No Novo Testamento vemos a<br />

bela página do Evangelho de João: "Eu já não chamo vocês de emprega<strong>dos</strong>, pois o empregado<br />

não sabe o que o seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei<br />

a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que em escolheram, mas fui eu que<br />

escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça..."<br />

(Cf. João 15,15-16).<br />

Neste aspecto do chamado, o que gostaríamos de destacar é que a iniciativa é<br />

sempre de Deus, e por isso fizemos questão de frisar como fundamentação básica a<br />

vocação na Bíblia.<br />

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Conclusão<br />

Ao concluir esta pequena reflexão sobre os aspectos teológicos da Pastoral<br />

<strong>Vocacional</strong> é necessário reconhecer uma série de realidades próprias da vida <strong>dos</strong> jovens<br />

hoje: a primeira, uma instabilidade psicológica que os faz sentir-se inseguros, perplexos na<br />

hora de tomar uma decisão definitiva e comprometedora; a segunda é a realidade sóciocultural<br />

de onde emergem as vocações. Referindo-se a este aspecto, Santo Domingo nos<br />

afirma: "O crescente empobrecimento a que estão submeti<strong>dos</strong> milhões de irmãos nossos,<br />

que chega a intoleráveis extremos de miséria, é o mais devastador e humilhante flagelo<br />

que vive a América Latina e o Caribe. Assim o denunciamos tanto em Medellin como em<br />

Puebla, e hoje voltamos a fazê-lo com preocupação e angústia.<br />

As estatísticas mostram com eloqüência que na última década as situações de<br />

pobreza cresceram tanto em números absolutos como em relativos. A nós, pastores,<br />

comove-nos até as entranhas ver continuamente a multidão de homens e mulheres, crianças<br />

e jovens e anciãos que sofrem o insuportável peso da miséria, assim como diversas<br />

formas de exclusão social, étnica e cultural; são as pessoas humanas concretas e irrepetíveis<br />

que vêem seus horizontes cada vez mais fecha<strong>dos</strong> e sua dignidade desconhecida...<br />

(Cf. SD. 179); finalmente, uma terceira realidade que decorre do empobrecimento e da<br />

exclusão é o crescimento da violência e da morte e, aqui poderíamos perguntar: como<br />

suscitar, acompanhar e discernir uma vocação proveniente de uma cultura de morte?<br />

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:<br />

1. Faça uma leitura das referência bíblicas que mencionamos no texto, na perspectiva do<br />

chamado de Deus;<br />

2. Faça uma síntese do texto e destaque os pontos que mais chamaram a atenção do<br />

grupo;<br />

3. Como suscitar, acompanhar e discernir vocações provenientes das realidades a que se<br />

refere Santo Domingo?<br />

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