Identificar os princípios do Iluminismo e principais autores iluministas.
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OBJETIVOS:<br />
UD II – ASSUNTO 2. – ILUMINISMO<br />
- <strong>Identificar</strong> <strong>os</strong> princípi<strong>os</strong> <strong>do</strong> <strong>Iluminismo</strong> e <strong>principais</strong> <strong>autores</strong> <strong>iluministas</strong>.<br />
- Relacionar o <strong>Iluminismo</strong> com a ascensão da burguesia.<br />
- <strong>Identificar</strong> a influência das idéias <strong>iluministas</strong> na ação de governo d<strong>os</strong> déspotas<br />
esclarecid<strong>os</strong>.<br />
- <strong>Identificar</strong> a importância <strong>do</strong> <strong>Iluminismo</strong> para as transformações políticas<br />
européias.
ANTECEDENTES FILOSÓFICOS E CULTURAIS<br />
O <strong>Iluminismo</strong> foi um movimento intelectual teísta e não <strong>do</strong>gmático<br />
surgi<strong>do</strong> na França no início <strong>do</strong> século XVIII e que atingiu seu<br />
apogeu na segunda metade <strong>do</strong> século.<br />
Sua designação deve-se ao movimento fil<strong>os</strong>ófico que, basea<strong>do</strong><br />
no Renascimento, pretendeu “iluminar” a mente das pessoas<br />
usan<strong>do</strong> a “luz” da razão. Por isso o século XVIII c<strong>os</strong>tuma ser<br />
denomina<strong>do</strong> “Século das Luzes”
ANTECEDENTES FILOSÓFICOS E CULTURAIS<br />
Pont<strong>os</strong> em comum com o Renascimento:<br />
Deus está no indivíduo e pode ser descoberto pela razão<br />
Rejeição ao misticismo<br />
Crença na razão para o conhecimento<br />
Compreensão d<strong>os</strong> fenômen<strong>os</strong> naturais e sociais<br />
Ponto contrário ao Renascimento:<br />
P<strong>os</strong>tura contestatória à centralização <strong>do</strong> poder social,<br />
econômico e político nas mã<strong>os</strong> <strong>do</strong> rei
ANTECEDENTES FILOSÓFICOS E CULTURAIS<br />
As ideias <strong>iluministas</strong> interessaram amplamente à<br />
burguesia europeia e colonial, vocacionada a participar cada<br />
vez mais das questões políticas e necessitada de des<strong>do</strong>brar as<br />
práticas mercantilistas, por ela tão estimuladas, mas ainda tão<br />
limitadas face à profunda interferência que o Esta<strong>do</strong> ainda<br />
impunha, o que impedia o livre comércio
PRINCÍPIOS ILUMINISTAS<br />
Utilização da razão para a compreensão das coisas<br />
Tolerância religi<strong>os</strong>a<br />
Liberalismo político e econômico (contra o absolutismo e o<br />
mercantilismo)<br />
Igualdade jurídica entre as pessoas<br />
Liberdade de expressão e educação <strong>do</strong> povo<br />
Individualismo (basea<strong>do</strong> na vontade e capacidade de ação<br />
individual)<br />
Tais princípi<strong>os</strong> tiveram grande impacto sobre intelectuais e polític<strong>os</strong><br />
em divers<strong>os</strong> lugares <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Por conta disso, inspiraram<br />
revoluções que combateram as estruturas <strong>do</strong> Antigo Regime,<br />
como a Revolução Francesa e as insurgências das colônias<br />
europeias na América
1596 – 1650<br />
PRECURSORES DO ILUMINISMO<br />
René Descartes: filósofo e matemático<br />
francês que pregava a razão para se chegar<br />
à verdade. É considera<strong>do</strong> o pai <strong>do</strong><br />
Racionalismo. Buscava encontrar uma<br />
verdade que f<strong>os</strong>se indiscutível e para isso<br />
o homem deveria duvidar de tu<strong>do</strong> até<br />
provar a existência de forma racional.<br />
Cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> matemático cartesiano,<br />
deduziu sua própria existência com a frase<br />
Cogito ergo sum – “Penso, logo existo”
1632 – 1704<br />
PRECURSORES DO ILUMINISMO<br />
John Locke: pensa<strong>do</strong>r inglês considera<strong>do</strong> o<br />
“pai <strong>do</strong> <strong>Iluminismo</strong>” e “pai <strong>do</strong><br />
Liberalismo”, afirmava que o conhecimento<br />
era adquiri<strong>do</strong> pela experiência (empirismo). O<br />
governo só existe porque <strong>os</strong> homens precisam<br />
garantir seus direit<strong>os</strong> e sua segurança, mas não<br />
deveria ter mais poderes que <strong>os</strong> própri<strong>os</strong><br />
homens que o delegaram. No plano político,<br />
era liga<strong>do</strong> à corrente política que promoveu<br />
a Revolução Inglesa. Condenou o absolutismo<br />
monárquico defendi<strong>do</strong> por Thomas Hobbes.<br />
Para ele, o ser humano tinha alguns direit<strong>os</strong><br />
naturais como a vida, o respeito à liberdade<br />
d<strong>os</strong> cidadã<strong>os</strong>, a tolerância religi<strong>os</strong>a e <strong>os</strong><br />
direit<strong>os</strong> de propriedade privada e de livreiniciativa<br />
econômica
PENSADORES ILUMINISTAS<br />
Os pensa<strong>do</strong>res <strong>iluministas</strong> surgiram de duas vertentes: <strong>os</strong> filósof<strong>os</strong>,<br />
com mente voltada para <strong>os</strong> problemas polític<strong>os</strong>; e <strong>os</strong> economistas,<br />
que estavam voltad<strong>os</strong> para o la<strong>do</strong> financeiro, com intenções de<br />
aumentar a riqueza da nação.
FILÓSOFOS ILUMINISTAS<br />
Para <strong>os</strong> filósof<strong>os</strong> <strong>iluministas</strong>, o homem era naturalmente bom,<br />
porém, era corrompi<strong>do</strong> pela sociedade com o passar <strong>do</strong> tempo.<br />
Eles acreditavam que se tod<strong>os</strong> fizessem parte de uma<br />
sociedade justa, com direit<strong>os</strong> iguais a tod<strong>os</strong>, a felicidade<br />
comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as<br />
imp<strong>os</strong>ições de caráter religi<strong>os</strong>o, contra as práticas<br />
mercantilistas, contra o absolutismo monárquico e contra <strong>os</strong><br />
privilégi<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> à nobreza e ao clero. Aqueles intelectuais<br />
agregaram valores polític<strong>os</strong> e sociais à sociedade europeia,<br />
orientan<strong>do</strong>-a que as monarquias absolutistas precisavam<br />
se transformar em Estad<strong>os</strong> constitucionais com poderes<br />
independentes, tal como havia aconteci<strong>do</strong> na Inglaterra
FILÓSOFOS ILUMINISTAS<br />
Os <strong>principais</strong> filósof<strong>os</strong> foram Voltaire, Montesquieu,<br />
Rousseau e Diderot. Para eles, o homem era naturalmente<br />
bom e era corrompi<strong>do</strong> pela sociedade com o passar <strong>do</strong> tempo<br />
Eles acreditavam que se tod<strong>os</strong> fizessem parte de uma sociedade<br />
justa, com direit<strong>os</strong> iguais a tod<strong>os</strong>, a felicidade comum seria<br />
alcançada<br />
Por esta razão, eles eram contrári<strong>os</strong>:<br />
às imp<strong>os</strong>ições de caráter religi<strong>os</strong>o<br />
às práticas mercantilistas<br />
ao absolutismo monárquico<br />
a<strong>os</strong> privilégi<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> à nobreza e ao clero
1694 – 1778<br />
VOLTAIRE<br />
Filósofo e dramaturgo francês, foi um d<strong>os</strong><br />
mais conhecid<strong>os</strong> e irreverentes pensa<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> <strong>Iluminismo</strong>. Crítico feroz <strong>do</strong> clero<br />
católico, também era contrário à intolerância<br />
religi<strong>os</strong>a, arbitrariedade e prepotência <strong>do</strong> rei.<br />
Defendia as liberdades individuais (de<br />
pensamento, de religião, de propriedade<br />
privada), as quais considerava um direito<br />
natural d<strong>os</strong> homens<br />
Pregava uma monarquia constitucional<br />
n<strong>os</strong> moldes da inglesa. Defendia que a elite<br />
intelectual deveria estar no poder e que o<br />
poder jamais deveria ser conduzi<strong>do</strong> pelo<br />
povo
1689 – 1755<br />
MONTESQUIEU<br />
Jurista francês de origem nobre, autor de<br />
O Espírito das Leis, obra que defendia a<br />
monarquia constitucional inglesa,<br />
defendeu a separação d<strong>os</strong> poderes <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> em Legislativo, Executivo e<br />
Judiciário como única maneira de<br />
garantir a liberdade
1712 – 1778<br />
ROSSEAU<br />
Filósofo suíço, mas de pais franceses<br />
calvinistas fugid<strong>os</strong> das perseguições<br />
religi<strong>os</strong>as, era contrário ao luxo, criticava o<br />
absolutismo e defendia a ideia de que<br />
somente um Esta<strong>do</strong> democrático teria<br />
condições de garantir igualdade para tod<strong>os</strong>.<br />
Ao contrário de Voltaire e Montesquieu,<br />
monarquistas liberais, foi um democrata<br />
convicto e apoiava a República. Em seu<br />
texto O Contrato Social, afirma que o<br />
soberano deveria conduzir o Esta<strong>do</strong> de<br />
acor<strong>do</strong> com a vontade de seu povo
1713 – 1784<br />
DIDEROT<br />
Juntamente com D’Alembert,<br />
organizou uma enciclopédia que reunia<br />
<strong>os</strong> <strong>principais</strong> conheciment<strong>os</strong> e<br />
pensament<strong>os</strong> fil<strong>os</strong>ófic<strong>os</strong> da época.<br />
Proibida pelo governo por divulgar as<br />
ideias <strong>iluministas</strong>, a obra passou a<br />
circular clandestinamente. É dele a<br />
célebre frase “O homem só será livre<br />
quan<strong>do</strong> o último déspota for<br />
estrangula<strong>do</strong> com as entranhas <strong>do</strong><br />
último padre”
Autoria de Diderot e<br />
D’Alembert<br />
MDCCLI = 1751
ECONOMISTAS ILUMINISTAS<br />
Os economistas pregavam essencialmente a liberdade de merca<strong>do</strong>,<br />
opon<strong>do</strong>-se a to<strong>do</strong> e qualquer controle da economia pelo Esta<strong>do</strong>.<br />
Defendiam, assim, p<strong>os</strong>ição op<strong>os</strong>ta à <strong>do</strong> mercantilismo. Para<br />
eles, a economia não deveria ser dirigida. O esta<strong>do</strong> só<br />
deveria intervir se f<strong>os</strong>se para garantir seu livre caminhar e o<br />
desenvolvimento da economia<br />
As teses de economia dividiram-se em duas correntes: a d<strong>os</strong><br />
fisiocratas e a d<strong>os</strong> liberalistas
FISIOCRATAS<br />
Fisiocracia significa “governo da natureza”. Até pelo fato da França<br />
ainda ser pre<strong>do</strong>minantemente agrária no início <strong>do</strong> Século XVIII,<br />
alguns economistas <strong>iluministas</strong> pregavam que a riqueza das<br />
nações estava baseada na implantação de um capitalismo<br />
agrário, com o aumento da produção agrícola<br />
François Quesnay: funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> fisiocracismo, sustentou que<br />
existiam leis naturais agin<strong>do</strong> nas sociedades humanas, sen<strong>do</strong> inútil<br />
contrariá-las com regulament<strong>os</strong> ou sistemas. Para ele, a agricultura<br />
era a fonte de riqueza da nação. Era contra a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
na economia<br />
Vicent Gournay: dizia que, além da terra, a indústria seria outra<br />
fonte de riqueza. Propunha total liberdade para o comércio e a<br />
indústria. Sua frase consagrada foi laissez faire, laissez aller,<br />
laissez passer, ou seja, deixe fazer, deixe ir, deixe passar
A corrente liberalista acreditava que o Esta<strong>do</strong> só seria<br />
verdadeiramente poder<strong>os</strong>o se f<strong>os</strong>se rico e para enriquecer, o<br />
Esta<strong>do</strong> precisava expandir as atividades econômicas capitalistas;<br />
para expandir as atividades capitalistas, o Esta<strong>do</strong> precisava dar<br />
liberdade econômica e política para <strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong><br />
1723 – 1794<br />
LIBERALISTAS<br />
Adam Smith: Economista escocês, considera<strong>do</strong> o<br />
“pai da economia moderna”, pregava que o<br />
trabalho livre, sem a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />
era a verdadeira fonte de riqueza para as<br />
nações e deveria ser conduzi<strong>do</strong> pela livreiniciativa<br />
popular. Em sua obra A Riqueza das<br />
Nações, criticou a política mercantilista, por meio<br />
<strong>do</strong> qual o Esta<strong>do</strong> interferia na vida econômica, e<br />
defendeu que a economia deveria ser dirigida pelo<br />
livre jogo da oferta e da procura de merca<strong>do</strong>
DESPOTISMO ESCLARECIDO<br />
Divers<strong>os</strong> monarcas absolutistas europeus tentaram harmonizar<br />
seus govern<strong>os</strong> com as ideias <strong>iluministas</strong>, a fim de modernizar e<br />
forçar o desenvolvimento de seus países, sem, contu<strong>do</strong>, modificar<br />
as estruturas vigentes no absolutismo. Esses monarcas ficaram<br />
conhecid<strong>os</strong> por déspotas esclarecid<strong>os</strong><br />
Os países onde ocorreu o fenômeno tinham em comum:<br />
o atraso econômico e<br />
a existência de uma aristocracia culta e refinada<br />
Ausência de uma burguesia partidária da liberdade de<br />
merca<strong>do</strong> e com força suficiente para fazer prevalecer suas<br />
opiniões
J<strong>os</strong>é II, da Áustria:<br />
aboliu a servidão no país,<br />
deu liberdade religi<strong>os</strong>a ao<br />
reino e procurou<br />
subordinar a Igreja ao<br />
Esta<strong>do</strong><br />
Catarina II, da Rússia: de<br />
origem alemã, era amiga d<strong>os</strong><br />
<strong>iluministas</strong> Voltaire e Diderot,<br />
construiu escolas, h<strong>os</strong>pitais,<br />
aprimorou a administração<br />
pública e deu liberdade<br />
religi<strong>os</strong>a. Ao mesmo tempo<br />
manteve a servidão, aumentou<br />
<strong>os</strong> direit<strong>os</strong> d<strong>os</strong> proprietári<strong>os</strong><br />
sobre <strong>os</strong> serv<strong>os</strong> da terra e<br />
aumentou <strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> pag<strong>os</strong><br />
pel<strong>os</strong> camponeses<br />
PRINCIPAIS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS<br />
Frederico II, da Prússia:<br />
discípulo de Voltaire, investiu na<br />
educação, tornan<strong>do</strong> obrigatório o<br />
ensino primário.
PRINCIPAIS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS<br />
Marquês de Pombal: ministro<br />
<strong>do</strong> Rei J<strong>os</strong>é I, de Portugal,<br />
estimulou o comércio e as<br />
manufaturas lusas. Reformou o<br />
ensino, perseguiu a nobreza e<br />
expulsou <strong>os</strong> jesuítas de<br />
Portugal e <strong>do</strong> Brasil. No Brasil,<br />
aumentou <strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> e<br />
proibiu o funcionamento das<br />
pequenas indústrias, para não<br />
concorrerem com a metrópole.<br />
Mu<strong>do</strong>u a capital de Salva<strong>do</strong>r<br />
para o Rio de Janeiro