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PE - 932 - Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal

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mordomia<br />

um <strong>de</strong>safio para as<br />

Não é a minha intenção fazer teoria sobre um<br />

tema que me manteve ocupado mais <strong>de</strong> 20 anos<br />

ao serviço da igreja, acho que po<strong>de</strong> ser mais<br />

interessante falar a partir das realida<strong>de</strong>s vividas<br />

e especialmente dos <strong>de</strong>safios que <strong>de</strong>vemos<br />

afrontar nas nossas igrejas a sul da Europa a<br />

partir do abandono da condição <strong>de</strong> igrejas<br />

“tuteladas economicamente” pelas igrejas irmãs<br />

da Europa central durante muitos anos.<br />

São muitas as coisas que necessitamos rever,<br />

assinalarei apenas três que me parecem mais<br />

importantes:<br />

- Aproveitamento dos nossos recursos<br />

humanos e materiais.<br />

- Revisão da nossa implantação em todos os<br />

lugares e a procura activa <strong>de</strong> uma maior<br />

colaboração entre as comunida<strong>de</strong>s, chegando<br />

se necessário a uniões físicas, a acordos ou a<br />

uma união <strong>de</strong> acções e serviços.<br />

- Reflectir profundamente sobre a Mordomia<br />

Cristã, não somente no sentido tradicional<br />

marcado pelo carácter económico, mas também<br />

o compromisso <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> entrega absoluta<br />

que nos exige o cumprimento da Missão.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que toda a transformação <strong>de</strong>ve<br />

efectuar-se a partir <strong>de</strong> uma rigorosa análise da<br />

realida<strong>de</strong>, a visão <strong>de</strong> uma situação não<br />

proporciona os dados actualizados, é preciso<br />

efectuar uma análise da nossa evolução<br />

tentando também projectar no futuro o <strong>de</strong>vir<br />

da igreja no seu conjunto (<strong>Igreja</strong>s, Missões e<br />

Obras Sociais).<br />

Aproveitamento<br />

dos recursos humanos<br />

e materiais existentes<br />

É preciso partir da constatação <strong>de</strong> que a<br />

estrutura das igrejas minoritárias, que surgiram<br />

e cresceram num contexto hostil, foi viabilizada<br />

economicamente com a ajuda <strong>de</strong> outras igrejas<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e durante muitos anos<br />

contribuíram <strong>de</strong> forma muito significativa numa<br />

perspectiva <strong>de</strong> missão. Com o passar do tempo<br />

estas alcançaram um estatuto <strong>de</strong> <strong>Igreja</strong>s<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, no seu aspecto organizacional<br />

e eclesiológico, sem no entanto eliminar a<br />

<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> carácter económico.<br />

6|portugalevangélico<br />

Entre outros aspectos, a <strong>Igreja</strong> não<br />

<strong>de</strong>senvolveu uma lógica <strong>de</strong> aproveitamento do<br />

património <strong>de</strong> que dispomos, e é preciso<br />

reconhecer que tudo está, única e<br />

exclusivamente, ao serviço da sua missão como<br />

<strong>Igreja</strong>. Esta não tem ambições materiais, nem<br />

<strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ou riqueza, <strong>de</strong>ve<br />

perseguir a utopia <strong>de</strong> dispor dos meios<br />

estritamente necessários para o cumprimento<br />

dos seus fins. Devemos reconhecer que a nossa<br />

situação actual dista muito <strong>de</strong>sta utopia,<br />

possuímos muitos templos com muitas<br />

possibilida<strong>de</strong>s mas que são pouco utilizados,<br />

nalguns casos por terem espaços <strong>de</strong>masiados<br />

gran<strong>de</strong>s em relação à activida<strong>de</strong> e membros das<br />

comunida<strong>de</strong>s locais, que se traduz numas<br />

poucas <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> utilização semanal efectiva.<br />

Uma das tarefas que <strong>de</strong>vemos impulsionar é a<br />

revisão em profundida<strong>de</strong> do conceito <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> e do seu uso.<br />

Outro elemento <strong>de</strong> vital importância assenta<br />

no aproveitamento dos recursos humanos. A<br />

existência <strong>de</strong> um bom número <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s,<br />

com um reduzido número <strong>de</strong> membros,<br />

atendidas por um pastor a tempo inteiro não é<br />

sustentável a partir <strong>de</strong> qualquer ponto <strong>de</strong> vista.<br />

Pensamos sempre em razões económicas que,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente existem e condicionam as<br />

possibilida<strong>de</strong>s, mas para além <strong>de</strong>stas<br />

po<strong>de</strong>ríamos invocar razões ainda mais<br />

transcen<strong>de</strong>ntes e a mais importante é o<br />

reconhecimento do direito e da obrigatorieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todo o Ministro a ocupar-se plenamente na<br />

sua missão. É certo que, no início, o trabalho<br />

não é directamente proporcional ao tamanho<br />

das congregações mas é evi<strong>de</strong>nte que, a longo<br />

prazo, se não brotarem frutos tudo resulta numa<br />

acomodação à realida<strong>de</strong> envolvente, criando-se<br />

sinergias negativas entre pastor e comunida<strong>de</strong>.<br />

Não queremos renunciar a projectos <strong>de</strong><br />

missão que sempre exigem que os meios estejam<br />

na frente das necessida<strong>de</strong>s, é o “trigo <strong>de</strong><br />

semente” que toda a <strong>Igreja</strong> <strong>de</strong>ve semear, mas<br />

há um tempo para cada coisa e acontece que,<br />

por vezes, se não há fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> aos planos<br />

originais, um projecto <strong>de</strong> missão se converte<br />

num projecto <strong>de</strong> instalação.

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