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40 <strong>Cavalo</strong> <strong>Crioulo</strong> fAMíLiA CRioUListA<br />
Fotos Jgmartini<br />
Valter Moura, um bageense por opção<br />
Seu Moura, sempre de bem com a<br />
vida.<br />
Desde criança Valter Moura<br />
trabalha no campo. Hoje com 75<br />
anos, ele começou a trabalhar<br />
em Uruguaiana, RS, de onde é natural.<br />
Depois de passados alguns anos, foi<br />
indicado para trabalhar com o pai de<br />
Dirceu Pons, na Cabanha São Manoel.<br />
Moura, como é conhecido, está há 36<br />
anos em Bagé, onde criou um vasto<br />
circulo de amizades, baseado na sua<br />
Fotos almirante neves<br />
Lito disputou prova ao lado dos netos Luiza e<br />
Manuel<br />
Carlos Mário Suñe, criador<br />
da raça na Cabanha Santa<br />
Leontina, era um dos mais<br />
entusiasmados durante a I Festa da<br />
Família Crioulista, realizada no mês de<br />
dezembro passado, em Bagé, RS. “O<br />
congraçamento e essa grande reunião<br />
da família crioulista, foi e será sempre<br />
muito importante para a raça e para nós<br />
criadores”, avalia ele, que acompanhou<br />
o desempenho nas provas dos filhos<br />
Mário e Eduardo, além do neto, também<br />
Mário. Ele próprio integrou o trio com<br />
os filhos na prova de Campereada. Para<br />
ele, é gratificante se sentir rodeado por<br />
tantas pessoas de fora prestigiando e<br />
todo mundo buscando o mesmo ideal,<br />
que é o <strong>Cavalo</strong> <strong>Crioulo</strong>. Carlos Mário<br />
acredita que isso une, solidifica cada vez<br />
mais a raça e a amizade dos verdadeiros<br />
criadores de <strong>Cavalo</strong>s <strong>Crioulo</strong>s.<br />
Para ele, que participou daquela<br />
prova, foi gratificante competir ao lado<br />
dos filhos. Talvez possamos na próxima<br />
edição, entrar com os netos, projeta ele.<br />
Carlos Mário lembra que participou<br />
personalidade dentro do estilo sempre<br />
de bem com a vida.<br />
Ele chegou em Bagé para trabalhar<br />
só na pecuária, na Parada Pons. Mas,<br />
depois, Dirceu Pons, que há muito<br />
tempo já tinha <strong>Cavalo</strong> <strong>Crioulo</strong> passou a<br />
incrementar o criatório. O seu vínculo<br />
inicial com a Raça Crioula foi iniciado<br />
com o trabalho para o Seu Dirceu, em<br />
conjunto com o Osvaldo. Isto só quando<br />
veio trabalhar em Bagé.<br />
A sua amizade com Vilson Souza<br />
também rende relatos. Segundo Moura, a<br />
vida do Vilson tem muitas histórias. Eles<br />
se conhecem de muito tempo e, quando<br />
Moura estava em uma estância com<br />
Dirceu Pons, lá em Uruguaiana, o Vilson<br />
veio trabalhar, ele de meu capataz. Nesse<br />
meio tempo ele veio para Bagé e deixou<br />
o Vilson em seu lugar. “Isso aí foi uma<br />
coisa de amizade”, lembra ele.<br />
Naquela época ele conhecia o Dr.<br />
Luiz Bastos e Dr. Flávio Tellechea, que<br />
já estavam com o <strong>Crioulo</strong>. De lá para cá,<br />
Moura observou uma evolução impressionante.<br />
“Depois que nós começamos,<br />
isso vem crescendo de ano a ano”,<br />
avalia ele. Modesto, disse que ao longo<br />
dos anos vêm adquirindo experiência.<br />
Ele lembra como marco fundamental a<br />
entrada do cavalo chileno.<br />
Ainda sobre Vilson Souza, afirma<br />
que foi uma pessoa que ele sempre se<br />
acertou muito bem, “um grande cavaleiro,<br />
desde guri”. Depois ele veio para<br />
cá, trabalhamos bem, foi um período<br />
maravilhoso, sinto muita saudade dele<br />
enquanto colega, relata<br />
Moura.<br />
José Francisco Moura,<br />
o filho Zé Francisco,<br />
quando chegaram em<br />
Bagé tinha seis meses.<br />
E é com alegria que vê<br />
o filho hoje trabalhando<br />
com o Fernando<br />
Pons. Para ele, isso<br />
vem de pai para filho.<br />
“Eu trabalhei todo esse<br />
período com o Seu Dirceu<br />
e ele agora com o<br />
Fernando”. E é com orgulho<br />
que acompanha<br />
os convites para o filho<br />
atuar como jurado. Recentemente acompanhou<br />
o desempenho de Zé Francisco<br />
numa prova de Paleteada, em Bagé. Eu<br />
mesmo, contabiliza ele, nunca participei<br />
de provas.<br />
É lindo acompanhar essas transformações<br />
durante a vida da gente, diz<br />
o eterno de bem com a vida. Moura<br />
é casado com Georgina e tem ainda a<br />
filha Beatriz.<br />
Moura e Zé Francisco dividem a admiração pela<br />
Raça Crioula, ladeam o fotógrafo Zé Guilherme.<br />
Reunião da família é muito importante<br />
apesar do momento não<br />
propício para pessoas de<br />
mais idade, com um solaço<br />
bárbaro, às 11h da manhã.<br />
“Isso talvez tenha que ser<br />
mudado para não judiar<br />
tanto dos velhinhos”, brinca<br />
ele.<br />
Essa Festa, que se uniu<br />
à prova dos Jurados em sua<br />
3º edição, vai ficar marcada<br />
na história da raça, na<br />
sua opinião. Ele defende um rodízio<br />
entre os Núcleos, avaliando os locais<br />
pelas acomodações e hotelaria. “Porque<br />
se não pensarmos nisso estaremos fadado<br />
a não termos êxito na promoção”.<br />
Segundo ele, temos que começar hoje<br />
a pensar grande, sem deixar de haver<br />
esse congraçamento de fim de ano, essa<br />
participação das crianças desde os 8, 10<br />
anos até os velhos.<br />
Ele lembra a participação do Carlinhos<br />
Fagundes, o Lito e ele. Estes<br />
eventos, enfatiza, são muito importante<br />
para a raça, para os criadores e para o<br />
<strong>Cavalo</strong> <strong>Crioulo</strong>.<br />
“Acho que sempre que a gente fizer<br />
promoções, botando o cavalo, o homem<br />
trabalhando, não só o cavalo trabalhando<br />
para o homem, mas o homem trabalhando<br />
para o cavalo, isso faz com que a raça<br />
cresça mais e nós, criadores, ficamos<br />
mais amigos, em prol do mesmo ideal<br />
que é a Raça Crioula”.<br />
Ele participou muito tempo do CTG<br />
93 e antigamente declamava mais seguido.<br />
Mas hoje, diz ele, a memória não<br />
é a mesma, já não sabe tantas poesias.<br />
Porém, solicitado, Carlos Mário não<br />
se fez de rogado e declamou na noite<br />
dedicada a confraternização, a poesia<br />
Hospitalidade, de Chico Ribeiro. A escolha,<br />
explica ele, foi baseado naquele<br />
momento de hospitalidade, quando<br />
mais de 80% das pessoas, que estavam<br />
ali, não eram de Bagé. Ele achou que<br />
aquele poema, que é curto, cairia bem e<br />
foi uma coisa de coração. Ele se sentiu<br />
muito feliz em poder dizer alguma coisa<br />
para esse pessoal que veio prestigiar a<br />
<strong>ABCCC</strong> em Bagé.<br />
DOIS NETOS<br />
Esta foi a primeira vez que Manuel<br />
Rossell Sarmento, o Lito como é também<br />
conhecido, participou de prova com<br />
os dois netos, Luiza e Manuel. A participação<br />
no final de ano em Bagé foi muito<br />
agradável. Segundo<br />
ele, a prova<br />
de Campereada,<br />
é muito interessante<br />
e veio para<br />
ficar. “Já pensamos<br />
em fazer no<br />
próximo ano de<br />
novo, o público<br />
que assistiu gostou,<br />
pois desperta<br />
uma emoção”.<br />
Com 72 anos<br />
e criador na Ca-<br />
banha São Francisco,<br />
Bagé, RS,<br />
Lito observa que hoje a gurizada nova<br />
está tendo uma oportunidade maravilhosa,<br />
porque aprende, vê o que tem<br />
que fazer, como se trabalha com o gado,<br />
apesar de eles já terem, aqueles que são<br />
do campo, um aprendizado em casa. Os<br />
seus netos gostam, vivem a estância,<br />
festeja ele.<br />
Sem esconder a corujice, Lito acredita<br />
que os netos se saíram muito bem. O<br />
nosso trio, avalia, trabalhou com calma,<br />
pois é uma prova que tem que ter rapidez,<br />
mas que precisa deixar os animais<br />
reconhecer tudo. Lito gostou muito<br />
da experiência e aposta que o público<br />
e os participantes gostaram também.<br />
Segundo ele, é uma prova que a gente<br />
pode disputar em família, um filho, um<br />
avô e um neto. Se Deus me der saúde<br />
no ano que vem estarei novamente aqui,<br />
projeta Lito Sarmento em relação a esse<br />
tipo de prova.<br />
Carlos Mário feliz ao partipar do lado dos filhos Dado<br />
e Mariozinho