Cavalo Crioulo - ABCCC

48 Cavalo Crioulo notiCiáRio
Perto de quinhentas pessoas
passaram pelo I Congresso
Internacional do Equus, que
aconteceu entre os dias 12 e 15
de janeiro no Centro de Eventos Marco
Zero, em Araçoiaba da Serra, São Paulo.
O Congresso, que teve a proposta de
promover a troca de experiências entre
profissionais brasileiros, estrangeiros e
o mercado externo de eqüídeos, foi encerrado
com uma proposta de realização
de uma segunda edição.
O organizador do evento, o equusmanship
brasileiro Fernando Rolim,
conta que o 1º Congresso Internacional
do Equus foi uma ação importante porque
ajudou a difundir a técnica de Doma
Racional e, mais importante ainda,
porque ajuda a incentivar os negócios
no mercado eqüestre num país como o
Brasil, que possui hoje o terceiro maior
rebanho de eqüídeos do mundo. “Em
outros eventos como este pretendemos
convidar outros equusmanship internacionais
que possam trazer aos nossos
profissionais novos conhecimentos e técnicas
na doma e criação de eqüídeos”.
ESTÍMULO DE MERCADO
Presente na abertura, Francisco
Sérgio Ferreira Jardins, Superintendente
Federal de Agricultura do Estado de
São Paulo, representou o Ministro da
Agricultura Roberto Rodrigues e afirmou
que o segmento de eqüídeos deve
ser estimulado. “Vamos começar a nos
reunir para traçar metas para estimular
este setor, principalmente porque gera
empregos e divisas. Este congresso, que
reúne profissionais de todo o mundo,
foi um passo de coragem e empreendedorismo
numa região que é referência
nacional na criação de cavalos” disse o
superintendente referindo-se à região de
Sorocaba, que conta hoje com cerca de
1.200 haras de diferentes portes.
Pio Guerra Junior, Presidente da
Comissão Nacional do Cavalo, reforçou
na abertura do Congresso a necessidade
de incentivo ao mercado nacional
de eqüídeos. Para ele, são necessários
vários congressos, eventos e investi-
I Congresso Internacional do EQUUS
Público pede segunda edição
Técnicas foram apresentadas aos participantes
mentos para que o setor cresça ainda
mais. “Nesta região de Sorocaba temos
os maiores criadores das raças árabe e
lusitano e precisamos fazer com que o
Brasil se torne referência na criação de
eqüídeos e na doma racional de animais,
uma técnica que cresce de forma acelerada
em todo o mundo.”
Roberto Vidal, diretor presidente
da Federação de Rodeio do Estado de
São Paulo, também esteve presente no
Congresso e falou sobre a iniciativa.
“O mercado precisa ser renovado, aprimorado.
A doma racional em cavalos
e mulas é crescente no Brasil, mas é
preciso que as técnicas sejam aplicadas
corretamente. Nossos profissionais precisam
saber mais sobre a doma. Com
isso, ganham os criadores, mas também
ganha o mercado, que vê seus animais
valorizados”, concluiu.
NOVA GERAÇÃO DE
PROFISSIONAIS
O americano Steve Edwards, especialista
em treinamento de muares,
elogiou a iniciativa de Fernando Rolim
na busca por novas técnicas de doma
de eqüídeos. “Tenho visto nestes dias
de congresso muitos jovens com menos
de 30 anos. A presença desses jovens é
muito importante porque mostra que este
evento está formando uma nova geração
de profissionais de doma, profissionais
que deixarão para trás a violência e a
imposição desmedida do homem sobre
o cavalo”.
Especialista em doma racional,
o brasileiro Eduardo Borba, elogiou a
coragem de Rolim, que organizou sozinho
o 1º Congresso Internacional Equus.
“Foi muita coragem. Eu não faria isso
sozinho”, disse ele, que enfatizou ainda
a necessidade de outros treinamentos
e trocas de conhecimentos de forma
sistemática no Brasil para a valorização
de nossos rebanhos. “Toda técnica de
doma pode ser boa ou ruim. Depende do
profissional que a aplica. Por esta razão
é essencial que haja cursos e congressos
como este para a formação de nossos jovens”,
conta Borba, que se apresentou no
Foto Cedida
Público atento aos ensinamentos
Congresso com uma clínica para mostrar
suas técnicas de doma.
PARTICIPANTES
Passaram pela arena do Marco Zero,
profissionais de doma racional de países
de diferentes partes do mundo como
Argentina, EUA, Israel, Suíça, Portugal,
Canadá, Porto Rico, para apresentar Clínicas
de Iniciação de Potros, Evolução
de Muares, Treinamento de Eqüinos
e Muares, o Horsemanship no Brasil,
Adestramento Clássico para Western
Horsemanship, Comportamento de
Eqüinos, Como Preparar Eqüinos para
Competições, Iniciação de Muares e
Imprinting em Potros para Charrete.
No redondel se apresentaram o
suíço Adrian Heiden, instrutor 4 estrelas
Parelli; o americano Carl Lind,
médico veterinário e especialista em
muares; o brasileiro Eduardo Borba,
horsemanship; o brasileiro Fernando
Rolim; o americano Dennis Reis, horsemanship;
o Israelense Eitan Halachmy,
cowboy dressage; o americano Jon
Ensign, horsemanship; o americano Dr.
Roberto M. Miller, criador da técnica do
“Imprinting”; o americano Roddy Laray,
campeão mundial de Muares; o americano
Dr. Ron Fuller, especialista em
Psicologia de Eqüinos; americano Steve
Edwards, especialista em treinamento
de muares; Lexter Buclkey aplicando o
Horsemanship na Equitação Clássica e
o Argentino Oscar Scarpati Doma índia,
a Argentina Michele Hahn Instrutora do
Monty Roberts na América do Sul.
MAIS DO QUE TÉCNICA UMA
FILOSOFIA
No Brasil, onde os eqüídeos fazem
parte do dia a dia de muitos trabalhadores
e do lazer de milhares de pessoas, a
Doma Racional vem se disseminando.
“A Doma não é apenas uma forma de
se relacionar com os animais, mas uma
fantástica filosofia de vida baseada no
respeito, comunicação, relacionamento e
liderança. Quando optamos por fazer de
nossos animais parceiros, estabelecemos
um relacionamento de companheirismo
e amizade, baseado em comunicação,
relacionamento, respeito e liderança”,
conta Fernando Rolim, organizador do
Congresso.
Segundo ele, há décadas treinadores
de todo o mundo vêm desenvolvendo
técnicas e buscando o melhor relacionamento
do homem com o animal. “Sabese
hoje que a solução não é agredir ou
impor, mas ensinar e compreender.”