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Investigação baseada nas artes - Performa - Universidade de Aveiro

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<strong>Performa</strong> ’11 – Encontros <strong>de</strong> <strong>Investigação</strong> em <strong>Performa</strong>nce<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Aveiro</strong>, Maio <strong>de</strong> 2011<br />

revela-se sempre inacabada, insuficiente e multi-alternativa, acabando por<br />

admitir várias possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caminho ou versões conclusivas. Assenta em<br />

procedimentos que admitem múltiplas formas <strong>de</strong> contar e <strong>de</strong> abranger as<br />

realida<strong>de</strong>s que, por sua vez, são reveladas por sensibilida<strong>de</strong>s e nuances<br />

estéticas diferenciadas (Denzin, 2003).<br />

De forma a abordarmos a investigação <strong>baseada</strong> <strong>nas</strong> <strong>artes</strong>, envolvemo-nos com<br />

as nossas mitologias pessoais, as nossas metáforas e a escrita performativa.<br />

Neste preciso momento, <strong>de</strong>sviamos o olhar da folha em que escrevemos e<br />

percorremos o quarto. Constatamos que realmente estamos submersos em<br />

palavras, em folhas soltas e livros. Percebemos então, <strong>de</strong> forma clara e<br />

surpreen<strong>de</strong>nte, que a investigação <strong>baseada</strong> <strong>nas</strong> <strong>artes</strong> possui, em si mesmo, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorarmos como gastrónomos a pen<strong>de</strong>nte metáfora da<br />

dinâmica do conhecimento.<br />

O processo <strong>de</strong> investigação performativa impele-nos a elaborar o seguinte<br />

quadro dramático assente na alterida<strong>de</strong> reflexiva :<br />

Texto <strong>Performa</strong>tivo 1 - Eu/tu/nós no processo <strong>de</strong> investigação<br />

EU TU NÒS<br />

Não po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong><br />

método, no sentido em que é<br />

geralmente entendido, pois a<br />

metodologia diz respeito aos<br />

preceitos normalizados e<br />

<strong>de</strong>terminados a priori,<br />

submetidos às actuações<br />

<strong>de</strong>scritas em inúmeros<br />

manuais que servem <strong>de</strong> guia e<br />

<strong>de</strong> referência a todos os<br />

procedimentos. O método<br />

procura afastar as<br />

interferências do investigador<br />

no ensejo <strong>de</strong> alcançar a<br />

objectivida<strong>de</strong> e a<br />

universalida<strong>de</strong> das conclusões<br />

<strong>de</strong> modo a esten<strong>de</strong>-las a todo<br />

o universo <strong>de</strong> situações<br />

semelhantes.<br />

Em vez disso, <strong>de</strong>vemos falar<br />

<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> investigação<br />

e <strong>de</strong>scoberta, sempre<br />

imanentes, livres e assentes<br />

na incomensurabilida<strong>de</strong>.<br />

Tudo correspon<strong>de</strong> a uma<br />

procura que não <strong>de</strong>ve limitar<br />

as tuas possibilida<strong>de</strong>s. Vês a<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

encontrares previamente<br />

uma forma <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira e<br />

segura que possa conduzir<br />

todo o processo. Fazes<br />

<strong>de</strong>scobertas durante o<br />

<strong>de</strong>senrolar dos trabalhos e<br />

um título, ou mesmo um<br />

índice, não passam <strong>de</strong><br />

simples possibilida<strong>de</strong>s que<br />

vão sendo refeitas e<br />

abandonadas. Crias outros<br />

caminhos também<br />

provisórios. Algumas coisas<br />

vão ficando ausentes, outras<br />

vão ficando presentes.<br />

São sempre mais os<br />

assuntos que não trabalhas e<br />

aprofundas. Talvez por falta<br />

<strong>de</strong> tempo! Talvez porque já<br />

não seria possível seguires o<br />

Viajo por diversos sítios. Deixo<br />

algumas coisas importantes para<br />

trás, coisas que revisitarei mais<br />

tar<strong>de</strong>. Mudo <strong>de</strong> hábitos e <strong>de</strong><br />

horários. Encontro pessoas que<br />

me <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>m o pensamento.<br />

Leio livros que nada tem a ver<br />

com os assuntos sobre os quais<br />

escrevo e encontro neles novas<br />

i<strong>de</strong>ias que incorporo nos textos<br />

que produzo.<br />

Tenho reuniões <strong>de</strong> trabalho on<strong>de</strong><br />

exploro outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

funcionamento.<br />

Viajo sempre para fazer coisas<br />

interessantes. Encontro uma<br />

paisagem que me torna mais<br />

familiar <strong>de</strong> mim mesmo.<br />

Deleito-me com o acaso. Vivo<br />

aventuras estéticas<br />

impressionantes. Inesquecíveis.<br />

Dramatizo dilemas humanos, crio<br />

histórias, vejo performances.<br />

Estou com pessoas <strong>de</strong> diferentes<br />

p<strong>artes</strong> do mundo. Falamos <strong>de</strong><br />

reencontros, <strong>de</strong> pontos comuns,<br />

<strong>de</strong> situações e <strong>de</strong> locais que nos<br />

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