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PREDADORES - Valente – Laboratório de Ideias

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Ficou sentado, a suar, embora fosse fim do cacimbo e o<br />

ar -condicionado estivesse como sempre ligado. Precisamos<br />

sempre <strong>de</strong>stes ratos da merda. Nós? Porquê usara o nós? Nós<br />

quem? Disparate! Nós sim, ou pensava ser o único para quem<br />

o Nunes trabalhava? Ele aproveitou referir o Gonçalves, o general<br />

Arlindo, pelo menos esses seriam seus clientes. Atirou<br />

com os nomes para mostrar importância, estava no segredo<br />

dos <strong>de</strong>uses. Um conhecido era o Karim, o paquistanês que ele<br />

apresentara ao Nunes. E teria muitos outros clientes, parte dos<br />

que bazaram ou puseram o dinheiro lá fora, protegido. Por isso<br />

estava com pressa <strong>de</strong> sair, <strong>de</strong>ve ir assistir diversos necessitados<br />

<strong>de</strong> terem dinheiro lá fora. Caposso até sabia quando tinha começado<br />

a coisa. Bem, saber exactamente não sabia, podia imaginar,<br />

pelo menos uma vez ouviu comentar que o Nunes foi<br />

chefiar uma missão financeira a um <strong>de</strong>sses paraísos fiscais para<br />

aí escon<strong>de</strong>r parte do tesouro do Estado. Havia guerra civil,<br />

necessida<strong>de</strong> muitas vezes <strong>de</strong> ter dinheiro vivo para financiar<br />

compra <strong>de</strong> armas ou operações secretas, convinha haver nichos<br />

absolutamente sigilosos. Depois <strong>de</strong>ssa viagem, o cara <strong>de</strong><br />

rato apareceu com gran<strong>de</strong> conversa, que o comunismo estava<br />

internacionalmente no fim, a nossa economia planificada mais<br />

dia menos dia terminava também por falta dos tradicionais<br />

apoios políticos dos países socialistas, os haveres acumulados<br />

e sem ren<strong>de</strong>rem ficavam muito melhor lá fora, ele até tinha<br />

uns contactos interessantes numas ilhas <strong>de</strong> nome estranho e<br />

clima tropical, etc., contas <strong>de</strong>ssas facilitavam o pagamento das<br />

comissões quando havia importações gran<strong>de</strong>s para o Estado, o<br />

qual não tinha nada que saber <strong>de</strong>ssas comissões perfeitamente<br />

legítimas… enfim, se o amigo quisesse mandar dinheiro dos<br />

lucros das suas empresas para o estrangeiro, sem <strong>de</strong>ixar rastos<br />

financeiros ou contabilísticos, podia contar com ele, dava -se<br />

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Predadores (geral) v2.indd 24 24/05/12 13:29

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