Santa Cruz do Arari - Viva Marajó

Para: Instituto Peabiru - Programa Viva Marajó
Luiza Bastos_Santa Cruz do Arari 9_Matéria Santa Cruz do Ararii número de páginas deste documento: 2
Jenipapo - uma comunidade erguida sobre palafitas, maior que o distrito-sede,
atualmente.
Mesmo com toda a sua dimensão, o lago Arari não é perene. Em agosto
começa a estiagem e, apesar da “tapagem” feita pela prefeitura, que coloca
toneladas de terra para barrar a saída total da água, em outubro é possível
atravessá-lo a pé, de bicicleta, de búfalo, a cavalo, de moto e até de ônibus. No
segundo domingo de novembro, a procissão do Círio de Nossa Senhora de
Nazaré, padroeira de Santa Cruz do Arari, também passa no leito. Infelizmente,
esses movimentos contribuem para o assoreamento do rio e à compactação do
lago Arari.
A natureza só consegue se recuperar no período das chuvas, quando a
vida renasce exuberante, no Arari e os esportes aquáticos ganham espaço
junto aos pescadores, com seus rituais diários. Na época de maior
precipitação, de fevereiro a maio, o nível da água sobe e chega às portas das
palafitas, erguidas a quatro metros do chão.
Mas não é só a seca, nem a cheia que modificam a rotina do arariense.
No período intermediário, especialmente no início de setembro e dezembro,
Santa Cruz do Arai fica isolada por causa da lama. Os barcos aportam em
Jenipapo e o restante do percurso até a cidade, que normalmente é feito em 40
minutos, por pequenas embarcações a motor, só pode ser realizado a pé, em
trator, a cavalo ou búfalo. Esse isolamento anual gera muitas dificuldades para
o município, que precisa importar praticamente tudo o que consome e ainda
encontra problemas para manter profissionais em áreas estratégicas, como
saúde e segurança.
As dificuldades de acesso e transporte, comuns em todo o arquipélago,
não inviabilizam o turismo em Santa Cruz do Arari. Durante o verão, no mês de
julho, a cidade se agita. Outros momentos especiais são o Festival do Tamoatá
e o Círio de Nazaré, no segundo semestre. Além disso, é impressionante
assistir as revoadas de pássaros sobre o lago Arari ou conhecer a arquitetura
em madeira, elaborada pelos mestres carpinteiros.
Quase todas as casas de Santa Cruz do Arari tem estilo palafita e são
construídas em madeira de lei. Os desenhos dos chalés, com suas varandas e
acabamentos ornamentais são muito criativos. A pedido dos proprietários, os
carpinteiros utilizam detalhes e cores fortes para diferenciar umas das outras,
deixando o dono com a certeza de possuir a casa mais bonita da cidade. Há
isso em Santa Cruz do Arari: cada morador quer construir a casa mais bonita.
O resultado é uma cidade agradável de ver e estar.
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