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ATIVIDADES NA MATA DA MACHADA - Rostos

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NÚMERO 24 /// OUTUBRO 2010<br />

REVISTA DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />

<strong>DA</strong> <strong>MATA</strong> <strong>DA</strong> MACHA<strong>DA</strong> E SAPAL DO RIO COI<strong>NA</strong><br />

FOLHA VIVA<br />

<strong>ATIVI<strong>DA</strong>DES</strong> <strong>NA</strong> <strong>MATA</strong> <strong>DA</strong> MACHA<strong>DA</strong><br />

Semana Europeia da Mobilidade | S.energia | Lineu<br />

Impresso em papel reciclado


2<br />

caminhos<br />

EDITORIAL<br />

PARTICIPAR É ESTAR ENVOLVIDO <strong>NA</strong> CONSTRUÇÃO <strong>DA</strong> SOLUÇÃO!<br />

No passado dia 12 de setembro, terminou um período de cerca de 4 meses,<br />

no qual o Centro de Educação Ambiental dinamizou um leque muito<br />

variado de atividades que tiveram como principal objetivo envolver os<br />

cidadãos no desafio de classificar o Sapal do Rio Coina e a Mata Nacional<br />

da Machada como Área Protegida Local.<br />

Mais de 30 atividades diferentes, desde Observação de Aves, Ateliers de<br />

Arte na Natureza, Ilustração Científica, Cogumelos, Plantas Aromáticas e<br />

Medicinais, entre muitas outras, trouxeram à Mata e Sapal cerca de 3000<br />

pessoas em mais de 100 dias de atividade. Este esforço da autarquia<br />

levou a que fosse possível dinamizar o processo mais participado de<br />

sempre sobre uma decisão que a autarquia tem de tomar, relativamente<br />

a um espaço do território do concelho.<br />

O conjunto de contributos deixados por um grupo tão alargado de participantes<br />

vai seguramente ajudar a consolidar a intenção que tenho, de<br />

tomar todas as medidas para que um património natural tão valioso como<br />

o Sapal do Rio Coina seja uma referência incontornável em matéria de<br />

Conservação da Natureza e Biodiversidade, não só a nível do concelho do<br />

Barreiro, mas e também a nível regional. Segue-se um trabalho aturado<br />

e complexo de recolher toda a informação disponível e realizar todos os<br />

estudos que possam conduzir à concretização deste objetivo.<br />

Encerrámos também o período de férias escolares, ao longo do qual<br />

dinamizámos campos de férias para cerca de 150 crianças em 5 períodos<br />

de duas semanas. Promovemos um envolvimento de algumas instituições<br />

do concelho que trabalham com crianças em situação de desvantagem<br />

social, realizando atividades de ocupação dos tempos livres e retirando<br />

Almanaque<br />

OUTUBRO<br />

FICHA TÉCNICA<br />

CâMARA MUNICIPAL DO BARREIRO<br />

Rua Miguel Bombarda<br />

2830-355 Barreiro<br />

www.cm-barreiro.pt<br />

Coordenação de Edição e Redação:<br />

Divisão de Sustentabilidade Ambiental<br />

NUNO BANzA<br />

Vereador do Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro<br />

Presidente do Conselho de Administração da S.energia<br />

nuno.banza@cm-barreiro.pt<br />

Quarto Minguante – dia 01 às 03h52m<br />

Lua Nova – dia 07 às 18h44m<br />

Quarto Crescente – dia 14 às 21h27m<br />

Lua Cheia – dia 26 às 01h36m<br />

Quarto Minguante – dia 30 às 12h45m<br />

Outubro meio chuvoso<br />

torna o lavrador venturoso.<br />

NOVEMBRO<br />

por 15 dias estas crianças dos espaços onde estão para as trazer aos<br />

nossos territórios naturais de excelência.<br />

É agora tempo de dar início ao novo ano letivo e com isso, o Centro passa<br />

a receber com frequência um número sempre muito significativo de alunos<br />

das escolas do nosso concelho, dando continuidade ao trabalho de<br />

educar para o ambiente as novas gerações. Para isso, conta com a feliz<br />

possibilidade de fazer este trabalho recorrendo à Mata e ao Sapal, dois<br />

espaços de excelência, para proporcionar aos nossos jovens experiências<br />

inesquecíveis e fortemente motivadoras! As parcerias com as escolas<br />

do concelho, nas quais os professores têm tido um papel fundamental<br />

enquanto elementos dinamizadores de relações de estreita colaboração,<br />

ajudam a enriquecer o trabalho desenvolvido e a torná-lo incontornável<br />

no projeto pedagógico da nossa comunidade educativa local.<br />

Todas estas iniciativas, que consomem tempo, recursos humanos e<br />

financeiros à autarquia, são na minha<br />

opinião, investimentos indispensáveis e<br />

que terão no futuro um retorno muito<br />

significativo para a nossa comunidade!<br />

Muito mais há ainda a fazer, mas com o<br />

envolvimento e a participação de todos,<br />

acredito que estamos hoje a construir<br />

soluções adequadas para os nossos problemas<br />

e a investir<br />

no futuro de forma<br />

consequente e<br />

sustentável para o<br />

Barreiro!<br />

Lua Nova – dia 06 às 04h51m<br />

Quarto Crescente – dia 13 às 16h38m<br />

Lua Cheia – dia 21 às 17h27m<br />

Quarto Minguante – dia 28 às 20h36m<br />

Tudo em novembro guardado:<br />

ou em casa ou enterrado.<br />

Datas a<br />

assinalar<br />

OUTUBRO<br />

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL <strong>DA</strong><br />

<strong>MATA</strong> <strong>NA</strong>CIO<strong>NA</strong>L <strong>DA</strong> MACHA<strong>DA</strong> E SAPAL DO RIO COI<strong>NA</strong><br />

Tel.: 212 153 114 - Tel./Fax: 212 141 186<br />

E-mail: ceambiental@mail.telepac.pt<br />

01 Dia Nacional da Água<br />

04 Dia do Animal<br />

05 Dia da Implantação da República Portuguesa<br />

16 Dia Mundial da Alimentação<br />

NOVEMBRO<br />

OUTUBRO<br />

S T Q Q S S D<br />

1 2 3<br />

4 5 6 7 8 9 10<br />

11 12 13 14 15 16 17<br />

18 19 20 21 22 23 24<br />

25 26 27 28 29 30 31<br />

NOVEMBRO<br />

S T Q Q S S D<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

8 9 10 11 12 13 14<br />

15 16 17 18 19 20 21<br />

22 23 24 25 26 27 28<br />

29 30<br />

10 Dia Mundial da Ciência ao Serviço<br />

da Paz e do Desenvolvimento<br />

16 Dia Internacional do Mar<br />

24 Dia Nacional da Cultura Científica<br />

Design e Paginação: <strong>Rostos</strong> da Cidade Impressão: Fergráfica<br />

Rua das Indústrias n.º 21 - 2700-460 Amadora<br />

Depósito legal n.º 288714/10 - Data de Edição: outubro de 2010


“Mobilidade mais inteligente – Uma vida melhor”<br />

Foi esta a temática da Semana Europeia da<br />

Mobilidade, que a Autarquia, em parceria<br />

com a S.energia e os Transportes Colectivos<br />

do Barreiro (TCB), assinalou de 16 a<br />

22 de setembro, chamando a atenção para<br />

os efeitos negativos que as atuais formas<br />

de transporte urbano têm na qualidade de<br />

vida dos cidadãos e das cidades onde estes<br />

vivem.<br />

Na Rua Miguel Bombarda, nos dias 21 e<br />

22, foi possível fazer compras no mercado<br />

Click !!! Fotoreportagem<br />

Esplanada<br />

Mercado biológico<br />

biológico e comércio justo, trocar materiais<br />

recicláveis por bilhetes de transportes públicos,<br />

usufruir das esplanadas que os cafés<br />

criaram para estes dias, adquirir e aprender<br />

um pouco mais sobre plantas aromáticas<br />

e medicinais, ver os artistas Kira e Kikko<br />

a executarem trabalhos de pintura, ou ver<br />

demonstrações de ginásios do concelho.<br />

No dia 22, Dia Europeu Sem Carros, jogos<br />

lúdico-pedagógicos, insufláveis e animação<br />

de rua fizeram as delícias de cerca de 400<br />

Demonstração de ginásios<br />

Pintura de veículo híbrido<br />

Pintura na ruaTeatro de fantoches<br />

paisagens 3<br />

crianças de escolas e jardins-de-infância<br />

do concelho.<br />

Ao longo de toda a semana, decorreram<br />

inúmeras iniciativas, como workshops e<br />

conferências, uma exposição itinerante<br />

sobre mobilidade sustentável ou bilhetes<br />

low cost nos TCB. Tudo com o objetivo de<br />

promover formas de deslocação mais inteligentes<br />

e sustentáveis: a pé, de bicicleta ou<br />

de transportes públicos, em detrimento do<br />

automóvel particular.<br />

Jogo das Energias<br />

Pista de bicicletas<br />

Escola de Jazz do Barreiro


4<br />

paisagens<br />

AGEN<strong>DA</strong> DE <strong>ATIVI<strong>DA</strong>DES</strong> – AMBIENTE E BIODIVERSI<strong>DA</strong>DE<br />

FINS DE SEMA<strong>NA</strong> <strong>NA</strong> <strong>MATA</strong> <strong>DA</strong> MACHA<strong>DA</strong><br />

“Bastante agradável e com orientação competente”,<br />

foi esta a opinião geral de quem<br />

participou nas atividades que o Centro de<br />

Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada<br />

e Sapal do Rio Coina (CEA) organizou<br />

entre 22 de maio e 12 de setembro. Ou seja,<br />

durante a época alta, em que este espaço se<br />

propôs a dinamizar workshops e atividades<br />

diferentes todos os fins de semana.<br />

Num total de mais de 30 atividades promovidas,<br />

a procura foi grande, tendo algumas registado<br />

lotação completa. Entre exposições,<br />

workshops e saídas de campo, todas as atividades<br />

faziam parte da Agenda de Ambiente<br />

e Biodiversidade, inserida nas comemorações<br />

do Ano Internacional da Biodiversidade,<br />

declarado pela UNESCO, com o objetivo de<br />

reduzir significativamente a taxa da perda<br />

de biodiversidade, até ao final deste ano.<br />

As várias temáticas foram exploradas de<br />

forma muito abrangente, havendo espaço<br />

para a fotografia, a pintura, a arte floral, as<br />

ciências, a biologia e a actividade física.<br />

Houve quem considerasse esta “formação<br />

muito interessante e enriquecedora, a nível<br />

pessoal”.<br />

As entidades que desenvolveram cada iniciativa<br />

foram escolhidas com rigor, pela seu<br />

lugar de destaque na área que desenvolvem.<br />

Para o público, a informação era passada de<br />

forma clara e esclarecedora. Como referiu<br />

um participante na atividade de Astronomia<br />

Noturna, “Gostei da maneira como o tema<br />

foi abordado. Linguagem muito acessível e<br />

ligeira para um assunto tão complexo”.<br />

A recetividade foi muito boa, pela riqueza e<br />

pertinência dos temas, pela abrangência de<br />

gostos e faixas etárias, ficando a nota de que<br />

“deviam existir mais atividades semelhantes”.<br />

Provam-no os quase 3000 participantes<br />

Ilustração Científica<br />

que afluíram ao CEA, entre munícipes e público<br />

de concelhos vizinhos, que viram aqui<br />

uma boa oportunidade para conhecer este<br />

espaço e a Mata Nacional da Machada, manifestando<br />

o seu contentamento - “Continuem<br />

a divulgar e a realizar este tipo de ações. Faz<br />

bem a todos nós” – e expetativa – “Aguardo<br />

mais workshops. Parabéns! Continuem!”<br />

Como um dos participantes reconheceu, “As<br />

atividades são de interesse e apelam para<br />

um maior conhecimento cultural, desportivo,<br />

Astronomia Diurna<br />

Arte Floral e Decorativa<br />

ecológico e artístico do nosso concelho."<br />

Depois de avaliadas todas as opiniões e<br />

sugestões, é tempo para balanços. Com o<br />

sucesso atingido, para o ano certamente<br />

haverá mais.


VERÃO <strong>NA</strong> <strong>MATA</strong> <strong>DA</strong> MACHA<strong>DA</strong><br />

CAMPOS DE FÉRIAS<br />

Neste verão, os Campos de Férias do Centro<br />

de Educação Ambiental da Mata Nacional da<br />

Machada e Sapal do Rio Coina (CEA) decorreram<br />

animados e contaram com uma novidade:<br />

um mês dedicado à participação de Instituições<br />

de Solidariedade Social. Até aqui, a participação<br />

nos Campos de Férias tem sido feita<br />

preferencialmente através de inscrições de<br />

particulares, sendo difícil a inscrição de grupos<br />

por uma questão de logística e de organização.<br />

Este ano, ponderando a importância que estas<br />

atividades teriam para crianças carenciadas,<br />

o CEA destacou um mês para poder receber<br />

grupos pertencentes a instituições, tais como o<br />

Instituto dos Ferroviários, a Rumo, a Casa dos<br />

Rapazes e a Unidade Pediátrica do Hospital<br />

Nossa Sr.ª do Rosário.<br />

Do ponto de vista do Instituto dos Ferroviários,<br />

estas iniciativas são muito importantes e<br />

são sempre bem-vindas. Há muitas crianças<br />

institucionalizadas que não têm possibilidade<br />

de ir a casa aos fins-de-semana e muitas<br />

vezes, até mesmo nas férias, permanecem na<br />

instituição. Nestes casos, há uma necessidade<br />

acrescida de os ocupar, uma vez que não<br />

estão na escola e têm muitas horas livres, que<br />

requerem o desenvolvimento de um programa<br />

mais extenso.<br />

A colaboração da Autarquia foi muito bem<br />

recebida. O Instituto considera que estas<br />

parcerias são muito benéficas, pois são-no<br />

no verdadeiro sentido da palavra. Não são<br />

apenas parcerias que ficam no papel, mas<br />

sim projetos concretos que se colocam em<br />

marcha.<br />

Os Campos de Férias na Mata da Machada<br />

acabam por propor atividades inovadoras em<br />

relação àquelas que os miúdos estão habituados.<br />

O facto de poderem estar num espaço que<br />

proporciona o desenvolvimento de atividades<br />

ao ar livre é muito positivo. Por outro lado, o<br />

contacto direto com a natureza também contribui<br />

para favorecer e estreitar laços com os<br />

espaços naturais, o que é importante para sensibilizar<br />

para a temática ambiental, permitindo<br />

que aprendam através de atividades lúdicas.<br />

Esta questão "ajuda no desenvolvimento das<br />

competências sociais e pessoais das crianças<br />

e contribui para formar a consciência de futuros<br />

cidadãos no sentido de zelar pela nossa<br />

biosfera", diz-nos Filipa Carvalho da Silva,<br />

técnica do Instituto. Curiosamente, afirma, "a<br />

projeto escola 5<br />

atividade que as crianças deste grupo mais<br />

gostaram de fazer foi a Limpeza da Mata. O<br />

que para eles é sinónimo de castigo noutros<br />

espaços, na Mata foi transformado em gosto<br />

e diversão".<br />

Também a Casa dos Rapazes considera que a<br />

parceria correu muito bem. Este é um projeto<br />

que não traz custos para a instituição e que<br />

possibilita a saída com as crianças, durante 15<br />

dias, para atividades de exterior, o que de outra<br />

forma não seria possível. Para Filipa Aires, "as<br />

crianças hoje em dia quase não sabem brincar<br />

sem um comando na mão e uma televisão, e é<br />

mesmo necessário aproximá-las da natureza<br />

e do contacto com a terra. As atividades no<br />

CEA acabam por ser diferentes, com pessoas<br />

diferentes, que possibilitam experiências<br />

únicas e muito gratificantes".<br />

No final do mês, o balanço que as entidades<br />

que integraram a parceria fazem é muito positivo.<br />

E fica a ideia de que a colaboração com<br />

o CEA poderá ser uma realidade ao longo de<br />

todo o ano.<br />

SOU O KIKO e ainda não tenho 2 anos.<br />

Eu e outros 130 amigos estamos no Centro<br />

de Recolha de Animais Errantes (CRAE)<br />

da Autarquia do Barreiro, à espera que<br />

alguém nos adote.<br />

Se pretender levar um destes animais<br />

para casa, poderá dirigir-se ao CRAE de<br />

2ª a 5ª, das 14h às 16h para nos visitar<br />

e informar-se das condições de adoção.<br />

Estamos na Rua dos Resistentes Antifascistas,<br />

junto às oficinas dos TCB. Poderá<br />

contactar-nos para qualquer dúvida ou<br />

esclarecimento através do 212 094 201.


6<br />

PERFIL<br />

Associação de Amigos da Mata da Machada<br />

A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR A <strong>MATA</strong><br />

A Associação de Amigos da Mata da Machada<br />

(AAMM) é uma associação cívica que<br />

visa promover e defender um espaço florestal<br />

único no concelho do Barreiro, através<br />

da realização de um conjunto de iniciativas<br />

e ações que envolvam a população.<br />

A AAMM, após um período de inatividade,<br />

elegeu novos corpos sociais, no passado dia<br />

19 de junho de 2010. Nesta primeira reunião<br />

foi constituída uma equipa de trabalho, que<br />

irá dinamizar toda a atividade da Associação.<br />

Como primeira medida, será solicitada<br />

uma reunião com a Autoridade Florestal<br />

Nacional (AFN), com o objetivo de abordar<br />

assuntos de interesse para a Mata Nacional<br />

da Machada (MNM), com especial incidência<br />

nas questões da prevenção e combate aos<br />

fogos florestais.<br />

Na verdade, em pleno verão a inquietação<br />

foi imensa, e no período entre 4 e 6 de julho,<br />

dadas as condições meteorológicas adversas<br />

que foram uma constante em todo<br />

o território, com subidas de temperaturas<br />

desmesuradas, aumentou a preocupação<br />

relativa ao espaço da MNM.<br />

Assim, a 13 de julho, a recente eleita Direção<br />

da AAMM, através de um comunicado,<br />

apelou ao reforço da vigilância da Mata da<br />

Machada por parte das entidades públicas,<br />

fazendo referência que, em apenas 24 horas<br />

ocorreram dois incêndios na Mata da Machada,<br />

que apresentam claros indícios de<br />

fogo posto. Não fosse a rápida intervenção<br />

dos bombeiros, e a dimensão dos mesmos<br />

poderia ter sido desastrosa. O Presidente<br />

desta associação, Bruno Vitorino revelou<br />

ainda a preocupação da AAMM com o corte<br />

drástico do número de jovens afetos ao projeto<br />

Voluntariado Jovem para as Florestas,<br />

que reduziu significativamente o número de<br />

horas em que há vigilância da Machada por<br />

parte dos voluntários.<br />

A Associação está ainda a criar uma página<br />

no Facebook para dar a conhecer o trabalho<br />

desenvolvido e colocar à disposição de<br />

todos as iniciativas que serão dinamizadas,<br />

com o objetivo de envolver um número significativo<br />

de pessoas e sócios que pretendam<br />

contribuir para a proteção deste espaço<br />

de excelência.<br />

Finalmente, na última reunião realizada a<br />

23 de setembro foi proposta a realização de<br />

uma ação de limpeza da Mata da Machada e<br />

Sapal do Rio Coina, envolvendo a população.<br />

Junte-se a nós neste dia!<br />

Ajude-nos a proteger este espaço, contribua<br />

para a sua preservação!<br />

Associação de Amigos<br />

da Mata da Machada<br />

É um utilizador frequente da Mata da<br />

Machada? Costuma juntar a família e<br />

usufruir deste espaço ao fim de semana?<br />

Gosta de respirar o ar puro e conhecer<br />

a biodiversidade escondida nos<br />

cantos e recantos da Mata? Preocupa-se<br />

com a preservação dos valores naturais<br />

do nosso concelho?<br />

Então junte-se a nós e torne-se sócio da<br />

Associação dos Amigos da Mata da Machada!<br />

Para mais informação, contacte:<br />

amigosdamatadamachada@gmail.com


Ilustração de Paulo Galindro<br />

REBENTOS


8<br />

REBENTOS<br />

Caderneta de desenhos<br />

“Para um mundo melhor, não atires<br />

lixo ao mar.” Henrique, 11 anos<br />

Envia-nos o teu desenho<br />

ou fotografia para<br />

ceambiental@mail.telepac.pt<br />

ou liga para Linha Verde (gratuita)<br />

800 205 681<br />

O que faz...<br />

O ENGENHEIRO DO AMBIENTE<br />

"Não se deita lixo para o mar<br />

nem para o chão."<br />

Inês, 5 anos<br />

No seu dia-a-dia, o Homem utiliza recursos naturais para sobreviver e, infelizmente,<br />

polui o nosso planeta. É através do estudo da relação entre o Homem e o meio<br />

ambiente que se consegue perceber como manter o equilíbrio dos ecossistemas.<br />

Cabe ao Engenheiro do Ambiente controlar a qualidade da água e do ar, perceber o<br />

impacto que determinada obra pode ter, preservando a Terra.<br />

É também o Engenheiro do Ambiente que descobre novas formas de energia alternativas<br />

e não poluentes, assegura o tratamento a dar aos nossos resíduos e promove os<br />

3 R’s: Reduzir, Reciclar, Reutilizar.<br />

O meu<br />

melhor amigo<br />

Leonor e Calvin


Carlos Lineu<br />

CARLOS LINEU foi um botânico, zoólogo<br />

e médico sueco, que criou a nomenclatura<br />

binomial da classificação científica. Foi o<br />

botânico mais reconhecido da sua época, e<br />

recebeu diversas alcunhas, como "O Príncipe<br />

dos Botânicos”.<br />

Nasceu a 23 de maio de 1707, em Ráshult,<br />

na Suécia, e herdou do seu pai o gosto pelas<br />

plantas. Lineu foi estudar Medicina na Universidade<br />

de Lund, em 1727, e transferiu-se para<br />

a Universidade de Uppsala, em 1728, onde<br />

passou sete anos.<br />

Aqui tomou<br />

contacto com<br />

uma obra de Sebastien<br />

Vaillant, Sermo de Structura Florum,<br />

após o qual se convenceu que os estames<br />

e pistilos das flores seriam as bases para<br />

a classificação das plantas. Escreveu um<br />

curto estudo sobre o assunto, que lhe valeu<br />

a posição de professor adjunto.<br />

Mais tarde, mudou-se para os Países Baixos,<br />

em 1735, onde obteve o grau de doutor em<br />

Medicina. Conheceu Jan Frederick Gronovius<br />

e mostrou-lhe o rascunho do seu trabalho<br />

em taxonomia, o Systema Naturae. Neste, as<br />

extensas descrições usadas até então para<br />

classificar os seres vivos eram substituídas<br />

pelos concisos e hoje familiares nomes<br />

específicos, e outros níveis superiores de<br />

classificação eram construídos de uma forma<br />

simples e ordenada. Embora esse sistema<br />

da nomenclatura binomial tenha sido criado<br />

pelos irmãos Johann e Gaspard Bauhin, foi<br />

Lineu quem o popularizou.<br />

Voltou à Suécia em 1738, e no jardim bo-<br />

Grandes Figuras<br />

tânico da Universidade de Uppsala, Lineu<br />

organizou as plantas de acordo com<br />

o seu sistema<br />

de classificação.<br />

Concebeu a ideia de<br />

divisão e denominação, como forma<br />

de organizar os organismos vivos, com<br />

base na sua morfologia (ou seja, no estudo<br />

comparativo da forma e características dos<br />

organismos). O orgulho no seu trabalho<br />

levou-a a afirmar "Deus creavit, Linnaeus<br />

disposuit" (Deus criou, Lineu organizou).<br />

Atualmente, a taxonomia de Lineu é usada<br />

nas ciências biológicas e classifica os<br />

organismos numa hierarquia, começando<br />

pelos reinos, que são divididos em filos,<br />

estes em classes, depois em ordens, famílias,<br />

géneros e espécies, sucessivamente.<br />

De acordo com a nomenclatura binomial, cada<br />

espécie tem um nome em latim, composto<br />

por duas palavras (binomial = dois nomes), e<br />

escrito em itálico (ou sublinhado no caso de<br />

ser manuscrito). A primeira palavra corresponde<br />

ao género, e é escrita com a primeira<br />

letra maiúscula; a segunda palavra é o epíteto<br />

específico que corresponde a determinada<br />

espécie dentro do género, e é escrito com<br />

letra minúscula. O nome do género é sempre<br />

um substantivo, enquanto o epíteto específico<br />

é normalmente um adjetivo. Por exemplo:<br />

Turdus migratorius, em que turdus significa<br />

tordo e migratorius indica que tem hábitos<br />

migratórios.<br />

Todas as denominações acima de espécie<br />

são uninomiais (um nome) e escrevem-se<br />

com letra inicial maiúscula.<br />

As principais vantagens<br />

da nomenclatura binomial<br />

Mini-observatório<br />

Raposa<br />

Vulpes vulpes<br />

• Da família dos canídeos, esta é uma espécie muito<br />

abundante no nosso país<br />

• Com grande capacidade de adaptação, ocupa praticamente<br />

todos os habitats disponíveis<br />

• Consome cerca de 0,5 kg de comida diariamente,<br />

geralmente mamíferos e aves<br />

• Tem uma pelagem avermelhada, com tons de castanho<br />

e cinzento, mais curta no verão e mais espessa<br />

no inverno.<br />

REBENTOS 9<br />

têm a ver com o facto de todas as espécies<br />

poderem ser identificadas, sem risco<br />

de ambiguidade, por apenas duas palavras.<br />

E por outro lado, o mesmo nome é de uso<br />

universal, independente da língua, evitando<br />

erros e problemas de tradução.<br />

Faleceu em 10 de janeiro de 1778, em Uppsala,<br />

ficando conhecido universalmente como o<br />

“Pai da Taxonomia Moderna”.


10<br />

REBENTOS<br />

Vamos jogar?<br />

Onde moram os animais? Onde procuram eles refúgio? Une cada<br />

animal à sua casa e mostra que és um conhecedorda vida animal!!<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

Solução: 1 – cão; 2 – formiga; 3 – aranha; 4 – cavalo-marinho; 5 – abelha; 6 – urso; 7 – esquilo, 8 – pássaro; 9 – coelho<br />

1<br />

Vamos pintar?<br />

Sabes que te podes deslocar de forma saudável e não poluente?<br />

Basta utilizares um destes meios de transporte.<br />

Adivinha qual.<br />

E para o desenho ficar mais bonito, pinta-o com as tuas<br />

cores favoritas!<br />

Adaptado de Smartkids<br />

Vamos ler?<br />

Solução: E – Bicicleta<br />

CONSTRUTORES<br />

Animais Extraordinários<br />

Xulio Gutiérrez e Nicolás<br />

Fernández<br />

Faktoria K de Livros<br />

Há aves que constroem<br />

ninhos surpreendentes,<br />

mamíferos que escavam<br />

complexas habitações subterrâneas,<br />

insetos minúsculos<br />

que levantam edifícios<br />

enormes e aranhas que<br />

tecem elaboradas estruturas<br />

de caça.<br />

Todos eles são construtores especialistas que sobrevivem<br />

graças à sua habilidade.


Ouriço-cacheiro<br />

Erinaceus europaeus<br />

Foto de: Hugo Matos<br />

O ouriço-cacheiro é um pequeno mamífero,<br />

cujo comprimento varia entre 19 e 29 cm e<br />

o peso oscila entre 0,5 e 1,2 kg, não apresentando<br />

grandes variações entre machos<br />

e fêmeas. Possui um aspeto peculiar que<br />

chama a atenção logo à primeira vista, uma<br />

vez que o seu dorso está coberto de espinhos<br />

longos e aguçados (cerca de 6000), com<br />

um comprimento que varia entre 2-3 cm, de<br />

cor acastanhada e com bandas escuras nas<br />

extremidades. Estes espinhos permanecem<br />

no seu corpo por um longo período de tempo,<br />

sendo a sua muda irregular. Na zona ventral<br />

e cabeça, o ouriço possui pelos grossos e<br />

ásperos. A sua cauda é muito pequena, com<br />

um comprimento que varia entre os 2 a 5 cm,<br />

e que normalmente se encontra escondida<br />

pelos espinhos. As orelhas são igualmente<br />

pequenas e a sua cabeça encontra-se bem<br />

destacada do corpo, com um focinho pontiagudo.<br />

Têm a visão pouco desenvolvida, ao contrário<br />

do olfato e da audição, que são os seus<br />

sentidos mais apurados. Quando ameaçados,<br />

os ouriços enroscam-se e escondem as suas<br />

patas e cabeça, formando uma bola e expondo<br />

os seus espinhos como uma barreira de<br />

defesa quase impenetrável. No entanto, esta<br />

arma de defesa não é suficiente para o bufo-<br />

-real, o seu principal predador, como comprovam<br />

as bolas de regurgitação desta ave,<br />

repletas de espinhos do pequeno mamífero.<br />

É um animal solitário e territorial, de hábitos<br />

essencialmente noturnos, podendo ser facilmente<br />

observado nas últimas horas do dia e ao<br />

amanhecer. Pode ser encontrado numa grande<br />

variedade de habitats, desde áreas abertas até<br />

bosques e florestas densas. Também é possível<br />

encontrá-lo em meios sub-urbanos, como<br />

jardins e áreas de cultivos, sendo uma espécie<br />

muito associada ao Homem.<br />

O ouriço é o maior insetívoro da<br />

nossa fauna. Alimenta-se essencialmente<br />

de invertebrados que<br />

vai encontrando no solo, como<br />

por exemplo, minhocas, escaravelhos,<br />

lagartas, aranhas e lesmas.<br />

No entanto, pode também consumir<br />

ovos e pequenos vertebrados<br />

como sapos, lagartos, crias de roedores e<br />

de aves. Come igualmente peixe, o que não<br />

é de estranhar pois o é um excelente nadador.<br />

Devido à sua dieta à base de insetos,<br />

o ouriço-cacheiro é bastante importante<br />

para o controlo de pragas. Durante a noite,<br />

e enquanto procura alimento, pode percorrer<br />

distâncias entre 1 e 3 quilómetros.<br />

Esta espécie hiberna, entre novembro e<br />

março, quando os recursos alimentares diminuem<br />

e o frio não permite a manutenção<br />

da temperatura do corpo. No nosso território,<br />

este comportamento verifica-se apenas nos<br />

indivíduos que vivem em zonas de maior<br />

altitude. Antes de hibernar, os ouriços necessitam<br />

de engordar bastante para que possam<br />

sobreviver durante o período de hibernação,<br />

em que a temperatura corporal desce, o ritmo<br />

cardíaco diminui bastante e o funcionamento<br />

dos órgãos internos é reduzido.<br />

Pode atingir quase os 10 anos de idade, mas<br />

vive em média 3 anos. As principais causas<br />

de mortalidade são os seus predadores naturais,<br />

como por exemplo as raposas, texugos<br />

e até mesmo os cães, e a fome durante o<br />

período de hibernação. No entanto, os atropelamentos<br />

nas estradas constituem igualmente<br />

um importante fator de mortalidade<br />

da espécie.<br />

Ao nível da reprodução, a maioria dos acasalamentos<br />

ocorre na primavera. As fêmeas<br />

podem ter 2 ninhadas por ano, cada uma com<br />

4 a 6 crias, que nascem após um período<br />

OBSERVATÓRIO 11<br />

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA<br />

Reino: Animalia<br />

Filo: Chordata<br />

Classe: Mammalia<br />

Ordem: Erinaceomorpha<br />

Família: Erinaceidae<br />

Género: Erinaceus<br />

Espécie: Erinaceus europaeus<br />

de gestação de 12 a 13 semanas. As crias<br />

nascem cegas e sem espinhos, mas poucas<br />

horas após o seu nascimento, despontam os<br />

primeiros espinhos, que, passados poucos<br />

dias, se tornam escuros. As crias estão a<br />

cargo da fêmea e abandonam o ninho com 22<br />

dias, sendo desmamadas após 4 a 6 semanas.<br />

Estas atingem a sua maturidade sexual<br />

ao fim de um ano de vida.<br />

É uma espécie facilmente observada em<br />

toda a extensão do território europeu, sendo<br />

bastante comum em Portugal, onde possui<br />

um estatuto de conservação "Pouco Preocupante".


12 impressões coloridas<br />

AS ERVAS OU PLANTAS MEDICI<strong>NA</strong>IS<br />

As ervas ou plantas medicinais têm história,<br />

e esta data das Antigas Civilizações. Desde<br />

a Antiguidade eram usadas em unguentos,<br />

emplastros, chás, poções, pomadas, condimentos<br />

e tempero de alimentos, algumas<br />

das vezes em substituição do sal.<br />

Cresciam pelos campos e eram colhidas, selecionadas<br />

e preparadas por mãos sábias<br />

que as transformavam para os diversos fins.<br />

O Homem nunca perdeu o contacto com<br />

as ervas ou plantas medicinais. Muito pelo<br />

contrário, desenvolveu algumas técnicas de<br />

cultivo, quer em hortas, quer em estufas.<br />

Nas casas senhoriais, solares, mosteiros,<br />

conventos e palacetes, fazia-se a cultura de<br />

várias espécies, aproveitando os recursos<br />

naturais ou providenciando estufas cobertas.<br />

Das cozinhas saíam aromas adocicados<br />

e limonados, oriundos da panela em lume<br />

brando, onde se tinha colocado um ramo de<br />

cheiros frescos composto de coentros, erva<br />

doce, tomilho, alecrim, orégãos e serpão, que<br />

para além do mais, acentuavam maravilhosamente<br />

o paladar da iguaria.<br />

Nas hortas, frente às cozinhas, lá estavam<br />

elas, as ervas verdejantes, coloridas quando<br />

em flor, viçosas, bem cheirosas, prontinhas<br />

para mostrarem as suas virtudes.<br />

Ao sabor e melodia do vento sob o sol morno<br />

da primavera, dançavam, lado a lado, num<br />

doce e inebriante ballet, emanando odores<br />

perfumados ao toque, à medida que iam<br />

crescendo e florindo, os coentros, a salsa,<br />

o funcho, o tomilho e o manjericão.<br />

A camomila de olho amarelo e pétala branca<br />

e as calêndulas alaranjadas estavam mais<br />

longe. Belas e discretas, faziam companhia<br />

ao alecrim.<br />

De lado, mas em boa vizinhança, a árvore<br />

da tília fazia sombra, protegendo do sol<br />

ardente das tardes de verão, as mentas, a<br />

erva príncipe, a cidreira e mais uma ou outra<br />

ervinha, por não gostarem muito de sol,<br />

atrevidamente, cresciam por ali.<br />

Depois de colhidas e secas, elaboravam<br />

tinturas, xaropes e pomadas. Na culinária<br />

também eram usadas frescas.<br />

Atualmente, a utilização das ervas ou plantas<br />

medicinais é vasta, sendo aplicadas em<br />

Fitoterapia, por aconselhamento de especialistas,<br />

ou mesmo por seres humanos que<br />

de uma forma empírica, ou outra que lhes é<br />

inata, têm a capacidade e o rigor de indicar<br />

a planta certa, no momento certo, para um<br />

problema específico. Estas pessoas têm uma<br />

sensibilidade especial ao comunicar com<br />

as plantas. Consideram-nas divindades por<br />

saberem que agem no ser humano como<br />

um todo, protegendo-o (um dos princípios<br />

da antiga medicina holística). Selecionam<br />

partes específicas da planta, raízes, tronco<br />

ou caules, folhas, frutos ou flores, respetivamente,<br />

para corrigir as diferentes disfunções<br />

do espírito, da alma e do corpo, ou<br />

seja, garantir o funcionamento harmonioso<br />

da Homeostasia no ser humano, unificando<br />

os elementos da sua organização tripartida<br />

(um dos princípios da nova medicina entre<br />

o Céu e a Terra).<br />

Neste contexto, existem diversas formas de<br />

tratamento e cura através das ervas ou plantas<br />

medicinais. Entre outras, são igualmente<br />

Coentro: digestivo, anti-séptico e calmante.<br />

Calêndula: indicada para a vermelhidão da pele e acne.<br />

reconhecidas a sua aplicação nas diferentes<br />

técnicas de massagem, com óleos ou<br />

pomadas preparados com a maceração de<br />

extratos, essências e tinturas de plantas. É<br />

igualmente de grande relevo o seu uso em<br />

Homeopatia e na Terapia Floral, como a dos<br />

Florais de Bach.<br />

Apesar das plantas medicinais crescerem<br />

espontaneamente, outras são cultivadas.<br />

Deve dar-se sempre a preferência às de<br />

cultura biológica, à venda em lugares es-<br />

Alecrim: estimulante do sistema nervoso e do cérebro,<br />

melhora a concentração e a memória.<br />

pecializados. A cultura de plantas medicinais<br />

com recursos a produtos químicos não faz<br />

sentido, porque a natureza e as funções dessas<br />

mesmas plantas devem estar e conservar<br />

o seu maior estado de pureza. Os produtos<br />

químicos têm aqui um papel devastador e<br />

destrutivo.<br />

Maria Luísa Castanheira<br />

Fernanda Botellho<br />

malvasilvestre.blogspot.com<br />

Fotos: www.portaldojardim.com


SUSA<strong>NA</strong> CAMACHO<br />

ADMINISTRADORA-DELEGA<strong>DA</strong> <strong>DA</strong> S.ENERGIA<br />

UNS MINUTOS COM... 13<br />

Foi em 2007 que a S.energia entrou em funcionamento.<br />

O Folha Viva quis saber um pouco mais sobre esta Agência de Energia, e falou com a Engª Susana Camacho, Administradora-Delegada.<br />

Folha Viva – Qual o objetivo principal da<br />

S.energia?<br />

Susana Camacho – A S.energia – Agência<br />

Regional de Energia para os concelhos do<br />

Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete é uma<br />

associação privada sem fins lucrativos que<br />

tem como principal objetivo contribuir para<br />

a eficiência energética, para a promoção da<br />

utilização de energias renováveis e para a<br />

gestão ambiental na interface com a energia,<br />

promovendo o desenvolvimento local sustentável.<br />

Foi criada em 2007 com o apoio do<br />

Programa Europeu "Intelligent Energy Europe"<br />

pela EACI – “Executive Agency for Competitiveness<br />

and Innovation”, em consórcio com<br />

outras três agências em Itália, Roménia e Malta.<br />

FV – Quais tem sido as principais ações da<br />

S.energia?<br />

SC – A S.energia tem organizado a sua ação<br />

em três vertentes principais. Em primeiro lugar<br />

foi necessário realizar uma análise quantitativa<br />

dos consumos energéticos nos quatro concelhos<br />

da área de intervenção da agência, consolidada<br />

na “Matriz Energética” (disponível em<br />

www.senergia.pt). Esta permitiu identificar<br />

os setores de atividade prioritários para a<br />

aplicação de medidas de incremento da eficiência<br />

energética, poupança e conservação<br />

de energia, bem como na maior utilização<br />

das energias renováveis. Estamos agora a<br />

elaborar o Plano de Ação para a Energia que<br />

indicará medidas concretas de atuação para<br />

os diferentes setores identificados na Matriz.<br />

Também atuamos ao nível da gestão sustentável<br />

da energia, e entre as nossas principais ações,<br />

destaco os projetos piloto com a tecnologia<br />

LED tendo em vista a melhoria da eficiência<br />

Pedalada da Mobilidade 2010, evento anual<br />

que pretende promover o uso da bicicleta e<br />

a mobilidade sustentável<br />

energética da iluminação pública, o apoio<br />

técnico na integração de sistemas solares<br />

térmicos e solar fotovoltaico, aconselhamento<br />

na renovação das frotas municipais, assim<br />

como coordenação dos estudos para a Certificação<br />

Energética de edifícios municipais e<br />

apoio técnico no âmbito do Sistema Nacional<br />

de Certificação Energética de Edifícios (SCE).<br />

Finalmente, no que se refere à promoção de<br />

ações de educação e sensibilização na vertente<br />

energético-ambiental, promovemos a comemoração<br />

de dias temáticos, temos trabalhado<br />

junto da comunidade escolar e estamos presentes<br />

nas Feiras Pedagógicas e Festividades<br />

Populares destes concelhos, com o objetivo de<br />

divulgar o apoio que a agência pode prestar<br />

nas questões energéticas e ambientais.<br />

FV – Em termos gerais e considerando a<br />

situação atual, nota a existência de maior<br />

sensibilidade da parte dos municípios à causa<br />

energética e ambiental?<br />

SC – Considero que existe uma maior sensibilização<br />

dos autarcas para as questões<br />

energéticas intimamente relacionadas com as<br />

questões ambientais, existindo no entanto uma<br />

contínua necessidade de concertação entre os<br />

responsáveis destas duas áreas temáticas ao<br />

nível político, ao nível de gestão e principalmente<br />

ao nível da implementação das ações<br />

no terreno. A iniciativa lançada pela Comissão<br />

Europeia em fevereiro de 2009, designada<br />

por “Covenant of Mayors” (Pacto dos Autarcas)<br />

é disso exemplo, juntando as autarquias<br />

mais pioneiras da Europa, no compromisso<br />

de alcançar os objetivos da política da União<br />

Europeia em termos de redução das emissões<br />

de CO 2 através duma eficiência energética<br />

Iluminação Pública com<br />

luminárias LED – projeto piloto<br />

avançada e da produção e uso de energias<br />

mais limpas, renováveis e alternativas.<br />

FV – Quais são os desafios que a S.energia<br />

enfrenta no futuro?<br />

SC – Esta Agência de Energia encontra-se no<br />

período final de financiamento (2007-2010)<br />

pela Comissão Europeia, preparando neste<br />

momento como coordenadora do consórcio<br />

e conjuntamente com a Câmara Municipal do<br />

Barreiro, a Conferência Final do Projecto, nos<br />

dias 21 e 22 de outubro, no Auditório Municipal<br />

Augusto Cabrita (Barreiro), onde serão<br />

debatidos diferentes temas, nomeadamente<br />

os desafios e a perspetiva de futuro destas<br />

agências de energia.<br />

Neste momento a S.energia procura obter a<br />

sua sustentabilidade económica, continuando<br />

a dar apoio às necessidades dos municípios<br />

na vertente energética e ambiental, e tendo<br />

como perspetiva futura assumir-se como entidade<br />

de referência a nível regional na área<br />

da energia e do ambiente.<br />

FV – Qual o tema da Conferência Final desse<br />

projecto e o seu objectivo?<br />

SC – A Conferência Final terá como tema<br />

"Sustentabilidade Energética Local" e será uma<br />

excelente oportunidade para a demonstração<br />

do trabalho realizado pelas quatro Agências de<br />

Energia ao nível da sustentabilidade energética,<br />

através de casos práticos que mostrem<br />

o esforço que tem vindo a ser desenvolvido<br />

nesta área, dando relevância à estratégia<br />

“Pensar globalmente e agir localmente”. O<br />

programa da Conferência Final incluirá três<br />

painéis temáticos (I – Contributo das Agências<br />

de Energia na Estratégia Europeia para as<br />

Alterações Climáticas; II – Eficiência Energética<br />

e Energias Renováveis; III – Mobilidade<br />

Sustentável e Transportes). Durante os dois<br />

dias de conferência, estará também presente<br />

na Galeria Amarela do Auditório, uma pequena<br />

Mostra sobre “Boas Práticas na área<br />

da Energia”.


14ECO-PÁGI<strong>NA</strong><br />

VASOS RECICLADOS<br />

Aproveite as latinhas para fazer bonitos vasos.<br />

Precisa apenas de musgo e cordel.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

Encoste pedacinhos de musgo à lata, e segure-o com<br />

cordel enrolado em torno desta.<br />

Apare o musgo na base da lata, com a ajuda de uma<br />

tesoura.<br />

Apare também o topo. O vaso está pronto!<br />

Pode agora semear as suas flores no vaso.<br />

Ficará com uma bonita decoração natural.<br />

Para aprender<br />

Os planetas que constituem o nosso<br />

sistema solar dividem-se em três categorias,<br />

segundo sua composição:<br />

Os planetas telúricos (ou planetas sólidos)<br />

têm corpos largos, compostos de<br />

rocha: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.<br />

Os planetas gasosos (ou planetas<br />

jovianos) têm uma composição largamente<br />

composta por materiais gasosos.<br />

São eles Júpiter, Saturno, Urano,<br />

Neptuno.<br />

Os planetas urânicos (ou gigante de<br />

gelo) são uma subclasse dos planetas<br />

gasosos, distinguidos dos verdadeiros<br />

jovianos pela sua deflexão no hidrogénio<br />

e hélio, e uma composição significante<br />

de rochas e gelo. São eles Urano<br />

e Neptuno.<br />

Vamos jogar?<br />

Estas sombras, aparentemente<br />

iguais, têm pequenas<br />

diferenças entre si.<br />

No entanto, uma corresponde<br />

à árvore original.<br />

Consegue descobrir qual?<br />

2<br />

1<br />

3<br />

4 5<br />

1 2 3<br />

4 5<br />

Fotos: www.odiade.com<br />

Solução: Imagem 3


PARQUE <strong>NA</strong>TURAL DO TEJO INTER<strong>NA</strong>CIO<strong>NA</strong>L<br />

O Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) cobre uma superfície de 26.484<br />

ha e abrange território pertencente aos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-<br />

-Nova e Vila Velha de Ródão.<br />

Esta Área Protegida engloba a quase totalidade<br />

do troço internacional do vale do rio Tejo e<br />

as secções finais de três dos seus afluentes:<br />

o rio Erges, por onde passa a fronteira entre<br />

Portugal e Espanha, a ribeira do Aravil e o<br />

rio Ponsul. Os vales encaixados destes rios<br />

têm escarpas inacessíveis, beneficiando de<br />

um relativo isolamento e suportando formações<br />

vegetais densas e diversificadas como<br />

os zambujais, os azinhais, os retamais, os<br />

estevais e os rosmaninhais.<br />

O clima é mediterrânico, sendo que se aponta a<br />

bacia hidrográfica do rio Tejo como divisor entre<br />

o clima quente e seco característico da região<br />

sul de Portugal Continental e o clima temperado<br />

e húmido característico da região norte.<br />

Flora<br />

Destaca-se o montado de azinheira e sobreiro,<br />

que se apresenta ora com árvores<br />

isoladas e culturas arvenses sob coberto, ora<br />

com árvores de menor porte ou bosquetes,<br />

restringindo-se a cultura arvense às baixas<br />

e encostas menos pedregosas.<br />

A visitar:<br />

MUROS APIÁRIOS<br />

Estruturas construídas pelo<br />

homem, para proteger as colmeias<br />

dos predadores como o<br />

urso. São em pedra, definindo<br />

recintos fechados, geralmente<br />

circulares. Existem três<br />

no PNTI: Marmeleiro, Silha<br />

e Ribeira do Vale de Lobo, no concelho de<br />

Idanha-a-Nova.<br />

Também se salienta, pela sua importância<br />

ecológica, os salgueirais de Salix spp. que<br />

formam galerias ao longo das linhas de água,<br />

nos troços não sujeitos a forte estiagem,<br />

enquanto os tamujais de Flueggea tinctoria<br />

se localizam nos troços das linhas de água<br />

com forte estiagem. A estas comunidades<br />

acrescentam-se os amiais de Alnus glutinosa,<br />

contíguos às margens e os freixiais de Fraxinus<br />

angustifolia, em terraços aluvionares<br />

na orla do corredor ribeirinho.<br />

Podemos ainda encontrar a azinheira (Quercus<br />

rotundifolia), o sobreiro (Quercus suber)<br />

MOINHOS DE ÁGUA<br />

No PNTI<br />

conhecem-se<br />

moinhos para<br />

moer grão<br />

construídos<br />

junto a<br />

açudes, em<br />

linhas de água de fácil acesso.<br />

Destinos 15<br />

e o carrasco (Quercus coccifera); o lentisco<br />

(Phillyrea angustifolia) e o aderno-de-folhas-<br />

-largas (Phillyrea latifolia); o medronheiro<br />

(Arbutus unedo) e várias urzes (Erica spp.); a<br />

esteva (Cistus ladanifer) e o zambujeiro (Olea<br />

europaea var. sylvestris); o aderno (Rhamnus<br />

alaternus); a aroeira (Pistacia lentiscus) e a<br />

cornalheira (Pistacia terebinthus); o alecrim<br />

(Rosmarinus officinalis) e o rosmaninho (Lavandula<br />

stoechas subsp. sampaiana).<br />

Neste território foram identificadas até à data<br />

51 espécies endémicas. Merecem particular<br />

destaque Anthyllis lusitanica e Campanula<br />

transtagana, cuja área de distribuição se restringe<br />

ao centro e sul de Portugal Continental.<br />

Fauna<br />

O PNTI alberga mais de duzentas espécies de<br />

vertebrados, estando onze consideradas “em<br />

perigo”, treze “vulneráveis” e outras tantas<br />

“raras”. Entre os mamíferos, destacam-se<br />

a lontra (Lutra lutra), o gato-bravo (Felis silvestris)<br />

e o toirão (Mustela putoris). Na avifauna,<br />

ocorrem espécies com estatuto de<br />

“em perigo” como a cegonha-preta (Ciconia<br />

nigra), o abutre-preto (Aegypius monachus) e<br />

a águia-real (Aquila chrysaetos). Também se<br />

encontram peixes com o estatuto de “raro”<br />

como a boga-de-boca-arqueada (Chondrostoma<br />

lemmingi) e com o estatuto de “comercialmente<br />

ameaçado”, como a enguia<br />

(Anguilla anguilla).<br />

MONSANTO<br />

Fotos: QUERCUS A.N.C.N.<br />

Terra de rara beleza, onde o granito e<br />

a força humana desempenham o papel<br />

principal, "Monte Santo" é o carismático<br />

baluarte da fronteira do Erges, tão valoroso<br />

que se dizia que "Quem conquista<br />

Monsanto, conquista o mundo". Pela sua<br />

autenticidade, foi considerada pelo Secretariado<br />

Nacional de Informação, em 1938,<br />

a aldeia mais portuguesa de Portugal .<br />

PONTE ROMA<strong>NA</strong> DE SEGURA<br />

Liga as margens<br />

de Portugal<br />

e Espanha,<br />

sobre o rio<br />

Erges. Apesar<br />

do tabuleiro<br />

da ponte ter sido reconstruído, mantém a<br />

estrutura base de origem romana.<br />

Fotos: ICNB


16 Sugestões<br />

AGEN<strong>DA</strong><br />

21 E 22 DE OUTUBRO<br />

SUSTENTABILI<strong>DA</strong>DE ENERGÉTICA LOCAL<br />

Conferência Final<br />

Organização: S.energia e Câmara Municipal do Barreiro<br />

Local: Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro<br />

Informações: www.senergia.pt<br />

Conferência final do consórcio pelo qual foi criada a S.energia e outras três<br />

agências de energia em Itália, Malta e Roménia, onde serão abordadas estratégias<br />

de Sustentabilidade Energética Local.<br />

27 E 28 DE NOVEMBRO<br />

CURSO DE INICIAÇÃO AO<br />

BIRDWATCHING - ESTUÁRIO DO TEJO<br />

Local: Alcochete e Reserva Natural do Estuário do Tejo<br />

Informações: www.birds.pt<br />

Para Ler WWW...<br />

O MUNDO SEM NÓS<br />

Alan Weisman<br />

Estrela Polar<br />

Se nos retirássemos agora<br />

da Terra, definitivamente, o<br />

que se passaria? Quais os<br />

vestígios do Homem (humanos)<br />

que permaneceriam<br />

e quais os que desapareceriam?<br />

Numa altura em que vivemos<br />

tão preocupados e<br />

ansiosos com os efeitos do<br />

nosso impacto sobre o clima<br />

e o ambiente, este livro<br />

dá-nos uma oportunidade<br />

de ter uma ideia do que deixaríamos realmente como legado<br />

da nossa passagem por este planeta.<br />

9 A 11 DE NOVEMBRO<br />

EXPO ENERGIA 2010<br />

Local: C.C.B., Lisboa<br />

Informações:<br />

www.expoenergia2010.about.pt<br />

www.avespt.com<br />

Site obrigatório para ornitólogos<br />

e para todos aqueles<br />

que têm, criam e gostam de<br />

aves.<br />

www.quercus.pt<br />

A Quercus, Associação Nacional<br />

de Conservação da Natureza,<br />

tem tido um papel importante na<br />

defesa da natureza e do meio-<br />

-ambiente no nosso país.<br />

ATÉ 28 DE NOVEMBRO<br />

INSECTOS EM ORDEM<br />

Local: Antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres,<br />

Museus da Politécnica, Lisboa<br />

Informações: www.mnhn.ul.pt<br />

Para receber o seu Folha Viva, ligue grátis para a Linha Verde: 800 205 681<br />

Ou envie os seus dados (nome, morada e e-mail) para ceambiental@mail.telepac.pt

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