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avaliação microbiológica das úlceras de decúbito - Unifenas

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO (ESCARAS)<br />

* Professor Titular da UNINCOR, UNIFENAS e EFOA C.P. 23 CEP 37130-000 Alfenas-MG<br />

** Bolsista <strong>de</strong> Iniciação Científica da FAPEMIG<br />

*** Farmacêutica Bioquímica do Hospital Público Regional <strong>de</strong> Betim-MG<br />

**** Acadêmica do Curso <strong>de</strong> Fisioterapia da UNIFENAS<br />

***** Professor da UNIFENAS<br />

****** Acadêmica do Curso <strong>de</strong> Farmácia da UNIFENAS<br />

211<br />

JORGE KLEBER CHAVASCO (*)<br />

IONE BARBOSA FONSECA (**)<br />

DIVANI ZACARONI GOULART (***)<br />

LUCIANA DE FÁTIMA NERY (****)<br />

JOÃO WAGNER RODRIGUES HERNANDEZ (*****)<br />

JULIANA MOSCARDINI CHAVASCO (******)<br />

RESUMO<br />

Foram realiza<strong>das</strong> análises <strong>microbiológica</strong>s <strong>das</strong> <strong>úlceras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito (escaras) <strong>de</strong> 27 pacientes. As regiões afeta<strong>das</strong><br />

foram tornozelo, trocantérica, escapular, sacral, calcânea e dorsal. As bactérias mais prevalentes foram o S. aureus, P. aeruginosa<br />

e E. faecalis. O antibiograma revelou que to<strong>das</strong> as amostras <strong>de</strong> E. faecalis e S. aureus foram sensíveis à vancomicina. A presença<br />

<strong>de</strong> leveduras foi <strong>de</strong>tectada em quatro pacientes.<br />

DESCRITORES: úlcera <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, escaras, <strong>úlceras</strong> <strong>de</strong> pressão<br />

SUMMARY<br />

MICROBIOLOGICAL EVALUATION OF PRESSURE SORES (DECUBITUS ULCERS)<br />

Microbiological analyses of pressure sores were carried out in 27 patients. The affected regions were the ankle,<br />

trochanteric, scapular, sacral, calcaneal and dorsal. The more prevalent bacteria were S. aureus, P. aeruginosa and E. faecalis.<br />

The antibiogram revealed that all the samples of E. faecalis and S. aureus were sensitive to vancomycin. The presence of yeast<br />

was <strong>de</strong>tected in four patients.<br />

KEY WORDS: <strong>de</strong>cubitus ulcers, pressure sores.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

A Úlcera <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito ou escara como é mais<br />

comumente conhecida , é uma lesão provocada pela<br />

pressão exercida contra os tecidos po<strong>de</strong>ndo comprometer<br />

a epi<strong>de</strong>rme , a <strong>de</strong>rme, a hipo<strong>de</strong>rme o tecido<br />

muscular e as aponevroses. A causa direta é a compressão<br />

da área corporal sobre a superfície do<br />

colchão, ca<strong>de</strong>ira, ou aparelho gessado reduzindo o<br />

fluxo sanguíneo, provocando trombose capilar e<br />

prejudicando a nutrição da região sob pressão<br />

(Campe<strong>de</strong>lli et al.,1987).<br />

Não há duvida <strong>de</strong> que uma pele integra e<br />

saudável é uma barreira contra a escara , no entanto,<br />

por si só, não po<strong>de</strong> resistir a ação <strong>de</strong> vários fatores<br />

que, em última análise levam a isquemia e a <strong>de</strong>struição<br />

dos tecidos sob pressão (Campe<strong>de</strong>lli et al.,1987).<br />

A úlcera <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito é uma realida<strong>de</strong> hospitalar,<br />

pois sabe-se que para cada um milhão <strong>de</strong> pacientes<br />

internados, 75.000 <strong>de</strong>senvolvem essa enfermida<strong>de</strong><br />

e consi<strong>de</strong>rando que cada paciente chega a custar<br />

8 mil dólares para recuperar-se <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> lesão e<br />

que alguns evoluem para óbito <strong>de</strong>vido a complicação<br />

por infecção e <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> reparo, é fundamental<br />

que a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> conheça com clareza as<br />

condutas a serem toma<strong>das</strong> no diagnóstico, tratamento,<br />

prognóstico e principalmente a cargo da fisioterapia,<br />

a prevenção <strong>de</strong>ssa enfermida<strong>de</strong> (Campe<strong>de</strong>lli et<br />

al.,1987; Vânia, 1994). Como já referido a morbida<strong>de</strong><br />

aumenta diante do risco <strong>de</strong> infecção <strong>das</strong> lesões sendo<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância o conhecimento microbiológico<br />

<strong>das</strong> escaras (Martins et al., 1996).<br />

Vários fatores estão implicados na lesão<br />

cutânea entre eles <strong>de</strong>stacam-se a pressão, forças <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento, fricção e umida<strong>de</strong>. A pele normal po<strong>de</strong><br />

resistir a pressões entre 200 a 600 mmHg por até 11<br />

a 16 horas. Nas populações com risco aumentado,<br />

ulceras isquêmicas se <strong>de</strong>senvolvem quando uma área<br />

sofre pressão <strong>de</strong> 500 mmHg por 2 horas ou 150 mmHg<br />

por 10 horas. Entretanto po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>generação<br />

<strong>das</strong> fibras musculares em apenas 1 a 2 horas, quando<br />

submeti<strong>das</strong> a uma pressão <strong>de</strong> 60 a 70 mmHg. Nas<br />

R. Un. Alfenas, Alfenas,5:211-214, 1999


212<br />

proeminências ósseas a pressão chega a atingir 100 a<br />

150 mmHg (Martins et al., 1996).<br />

A pressão aumentada induz a isquemia<br />

tecidual, seguida <strong>de</strong> um eritema reacional. Um<br />

prolongamento da isquemia causa extravasamento <strong>de</strong><br />

plasma para o interstício e po<strong>de</strong> aparecer hemorragia<br />

no local. A pele po<strong>de</strong> ser mais resistente que o tecido<br />

subcutâneo e muscular, que permite o aparecimento<br />

<strong>de</strong> tumoração amolecida, que po<strong>de</strong> infectar-se em<br />

caso <strong>de</strong> bacteremia ( infecção endógena). As forças<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento que acontecem nos pacientes<br />

acamados com a cabeceira do leito elevada que<br />

<strong>de</strong>sliza em direção ao pé da cama, estrangulam os<br />

vasos subcutâneos e <strong>de</strong>scolam a pele, aumentando a<br />

tumoração.<br />

A fricção e umida<strong>de</strong> locais finalmente provocam<br />

a erosão da pele a<strong>de</strong>lgaçada, As ulceras que<br />

envolvem apenas na epi<strong>de</strong>rme ou a extensão da <strong>de</strong>rme<br />

levam 2 dias a semanas para cicatrizar, enquanto<br />

aquelas que envolvem o tecido subcutâneo com solapamento<br />

ou atingem músculo e osso, tendo como<br />

agravante a infecção, levam meses e as vezes nunca<br />

cicatrizam na ausência <strong>de</strong> tratamento cirúrgico<br />

(Martins et al., 1996).<br />

Convem Lembrar que escara é uma patologia<br />

onerosa, por exemplo, existem estimativas nos<br />

Estados Unidos <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> 10 bilhões <strong>de</strong> dólares para<br />

com os portadores <strong>de</strong>sta enfermida<strong>de</strong>.<br />

Diante da constante infecção <strong>das</strong> escaras, o<br />

que promove seu agravamento e muitas vezes o óbito<br />

do paciente, o conhecimento microbiológico <strong>de</strong>sta<br />

entida<strong>de</strong> se faz extremamente necessário na atuação<br />

da prevenção e tratamento <strong>das</strong> mesmas.<br />

R. Un. Alfenas, Alfenas,5:211-214, 1999<br />

J. K. CHAVASCO et al.<br />

2.MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram coleta<strong>das</strong> amostras <strong>das</strong> lesões<br />

(escaras) <strong>de</strong> pacientes do Hospital Público Regional<br />

<strong>de</strong> Betim (Betim-MG) e da Clínica <strong>de</strong> Fisioterapia da<br />

UNIFENAS (Alfenas-MG) perfazendo 27 amostras.<br />

As amostras foram coleta<strong>das</strong> com auxilio <strong>de</strong> swab e<br />

inocula<strong>das</strong> em meio <strong>de</strong> transporte (Amies). No<br />

laboratório foram inocula<strong>das</strong> em Caldo Tioglicolato e<br />

Agar Sabouraud para pesquisa <strong>de</strong> bactérias e fungos<br />

respectivamente. As amostras bacterianas isola<strong>das</strong> e<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>das</strong> foram submeti<strong>das</strong> ao antibiograma<br />

(Santos Filho,1996; Bier, 1991).<br />

3.RESULTADOS<br />

As bactérias isola<strong>das</strong> <strong>das</strong> lesões foram S.<br />

aureus (9 pacientes), P. aeruginosa (9 pacientes),<br />

E. faecalis (8 pacientes), E. coli (4 pacientes),<br />

Citrobacter sp (1 paciente) e Klebsiella sp (1 paciente).<br />

A presença <strong>de</strong> leveduras foi <strong>de</strong>tectada em 4<br />

pacientes. Quanto ao antibiograma encontramos o<br />

seguinte resultado: 13 amostras resistentes à<br />

neomicina, 24 resistentes à cefotaxima, 13 resistentes<br />

à gentamicina, 12 resistentes à polimixina, 5 resistentes<br />

à ofloxacin, 10 resistentes à cloranfenicol e 13<br />

resistentes à tetraciclina. Das bactérias Gram positiva<br />

isola<strong>das</strong> 16 foram resistentes à rifamicina e to<strong>das</strong><br />

as amostras <strong>de</strong> S. aureus e E. faecalis mostraramse<br />

sensíveis à vancomicina. A presença <strong>de</strong> leveduras<br />

foi <strong>de</strong>tectada em 4 amostras. Estes dados estão<br />

expressos na Tabela 1.<br />

Tabela 1. Análise <strong>microbiológica</strong> <strong>das</strong> <strong>úlceras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito (escaras). Avaliação da sensibilida<strong>de</strong> a<br />

antimicrobianos nas amostras isola<strong>das</strong>.<br />

Paciente Nº<br />

Localização<br />

da lesão<br />

Ocorrência<br />

<strong>de</strong> Fungos<br />

Ocorrência<br />

<strong>de</strong> Bactérias<br />

Antibióticos<br />

Neomicina<br />

Cefotaxima<br />

Gentamicina<br />

Polimixina<br />

Ofloxacin<br />

Cloranfenicol<br />

Tetraciclina<br />

Rifamicina<br />

Vancomicina<br />

01<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

E.c<br />

R<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R<br />

R<br />

R<br />

NT<br />

NT<br />

02<br />

Calcânea<br />

Ausente<br />

S. E.c<br />

S R<br />

R R<br />

S R<br />

S S<br />

S S<br />

S S<br />

S S<br />

R NT<br />

S NT<br />

03<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

P. a<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

04<br />

Escapular<br />

Ausente<br />

E. f<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

05<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

E. f<br />

Antibiograma<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

06<br />

Dorsal<br />

Ausente<br />

P. a<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

07<br />

Lombo-sacral<br />

Ausente<br />

E. f P. a<br />

R S<br />

R S<br />

S S<br />

S S<br />

S S<br />

S R<br />

R S<br />

R NT<br />

S NT<br />

08<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

E. f<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

09<br />

Calcâneo<br />

Ausente<br />

S = Sensível; R = Resistente; NT= Não testado; E. c. = E.coli; S. a. = S.aureus; P. a. = P. aeruginosa; E. f. = E. faecalis<br />

S. a<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S


Tabela 1 (Continuação): Análise <strong>microbiológica</strong> <strong>das</strong> <strong>úlceras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito (escaras). Avaliação da<br />

sensibilida<strong>de</strong> a antimicrobianos nas amostras isola<strong>das</strong>.<br />

Paciente Nº<br />

Localização<br />

da lesão<br />

Ocorrência<br />

<strong>de</strong> fungos<br />

Ocorrência<br />

<strong>de</strong> Bactérias<br />

Antibióticos<br />

Neomicina<br />

Cefotaxima<br />

Gentamicina<br />

Polimixina<br />

Ofloxacin<br />

Cloranfenicol<br />

Tetraciclina<br />

Rifamicina<br />

Vancomicina<br />

PacienteNº<br />

Localização da<br />

lesão<br />

Ocorrência <strong>de</strong><br />

fungos<br />

Ocorrência<br />

<strong>de</strong> Bactérias<br />

Antibióticos<br />

Neomicina<br />

Cefotaxima<br />

Gentamicina<br />

Polimixina<br />

Ofloxacin<br />

Cloranfenicol<br />

Tetraciclina<br />

Rifamicina<br />

Vancomicina<br />

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO (ESCARAS)<br />

10<br />

Sacral<br />

Leveduras<br />

P. a<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

NT<br />

NT<br />

19<br />

Tornozelo<br />

esquerdo<br />

Ausente<br />

S.a<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

11<br />

Trocantérica<br />

direita<br />

Ausente<br />

P.a<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

NT<br />

NT<br />

20<br />

Tornozelo<br />

direito<br />

Ausente<br />

S.a<br />

S<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

12<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

P.a S. a<br />

S S<br />

R R<br />

R R<br />

S S<br />

S R<br />

R S<br />

R S<br />

NT S<br />

NT S<br />

21<br />

Sacral<br />

Levedura<br />

E.f<br />

R<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

13<br />

Calcâneo<br />

Leveduras<br />

P.a<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

22<br />

Tornozelo<br />

direito<br />

Ausente<br />

S.a<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

14<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

P.a S.a<br />

Antibiograma<br />

23<br />

Calcâneo<br />

Ausente<br />

E.c<br />

S S<br />

R R<br />

R R<br />

S R<br />

R S<br />

R S<br />

S R<br />

NT R<br />

NT S<br />

Antibiograma<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

24<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

E.f<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

R<br />

S<br />

15<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

C sp<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

25<br />

Sacral<br />

Ausente<br />

E.f E.ci<br />

S S<br />

S R<br />

S S<br />

R R<br />

S S<br />

S S<br />

S R<br />

RN T<br />

SN T<br />

16<br />

Sacral<br />

Levedura<br />

K sp<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

NT<br />

NT<br />

26<br />

Escapular<br />

Ausente<br />

S.a<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

213<br />

17<br />

Trocantérica<br />

direita<br />

Ausente<br />

S. a<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

27<br />

Calcâneo<br />

Direito<br />

Ausente<br />

S = Sensível; R = Resistente; NT= Não testado; E. c. = E.coli; S. a. = S.aureus; P. a. = P. aeruginosa; E. f. = E. faecalis;<br />

C. sp = Citrobacter sp; K. sp = Klebsiella sp<br />

5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO<br />

A contaminação microbiana <strong>das</strong> escaras é <strong>de</strong><br />

suma importância visto que a mesma, alem <strong>de</strong> complicar<br />

o processo <strong>de</strong> cicatrização, po<strong>de</strong> levar à<br />

bacteremia causando a morte em pacientes <strong>de</strong>bilitados<br />

(Galpin et al.,1976). É também comum a presença<br />

<strong>de</strong> osteomielite (Sugarman et al., 1983). A úlcera<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito (escara) é uma patologia crônica o que<br />

faz com que o risco <strong>de</strong> infecção seja muito gran<strong>de</strong>.<br />

Segundo Shibuya et. al., (1994) as bactérias<br />

prevalentes nas <strong>úlceras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito são S. aureus, P.<br />

aerugionosa e E. faecalis , dados estes semelhantes<br />

ao encontrado neste trabalho. A multirresistência<br />

<strong>das</strong> bactérias aos antibióticos é um problema que tem<br />

se agravado muito nos últimos tempos. O insucesso<br />

no tratamento <strong>das</strong> infecções têm contribuído para o<br />

óbito do paciente. Neste trabalho realizamos o<br />

antibiograma <strong>das</strong> bactérias isola<strong>das</strong> e o resultado<br />

mostrou que muitas amostras são resistentes à antibióticos<br />

<strong>de</strong> uso tópicos como por exemplo a neomicina,<br />

gentamicina, polimixina, cloranfenicol também empregados<br />

neste tratamento. Apesar do número crescente<br />

<strong>de</strong> amostras S.aureus e E. faecalis resistentes à<br />

vancomicina (Strausbaugh et. al., 1996) , as amostras<br />

por nós encontra<strong>das</strong> mostraram-se sensíveis. Concluímos<br />

que <strong>de</strong>vido a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta patologia que<br />

envolve também as condições físicas do pacientes, é<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância a i<strong>de</strong>ntificação da microbiota<br />

presente bem como a realização do antibiograma para<br />

orientar seu tratamento. A ocorrência <strong>de</strong> leveduras<br />

em algumas amostras po<strong>de</strong> indicar o caráter oportunista<br />

<strong>das</strong> mesmas ( Lacaz, 1991).<br />

E.f<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

S<br />

S<br />

R<br />

R<br />

S<br />

R. Un. Alfenas, Alfenas,5:211-214, 1999


214<br />

7.REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BIER, OTTO, Microbiologia e Imunologia, São Paulo,<br />

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CAMPEDELLI,C.M.; GAIDZINSKI, R.R. Escara,<br />

problema na hospitalização. São Paulo, Ática<br />

S. A . 1987<br />

GALPIN J.E.;CHOW A . W.; BAYER A . S. ; GUZE<br />

L. B. ; Sepsis associated with <strong>de</strong>cubitus ulcers.<br />

Am.J.Méd. v. 61, n.3, p.346-50,1976.<br />

LACAZ, C. S. , Micologia Médica, São Paulo, Sarvier.<br />

1991.<br />

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VELASCO, E. ; DIAS, DE C.M.L. ; GONÇAL-<br />

VES, DA S. E. C. M. Rotina <strong>de</strong> cuidados em<br />

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p. 54-60, set,1996.<br />

SANTOS FILHO, L. Manual <strong>de</strong> Microbiologia Clínica.<br />

João Pessoa, Editora Universitária UFPB,<br />

1996.<br />

SHIBUYA H. ;TERASHI H. ; KURATA<br />

S.;TAKAYASU S. ; MURAKAMI I. ;<br />

NAWATA T. ; NOGUCHI T. ; Gas gangrene<br />

following sacral pressure sores. J. Dermatol v.2,<br />

n.7, p. 518-23, 1994.<br />

SUGARMAN B.; HAWES S.; MUSHER D.M.;<br />

KLIMA M.; YOUNG E.J.; PIRCHER F. Osteomyelitis<br />

beneath pressure sores. Arc Inter Med<br />

v. 143, n. 4 p.683, 1983.<br />

STRAUSBAUGH L. J.; CROSSLEY K. B.; NURSE<br />

B.A.; THRUPP L.D.; Antimicrobial resistence<br />

in long-term-care facilities. Infect. Control. Hosp.<br />

Epi<strong>de</strong>miol. v. 17, n. p.2 129-40, 1996.<br />

VÂNIA , DECLAIR. Aplicação do triglicerí<strong>de</strong>o <strong>de</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia média (TCM) na prevenção <strong>de</strong> <strong>úlceras</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito. Rev . Bras. <strong>de</strong> Enfermagem, v.47<br />

n.1, p. 27-30, jan-mar, 1994.<br />

R. Un. Alfenas, Alfenas,5:211-214, 1999<br />

J. K. CHAVASCO et al.

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