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ARTIGO DE REVISÃO Acondroplasia - Centro de Estudos e ...

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Arq Sanny Pesq Saú<strong>de</strong> 1(1):83-89, 2008<br />

<strong>ARTIGO</strong> <strong>DE</strong> <strong>REVISÃO</strong><br />

<strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre as características da doença.<br />

Rodrigo Lopes <strong>de</strong> Oliveira Lima, Márcia Cristina Pires da Silva, Mariana Pereira Cervan, Roberto Fernan<strong>de</strong>s<br />

da Costa<br />

<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Esudos e Pesquisas Sanny – CEPS<br />

Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Disfunção do Movimento Humano da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fisioterapia da UNISANTA<br />

Resumo<br />

Objetivo: Este estudo teve como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre os aspectos relacionados à<br />

acondroplasia.<br />

Métodos: Trabalho <strong>de</strong> revisão bibliográfica com consulta às publicações nos bancos <strong>de</strong> dados LILACS,<br />

SCIELO, MEDLINE e PubMed, utilizando <strong>de</strong>scritores na língua portuguesa (acondroplasia; qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida; ativida<strong>de</strong> física; <strong>de</strong>svios posturais; algias; função pulmonar), na língua inglesa (achondroplasia, life<br />

quality, postural disor<strong>de</strong>rs, pain, lung function) e por busca manual das referências citadas nos artigos<br />

encontrados.<br />

Conclusão: As dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelos acondroplásicos são inexoráveis, portanto, a condução das<br />

mesmas por meio <strong>de</strong> um acompanhamento por fisioterapeuta, como profissional da saú<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> contribuir<br />

preventivamente, esclarecendo ao acondroplásico e sua família, sobre possíveis informações a respeito da<br />

doença e/ou minimizando algias, <strong>de</strong>svios posturais, problemas articulares bem como neurológicos.<br />

Palavras chave: acondroplasia; qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida; ativida<strong>de</strong> física; <strong>de</strong>svios posturais; algias; função<br />

pulmonar<br />

Abstract<br />

Objectives: this work had as its main purpose to do a review to verify the state of art of the anorexia<br />

nervosa.<br />

Methods: Bibliographic revision consulting publications on LILACS, SCIELO, MEDLINE and PubMed<br />

databases with keywords such as achondroplasia, life quality, postural disor<strong>de</strong>rs, pain, lung function, having<br />

used more relevant studies.<br />

Conclusions: The difficulties fin<strong>de</strong>d by achondroplasics are inexorable, therefore, the conduct of them<br />

through monitoring by physiotherapist, as health professional, can contribute in advance, explaining to<br />

him and his family, on possible information about the disease and / or minimizing pains , postural disor<strong>de</strong>rs,<br />

joint and neurological problems.<br />

Key words: achondroplasia, life quality, physical activity, postural disor<strong>de</strong>rs, pain, lung function<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 83


Introdução<br />

A acondroplasia é uma das causas <strong>de</strong><br />

nanismo que altera o crescimento afetando,<br />

<strong>de</strong>ssa maneira, a ossificação endocondral. É<br />

caracterizada como um distúrbio autossômico<br />

dominante, porém cerca <strong>de</strong> 80 a 90% dos casos<br />

são representados por novas mutações. Dessa<br />

forma, na maioria dos casos os pais <strong>de</strong> filhos<br />

acondroplásicos não apresentam a mutação<br />

gênica.<br />

A mutação do gene foi localizada no<br />

receptor do fator <strong>de</strong> crescimento do fibroblasto<br />

tipo 3 (FGFR3). A maioria dos pacientes com<br />

sintomatologia clínica <strong>de</strong> acondroplasia típica<br />

apresentou a mesma mutação 1 . Ocorre<br />

substituição <strong>de</strong> uma arginina por uma glicina no<br />

domínio transmembrana do receptor, que está<br />

situado nos condrócitos na placa <strong>de</strong> crescimento<br />

dos ossos 2 . Assim, na placa <strong>de</strong> crescimento<br />

normal a ativação <strong>de</strong> FGFR3 inibe a proliferação<br />

da cartilagem e na acondroplasia a mutação faz<br />

com que o receptor esteja em um estado <strong>de</strong><br />

ativação constante, alterando, portanto, o<br />

crescimento dos ossos longos.<br />

A morfologia <strong>de</strong>ssa mutação <strong>de</strong>screve a<br />

ocorrência <strong>de</strong> um total <strong>de</strong>salinhamento das<br />

células da zona proliferativa, cuja função é<br />

promover o crescimento longitudinal dos ossos<br />

tubulares 3 . Além disso, este pesquisador<br />

encontrou um formato anômalo nas células da<br />

zona hipertrófica que também têm como função<br />

o crescimento em comprimento dos ossos,<br />

porém <strong>de</strong> maneira diferente.<br />

Vários autores <strong>de</strong>screvem os aspectos da<br />

acondroplasia, entre eles, Langer 4 relata baixa<br />

estatura, membros curtos com predomínio do<br />

segmento proximal e limitação da extensão dos<br />

cotovelos, <strong>de</strong>dos das mãos dispostos em tri<strong>de</strong>nte,<br />

ou seja, com separação entre o terceiro e o<br />

quarto <strong>de</strong>dos. Além disso, no segmento cefálico<br />

nota-se macrocefalia, macrocrania com bossa<br />

frontal, hipoplasia facial, <strong>de</strong>pressão da ponte<br />

nasal (nariz em sela), macrognalia e a cavida<strong>de</strong><br />

oral mostra mau posicionamento <strong>de</strong>ntário e<br />

<strong>de</strong>salinhamento entre as arcadas superior e<br />

inferior. No tronco, Warkany 5 relatou dimensões<br />

longitudinais normais embora em algumas<br />

ocasiões ocorra diminuição do diâmetro ânteroposterior<br />

po<strong>de</strong>ndo provocar dificulda<strong>de</strong>s<br />

respiratórias e circulatórias. Apresentam,<br />

também, cifose lombar no 1º ano <strong>de</strong> vida ou<br />

hiperlordose <strong>de</strong>pois do primeiro ano po<strong>de</strong>ndo<br />

ocasionar assim um abdome protuso. Algumas<br />

manifestações neurológicas po<strong>de</strong>m ser causadas<br />

por compressões <strong>de</strong> raízes nervosas <strong>de</strong>vido às<br />

<strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s mais graves na coluna.<br />

Já os aspectos radiológicos encontrados<br />

por Langer 4 foram: osso frontal proeminente com<br />

calvária aumentada e base do crânio pequena. Na<br />

coluna, diminuição progressiva no sentido<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte da distância interpedicular da região<br />

dorsal até a lombar, ao contrário do que<br />

acontece fisiologicamente. Na pelve, os ossos<br />

ilíacos apresentam-se arredondados, com<br />

espinha sacrociática pequena e rebaixada.<br />

Diante disso, Hall 6 sugere que mudanças<br />

nos hábitos posturais durante a primeira etapa<br />

<strong>de</strong> vida da criança acondroplásica po<strong>de</strong>riam<br />

modificar a evolução da mesma, portanto o<br />

conhecimento por parte do pediatra, a <strong>de</strong>tecção<br />

precoce da doença e uma atenção<br />

multidisciplinar <strong>de</strong>ssas alterações po<strong>de</strong>riam<br />

contribuir para a promoção da saú<strong>de</strong> geral e<br />

melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sses pacientes.<br />

Assim, é evi<strong>de</strong>nte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estudos que <strong>de</strong>screvam os aspectos relacionados<br />

com esta doença, sobretudo aqueles relativos à<br />

atuação <strong>de</strong> profissionais da área <strong>de</strong> fisioterapia,<br />

escassos na literatura científica.<br />

Métodos<br />

Arq Sanny Pesq Saú<strong>de</strong> 1(1): 83-89, 2008<br />

Para i<strong>de</strong>ntificação das características da<br />

acondroplasia, utilizou-se <strong>de</strong> revisão bibliográfica<br />

incluindo artigos científicos publicados entre os<br />

anos <strong>de</strong> 1970 e 2008 encontrados nas bases <strong>de</strong><br />

dados MEDLINE, PUBMED, SCIELO e LILACS. Para<br />

a pesquisa foram utilizados <strong>de</strong>scritores na língua<br />

portuguesa (acondroplasia; qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida;<br />

ativida<strong>de</strong> física; <strong>de</strong>svios posturais; algias; função<br />

pulmonar), na inglesa (achondroplasia, life<br />

quality, postural disor<strong>de</strong>rs, pain, lung function) e<br />

por busca manual das referências citadas nos<br />

artigos encontrados.<br />

Foram excluídos estudos que não tinham<br />

relação com a acondroplasia, bem como aqueles<br />

que se relacionavam com outras formas <strong>de</strong><br />

nanismo.<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 84


Após a seleção dos artigos que<br />

preenchiam os critérios <strong>de</strong> inclusão, foram<br />

extraídas todas as informações referentes às<br />

características da doença para a redação <strong>de</strong>ste<br />

trabalho.<br />

Revisão da Literatura<br />

Primeiros achados<br />

A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um esqueleto<br />

acondroplásico na Inglaterra com ida<strong>de</strong><br />

aproximada <strong>de</strong> 7000 a 3000 anos antes do<br />

período neolítico mostra que a acondroplasia é<br />

uma doença tão antiga quanto à própria história<br />

do homem 7 .<br />

Os acometidos pela acondroplasia eram<br />

admirados e até venerados como divinda<strong>de</strong>s no<br />

Egito Antigo, diferentemente do que ocorria no<br />

Império Romano, no qual os acondroplásicos<br />

eram treinados para lutar como gladiadores ou<br />

para divertirem as cortes 5 .<br />

Em 1878 o termo acondroplasia foi<br />

induzido por Parrot, que até então acreditava que<br />

os afetados por esta doença não possuíam<br />

cartilagem <strong>de</strong> crescimento. Posteriormente, em<br />

1892 Kaufmann <strong>de</strong>nominou o termo<br />

acondroplasia fetal a partir <strong>de</strong> achados<br />

anatomopatológicos <strong>de</strong> um feto, porém, por<br />

englobar outros tipos <strong>de</strong> displasias cartilaginosas<br />

congênitas, hoje, existe um consenso no emprego<br />

do termo acondroplasia para <strong>de</strong>signar a doença 5 .<br />

Características etiológicas e epi<strong>de</strong>miológicas<br />

A acondroplasia é a mais frequente<br />

displasia esquelética <strong>de</strong> membros curtos, que é<br />

resultado <strong>de</strong> uma mutação gênica do receptor do<br />

fator <strong>de</strong> crescimento do fibroblasto tipo três<br />

(FGFR3), que está localizado no braço curto do<br />

cromossomo quatro. Isto causa uma mudança<br />

individual no aminoácido na transmembrana<br />

<strong>de</strong>sse receptor 5, 8-9 .<br />

Apesar dos progressos do Projeto do<br />

Genoma Humano no início da década <strong>de</strong> 1990<br />

terem propiciado maiores conhecimentos a<br />

respeito da caracterização genética na<br />

acondroplasia, foi somente em 1994 que foi<br />

localizada a posição exata da mutação gênica no<br />

braço curto do cromossomo quatro 8 .<br />

Esta mutação gênica é produzida por um<br />

gene autossômico dominante <strong>de</strong> penetrância<br />

completa, na qual todos os portadores do gene<br />

Arq Sanny Pesq Saú<strong>de</strong> 1(1): 83-89, 2008<br />

apresentam a doença 10 . Parece paradoxal que o<br />

distúrbio raro seja dominante, porém, no caso da<br />

acondroplasia, as pessoas com estatura normal<br />

possuem um genótipo recessivo e as acometidas<br />

um genótipo autossômico.<br />

Geralmente, o genótipo dos acometidos<br />

pela doença é heterozigótico, pois, acredita-se<br />

que o efeito produzido por um genótipo<br />

homozigótico seria bastante grave e até letal 11 .<br />

Em concordância, Otto et al. 10 afirmam que são<br />

conhecidos alguns poucos casos homozigóticos<br />

gravemente afetados que são resultantes da<br />

união <strong>de</strong> heterozigotos e que foram a óbito<br />

precocemente.<br />

O processo básico é uma inabilida<strong>de</strong> da<br />

placa epifisária no sentido <strong>de</strong> produzir cartilagem<br />

colunar, o que resulta um crescimento<br />

insuficiente dos ossos <strong>de</strong> formação endocondral,<br />

tornando a linha <strong>de</strong> ossificação irregular. Em<br />

alguns casos, há uma linha transversal <strong>de</strong> tecido<br />

conjuntivo, interpondo-se entre a epífise e a<br />

diáfise, o que compromete mais ainda o<br />

crescimento longitudinal do osso. O crescimento<br />

transversal está conservado, <strong>de</strong> modo que o<br />

aspecto final dos ossos longos é curto e largo 12 .<br />

A incidência foi estimada, nos Estados<br />

Unidos, em 15 casos/um milhão <strong>de</strong> nascidos<br />

vivos; contudo, alguns autores admitem que<br />

outras condições semelhantes à acondroplasia<br />

possam ter influenciado no cálculo referido.<br />

Estima-se que a incidência <strong>de</strong>va estar entre um<br />

caso/8.000 a 10.000 nascidos vivos.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a acondroplasia é uma<br />

condição autossômica dominante, o gene<br />

anormal po<strong>de</strong> ser transmitido pelo pai ou pela<br />

mãe a filhos e filhas já que a doença não tem<br />

predileção pelo gênero. Se um casal normal tem<br />

uma criança afetada, a chance <strong>de</strong> nascer outra<br />

criança afetada é a mesma <strong>de</strong> qualquer outro<br />

casal normal. Entretanto, se um casal normal tem<br />

dois filhos afetados, isso sugere fortemente que o<br />

diagnóstico não é acondroplasia, mas sim alguma<br />

outra condição autossômica recessiva. Se ambos<br />

os pais são acondroplásicos, 25% dos filhos serão<br />

afetados homozigotos, 50% serão afetados<br />

heterozigotos e 25% serão normais, sem nenhum<br />

risco aumentado <strong>de</strong> eles mesmos terem filhos<br />

afetados. Ainda, se um acondroplásico e uma<br />

pessoa normal têm filhos espera-se que 50% <strong>de</strong><br />

seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes sejam afetados. Por fim, a<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 85


mutação genética da acondroplasia opõe-se à<br />

seleção natural, po<strong>de</strong>ndo ser responsável por<br />

85% <strong>de</strong> novos casos 13 .<br />

Aspectos Psicossociais<br />

A partir dos anos <strong>de</strong> 1970, a atenção<br />

sobre esta patologia centrou-se em estudar as<br />

complicações que aparecem ao longo do tempo.<br />

A acondroplasia é bastante uniforme quanto à<br />

expressão clínica, mas po<strong>de</strong> haver variações em<br />

relação à severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> 14 .<br />

Quando transmitida por herança, as mesmas<br />

características clínicas do progenitor ten<strong>de</strong>m a se<br />

fazer presentes no filho 12 .<br />

Embora seja geralmente consi<strong>de</strong>rada uma<br />

doença associada à longevida<strong>de</strong> normal, e,<br />

portanto, compatível com uma vida íntegra e<br />

produtiva, muitos autores têm documentado que<br />

as várias complicações clínicas e sociais po<strong>de</strong>m<br />

comprometer esse panorama 15 . Diante disso,<br />

eventualmente, muitos acondroplásicos po<strong>de</strong>rão<br />

apresentar distúrbios psicológicos <strong>de</strong>correntes do<br />

seu complexo <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> e insatisfação com<br />

a aparência física 12 .<br />

Em um estudo realizado por Apajasalo et<br />

al. 16 , foi relatado que adultos acondroplásicos,<br />

em uma faixa etária dos 16-54 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

apresentam mais problemas relacionados a<br />

<strong>de</strong>semprego, casamento e ativida<strong>de</strong> sexual do<br />

que aqueles pertencentes ao grupo controle.<br />

Dichetchekenian et al. 12 confirmam o dado<br />

referente aos problemas no casamento ao relatar<br />

que adultos com acondroplasia têm menor<br />

fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a fatores sociais, ou seja, em<br />

virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> conjugal. Tal fato<br />

sugere que 85% a 88% das crianças<br />

acondroplásicas não se reproduzirão, sugerindo,<br />

portanto, um <strong>de</strong>clínio da prevalência da doença.<br />

Entretanto, o autor <strong>de</strong>screve que assim<br />

como o <strong>de</strong>senvolvimento genital, a ativida<strong>de</strong><br />

sexual é inteiramente normal. Em contrapartida,<br />

tais pacientes apresentaram um excelente estado<br />

mental e, melhor, se comparado ao grupo<br />

controle, pois pessoas que já nascem com um<br />

distúrbio evi<strong>de</strong>nte são menos críticas em relação<br />

às suas limitações em comparação com aqueles<br />

que adquirem uma doença durante a<br />

adolescência ou na fase adulta 17 . Além disso, essa<br />

melhor aceitação também se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que<br />

muitos <strong>de</strong>sses pacientes estão envolvidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Arq Sanny Pesq Saú<strong>de</strong> 1(1): 83-89, 2008<br />

cedo, em dinâmicas <strong>de</strong> grupo que possivelmente<br />

contribuem com a auto-estima e com a<br />

adaptação <strong>de</strong> suas habilida<strong>de</strong>s.<br />

Assim, parece que há <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo uma<br />

auto-aceitação positiva, por parte da criança, que<br />

ten<strong>de</strong> a progredir caso ocorra uma não-satisfação<br />

com sua aparência física; entretanto, em muitos<br />

casos a negação ainda está envolvida 18 .<br />

Estudo caso-controle realizado em São<br />

Paulo mostrou que as mulheres acondroplásicas<br />

possuem maiores problemas com auto-estima,<br />

imagem corporal, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitação, ou<br />

reportam tais problemas com maior facilida<strong>de</strong><br />

que os homens 19 .<br />

A auto-estima, entre outros fatores, é uma<br />

das principais fontes para aceitação das<br />

incapacida<strong>de</strong>s. A boa aceitação é indicativa <strong>de</strong><br />

auto-estima maior, o que provavelmente refletirá<br />

nas habilida<strong>de</strong>s individuais, facilitando a<br />

integração na socieda<strong>de</strong> 20 .<br />

Já adolescentes em uma faixa etária dos<br />

12-15 anos, apresentaram mais problemas<br />

associados à formação escolar, hobbies e<br />

amiza<strong>de</strong>s do que o grupo controle e se disseram<br />

insatisfeitos com a aparência física 21 . Segundo<br />

este mesmo autor, no início da puberda<strong>de</strong> há<br />

uma tendência <strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s sociais reduzirem<br />

e os amigos se afastarem; porém, esses<br />

adolescentes acondroplásicos apresentaram<br />

melhor resultado nos parâmetros <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão,<br />

eestressee e vitalida<strong>de</strong> em relação aos<br />

adolescentes do grupo controle.<br />

Hoje em dia quem não se enquadra em<br />

um padrão convencional <strong>de</strong> beleza, peso ou<br />

estatura, faz parte <strong>de</strong> um grupo estigmatizado da<br />

socieda<strong>de</strong>; e os anões por alcançarem uma<br />

estatura entre 70 e 140 cm no máximo, na fase<br />

adulta, fazem parte <strong>de</strong>sse grupo. Este fator<br />

associado à falta <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> em serviços,<br />

ambientes e transportes públicos, contribui para<br />

a exclusão social e a manutenção do<br />

preconceito 22 .<br />

Dentre as principais <strong>de</strong>svantagens citadas<br />

pelos acondroplásicos não estão suas respectivas<br />

limitações físicas, mas sim a percepção da<br />

socieda<strong>de</strong> frente às suas condições. Muitos<br />

relataram as provocações, grosserias,<br />

discriminações, entre outras formas <strong>de</strong><br />

preconceito, como sendo as piores dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas para o envolvimento com a<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 86


socieda<strong>de</strong>, prejudicando o convívio social e<br />

consequentemente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida 23 .<br />

Não há prejuízo do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

mental, mesmo nos casos que apresentam a<br />

referida hidrocefalia, que po<strong>de</strong> estar presente na<br />

infância. Esta se caracteriza por não ser<br />

obstrutiva por reabsorção do líquido<br />

cefalorraquidiano 24 ou em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> possíveis<br />

alterações na base do crânio 14 .<br />

A inteligência não é negativamente<br />

afetada, e muitos acondroplásicos são na verda<strong>de</strong><br />

dotados <strong>de</strong> inteligência acima da média 25-26 .<br />

<strong>Estudos</strong> envolvendo o aspecto religioso<br />

têm mostrado importante significado na<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> sujeitos acondroplásicos. A<br />

prática religiosa ten<strong>de</strong> a tornar os indivíduos mais<br />

saudáveis e, consequentemente, ten<strong>de</strong> a<br />

esten<strong>de</strong>r a expectativa <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> forma positiva,<br />

em indivíduos com doenças físicas crônicas 27-28 .<br />

Uma possível explicação é que o envolvimento<br />

religioso promove maior envolvimento com a<br />

comunida<strong>de</strong>, o que facilita a aceitação perante as<br />

diferenças 23 .<br />

Aspectos Ortopédicos<br />

O fenótipo dos acondroplásicos se<br />

caracteriza por baixa estatura, membros curtos<br />

com predomínio do segmento proximal e do<br />

comprometimento dos ossos longos, por meio do<br />

qual o nanismo resultante é dito rizomélico 26, 29-32 .<br />

A doença po<strong>de</strong>, eventualmente, passar<br />

<strong>de</strong>spercebida no período neonatal uma vez que o<br />

recém nascido já apresenta os membros curtos, o<br />

que mascara a <strong>de</strong>sproporção tronco/membros.<br />

Por outro lado, o tronco compensa a diminuição<br />

do tamanho das pernas, e o comprimento total<br />

do recém nascido po<strong>de</strong> apresentar um valor que<br />

não chama a atenção dos pediatras e familiares 12 .<br />

A acondroplasia se caracteriza por<br />

macrocefalia <strong>de</strong>vido, em parte, à megaencefalia e<br />

também <strong>de</strong>vido à hidrocefalia; hipoplasia facial e<br />

comumente a fronte é proeminente 24 . Em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sproporção entre o crescimento dos<br />

ossos da calota craniana (normal) e dos ossos da<br />

base (mo<strong>de</strong>radamente insuficiente), o paciente<br />

apresenta uma fisionomia característica com o<br />

nariz chato e <strong>de</strong>pressão da ponte nasal.<br />

A mandíbula é ressaltada e gran<strong>de</strong> em<br />

relação aos ossos da face. Os <strong>de</strong>ntes são mal<br />

alinhados gerando uma má oclusão <strong>de</strong>vido a uma<br />

Arq Sanny Pesq Saú<strong>de</strong> 1(1): 83-89, 2008<br />

quantida<strong>de</strong> excessiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>ndo gerar<br />

com isso uma estrutura <strong>de</strong>ntária problemática 33 .<br />

As mãos são pequenas, largas e os <strong>de</strong>dos<br />

curtos com separação entre a terceira e quarta<br />

falanges (mão em tri<strong>de</strong>nte) 24 .<br />

A postura do paciente se caracteriza por<br />

uma acentuação da cifose torácica e da lordose<br />

lombar, com abdômen protuso, no qual o<br />

surgimento <strong>de</strong> hérnia umbilical não é raro. Alguns<br />

autores ainda citam o surgimento <strong>de</strong> uma cifose<br />

tóraco-lombar e ainda uma exacerbação das<br />

massas musculares glúteas 14, 34 .<br />

São relatados, também, certa limitação<br />

na movimentação dos cotovelos 35 e subluxação<br />

congênita da cabeça do radio 29 , talvez pelo fato<br />

<strong>de</strong> haver um alargamento da cabeça do radio que<br />

dificulta sua articulação com o úmero 4 .<br />

A frouxidão ligamentar também está<br />

presente e por isso muitas crianças<br />

acondroplásicas po<strong>de</strong>m flexionar a articulação<br />

dos <strong>de</strong>dos, punhos, cotovelos, cintura e joelhos a<br />

um ângulo extremo 13 .<br />

Po<strong>de</strong> ocorrer a nítida curvatura da tíbia<br />

em virtu<strong>de</strong> dos joelhos e pés varos 14 . Porém há<br />

alguns casos clínicos caracterizados por<br />

valgismo 36 .<br />

Warkany 5 relatou dimensões<br />

longitudinais normais embora em algumas<br />

ocasiões ocorra diminuição do diâmetro ânteroposterior<br />

po<strong>de</strong>ndo provocar dificulda<strong>de</strong>s<br />

respiratórias e circulatórias.<br />

A diminuição da caixa torácica; estenose<br />

do forame magno; hipertrofia das a<strong>de</strong>noi<strong>de</strong>s (a<br />

qual resulta em obstrução das vias aéreas<br />

superiores) entre outros fatores, contribuem para<br />

a ocorrência <strong>de</strong> inúmeras complicações<br />

respiratórias tais como apnéia do sono,<br />

insuficiência respiratória, asma brônquica,<br />

pneumonias recorrentes 37 . As otites também são<br />

reportadas como complicações significantes da<br />

acondroplasia 38 . Estudo realizado por Mahomed<br />

et al. 39 , foi relatada uma gran<strong>de</strong> associação entre<br />

tais disfunções com o aspecto mental dos<br />

acondroplásicos<br />

Diagnóstico<br />

O diagnóstico <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

estudo radiológico do esqueleto 12 . Até o<br />

momento, não há nenhuma alteração bioquímica<br />

<strong>de</strong>scrita capaz <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectada por exames<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 87


laboratoriais comumente utilizados. Nos casos<br />

típicos o exame clínico é suficiente para<br />

estabelecer o diagnóstico correto.<br />

Prognóstico<br />

Em relação ao prognóstico, convém<br />

salientar que alguns pacientes morrem “in utero”<br />

ou no primeiro ano <strong>de</strong> vida, possivelmente, em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> algum fator muito <strong>de</strong>bilitante,<br />

ainda não esclarecido. Na maior parte dos casos<br />

evolui normalmente, <strong>de</strong>ntro dos padrões mais<br />

restritos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, exceto é claro, no que disser<br />

respeito ao crescimento estatural, o qual no sexo<br />

masculino a altura final é <strong>de</strong> 131 centímetros com<br />

margem <strong>de</strong> erro <strong>de</strong> 5,6 centímetros para mais ou<br />

para menos; e, no sexo feminino é <strong>de</strong> 124<br />

centímetros com margem <strong>de</strong> erro <strong>de</strong> 5,9<br />

centímetros para mais ou para menos.<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

São necessárias ações interdisciplinares<br />

que valorizem a in<strong>de</strong>pendência e autonomia<br />

<strong>de</strong>ssas populações, buscando a redução das<br />

perdas funcionais, possibilitando o acesso a<br />

informações, objetivando a promoção da saú<strong>de</strong> 40 .<br />

Sendo assim, o apoio psicológico à família e ao<br />

acondroplásico é primordial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período<br />

intra-uterino visando a uma melhor adaptação às<br />

suas futuras limitações.<br />

As dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelos<br />

acondroplásicos são inexoráveis, portanto, a<br />

condução das mesmas por meio <strong>de</strong> um<br />

acompanhamento por fisioterapeuta, como<br />

profissional da saú<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> contribuir<br />

preventivamente, esclarecendo ao<br />

acondroplásico e sua família, sobre possíveis<br />

informações a respeito da doença e/ou<br />

minimizando algias, <strong>de</strong>svios posturais, problemas<br />

articulares bem como neurológicos.<br />

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__________________________________<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />

Rodrigo Lopes <strong>de</strong> Oliveira Lima<br />

Rua Gov Pedro <strong>de</strong> Toledo, 56 apto 113<br />

Santos – SP, Cep 11045-550.<br />

E-mail: fisio.rodrigolopes@yahoo.com.br<br />

Lopes et al., <strong>Acondroplasia</strong>: revisão sobre a doença. 89

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