18/06/2012 Quem paga a conta da economia verde? por Fabíola ...
18/06/2012 Quem paga a conta da economia verde? por Fabíola ...
18/06/2012 Quem paga a conta da economia verde? por Fabíola ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>18</strong>/<strong>06</strong>/<strong>2012</strong><br />
<strong>Quem</strong> <strong>paga</strong> a <strong>conta</strong> <strong>da</strong> <strong>economia</strong> <strong>verde</strong>?<br />
<strong>por</strong> <strong>Fabíola</strong> Ortiz, <strong>da</strong> IPS<br />
Especialistas debatem <strong>economia</strong> <strong>verde</strong><br />
Fonte: http://envol<strong>verde</strong>.com.br/<strong>por</strong>tal/wp-content/uploads/<strong>2012</strong>/<strong>06</strong>/Fab%C3%ADolaOrtiz1.jpg?9d7bd4<br />
Rio de Janeiro, 17/<strong>06</strong>/<strong>2012</strong> (TerraViva) – <strong>Quem</strong> <strong>paga</strong>rá a <strong>conta</strong> <strong>da</strong> transição para uma <strong>economia</strong> <strong>verde</strong> em<br />
um momento em que o contexto de crise do cenário econômico mundial não favorece a toma<strong>da</strong> de nenhum<br />
compromisso financeiro e de a<strong>por</strong>te de recursos?<br />
Os meios de financiar a passagem para um modelo econômico de baixo carbono tem sido tema de<br />
discussão dos inúmeros eventos paralelos à conferência Rio+20, como o Fair Ideas que decorre neste fim<br />
de semana na Pontifícia Universi<strong>da</strong>de Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).<br />
Promovido pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (IIED), o evento reuniu<br />
especialistas para debater temas ligados à sustentabili<strong>da</strong>de no desenvolvimento dos países, nos negócios e<br />
nos centros urbanos.<br />
“Nós ain<strong>da</strong> não vemos ação na escala necessária, a veloci<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>nça é muito abaixo do necessário.<br />
O que cabe à ONU é criar uma visão comum e estimular um compromisso político entorno de novos<br />
paradigmas que não são pequenos”, disse à IPS Virgilio Viana, fun<strong>da</strong>dor e superintendente-geral <strong>da</strong><br />
Fun<strong>da</strong>ção Amazonas Sustentável (FAS).<br />
Enquanto impera a divergência na elaboração do documento final <strong>da</strong> Rio+20 que, em nome de enxugar a<br />
declaração final, negociadores retiraram pontos polêmicos como a proposta feita pelo G-77 de criação de<br />
um Fundo de U$S 30 bilhões para financiar as ações de transição dos países mais pobres para a chama<strong>da</strong><br />
<strong>economia</strong> <strong>verde</strong>, ambientalistas e críticos ao processo de negociação defendem outras ferramentas.<br />
“Precisamos pensar em outros mecanismos inovadores de financiamento”, argumenta Viana. A ideia do<br />
Fundo, ain<strong>da</strong> que im<strong>por</strong>tante, não se mostra viável no momento atual em que países deveriam se<br />
comprometer financeiramente.<br />
O idealizador do FAS pondera que, mesmo que o Fundo fosse criado, sua burocracia emperraria a<br />
destinação de recursos e o tornaria ineficiente. Viana defende o estabelecimento de uma taxa para as<br />
transações financeiras a nível global como forma de arreca<strong>da</strong>r recursos.<br />
Questiona<strong>da</strong> <strong>por</strong> IPS, a ministra do meio ambiente <strong>da</strong> Dinamarca – país que assumiu em <strong>2012</strong> a<br />
presidência rotativa <strong>da</strong>União Europeia –, I<strong>da</strong> Auken, recém chega<strong>da</strong> ao Rio de Janeiro para a Conferência,<br />
afirma estar otimista e que é possível ir além do que está sendo discutido pelos negociadores.<br />
“A Conferência ain<strong>da</strong> não acabou, estamos engajados nessa discussão (<strong>da</strong> <strong>economia</strong> <strong>verde</strong>) em que nós,<br />
como políticos, podemos avançar para além dos negociadores. É nossa obrigação fazer isso. Sabemos que<br />
não é preciso tantos recursos para realizar ações efetivas. Podemos atrair investimentos privados e ter mais<br />
capaci<strong>da</strong>de para investir no mundo em desenvolvimento. A <strong>economia</strong> <strong>verde</strong> não é apenas um caminho a<br />
seguir, é o único caminho a seguir”, afirmou I<strong>da</strong> Auken.
Na declaração final <strong>da</strong> Rio+20, além de o fundo bilionário ter sido descartado, também foi adia<strong>da</strong> a definição<br />
dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (SDGs, em inglês, Sustainable Development Goals). O<br />
detalhamento de metas ficará para um processo de negociação pós-Rio+20.<br />
A ministra dinamarquesa enfatizou o “dever de traçar metas e alvos ambiciosos”, mas reconhece que<br />
apenas será alcançado um consenso dos temas que deverão estabelecer os SDGs.<br />
“Devemos falar dos principais pontos <strong>da</strong> nossa <strong>economia</strong>, como retirar as pessoas <strong>da</strong> pobreza, garantir<br />
água, preservar oceanos, florestas, segurança alimentar e energia que devem ser gerenciados de forma<br />
sustentável e devem ter seu acesso garantido para a população. São essas as áreas principais, além de<br />
ci<strong>da</strong>des sustentáveis já que mais e mais pessoas vivem nos centros urbanos. A forma como as ci<strong>da</strong>des se<br />
desenvolvem é extremamente im<strong>por</strong>tante”, concluiu.<br />
Virgilio Viana <strong>da</strong> FAS vai além e discute a necessi<strong>da</strong>de de estabelecimento de indicadores para medir o<br />
cumprimento dessas metas.<br />
“É uma discussão técnica e científica, este não é papel dos chefes de Estado e de Governo que é o de<br />
elencar os temas”, destacou.<br />
2% do PIB mundial para <strong>economia</strong> <strong>verde</strong><br />
O PNUMA estima que, para começarmos a transição rumo a uma <strong>economia</strong> <strong>verde</strong>, são necessários U$S<br />
1.3 bilhões.<br />
Segundo o relatório <strong>da</strong> Coalizão pela Economia Verde (Green Economy Coalition no documento “The Green<br />
Economy Pocketbook”), se 2% do PIB mundial for investido em <strong>economia</strong> <strong>verde</strong>, serão criados cerca de 9,6<br />
milhões de novos empregos <strong>por</strong> ano.<br />
A pega<strong>da</strong> ecológica <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de já ultrapassa a 52% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de renovação e regeneração dos<br />
recursos naturais do planeta.<br />
Florestas que são geri<strong>da</strong>s <strong>por</strong> populações locais e tradicionais ocupam cerca de um quarto <strong>da</strong>s florestas do<br />
planeta e provêem entre U$S 75 e 100 bilhões <strong>por</strong> ano em bens e serviços florestais.<br />
Só em 2007, o <strong>paga</strong>mento <strong>por</strong> serviços ambientais totalizaram U$S 77 bilhões em todo o mundo e deve<br />
alcançar o patamar de U$S 300 bilhões em 2020.<br />
De acordo com o PNUMA, os ecossistemas fornecem serviços essenciais à humani<strong>da</strong>de na ordem de U$S<br />
72 trilhões <strong>por</strong> ano, comparável até mesmo à ren<strong>da</strong> mundial bruta dos países.<br />
Mesmo assim, aproxima<strong>da</strong>mente dois terços dos ecossistemas globais são considerados degra<strong>da</strong>dos. Bens<br />
naturais protegidos fornecem à <strong>economia</strong> um retorno de até 100 vezes mais do que se gasta para mantêlos.<br />
O grupo de trabalho sobre Economia <strong>da</strong> A<strong>da</strong>ptação Climática constatou que as ameaças climáticas podem<br />
custar às nações 19% do seu PIB até 2030, sendo que os países em desenvolvimento são os mais<br />
vulneráveis.<br />
De acordo com avaliação <strong>da</strong> empresa Munich Re, uma <strong>da</strong>s maiores companhias de resseguro do mundo, o<br />
ano de 2011 foi o mais custoso e bateu o record de catástrofes naturais, <strong>conta</strong>bilizando U$S 776 bilhões.<br />
Fonte: IPS/TerraViva/Envol<strong>verde</strong>(http://envol<strong>verde</strong>.com.br/noticias/quem-<strong>paga</strong>-<strong>conta</strong>-<strong>da</strong>-<strong>economia</strong>-<strong>verde</strong>/)