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10 cidade cidade@jornaldametropole.com.br Elevador Lacerda Duas cabines do Elevador Lacerda ficarão paralisadas até o dia 1º/11 para a realização de obras no equipamento. Segundo a Transalvador, as outras duas cabines e micro-ônibus atenderão a demanda. Mais paralisações Os professores da rede estadual de ensino paralisarão as atividades nos dias 28/9 e 3/10 para pressionar a reabertura das negociações com o governo. A categoria passou por uma greve de 115 dias este ano. Cada vez mais perigoso Periperi ameaça Tancredo Neves e se consolida como uma das áreas mais violentas da cidade Fotos Darío Guimarães Texto Clarissa Pacheco clarissa.pacheco@jornaldametropole.com.br NOS ÚLTIMOS três anos, a Área Integrada de Segurança Pública (AISP) de Tancredo Neves, que compreende 20 bairros de Salvador, registra o maior número de homicídios dolosos da capital. Mas outra região desponta também como uma das áreas mais violentas da capital. A AISP de Periperi, formada por 16 bairros e com população superior a 500 mil habitantes, ocupou o topo dos registros de homicídios nos primeiros semestres de 2010, 2011 e 2012. Nos últimos 18 meses, a região de Periperi registrou 394 homicídios, número correspondente ao total de assassinatos, no mesmo período, das AISPs de Tancredo Neves e Rio Vermelho juntas. A mais recente ação para combater a violência na região é a ocupação do bairro do Rio Sena para a implantação de uma base comunitária de segurança que deve ser inaugu- rada no próximo dia 27/9. Mas o Subúrbio Ferroviário de Salvador já conta com outra base, implantada em Fazenda Coutos em janeiro deste ano. Embora Periperi tenha registrado a maior redução no índice de homicídios nos anos de 2010 e 2011, os números de violência no Subúrbio continuam altos. Entre 1º de janeiro e 15 de setembro, na AISP de Periperi, onde está inserida a Base Comunitária, foram contabilizados 170 assassinatos, sete a mais do que na região de Tancredo Neves, que ainda não conta com a presença incisiva do Estado. Para o delegado titular da 5ª DT, ACM Santos, “o problema é mais social do que qualquer outra coisa”. Mais cidade? www.metro1.com.br/cidade De janeiro a 15 de setembro, a AISP de Periperi registrou 170 homicídios Base Comunitária de Segurança do Rio Sena, com inauguração prevista para 27/9, será a segunda da região Salvador, 21 de setembro de 2012
Mortes se relacionam com crimes Em toda a AISP de Periperi, apenas uma delegacia de Polícia Civil opera junto a três companhias da Polícia Militar. Segundo o titular da 5ª DT, delegado ACM Santos, o trabalho integrado e o combate aos principais líderes do tráfico ajudaram a reduzir o índice de homicídios na região, que agora ocupa o segundo lugar na capital. “No primeiro semestre de 2010, a média foi de 24 homicídios por mês. No segundo semestre, nós baixamos para 14 e conseguimos manter”, disse, reconhecendo, porém, que a redução desacelerou. Ainda assim, os homicídios são constantes. Na última segunda Portões de ferro e grades por toda a parte: a proximidade da delegacia não faz moradores se sentirem seguros Comércio seguro; moradores, não Morar ao lado do Distrito Integrado de Segurança Pública não é, para a dona de casa Eliete Praxedes, 46 anos, sinônimo de segurança. “Não é porque eu moro aqui do lado que me sinto segura. Olha o tamanho do meu portão”, diz a moradora de Periperi, há 20 anos no bairro. “Nunca presenciei morte, mas assalto tem muito”, diz. Novo fim de linha As linhas de ônibus em Vilas do Atlântico passarão a ter um novo ponto final a partir de amanhã (22). O final de linha do bairro foi transferido da Avenida Praia de Copacabana para a Avenida Praia de Tramandai. (17), uma adolescente de 14 anos foi morta a facadas em uma praça de Periperi. “A maioria das pessoas que morrem aqui, cerca de 80 a 85%, tem envolvimento com qualquer tipo de crime”, diz o delegado, referindo-se a uso ou tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio. Outra vertente é a de crimes de vigilância armada, as chamadas milícias. “Tem aqui o policial que se aposenta e faz a segurança de uma No primeiro semestre de 2010, média era de 24 homicídios/mês Já o comerciante Iromar Gomes de Oliveira, dono de uma loja de bicicletas em Periperi, diz não ter problemas. “Para o comércio, criminalidade zero. Pode perguntar para qualquer comerciante aqui, ninguém mexe com a gente e a polícia atua bem”, diz. Mas, segundo ele, a violência existe principalmente em regiões como Nova rua. O comerciante não quer que roubem seu estabelecimento”, diz. Com índice de violência elevado, a delegacia não para. “Eu não tenho obrigação de chegar até Fazenda Coutos III, mas as pessoas vêm para cá, não posso deixar de atender”, diz o titular. Nas três celas da 5ª DT, 56 presos se dividem em um espaço com capacidade para apenas 16. Segundo Santos, a delegacia é uma das mais organizadas da capital. Duas celas são ocupadas por presos mais perigosos e outra pelos acusados de crimes mais leves. Mas boa parte dos detentos, quase todos jovens, é usuária ou traficante de crack. “O flagelo da droga é o crack”, diz Santos. Constituinte, Congo e Mirantes. “Quando vim para cá, há cinco anos, fiquei com medo da violência, mas aqui em Periperi não tive problema”. A sensação não é a mesma em Fazenda Coutos, onde Iromar também mantém uma loja. “Melhorou com a base comunitária, mas lá é mais complicado por causa do tráfico”, diz. cidade cidade@jornaldametropole.com.br Na 5ª DT desde junho de 2010, delegado ACM diz se orgulhar de redução homicídios AISP - PERIPERI AISP - T. NEVES 1º sem./2010 - 160 1º sem./2011 - 118 1º sem./2012 - 116 Tráfico migra entre bairros Para o titular da 5ª DT, que trabalha em conjunto com as companhias da PM de Periperi, Lobato e Paripe, é difícil especificar áreas mais críticas, já que o tráfico migra entre os bairros à medida em que a polícia faz o trabalho de enfrentamento. “Posso dizer que, por terem a maior densidade populacional, Periperi, Paripe, Lobato e Rio Sena são 1º sem./2010 - 105 1º sem./2011 - 103 1º sem./2012 - 112 1º/1/2012 a 15/9/2012 1º/1/2012 a 15/9/2012 170 3 16 Fonte: Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) mais problemáticos”, afirma. Entre 1º/1 e 15/9 deste ano, Lobato registrou o maior número de homicídios na AISP, com 34 mortes, seguido por Periperi (33), Paripe (23) e Plataforma (21). Apenas Ilha de Maré e Nova Constituinte não tiveram assassinatos contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Salvador, 21 de setembro de 2012 11
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