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Estruturas Reticuladas Planas Hiperstáticas - Dem Isep

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ESTRUTURAS RETICULADAS HIPERSTÁTICAS PLANAS<br />

<strong>Estruturas</strong> reticuladas são sistemas constituídos por barras ligadas<br />

entre si pelas suas extremidades.<br />

As ligações entre barras podem ser:<br />

- ligações rígidas<br />

- rótulas<br />

- outras….<br />

O sistema é hiperstático quando existem ligações superabundantes.<br />

As ligações superabundantes podem ser interiores ou exteriores<br />

(apoios).<br />

Sistema hiperstático<br />

interior<br />

Ligação rígida (de continuidade)<br />

entre as barras 1 e 2 e entre as<br />

barras 2 e 3.<br />

Ligação por rótula entre as<br />

barras 2 e 3 (entre as barras 1 e<br />

2 mantém-se ligação rígida)<br />

Ligação que permite (somente) o deslocamento<br />

vertical da extremidade direita da barra 1<br />

relativamente à extremidade esquerda da barra 2<br />

Sistema hiperstático<br />

exterior<br />

Uma ligação é superabundante se, ao considerarmos que a<br />

suprimimos, a restante parte da estrutura mantém a sua estabilidade<br />

(isto é, permanece com a mesma geometria).<br />

O sistema mantém a sua<br />

estabilidade se<br />

suprimirmos, por exemplo,<br />

o apoio do meio (uma<br />

ligação ao exterior).


Num sistema hiperstático as equações de equilíbrio estático não são<br />

suficientes para determinar as reacções nos apoios e/ou as forças<br />

interiores.<br />

Exemplos:<br />

A barra biarticulada pode ser<br />

suprimida, mantendo-se a parte<br />

restante da estrutura estável (com<br />

geometria invariável). Neste caso<br />

pode suprimir-se uma ligação<br />

interior.<br />

É impossível calcular as<br />

reacções nos apoios só com as<br />

equações da estática o que<br />

implica a impossibilidade de<br />

traçar o diagrama de<br />

momentos flectores.<br />

É impossível calcular os<br />

esforços axiais nas barras<br />

só com as equações da<br />

estática (contudo, podem<br />

determinar-se as reacções<br />

nos apoios).<br />

Antes de prosseguir o estudo dos sistemas hiperstáticos, vamos<br />

sistematizar o estudo das ligações numa estrutura reticulada e em<br />

particular as ligações ao exterior (apoios).


Apoios simples ou deslizantes serão considerados como apoios<br />

de uma biela:<br />

≡<br />

Notar que um apoio simples gera uma única incógnita de reacção,<br />

equivalente ao esforço axial na biela.<br />

Apoios duplos ou de rótula fixa serão considerados como apoios<br />

de duas bielas:<br />

≡<br />

Notar que um apoio duplo gera 2 incógnitas de reacção, equivalentes<br />

aos esforços axiais nas 2 bielas.<br />

Apoios triplos ou de encastramento podem ser considerados<br />

como apoios de três bielas (nem sempre isso é vantajoso). Para que o<br />

encastramento seja perfeito é necessário considerar que a<br />

distância l seja um infinitésimo ou que a viga de comprimento l<br />

seja infinitamente rígida.<br />

≡<br />

Não<br />

confundir<br />

com →<br />

Não<br />

confundir<br />

com →<br />

Notar que um apoio de encastramento gera 3 incógnitas de reacção,<br />

equivalentes aos esforços axiais nas 3 bielas.


Ligação rígida entre duas barras numa dada secção é<br />

equivalente à ligação por 3 bielas entre elas, conforme se mostra:<br />

As 3 bielas impedem a existência de qualquer movimento relativo<br />

entre as duas partes. Nomeadamente, ficam impedidos os<br />

deslocamentos relativos na direcção vertical e na horizontal, e a<br />

rotação relativa.<br />

No modelo das 3 bielas, os seus 3 esforços axiais são equivalentes<br />

(leia-se, linearmente dependentes) aos 3 esforços na secção:<br />

momento flector (M), esforço axial (N) e esforço cortante (T).<br />

Grau de Hiperstaticidade de uma estrutura (GH)<br />

É o número de ligações superabundantes que uma estrutura possui e<br />

cuja eliminação transformaria o sistema dado num sistema isostático<br />

de geometria invariável.<br />

Entende-se que um sistema possui geometria invariável - ou é<br />

geometricamente estável - todo aquele que não pode mudar de<br />

configuração sem deformação dos seus elementos. Os sistemas que<br />

podem mudar de configuração, independentemente de haver ou não<br />

deformação dos seus elementos, são sistemas hipostáticos (ou<br />

mecanismos).


Os sistemas isostáticos não possuem nenhuma ligação<br />

superabundante. A eliminação de uma só ligação transformaria<br />

sempre estes sistemas em hipostáticos (ou mecanismos).<br />

A viga a) da figura ao lado constitui<br />

um sistema com um grau de<br />

hiperstaticidade porque, como vimos<br />

anteriormente, uma das ligações ao<br />

solo (apoio) é superabundante.<br />

Retirando uma qualquer das bielas de<br />

apoio – fig. b) – ou introduzindo na<br />

viga uma articulação – fig. c) – obterse-á<br />

um sistema isostático de<br />

geometria invariável.<br />

O quadro rígido da figura a) à<br />

esquerda é um sistema hiperstático<br />

com 3 graus de hiperstaticidade<br />

porque a sua transformação em<br />

sistema isostático requer que se<br />

seccione um dos seus elementos –<br />

ver fig. b) – o que equivale a<br />

suprimir 3 ligações internas. Estas são, como vimos, as<br />

correspondentes aos 3 esforços internos na secção: momento flector<br />

(M), esforço normal (N) e esforço de corte (T). As equações<br />

fornecidas pela estática não permitem determinar estes esforços.<br />

Todo o contorno fechado encontra-se, sob o ponto de vista estático,<br />

nas mesmas condições. Os quadros e contornos fechados planos de<br />

nós rígidos constituem sempre sistemas de 3 graus de<br />

hiperstaticidade.<br />

Os pórticos das figuras a) e b) ao<br />

lado constituem exemplos de<br />

sistemas idênticos. No pórtico<br />

encastrado da fig. b) o solo pode<br />

ser considerado como uma barra de<br />

rigidez infinita.


O sistema representado na figura a) abaixo possui uma rótula no<br />

centro da travessa superior. Numa secção considerada pelo<br />

alinhamento desta articulação não teremos senão dois esforços<br />

internos: N e T. Por consequência o contorno superior é 2 vezes<br />

hiperstático, enquanto que o grau de hiperstaticidade da estrutura<br />

completa é igual a 5, porque o contorno inferior é fechado o que<br />

introduz mais 3 graus de hiperstaticidade ao sistema.<br />

Note-se que para um sistema hiperstático dado, a eliminação das<br />

ligações superabundantes, transformando o sistema num isostático,<br />

pode, em geral, ser feita de várias maneiras diferentes, mas o<br />

número de ligações suprimidas permanece sempre o mesmo. Assim,<br />

no exemplo da figura seguinte, os sistemas isostáticos b) e c) foram<br />

obtidos partindo do mesmo sistema hiperstático a) – um por<br />

eliminação de uma ligação de apoio e o outro por introdução de uma<br />

rótula, isto é, por eliminação da ligação que se opunha à rotação<br />

relativa dos dois troços de viga situados de uma parte e da outra da<br />

articulação. O sistema da fig. c) é conhecido, como se deve saber,<br />

por arco de três rótulas.


Fixemos que a introdução de uma articulação (ou rótula) numa<br />

qualquer secção de um barra ou a substituição de um nó rígido por<br />

um nó articulado numa qualquer estrutura hiperstática faz baixar o<br />

seu grau de hiperstaticidade de uma unidade. Daqui em diante<br />

designaremos este tipo de articulações como articulação simples.<br />

Ao eliminar as ligações superabundantes de um sistema hiperstático<br />

é sempre necessário verificar a invariabilidade geométrica do<br />

sistema. No seguinte exemplo com um grau de hiperstaticidade - fig.<br />

a) - a eliminação da biela vertical do apoio da direita - fig. b) - não é<br />

possível porque transformaria o sistema num outro de geometria<br />

variável (pode haver rotação em torno do ponto A que é ponto de<br />

intersecção das 3 reacções de apoio). O mesmo já não se passa com<br />

o sistema da fig. c) que é de geometria invariável e isostático.<br />

Para os sistemas hiperstáticos complicados, a determinação do grau<br />

de hiperstaticidade pode fazer-se baseando-nos no facto de que cada<br />

articulação introduzida num nó onde se encontram K barras baixa o<br />

grau de hiperstaticidade (K-1), porque uma tal articulação substitui<br />

(k-1) articulações simples.


Pode então deduzir-se que para determinar o grau de hiperstaticidade<br />

de um sistema é necessário multiplicar por 3 o número de contornos<br />

fechados e, de seguida, subtrair ao número obtido o número total de<br />

articulações simples. Deve tomar-se o cuidado de considerar o solo<br />

como uma única barra (de rigidez infinita) ligando todos os pontos de<br />

apoio. Assim, temos que,<br />

GH=3C-A<br />

em que GH é o grau de hiperstaticidade, C é o número de contornos<br />

fechados da estrutura e A o número de articulações simples que<br />

possui.<br />

Para a estrutura representada na fig. a) seguinte, podemos<br />

contabilizar - ver fig. b) – C=8 contornos fechados e A=20<br />

articulações simples. Logo o grau de hiperstaticidade da estrutura é<br />

G=3x8-20=4


Exercícios:<br />

Para cada uma das estruturas representadas calcule o seu grau de<br />

hiperstaticidade e desenhe uma possível correspondente estrutura<br />

isostática.

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