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Arte e arquitetura moderna na obra de Luís Fernando Corona em ...

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no edifício Marquês do Herval (1952), a fachada oeste apresenta planos chanfrados e peitoris<br />

incli<strong>na</strong>dos, sobre os quais está aplicada a superestrutura <strong>de</strong> quebra-sóis metálicos móveis. Estes<br />

edifícios reún<strong>em</strong> algumas das experiências plásticas com fachadas realizadas pelos Irmãos<br />

Roberto.<br />

Conclusão<br />

Uma das principais contribuições <strong>de</strong> <strong>Luís</strong> Fer<strong>na</strong>ndo Coro<strong>na</strong> para a <strong>arquitetura</strong> <strong>mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong></strong> praticada<br />

no Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul foi a investigação da plasticida<strong>de</strong> tridimensio<strong>na</strong>l das fachadas.<br />

Em seus projetos, o tratamento das elevações revela um estudo investigativo <strong>de</strong> suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s plásticas, no qual el<strong>em</strong>entos estruturais (lajes, pilares), planos <strong>de</strong> fechamento<br />

(muros, corti<strong>na</strong>s <strong>de</strong> vidro, painéis, quebra-sóis) e revestimentos (com cores, texturas e<br />

estereotomia distintas) serv<strong>em</strong> como el<strong>em</strong>entos para um jogo <strong>de</strong> composição artística. No edifício<br />

Jaguaribe, as diferentes propostas para as fachadas ilustram este tipo <strong>de</strong> investigação. A fachada<br />

fi<strong>na</strong>l do Jaguaribe expõe o jogo cromático das sacadas sobre um plano <strong>de</strong> base, introduzindo uma<br />

estratégia plástica que o arquiteto passou a explorar nos projetos das décadas <strong>de</strong> 1960 e 1970. A<br />

fachada oeste do Palácio da Justiça também po<strong>de</strong> ser entendida <strong>de</strong>ssa forma, pois o jogo <strong>de</strong><br />

base, pilotis e bloco principal é di<strong>na</strong>mizado por volumes <strong>em</strong> ressalto, e planos que interromp<strong>em</strong> as<br />

linhas <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>. O volume <strong>em</strong> mármore negro do térreo é um contraponto dinâmico entre<br />

partes ortogo<strong>na</strong>is, com sua sinuosida<strong>de</strong> que absorve dois pilotis da sequência. Além disso, o<br />

coroamento t<strong>em</strong> faixas menores que aquelas dos andares inferiores. A própria noção <strong>de</strong> base,<br />

corpo e coroamento é interpretada <strong>de</strong> forma investigativa, como um questio<strong>na</strong>mento s<strong>em</strong><br />

negação. A base po<strong>de</strong> t<strong>em</strong> duas partes: plataforma e pilotis. Já o corpo po<strong>de</strong>ria ser todo o prisma<br />

elevado, mas <strong>na</strong>s fachadas laterais aparece a distinção do coroamento, que novamente t<strong>em</strong> duas<br />

partes: 6º e 7º andares (on<strong>de</strong> reaparec<strong>em</strong> as colu<strong>na</strong>s do térreo) e o muro da cobertura.<br />

No prédio da CRT, a tridimensio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da fachada é acentuada pelo jogo <strong>de</strong> contrastes entre o<br />

branco dos fechamentos murais e das lajes <strong>em</strong> balanço e o preto dos fechamentos recuados e<br />

sombreados. Nesse caso, os volumes brancos têm seu caráter massivo atenuado pelo<br />

revestimento <strong>em</strong> pastilha e pelas esbeltas aberturas <strong>em</strong> fita, que compõ<strong>em</strong> um jogo abstrato <strong>de</strong><br />

alternâncias rítmicas. Nas partes com lajes <strong>em</strong> projeção, formando varandas contínuas<br />

(escritórios), a profundida<strong>de</strong> é dissimulada por um diafragma <strong>de</strong> proteção solar apoiado <strong>em</strong> tênues<br />

suportes metálicos. Portanto, estas três <strong>obra</strong>s são ex<strong>em</strong>plos das possibilida<strong>de</strong>s inventivas do<br />

t<strong>em</strong>a da fachada do edifício verticalizado.<br />

Assim sendo, o jogo compositivo <strong>de</strong> fachadas revela o caráter investigativo da <strong>obra</strong> <strong>de</strong> <strong>Luís</strong><br />

Fer<strong>na</strong>ndo Coro<strong>na</strong>. Ao invés <strong>de</strong> fixar-se num estilo, ele se propõe a domi<strong>na</strong>r os componentes<br />

básicos do edifício e estabelecer jogos tridimensio<strong>na</strong>is através <strong>de</strong> recuos, projeções, cores e

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