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A Volta<br />

Não sei se era porque<br />

estava escuro, mas a descida me<br />

pareceu muito maior do que eu<br />

lembrava. Uma nova onda de<br />

medo bateu. Se eu não<br />

conseguisse forças para<br />

descer… A maioria das estórias<br />

que eu conhecia de acidentes<br />

envolvia a chegada ao cume muito tarde, problemas na<br />

descida e pernoite lá em cima. Acho que Arthur se<br />

lembrou de me saudar pelo nosso feito com um toque de<br />

mão, mas eu só conseguia pensar em sair dali. Logo no<br />

início da descida, percebi que a neve que tanto nos<br />

atrapalhou para subir, agora dava uma ajuda<br />

incomparável para descer. Os quatrocentos metros finais<br />

da rota normal seguem “espremidos” entre grandes<br />

massas e pilares de rocha.<br />

Espremidos para a<br />

proporção da montanha, pois,<br />

para nós, é como uma auto<br />

estrada com uns 50 m de<br />

largura. Um caminho de<br />

milhares de rochas de um<br />

desmoronamento de milhões de<br />

anos. A neve pisada formava<br />

uma rampa estreita seguindo rente à lateral, por cima<br />

daquele terreno irregular que eu bem me lembrava. Arthur<br />

já recuperava as energias e disparava caminho abaixo. Eu<br />

ficava mais atrás e, de vez em quando, sentava em uma<br />

pedra maior para descansar as pernas da forte e contínua<br />

descida. Não tardei em chegar à “Cueva”, uma cavidade na<br />

parede do início da canaleta, usada como abrigo em<br />

GLACIAR DOS POLACOS<br />

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