01.06.2013 Views

Sumário - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

Sumário - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

Sumário - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Sumário</strong><br />

2 Editorial<br />

Culinária na Roma Antiga,<br />

Além <strong>da</strong> Alimentação<br />

4 Entrevista<br />

Julio Gralha <strong>de</strong>bate sobre as<br />

práticas alimentares no Egito<br />

Antigo<br />

5<br />

7<br />

Alimentação na<br />

Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Banquetes, Recepções e<br />

Rituais na Mesopotâmia<br />

Cultura & Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Alimentação: uma<br />

abor<strong>da</strong>gem cultural e social<br />

<strong>da</strong> História do Egito<br />

Conselho Editorial<br />

Prof. Dr. Fábio <strong>de</strong> Souza Lessa<br />

UFRJ<br />

Prof. Dr. Alexandre Carneiro<br />

Cerqueira Lima<br />

UFF<br />

Profª. Drª. Ana Lívia Bomfim Vieira<br />

UEMA<br />

Expediente<br />

Coor<strong>de</strong>nação e Direção<br />

Profª. Drª. Maria Regina Candido<br />

Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Publicações<br />

Prof. Ms. José Roberto Paiva<br />

Gomes<br />

Edição<br />

Prof Mestrando Carlos E. Campos<br />

Editoração Gráfica<br />

Profª Mestran<strong>da</strong> Tricia Carnevale<br />

Revisora<br />

Profª. Msª. Alessandra Serra Viegas<br />

Des<strong>de</strong> 1998 - Edições Trimestrais<br />

Jornal Informativo <strong>de</strong> História Antiga<br />

Normalmente templos famosos, pirâmi<strong>de</strong>s misteriosas,<br />

e tumbas magníficas são as gran<strong>de</strong>s atrações no Egito.<br />

Alguém já se perguntou qual era a dieta dos egípcios?<br />

Como era o café pela manhã?<br />

Pág. 7<br />

A alimentação está relaciona<strong>da</strong> à<br />

satisfação <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s carências<br />

mais elementares do homem. Na<br />

Roma Antiga, o i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> culinária<br />

tradicional era a dieta vegetariana,<br />

condizente com o mos maiorum, o<br />

costume dos ancestrais.<br />

Pág. 2<br />

A Mesopotâmia, berço <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> original que<br />

se constituiu a partir do IV milênio a.C., inventou a<br />

escrita e com ela um rico, complexo e refinado<br />

sistema cultural.<br />

Pág. 5<br />

Conhecido por sua excelência acadêmica e<br />

compromisso com as pesquisas em<br />

História Antiga, o NEA/<strong>UERJ</strong> teve a grata<br />

satisfação <strong>de</strong> ver os pesquisadores José<br />

Roberto, Carlos Eduardo, Junio Cesar,<br />

Marcos Davi e Pedro Vieira (colaborador),<br />

sendo aprovados para o Doutorado do<br />

PPGHC/UFRJ, Mestrado do PPGH/<strong>UERJ</strong><br />

e Mestrado do PPGH/UFF. Pág. 8


2 - Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong><br />

A alimentação está relaciona<strong>da</strong> à satisfação <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s carências mais elementares do homem. To<strong>da</strong>via, com as<br />

transformações e as diferenciações <strong>da</strong>s técnicas <strong>de</strong> preparação dos alimentos, houve uma distinção operatória e conceitual<br />

entre alimentação e culinária, pois a ação <strong>de</strong> comer vai além do ato – essencial – <strong>de</strong> sobreviver. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o gosto,<br />

aliados, constituem os parâmetros <strong>da</strong> culinária. Mais do que os condimentos e as matérias-primas utiliza<strong>da</strong>s, os modos <strong>de</strong><br />

cozinhar e <strong>de</strong> comer i<strong>de</strong>ntificam uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>: os homens não são apenas o que comem, mas também a maneira como<br />

comem. Daí, a relevância do estudo <strong>de</strong>ste tema em seus mais diferentes aspectos: produção, distribuição, preparo e<br />

consumo dos alimentos; preferências e significação simbólica dos alimentos; hábitos culinários; proibições dietéticas e<br />

religiosas; comportamentos à mesa, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

O mo<strong>de</strong>lo dietético clássico baseava-se em três produtos agrícolas primordiais: o cereal, a vinha e a oliveira (a “tría<strong>de</strong><br />

mediterrânea”), dos quais <strong>de</strong>rivavam respectivamente o pão, o vinho e o azeite. Na Roma Antiga, o i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> culinária<br />

tradicional era a dieta vegetariana, condizente com o mos maiorum, o costume dos ancestrais. Estes eram consi<strong>de</strong>rados<br />

como frugais (frux, fruto), aproveitando quase todos os produtos <strong>da</strong> terra. As papas (puls) eram a base <strong>da</strong> alimentação,<br />

quer como prato único, quer como acompanhamento. Feitas com grãos torrados e ume<strong>de</strong>cidos e, <strong>de</strong>pois, com farinha, elas<br />

eram simplesmente cozi<strong>da</strong>s em água e sal ou, às vezes, leite e melhora<strong>da</strong>s com favas, lentilhas ou hortaliças. Os frutos e<br />

as sala<strong>da</strong>s com ervas aromáticas faziam o gosto <strong>da</strong>s mesas ricas, enquanto os substanciais pratos <strong>de</strong> leguminosas e as<br />

sopas <strong>de</strong> ervas, mesmo as bravas, apaziguavam a fome do povo.<br />

Se até ao século II a.C., a alimentação dos grupos sociais pouco diferiu, após a expansão romana, houve uma<br />

crescente diferenciação. O regime frugal circunscreveu-se então aos camponeses e pobres. Difundiu-se o consumo <strong>de</strong><br />

carne, <strong>de</strong> peixe fresco e <strong>de</strong> pães e aumentou a importação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong>stinados à ostentação nos banquetes. Escritos<br />

antigos <strong>de</strong>screvem as festas luxuosas dos ricos, como o banquete <strong>de</strong> Trimalquião no Satyricon <strong>de</strong> Petrônio. Segundo<br />

Juvenal (Sátira XII, 174-175), uma ocorrência frequente era que convi<strong>da</strong>dos sujassem o chão com vômito resultante dos<br />

seus excessos. A boa mesa era privilégio <strong>de</strong> uma minoria que tinha condições <strong>de</strong> gastar pequenas fortunas em refeições<br />

suntuosas. A elite romana estava mais aberta à novi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao exotismo culinário do que as outras cama<strong>da</strong>s sociais. Os<br />

gourmets <strong>de</strong> maior reputação, como Apício e Lúculo, eram aristocratas. A maior sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> elite às inovações neste<br />

campo <strong>de</strong>corria <strong>da</strong> ostentação e do seu po<strong>de</strong>r aquisitivo em contraste com o tradicionalismo e o baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo <strong>da</strong>s<br />

cama<strong>da</strong>s populares.<br />

Houve tentativas <strong>de</strong> refrear os excessos à mesa. No século II a.C., uma série <strong>de</strong> leis suntuárias (Orchia, Fannia,<br />

Didia, Aemilia e Licinia) incidiam sobre os gastos <strong>da</strong> elite. Mas, ao longo do século I a.C. e à medi<strong>da</strong> que as leis perdiam a<br />

rigi<strong>de</strong>z, os excessos aumentavam, voltando a ser reprimidos, sem sucesso, na época imperial. A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma<br />

alimentação tradicional baseava-se na valorização simbólica <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados alimentos, relacionados a uma vi<strong>da</strong> saudável<br />

Tipo: Mosaico <strong>de</strong> chão (opus tesselatum) em tesselas policromáticas,<br />

figurativo em fundo branco. Proveniência: Decorava o triclinium (sala<br />

<strong>de</strong> jantar) <strong>de</strong> uma rica casa particular em Diocaeserea / Sepphoris<br />

(Tzippori em Israel). Período: Provavelmente, 2ª. meta<strong>de</strong> do século<br />

III. Referência bibliográfica: DUNBABIN, K. M. D. The roman<br />

banquet; images of conviviality. Cambridge: Cambridge University<br />

Press, 2003, plate XII.<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917<br />

Profª. Drª. Regina Maria <strong>da</strong> Cunha Bustamante<br />

e, por extensão, a uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> menos viciosa. A<br />

agricultura era vista como símbolo <strong>da</strong> civilização: o<br />

homem produzia seus próprios alimentos dominando<br />

a natureza graças ao processo <strong>de</strong> domesticação <strong>da</strong>s<br />

plantas. Contrariamente, a caça e a pecuária eram<br />

próprias do espaço selvagem, <strong>da</strong> natureza. Assim, a<br />

carne – <strong>de</strong> animais domésticos e, sobretudo, a <strong>da</strong><br />

caça – tinha, culturalmente, uma forte conotação<br />

“selvagem”, o que favorecia sua i<strong>de</strong>ntificação<br />

como alimento dos povos “bárbaros”, <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ndo,<br />

por isso, a sua oferen<strong>da</strong> como sacrifício aos <strong>de</strong>uses<br />

para ser consumi<strong>da</strong> pelo homem civilizado.<br />

Paradoxalmente, a carne era o alimento por<br />

excelência do banquete, comensali<strong>da</strong><strong>de</strong> relaciona<strong>da</strong> à


- Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong> 3<br />

à civili<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana. Os<br />

tratados médicos<br />

reforçavam a relação entre<br />

uma alimentação frugal e<br />

uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sem vícios.<br />

Para os antigos romanos,<br />

saú<strong>de</strong> era sinônimo <strong>de</strong><br />

equilíbrio, que se<br />

manifestava na relação do<br />

homem com o mundo.<br />

Doença e saú<strong>de</strong> indicavam<br />

estados <strong>de</strong> alma. Na ótica<br />

<strong>de</strong> filósofos como Sêneca, a<br />

doença seria um possível<br />

reflexo <strong>de</strong> uma falta moral<br />

propicia<strong>da</strong> por uma<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> permissiva.<br />

Na época imperial, os<br />

romanos faziam três<br />

Tipo: Mosaico <strong>de</strong> chão (opus tesselatum) em tesselas policromáticas, figurativo em fundo branco.<br />

Proveniência: Decorava uma exedra (sala <strong>de</strong> recepção) aboba<strong>da</strong>, próxima ao peristylium (pátio com<br />

colunas) e <strong>de</strong>fronte do triclinium (sala <strong>de</strong> jantar) <strong>de</strong> uma rica casa particular (“Casa do Triunfo <strong>de</strong><br />

Dioniso”) em Hadrumetum (atual Sousse na Tunísia). Período: Início do século III. Referência<br />

bibliográfica: BLANCHARD-LEMÉE, M. et alii. Mosaics of Roman Africa; floor mosaics from Tunisia.<br />

London: British Museum Press, 1996, p. 75, fig. 47.<br />

refeições diárias: <strong>de</strong> manhã, o ientaculum (vinho, pão e queijo); <strong>de</strong>pois, ao meio-dia, o prandium (um pouco <strong>de</strong> carne e<br />

fruta com algum vinho), pequena pausa sem qualquer ritual, em que se comia geralmente <strong>de</strong> pé e, por fim, ao cair <strong>da</strong><br />

tar<strong>de</strong>, a cena, que era a principal refeição do dia, em que a família e, eventualmente, convi<strong>da</strong>dos, reuniam-se<br />

confortavelmente para compartilhar uma comi<strong>da</strong> mais substanciosa rega<strong>da</strong> à bebi<strong>da</strong> e com diversão. A cena era prepara<strong>da</strong><br />

para usufruir o otium e se opunha ao ligeiro prandium, que ocorria ao meio-dia, quando ain<strong>da</strong> se voltaria às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ou<br />

seja, ao negotium. A cena requeria tempo para seu preparo e consumo; <strong>de</strong>spertava a gula e o prazer, propiciando a<br />

civili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, típicas do meio urbano. Enquanto o prandium estava mais <strong>de</strong> acordo com a dieta frugal dos<br />

camponeses, pauta<strong>da</strong> principalmente em alimentos <strong>de</strong> origem vegetal visando <strong>da</strong>r energia para exercer as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a<br />

cena estava condizente com as transformações no regime alimentar através do consumo crescente <strong>de</strong> carnes e produtos<br />

exóticos vindos <strong>de</strong> todo Império, como se comprova no tratado culinário <strong>de</strong> Apício. O triclinium (sala <strong>de</strong> jantar composta<br />

por três leitos em volta <strong>da</strong> mesa) era o lugar próprio para a cena nas domus (casas) romanas. Ca<strong>da</strong> anfitrião tentava<br />

suscitar a admiração dos seus convi<strong>da</strong>dos através <strong>da</strong> exposição <strong>de</strong> pratos exóticos ricamente adornados, apresentados por<br />

escravos bem vestidos em baixelas <strong>de</strong> ouro, prata, cristal e vidros trabalhados, num ambiente com móveis requintados e<br />

pinturas e mosaicos nas pare<strong>de</strong>s e chão. O fausto estabelecia uma espécie <strong>de</strong> hierarquia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na tecedura social. Na<br />

Roma Antiga o espetacular impunha-se, quer na vi<strong>da</strong> pública, quer na priva<strong>da</strong>. Desenvolveu-se uma etiqueta ca<strong>da</strong> vez<br />

mais refina<strong>da</strong> e suntuosa à mesa, estabelecendo hierarquias e conferindo status. A culinária exótica e a requinta<strong>da</strong> liturgia<br />

<strong>da</strong> mesa constituíam-se em elementos <strong>da</strong> lógica <strong>de</strong> prestígio, que fun<strong>da</strong>mentava a estrutura e a dinâmica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

imperial romana. Ω<br />

Referências Bibliográficas<br />

DUNBABIN, K. M. D. The roman banquet; images of<br />

conviviality. Cambridge: Cambridge University Press,<br />

2003.<br />

FLANDRIN, J.-L.; MONTANARI, M. (dir.). História <strong>da</strong><br />

alimentação. São Paulo: Estação Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, 1998.<br />

MONTANARI, M. Comi<strong>da</strong> como cultura. São Paulo:<br />

Editora SENAC São Paulo, 2008.<br />

Profª. Drª. Regina<br />

Maria <strong>da</strong> Cunha<br />

Bustamante<br />

Professora Associa<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

História Antiga <strong>da</strong> UFRJ. Pesquisadora do “Laboratório <strong>de</strong><br />

História Antiga” (LHIA) e “Sport: Laboratório <strong>de</strong> História do<br />

Esporte e do Lazer” <strong>da</strong> UFRJ, bem como do “Laboratório <strong>de</strong><br />

<strong>Estudos</strong> sobre o Império Romano” <strong>da</strong> USP, UNESP-Franca,<br />

UFG, UFES e UFOP. Bolsista <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do CNPq.<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917


4 - Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong><br />

Entrevista concedi<strong>da</strong> ao Pesquisador Carlos Eduardo <strong>da</strong> Costa Campos – NEA/<strong>UERJ</strong><br />

Philía: Qual a sua temática <strong>de</strong><br />

pesquisa?<br />

Gralha: Tenho trabalhado com as relações<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e sociais através <strong>de</strong> uma<br />

abor<strong>da</strong>gem cultural e <strong>da</strong> cultural material.<br />

Assim sendo, através <strong>da</strong> arquitetura, <strong>da</strong><br />

iconografia e <strong>da</strong>s práticas mágico-religiosas<br />

tento compreen<strong>de</strong>r as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s antigas,<br />

sobretudo o Egito Antigo. Ou seja, analiso<br />

as práticas políticas e sociais legitima<strong>da</strong>s<br />

por práticas culturais. Atualmente também<br />

<strong>de</strong>senvolvo pesquisa tomando por base os<br />

usos do passado. Na Egiptologia é<br />

conhecido como egiptomania. Desta forma<br />

a pesquisa se refere ao uso <strong>de</strong> elementos<br />

<strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Mundo Medieval com<br />

forma <strong>de</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (social,<br />

cultural ou político) nas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>rnas. Atualmente analise os usos <strong>de</strong><br />

elementos egípcios antigos e grecoromanos<br />

na arquitetura do Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos.<br />

Philía: Professor Gralha, nos relate<br />

sobre a sua trajetória acadêmica.<br />

Gralha: Iniciei a vi<strong>da</strong> profissional como<br />

engenheiro <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> computação.<br />

Em segui<strong>da</strong>, nos anos 90 terminei a<br />

graduação em História (<strong>UERJ</strong>) e em 2000<br />

<strong>de</strong>fendi a dissertação <strong>de</strong> mestrado em<br />

História Social (Egito Antigo) pela UFF sob a<br />

orientação do Prof. Dr. Ciro Flamarion. Em<br />

2009 (após três anos <strong>de</strong> pesquisa) finalizei<br />

a tese <strong>de</strong> doutorado em História Cultural<br />

(trabalhei como o Egito Ptolomaico) sob a<br />

orientação do prof. Dr. Pedro Paulo Abreu<br />

Funari. De 2000 até a presente <strong>da</strong>ta tenho<br />

sido consultor para diversas revistas <strong>de</strong><br />

História (Aventuras na História, Leituras na<br />

História, Recreio e etc).<br />

Fui professor <strong>de</strong> História nas Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Integra<strong>da</strong>s Simonsen, <strong>UERJ</strong> e atualmente<br />

sou professor Adjunto em História Antiga e<br />

Medieval <strong>da</strong> UFF – PUCG.<br />

Philía: Po<strong>de</strong>ria nos <strong>de</strong>screver sobre o<br />

seu grupo <strong>de</strong> pesquisa?<br />

Gralha: A criação do <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> em<br />

História Medieval, Antiga e Arqueologia<br />

Transdisciplinar (NEHMAAT) visa<br />

<strong>de</strong>senvolver estudos nas áreas cita<strong>da</strong>s<br />

estabelecendo uma relação com o mundo<br />

mo<strong>de</strong>rno e contemporâneo quando possível<br />

tendo por base as práticas culturais, sociais<br />

e as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. A arquitetura, os<br />

símbolos, os rituais, o cotidiano, a<br />

iconografia, a política, a urbanização e as<br />

práticas religiosas são privilegia<strong>da</strong>s. O<br />

núcleo foi criado na UFF – Pólo Universitário<br />

<strong>de</strong> Campos dos Goytacazes no curso <strong>de</strong><br />

História. Estamos trabalhando em quatro<br />

linhas <strong>de</strong> pesquisa: Usos do Passado no<br />

Mundo Mo<strong>de</strong>rno e Contemporâneo; Cultura,<br />

Economia, Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e Relações <strong>de</strong> Po<strong>de</strong>r<br />

na Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> e na I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média; Religião,<br />

Mito e Magia na Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> e na I<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Média; Cultura, Religião e Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

África Antiga e Medieval. Acesse nosso site:<br />

www.nehmaat.uff.br.<br />

Philía: O senhor po<strong>de</strong>ria narrar para os<br />

leitores sobre como seria as práticas<br />

alimentares no Egito Antigo?<br />

Gralha: Os antigos egípcios, assim como<br />

nós, possivelmente realizavam diversas<br />

refeições durante ao dia. De fato não está<br />

claro quantas e a que horas elas<br />

aconteciam. De um modo geral temos<br />

cenas <strong>de</strong> banquetes e <strong>de</strong> refeições (talvez o<br />

jantar) em tumbas e templos e a partir<br />

<strong>de</strong>stes elementos tentamos fazer uma<br />

análise do cotidiano alimentar. Mas o que<br />

egípcios comiam?<br />

Partindo <strong>da</strong> hipótese <strong>de</strong> três refeições<br />

diárias po<strong>de</strong>ríamos assim <strong>de</strong>screvê-las: na<br />

primeira refeição pela manhã, pão <strong>de</strong> trigo<br />

ou ceva<strong>da</strong> com algum tipo <strong>de</strong> recheio e<br />

cerveja <strong>de</strong>veriam ser a base <strong>da</strong><br />

alimentação. Frutas como tâmara, melão e<br />

a dum (fruta comum no Egito), e mel<br />

também po<strong>de</strong>riam compor o “café <strong>da</strong><br />

manhã”. É possível que o leite e o queijo<br />

fizessem parte <strong>de</strong> algumas mesas<br />

matutinas.<br />

A refeição do dia (o equivalente ao almoço<br />

se realmente existia) <strong>de</strong>veria ser feito no<br />

local <strong>de</strong> trabalho e além dos produtos<br />

citados, nas mesas abasta<strong>da</strong>s seria possível<br />

encontrar um tipo <strong>de</strong> carne, varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

vinho e grãos (lentilha e grão <strong>de</strong> bico, por<br />

exemplo). Aqueles segmentos <strong>de</strong> poucos<br />

recursos e os agricultores possivelmente<br />

teriam em suas mesas um tipo <strong>de</strong> ave ou<br />

peixe, pão e cerveja.<br />

A refeição <strong>da</strong> noite (o equivalente ao jantar)<br />

seria a refeição mais completa. Depen<strong>de</strong>ndo<br />

do po<strong>de</strong>r aquisitivo seria possível ter na<br />

mesa pães, bolos, cerveja, vinho, alface,<br />

cebola, azeite, mel, ovos, carne (peixe, ave<br />

e carne <strong>de</strong> vaca), frutas (uvas, figos,<br />

tâmaras, dum, melão e melancia), verduras<br />

(ervas, alho poro e alface), grãos (lentilha,<br />

ervilhas, grão <strong>de</strong> bico e outras sementes) e<br />

temperos (canela, mostar<strong>da</strong>, alecrim,<br />

cominho... A pimenta do reino chega ao<br />

Egito via o mundo Greco-romano).<br />

Philía: O senhor po<strong>de</strong>ria nos contar<br />

sobre os alimentos que seriam<br />

utilizados como oferen<strong>da</strong>s para a<br />

<strong>de</strong>usa Harthor?<br />

Gralha: De fato a maioria dos alimentos<br />

serviam como oferen<strong>da</strong>s para os <strong>de</strong>uses,<br />

entretanto, alimentos vermelhos tais como,<br />

vinhos, uvas, figo do sicômoro, bem como<br />

flores (lírio do rio – lótus) e incenso <strong>de</strong><br />

mirra comporiam uma significativa oferen<strong>da</strong><br />

para a <strong>de</strong>usa Hathor. É preciso lembrar que<br />

esta <strong>de</strong>usa tem como atributos a felici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

o prazer sexual, o amor e neste sentido<br />

ervas e alimentos consi<strong>de</strong>rados ligados ao<br />

prazer <strong>de</strong>veriam estar presentes. Tal<br />

divin<strong>da</strong><strong>de</strong> parece ter sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a<br />

patrona dos ébrios (popularmente<br />

conhecidos como pinguços!). Neste sentido<br />

vinho não po<strong>de</strong>ria faltar!<br />

Philía: Os alimentos também fariam<br />

parte dos rituais fúnebres no Egito<br />

Antigo?<br />

Gralha: Os alimentos nos ritos funerários<br />

teriam como função alimentar o morto. Mas<br />

<strong>de</strong> que forma? Bem os egípcios acreditavam<br />

que tudo na natureza conteria uma forma<br />

<strong>de</strong> energia conheci<strong>da</strong> como KA, um tipo <strong>de</strong><br />

força vital que nas oferen<strong>da</strong>s funerárias<br />

alimentariam <strong>de</strong> forma invisível e energética<br />

o morto. De tempos em tempos estes<br />

seriam alimentados apesar <strong>de</strong> haver outras<br />

formas <strong>de</strong> obter alimento no espiritual<br />

egípcio (Amenti).<br />

Philía: Haveria algum alimento <strong>de</strong><br />

maior importância na dieta cotidiana<br />

do egípcio?<br />

Gralha: Sem dúvi<strong>da</strong> as listas <strong>de</strong> banquetes<br />

nos <strong>da</strong> conta <strong>de</strong> que o pão nas mais<br />

diversas formas era o principal alimento do<br />

egípcio antigo.<br />

Philía: Haveria algum alimento, que<br />

sofreria restrições religiosas para sua<br />

ingestão pelos egipcios?<br />

Gralha: Particularmente não conheço. Mas<br />

o fato <strong>de</strong> eu <strong>de</strong>sconhecer não significa que<br />

não houvesse algum tipo <strong>de</strong> restrição.<br />

Talvez em certa época do ano à população<br />

evitasse certos alimentos ou, no caso <strong>de</strong><br />

sacerdotes, em períodos religiosos<br />

significativos po<strong>de</strong>ria haver algum tipo<br />

interdição alimentar.<br />

Prof. Dr. Julio Cesar<br />

Mendonça Gralha<br />

Professor Adjunto <strong>de</strong> História Antiga e<br />

Medieval <strong>da</strong> UFF-PUCG. Coor<strong>de</strong>nador<br />

do <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> História<br />

Medieval, Antiga<br />

e Arqueologia<br />

Transdisciplinar<br />

(NEHMAAT).<br />

Professor<br />

colaborador do<br />

NEA-<strong>UERJ</strong> e<br />

coor<strong>de</strong>nador do<br />

CEHAM<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917


- Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong> 5<br />

RESUMO: A Mesopotâmia, berço <strong>de</strong><br />

uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> original que se<br />

constituiu a partir do IV milênio a.C.,<br />

inventou a escrita e com ela um rico,<br />

complexo e refinado sistema cultural.<br />

Dentre quase meio milhão <strong>de</strong><br />

documentos escritos em sumério e<br />

acádico, já encontrados e em fase <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ciframento, temos um grupo<br />

significativo que trata <strong>da</strong> culinária<br />

mesopotâmica.<br />

PALAVRAS-CHAVE: rituais,<br />

alimentação, Mesopotâmia.<br />

As novas pesquisas no campo <strong>da</strong><br />

história <strong>da</strong> alimentação foram<br />

impulsiona<strong>da</strong>s pela nova história<br />

cultural, assim, estudos sobre a<br />

significação simbólica dos alimentos, os<br />

hábitos culinários e o comportamento à<br />

mesa contribuíram para <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r as<br />

relações entre alimentação, cultura e<br />

estrutura social (Flandrin; Montanari,<br />

1998).<br />

Ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ca<strong>da</strong> cultura<br />

possuem uma cozinha original que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas preferências, seu<br />

meio natural e sua economia.<br />

Conhecemos parcialmente o passado<br />

culinário dos homens na pré-história,<br />

graças aos achados arqueológicos <strong>de</strong><br />

resíduos alimentares, utensílios e<br />

habitações. Mas, é somente com o<br />

advento <strong>da</strong> escrita, no final do IV<br />

milênio a.C., que po<strong>de</strong>mos conhecer os<br />

mais antigos sistemas <strong>de</strong> gostos e<br />

procedimentos tradicionais usados para<br />

a transformação dos alimentos: as<br />

receitas culinárias (Drachline; Petit-<br />

Castelli, 1984).<br />

A Mesopotâmia, berço <strong>de</strong> uma<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> original que se constituiu a<br />

partir do IV milênio a.C., inventou a<br />

escrita e com ela um rico, complexo e<br />

refinado sistema cultural. Dentre quase<br />

meio milhão <strong>de</strong> documentos escritos<br />

em sumério e acádico, já encontrados e<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917<br />

em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ciframento, temos um<br />

grupo significativo que trata <strong>da</strong><br />

culinária mesopotâmica.<br />

Para os mesopotâmicos, realizar um<br />

banquete era uma gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> hospitali<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

com os convivas, que <strong>de</strong>veria ter uma<br />

organização antecipa<strong>da</strong> e uma rígi<strong>da</strong><br />

etiqueta a ser respeita<strong>da</strong>.<br />

A maioria <strong>da</strong>s receitas culinárias<br />

termina com a expressão "Pronta para<br />

servir", encerrando assim a função do<br />

cozinheiro e entrando em cena os<br />

convi<strong>da</strong>dos. Entretanto, os textos são<br />

bastante lacunares sobre o ato <strong>de</strong> se<br />

alimentar. Raros relatam um banquete<br />

palaciano ou uma simples refeição<br />

(Lion; Michel, 2003: 32-37). São os<br />

textos literários e religiosos que nos<br />

trouxeram mais informações a respeito<br />

do banquete mesopotâmico.<br />

Os antigos mesopotâmicos<br />

praticavam a hospitali<strong>da</strong><strong>de</strong>. As fontes<br />

documentais <strong>de</strong> caráter diplomático e<br />

administrativo, os mitos e as epopéias<br />

mencionam a conduta apropria<strong>da</strong> para<br />

a recepção <strong>de</strong> um convi<strong>da</strong>do, segundo<br />

os hábitos <strong>da</strong> época: troca <strong>de</strong><br />

apresentações e <strong>de</strong> palavras amistosas,<br />

oferecimento <strong>de</strong> vestimentas limpas e<br />

novas, unção do corpo com óleos<br />

perfumados e bebi<strong>da</strong>s e comi<strong>da</strong>s em<br />

abundância.<br />

Na corte mesopotâmica, os<br />

banquetes eram importantes<br />

momentos <strong>de</strong> acordos políticos e<br />

consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> um<br />

complexo e estrito protocolo <strong>de</strong>veria<br />

ser seguido. Os emissários dos reis não<br />

eram somente encarregados <strong>de</strong><br />

transmitir mensagens, eles também<br />

levavam os presentes. A troca <strong>de</strong> dons<br />

e contra-dons testemunha as boas<br />

relações diplomáticas entre dois<br />

Estados, a prática <strong>de</strong>veria ser recíproca<br />

Profª. Drª.Katia Maria Paim Pozzer<br />

e o valor dos objetos <strong>de</strong>veria ser<br />

equivalente.<br />

Os mensageiros ficavam sob a<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e os cui<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> corte<br />

que lhes recebia: eles <strong>de</strong>veriam receber<br />

cotas <strong>de</strong> vestimentas, óleo, carne,<br />

cereais, prata e eram alojados em<br />

casas requisiciona<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população<br />

local. Este local, chamado <strong>de</strong> bît<br />

napṭarim (literalmente, a casa do<br />

anfitrião), era on<strong>de</strong> os estrangeiros<br />

residiam e seu anfitrião era responsável<br />

pelos seus atos frente ao rei (Black;<br />

George; Postgate, 2000). É, pois, na<br />

casa <strong>de</strong> seu napṭarum (o anfitrião) que<br />

os grupos <strong>de</strong> mensageiros se<br />

instalavam com seus serviçais, asnos e<br />

suas bagagens antes <strong>de</strong> entrar no<br />

palácio (Charpin, 1988: 142).<br />

Quando embaixadores estrangeiros<br />

estavam presentes em refeições reais,<br />

o tratamento recebido por ca<strong>da</strong> grupo<br />

era <strong>de</strong>terminado pela posição<br />

hierárquica que possuíam aos olhos <strong>de</strong><br />

seu anfitrião. A posição e o lugar<br />

ocupados durante o banquete também<br />

eram expressões <strong>de</strong> diferenciação: ter<br />

direito a sentar-se numa ca<strong>de</strong>ira era<br />

indício <strong>de</strong> prestígio, ao contrário,<br />

aqueles que se sentavam no chão eram<br />

visivelmente menosprezados.<br />

Antes <strong>de</strong> passar à mesa todos<br />

<strong>de</strong>veriam lavar as mãos em água limpa,<br />

pois um provérbio sumério diz: "É uma<br />

abominação levar à boca mãos<br />

impuras". Quando todos estivessem<br />

acomo<strong>da</strong>dos iniciava-se o serviço. Os<br />

serviçais traziam ban<strong>de</strong>jas com iguarias<br />

finamente prepara<strong>da</strong>s, tudo regado a<br />

muita cerveja! Nas mesas, estavam à<br />

disposição dos convivas pratos, copos,<br />

jarros, colheres, facas e os<br />

guar<strong>da</strong>napos, que eram colocados<br />

sobre o colo para evitar que os<br />

alimentos sujassem as roupas. A<br />

documentação iconográfica e epigráfica


- Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong><br />

<strong>da</strong> antiga Mesopotâmia sobre os<br />

banquetes privilegia a esfera do po<strong>de</strong>r<br />

real e religioso (Joannès, 2001: 716). A<br />

partir <strong>de</strong>la sabemos <strong>da</strong> realização <strong>de</strong>stes<br />

com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> celebrar uma<br />

importante vitória militar ou a<br />

inauguração <strong>de</strong> um novo templo ou<br />

palácio.<br />

A base <strong>da</strong> alimentação eram os<br />

cereais (ceva<strong>da</strong> e trigo), legumes<br />

diversos, frutas – como a tâmara, maçã,<br />

pêra, figo, romã, uva – cogumelos, ervas<br />

condimentares, carnes <strong>de</strong> animais <strong>de</strong><br />

pequeno e médio porte: suínos, aves<br />

(codornas, passarinhos, patos, gansos,<br />

<strong>da</strong>s quais se consumiam os ovos), os<br />

animais <strong>de</strong> caça, peixes <strong>de</strong> água doce e<br />

salga<strong>da</strong>, crustáceos, mariscos e insetos,<br />

leite, manteiga e outras gorduras<br />

vegetais (sésamo e oliva), mel e<br />

produtos minerais (sal e cinzas).<br />

Consumiam mais <strong>de</strong> 20 quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

queijos, uma centena <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> sopas,<br />

cerca <strong>de</strong> 300 quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pães, on<strong>de</strong> a<br />

forma também variava (Pozzer, 2005).<br />

Além <strong>de</strong> comer, os babilônicos<br />

também bebiam! A cerveja, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

a bebi<strong>da</strong> mais popular e mais antiga na<br />

região (anterior ao III milênio a.C.), era<br />

um ingrediente fun<strong>da</strong>mental em<br />

qualquer banquete na Mesopotâmia.<br />

Esta bebi<strong>da</strong> fermenta<strong>da</strong>, à base <strong>de</strong><br />

cereais, era prepara<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />

maceração e fermentação <strong>da</strong> ceva<strong>da</strong> e<br />

<strong>de</strong> tâmaras, segundo técnicas<br />

aprimora<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 maneiras<br />

diferentes: fabricava-se cerveja branca,<br />

vermelha, clara, escura, adoça<strong>da</strong> ao mel<br />

e perfuma<strong>da</strong> com múltiplos aromas.<br />

Ao final <strong>da</strong> refeição, antes <strong>da</strong><br />

sobremesa, era realizado um brin<strong>de</strong>, que<br />

anunciava uma outra etapa, a do<br />

divertimento, com lutadores,<br />

saltimbancos, <strong>da</strong>nçarinas e músicos. Os<br />

músicos seculares tocavam nas tabernas<br />

(As tabernas eram lugares <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

cerveja e <strong>de</strong> prostituição, cf. O Código <strong>de</strong><br />

Hammu-rabi § 108-111) e em<br />

celebrações sociais. Os músicos dos<br />

palácios costumavam receber rações<br />

alimentares e alguns templos mantinham<br />

escolas <strong>de</strong> música. Além disso, a música<br />

era, juntamente com a literatura, a<br />

linguagem e a matemática uma <strong>da</strong>s<br />

disciplinas básicas do ensino formal<br />

mesopotâmico. Na iconografia<br />

mesopotâmica há inúmeras referências a<br />

instrumentos musicais, que eram <strong>de</strong> três<br />

tipos: os instrumentos <strong>de</strong> cor<strong>da</strong> (harpa,<br />

lira e alaú<strong>de</strong>); <strong>de</strong> sopro (flautas simples<br />

e duplas <strong>de</strong> junco, ma<strong>de</strong>ira ou metal); e<br />

<strong>de</strong> percussão (tambores <strong>de</strong> vários<br />

tamanhos e formas) (Pozzer, 2007).<br />

A iconografia <strong>de</strong> baixos-relevos, os<br />

objetos arqueológicos e a documentação<br />

epigráfica revelam a importância social<br />

do prazer à mesa no mundo<br />

mesopotâmico. No imaginário babilônico,<br />

comer e beber juntos servia para<br />

fortalecer a amiza<strong>de</strong> entre os iguais e<br />

para reforçar as relações entre o rei e<br />

seus súditos. A partilha do alimento,<br />

mais do que a própria composição <strong>da</strong><br />

refeição, era o mais importante. O que<br />

fun<strong>da</strong>va o banquete era esta<br />

comensali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os participantes e<br />

remetia a uma <strong>da</strong>s expressões <strong>da</strong><br />

soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(Glassner, 2003: 45). O banquete<br />

também era um ato político, ritualizado e<br />

sagrado. Com ele selavam-se acordos <strong>de</strong><br />

paz entre os homens e garantia-se a<br />

proteção divina para que a vi<strong>da</strong> na terra<br />

fosse mais próspera e mais feliz.<br />

Referências Bibliográficas<br />

BLACK, J., GEORGE, A.; POSTGATE, N. A<br />

Concise Dictionary of Akkadian.<br />

Wiesba<strong>de</strong>n: Harrassowitz Verlag, 2000.<br />

CHARPIN, D.; JOANNÈS, F.;<br />

LACKENBACHER, S.; LAFONT, B.<br />

Archives Épistolaires <strong>de</strong> Mari I/2 -<br />

Archives Royales <strong>de</strong> Mari XXVI. Paris:<br />

ERC, 1988.<br />

DRACHLINE, P.; PETIT-CASTELLI, C. A<br />

Table avec Cesar. Paris: Éditions Sand,<br />

1984.<br />

FLANDRIN, J.-L.; MONTANARI, M.<br />

História <strong>da</strong> Alimentação. Tradução <strong>de</strong><br />

Luciano V. Machado e Guilherme J. F.<br />

Teixeira. São Paulo: Estação Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

1998.<br />

GLASSNER, J.-J. La réception <strong>de</strong> l'hôte,<br />

le vivre et le couvert. Dossiers<br />

d'Archéologie. Dijon: Éditions Faton, n.<br />

280, p. 44-47, 2003.<br />

JOANNÈS, F. Dictionnaire <strong>de</strong> la<br />

Civilisation Mésopotamienne. Paris:<br />

Robet Laffont, 2001.<br />

LION, B.; MICHEL, C. Un banquet à la<br />

cour assyrienne. Dossiers<br />

d'Archéologie. Dijon: Éditions Faton, n.<br />

280, p. 24-31, 2003.<br />

POZZER, K.M.P. Uma História <strong>da</strong> Festa -<br />

culinária e música na Mesopotâmia<br />

Antiga. Textura - Revista <strong>de</strong> Letras e<br />

História. Canoas: Editora <strong>da</strong> ULBRA, n.<br />

11, p. 47-55, 2005.<br />

_____________. O Banquete do Rei e a<br />

Política nos Tempos <strong>de</strong> Paz. In:<br />

Cerqueira, F.V.; Gonçalves, A.T.; Nobre,<br />

C.K.; Silva, G.J.; Vargas, A.Z. Guerra e<br />

Paz no Mundo Antigo. Pelotas:<br />

Leeparq/UFPel, IMP, 2007. p. 139-152.<br />

Profª. Drª. Katia Maria<br />

Paim Pozzer<br />

Professora do Curso <strong>de</strong> História <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Luterana do Brasil<br />

(ULBRA), Doutora em História pela<br />

Université <strong>de</strong> Paris I – Panthéon-<br />

Sorbonne<br />

(pozzer@terra.com.br)<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917


- Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong> 7<br />

RESUMO: Normalmente templos<br />

famosos, pirâmi<strong>de</strong>s misteriosas, e<br />

tumbas magníficas são as gran<strong>de</strong>s<br />

atrações no Egito. Alguém já se<br />

perguntou qual era a dieta dos egípcios?<br />

Como era o café pela manhã?<br />

Percebemos que alguns alimentos<br />

po<strong>de</strong>riam fazer parte <strong>da</strong> nossa mesa e<br />

outros nem tanto, mas através do que<br />

bebemos (ou bebíamos) e comemos (ou<br />

comíamos) é possível i<strong>de</strong>ntificar práticas<br />

culturais, sociais e relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Egito, alimentação,<br />

cotidiano, socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Normalmente templos famosos,<br />

pirâmi<strong>de</strong>s misteriosas, e tumbas<br />

magníficas são as gran<strong>de</strong>s atrações no<br />

Egito. São elas que nos seduzem diante<br />

<strong>da</strong> Terra dos Faraós, mas gostaria <strong>de</strong><br />

tratar <strong>de</strong> um assunto pouco explorado...<br />

Alguém já se perguntou qual era a dieta<br />

dos egípcios? Como era o café pela<br />

manhã? E o almoço? O que bebiam,<br />

além <strong>de</strong> água, é claro? Quais eram as<br />

frutas? Po<strong>de</strong>mos dizer que as refeições<br />

e os alimentos eram parecidos com as<br />

nossas? Po<strong>de</strong>mos analisar práticas<br />

culturais e sociais através <strong>de</strong> um estudo<br />

<strong>da</strong> alimentação?<br />

Apesar <strong>de</strong> diversas pesquisas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

cotidiana ain<strong>da</strong> não está bem claro<br />

quantas refeições os egípcios faziam e a<br />

que horas. Entretanto, sabemos que<br />

pela manhã os egípcios comiam pão nas<br />

mais varia<strong>da</strong>s combinações tendo o trigo<br />

e a ceva<strong>da</strong> como base.<br />

Além do pão, que po<strong>de</strong>ria ter outros<br />

complementos, frutas como a tâmara e<br />

provavelmente variações do melão<br />

também estariam no cardápio, além <strong>de</strong><br />

uma carne que podia ser <strong>de</strong> ave, peixe<br />

ou gado. Evi<strong>de</strong>ntemente os menos<br />

favorecidos <strong>de</strong>veriam ter só pão, um<br />

peixe e frutas como tâmaras. Os mais<br />

abastados podiam ter na sua mesa<br />

frutas mais ricas como o figo que<br />

representava o seio <strong>de</strong> Isis. De fato,<br />

existiam outras formas <strong>de</strong> figos, mas que<br />

não chegaram ao oci<strong>de</strong>nte como a fruta<br />

<strong>da</strong> árvore Sicômoro <strong>de</strong>dicado a <strong>de</strong>usa<br />

Hathor.<br />

Tanto na refeição matutina quanto<br />

nas outras uma coisa os egípcios não<br />

dispensavam: uma boa cerveja! Que<br />

pela manhã seria o substituto do nosso<br />

“café-com-leite” Ao que parece nas<br />

outras refeições, além do que já foi<br />

relatado, os egípcios faziam uso <strong>de</strong><br />

grãos tais como o grão <strong>de</strong> bico e<br />

lentilhas, e conheciam condimentos<br />

como canela, manjericão, cuminho e<br />

mostar<strong>da</strong>. Aparentemente a pimenta foi<br />

introduzi<strong>da</strong> pelos gregos por volta do<br />

século V ou III a.C.<br />

Bem, percebemos que alguns<br />

alimentos po<strong>de</strong>riam fazer parte <strong>da</strong> nossa<br />

mesa e outros nem tanto, mas através<br />

do que bebemos (ou bebíamos) e<br />

comemos (ou comíamos) é possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar práticas culturais, sociais e<br />

relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Certos valores são<br />

euforizados (valorizados) pela<br />

alimentação. Imaginários sociais e<br />

relações simbólicas po<strong>de</strong>m ser<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s. Status, po<strong>de</strong>r e prestígio<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>monstrados pelos<br />

banquetes e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alimentos e<br />

bebi<strong>da</strong>s e finalmente práticas mágicoreligiosas<br />

também po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>da</strong>s<br />

pelas oferen<strong>da</strong>s votivas e funerárias, e<br />

interdições alimentares. Assim sendo<br />

quando verificamos na socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

egípcia a relação do figo com a <strong>de</strong>usa<br />

Isis, do figo do sicômoro com a <strong>de</strong>usa<br />

Hathor ou do grão <strong>de</strong> bico com o <strong>de</strong>us<br />

Hórus estamos diante <strong>da</strong> expressão<br />

material <strong>de</strong> uma <strong>da</strong><strong>da</strong> cultura e valores<br />

simbólicos e mágicos que se tornam<br />

assim objeto <strong>de</strong> pesquisa, e neste<br />

sentido po<strong>de</strong>mos salientar que:<br />

Na alimentação humana se<br />

materializa a estrutura <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, se<br />

atualiza a interação social e<br />

socioambiental, as representações<br />

socioculturais (crenças, normas, valores)<br />

que dão significado à ação social [...] dos<br />

que têm em comum uma mesma cultura.<br />

A abstração conceitual <strong>da</strong> cultura se<br />

concretiza no prato. (MILLÁN, 2002<br />

Apud MACIEL E MENASCHE, 2007, p.<br />

2).<br />

Desta forma ao estu<strong>da</strong>r as práticas<br />

alimentares, <strong>de</strong> uma cultura ou<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, estamos partindo <strong>de</strong> uma<br />

análise particular para uma situação<br />

macro. Diante <strong>de</strong>ste ponto práticas<br />

econômicas, políticas e as relações com<br />

o meio-ambiente po<strong>de</strong>m ser percebi<strong>da</strong>s<br />

por uma análise cultural e social a partir<br />

<strong>de</strong> um pano <strong>de</strong> fundo — compreendido<br />

aqui como Cultura Material —, que<br />

neste caso em particular, se relaciona as<br />

práticas alimentares.<br />

Referências Bibliográficas<br />

RODRIGUEZ CIVITELLO, Lin<strong>da</strong>. Cusine<br />

and Culture. New Jersey: WILEY, 2008.<br />

MACIEL, Maria Eunice Maciel e<br />

MENASCHEL, Renata Menasche1.<br />

Alimentação e cultura, i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Você tem fome <strong>de</strong> quê?<br />

Curitiba: IBASE, 2007<br />

Acesso<br />

em: 26 <strong>de</strong>zembro 2010<br />

MILLÁN, Amado. Malo para comer,<br />

bueno para pensar: crisis en la<br />

ca<strong>de</strong>na socioalimentaria. In: ARNAIZ,<br />

Mabel Gracia (coord.). Somos lo que<br />

comemos: estudios <strong>de</strong> alimentación y<br />

cultura en España. Barcelona: Ariel,<br />

2002.<br />

TALLET, Pierre. História <strong>da</strong><br />

Alimentação no Egito Antigo. São<br />

Paulo:SENAC, 2002<br />

Prof. Dr.<br />

Julio Cesar<br />

Gralha<br />

Prof. Dr. Julio Gralha<br />

Professor Adjunto <strong>de</strong> História Antiga e<br />

Medieval <strong>da</strong> UFF-PUCG. Coor<strong>de</strong>nador<br />

do <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> História<br />

Medieval, Antiga e Arqueologia<br />

Transdisciplinar (NEHMAAT). Professor<br />

colaborador do NEA-<strong>UERJ</strong> e<br />

coor<strong>de</strong>nador do CEHAM<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917


8 - Informativo <strong>de</strong> História Antiga – Jan, Fev, Mar <strong>de</strong> 2011 – <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> – <strong>UERJ</strong><br />

Pesquisadores do <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> são aprovados para Mestrado na <strong>UERJ</strong>,<br />

UFF e Doutorado na UFRJ<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano, pesquisadores do <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> participaram <strong>da</strong> seleção para mestrado<br />

e doutorado em universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Conhecido por sua excelência acadêmica e compromisso com as pesquisas em História Antiga, o NEA/<strong>UERJ</strong> teve a<br />

grata satisfação <strong>de</strong> ver os pesquisadores José Roberto <strong>de</strong> Paiva Gomes, Carlos Eduardo <strong>da</strong> Costa Campos, Junio<br />

Cesar Rodrigues Lima, Marcos Davi Duarte <strong>da</strong> Cunha e Pedro Vieira <strong>da</strong> Silva Peixoto, colaborador do <strong>Núcleo</strong>, sendo<br />

aprovados para o Doutorado do PPGHC/UFRJ, Mestrado do PPGH/<strong>UERJ</strong> e Mestrado do PPGH/UFF.<br />

O Prof. Ms. José Roberto apresentou o projeto: "As Imagens <strong>da</strong> Citarista na Tirania dos Pisistrati<strong>da</strong>s (561 a 510 a.C.)" e<br />

obteve o segundo lugar no Doutorado em História Compara<strong>da</strong> <strong>da</strong> UFRJ; o Prof. Junio Cesar, "Interações Culturais entre<br />

o Império Romano e a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Ju<strong>da</strong>ica do Século I d.C."; o Prof. Marcos Davi tratou do "Po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> Talassocracia <strong>da</strong><br />

Realeza Palaciana Minóico-Micênica no Mar Mediterrâneo (os povos do mar e as expansões micênicas)"; e o Prof.<br />

Pedro Vieira, o tema "A Morte sobre Ro<strong>da</strong>s: Gênero, Hierarquias Sociais e Práticas Mortuárias nos Enterramentos do<br />

Norte <strong>da</strong> Bretanha nos Séculos IV - III a.C.".<br />

A aprovação dos pesquisadores expressa a serie<strong>da</strong><strong>de</strong> com que o <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> tem conduzido<br />

suas pesquisas e a certeza <strong>de</strong> que o NEA continua firme em seu objetivo <strong>de</strong> socializar o saber acadêmico e zelar pela<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas pesquisas.<br />

Prof. Carlos Eduardo <strong>da</strong> Costa Campos<br />

conquista o primeiro lugar na seleção para<br />

Mestrado <strong>da</strong> <strong>UERJ</strong><br />

Normas para Publicação:<br />

- 800 palavras ou 5000 caracteres com espaço;<br />

- Biografia resumi<strong>da</strong> do autor;<br />

- Resumo (35 palavras ou 230 caracteres com espaço) e 3<br />

palavras-chave;<br />

- 02 Imagens com referência;<br />

- 01 Foto do autor <strong>de</strong> rosto;<br />

- Fonte: Tahoma 9, espaçamento entre linhas simples;<br />

- 03 Referências bibliográficas<br />

Confira o restante <strong>da</strong> programação no site do NEA: www.nea.uerj.br. - Programação sujeita à alterações.<br />

PHILÍA - ISSN 1519-6917<br />

O Prof. Carlos Eduardo<br />

<strong>da</strong> Costa Campos<br />

conquistou em <strong>de</strong>zembro<br />

o primeiro lugar no<br />

Mestrado do<br />

PPGH/<strong>UERJ</strong>, com o<br />

projeto “Religião como<br />

uma Estratégia do<br />

Imperialismo Romano<br />

em Sagunto nos séculos<br />

I aC - II dC”, obtendo<br />

média 9,8.<br />

Carlos Eduardo, ex-aluno <strong>da</strong> <strong>UERJ</strong> e pesquisador do <strong>Núcleo</strong><br />

nos últimos três anos obteve menções honrosas na 17ª e<br />

19ª como também conquistou o prêmio máximo na 18ª<br />

Semana <strong>de</strong> Iniciação Científica <strong>da</strong> <strong>UERJ</strong> e ain<strong>da</strong> possui uma<br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> publicações sobre suas pesquisas.<br />

R454 Catalogação na Fonte<br />

<strong>UERJ</strong>/Re<strong>de</strong> Sirius/CCS/A<br />

Philía: jornal informativo <strong>de</strong> história antiga. – vol.1, n.1<br />

(1998) - . – Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>UERJ</strong>/NEA, 1998 –<br />

v. : Il.<br />

Trimestral.<br />

ISSN 1519-6917<br />

1. História antiga – Peródicos. I. Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro. <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

CDU 931 (05)<br />

www.nea.uerj.br nea.uerj@gmail.com Apoio e Impressão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!