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O CRISTIANISMO COPTA - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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ISSN: 1984 -3615<br />

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE<br />

I CONRESSO INTERNACIONAL DE RELIGIÃO<br />

MITO E MAGIA NO MUNDO ANTIGO<br />

&<br />

IX FÓRUM DE DEBATES EM HISTÓRIA ANTIGA<br />

2010<br />

O <strong>CRISTIANISMO</strong> <strong>COPTA</strong>: UMA FACE PARTICULAR DO<br />

MULTICULTURALISMO CRISTÃO<br />

Angela Cristina Sarvat <strong>de</strong> Figueiredo 1<br />

Quando nos <strong>de</strong>paramos com estudos <strong>da</strong> História <strong>da</strong> Igreja nos primeiros séculos do<br />

Cristianismo, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar, primordialmente, uma época em que a Igreja viveu no<br />

âmbito <strong>da</strong> cultura greco-romana. Do nascimento <strong>de</strong> Cristo até fins do século VII quando do<br />

sínodo <strong>de</strong> Trulano <strong>de</strong> Constantinopla, época <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> Cristã, o cristianismo<br />

havia se difundido por todo o Império Romano e já ganhava também novos espaços fora <strong>da</strong>s<br />

fronteiras do Império. Se na África romana contavam-se muitas se<strong>de</strong>s episcopais no fim do<br />

século I, no Egito há referências importantes sobre a Igreja <strong>de</strong> Alexandria que teria sido<br />

fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por São Marcos. O fato inegável é que Alexandria foi um pólo refletor importante <strong>de</strong><br />

cultura cristã, tanto que se achavam em mais <strong>de</strong> 100 dioceses episcopais, no <strong>de</strong>correr do<br />

século III na região, segundo o sínodo <strong>de</strong> Alexandria <strong>de</strong> 318. 2<br />

O Império Romano que se estendia <strong>da</strong> Síria até a Espanha, do rio Nilo ao Danúbio,<br />

mesmo tendo criado uma vasta organização política enlaça<strong>da</strong> por um mesmo sistema jurídico<br />

e administrativo, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> congregar culturas bastante distintas entre si. Mesmo na<br />

África, se Cartago foi um centro importante <strong>de</strong> fé cristã, impregnado <strong>de</strong> cultura e língua latina<br />

e que teve em Tertuliano (155-220) um timoneiro original porque <strong>de</strong>u à linguagem teológica<br />

uma ênfase latina bem diferente do estilo oriental, em Alexandria, centro do helenismo cristão,<br />

o universo cultural era bem diferente. Enquanto na África latina a fé se orientava para a ação,<br />

no Egito, e especialmente em Alexandria, florescia uma cultura refina<strong>da</strong> carrega<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

tradições mitológicas e religiosas, uma literatura especulativa que buscava unir pontos<br />

1 Angela Cristina Sarvat <strong>de</strong> Figueiredo é doutoran<strong>da</strong> em história, pelo Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em História<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, sob a orientação <strong>da</strong> Prof.ª Maria Teresa Toríbio B. Lemos. E-mail:<br />

angelafigueiredo@ibest.com.br<br />

2 BIHLMEYER, Karl e TUECHLE. Herman. História <strong>da</strong> Igreja. Vol. I Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> Cristã. São Paulo: Edições<br />

Paulinas. p.74.<br />

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distantes, e inclusive, tinha-se a preocupação <strong>de</strong> sintetizar a filosofia grega com o espírito<br />

evangélico. Assim, o Egito era permeado <strong>de</strong> <strong>de</strong>uses, sincretismos, antagonismos e até mesmo<br />

<strong>de</strong> aparentes contradições filosófico-religiosas. Daí ser um lugar tão interessante e merecedor<br />

<strong>de</strong> um olhar mais apurado.<br />

A religião tradicional dos egípcios foi uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s expressões do mundo antigo.<br />

Os antigos egípcios criaram várias teorias sobre a criação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, assim como sobre o mundo<br />

dos <strong>de</strong>uses e sua influência no pensamento humano; mo<strong>de</strong>laram os aspectos divinos <strong>da</strong> realeza<br />

e i<strong>de</strong>ntificaram características humanas nas divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s; <strong>de</strong>finiram o papel dos sacerdotes na<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e, acima <strong>de</strong> tudo, afirmaram outra dimensão dos homens ao crerem na eterni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e na vi<strong>da</strong> além-túmulo. Essa profun<strong>da</strong> experiência do pensamento religioso no Egito Antigo<br />

foi tão importante que produziu uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa-cultural transporta<strong>da</strong> por milênios,<br />

assim como influências e reconhecimento duradouros sobre o mundo exterior. Para a História<br />

Religiosa, é particularmente visível a influência religiosa egípcia sobre certos aspectos <strong>da</strong>s<br />

religiões do mundo greco-romano, como se po<strong>de</strong> constatar através do prestígio e populari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>usa Ísis e do seu culto em diversas partes do mundo grego, como a antiga Mesopotâmia,<br />

e do Império Romano como em templos na Inglaterra.<br />

A religião foi um dos domínios, no mundo e na cultura helenística <strong>de</strong> Alexandria, em<br />

que a impregnação egípcia foi surpreen<strong>de</strong>nte. Nos últimos séculos antes <strong>da</strong> era cristã, por<br />

exemplo, havia se estabelecido uma certa fusão <strong>de</strong> <strong>de</strong>uses gregos e divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s egípcias, a<br />

ponto <strong>de</strong> existir uma tría<strong>de</strong> forma<strong>da</strong> por Serápis como Deus-Pai, Ísis como Deusa-Mãe e<br />

Harpócrates como Deus-Filho. Em Alexandria, Serápis, antigo <strong>de</strong>us Osíris ou Osírapis, era<br />

representado por um velho barbudo similar a Zeus. Ísis, <strong>de</strong>usa primordial do Egito, era<br />

apresenta<strong>da</strong> com uma túnica grega; e, Harpócrates, nome grego <strong>de</strong> Hórus, o filho <strong>de</strong> Isis, era<br />

posto como uma criança. Essa tría<strong>de</strong> era <strong>de</strong> tamanha importância que seu alcance se esten<strong>de</strong>u<br />

às ilhas do Egeu, como também a terras muitos distantes do mundo grego. Principalmente a<br />

figura <strong>de</strong> Ísis foi venera<strong>da</strong> em todo o mundo greco-romano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Gália, Irlan<strong>da</strong>, Espanha,<br />

Alemanha até a Ásia Menor e parte do Oriente. Com o advento do cristianismo, já na era<br />

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romana, po<strong>de</strong>mos constatar a magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> influência egípcia com a sobrevivência <strong>de</strong> Ísis,<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> em estátuas que serviam como imagens <strong>da</strong> Madona.<br />

Se a prepon<strong>de</strong>rância <strong>da</strong> cultura egípcia, inclusive no âmbito religioso, já vinha<br />

<strong>de</strong>clinando há algum tempo, a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> Cleópatra e Marco Antônio para César, na Batalha <strong>de</strong><br />

Actium em 31 a.C., ao garantir a supremacia política <strong>da</strong> Roma Imperial também representou<br />

uma <strong>de</strong>rrota dos <strong>de</strong>uses egípcios. Entretanto, se gra<strong>da</strong>tivamente o Egito viu-se infiltrado ca<strong>da</strong><br />

vez mais pela cultura romana, representou , também, um espaço privilegiado para a<br />

propagação <strong>de</strong> uma outra religião <strong>de</strong> salvação: o Cristianismo. Assim, a experiência religiosa<br />

tradicional egípcia posta na paixão <strong>de</strong> Osíris, o luto <strong>de</strong> Ísis e a ressurreição <strong>de</strong> seu esposo,<br />

aliados às preocupações com a vi<strong>da</strong> além-túmulo, foram fatores prepon<strong>de</strong>rantes para<br />

disseminação do cristianismo, na medi<strong>da</strong> em que, em alguns aspectos, as duas religiões uniam-<br />

se, como no i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> esperança para os sofredores e no reconhecimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> dos seus<br />

<strong>de</strong>uses/<strong>de</strong>us com a natureza humana.<br />

A assimilação do Cristianismo em Alexandria, não foi um fenômeno do acaso. Nesta<br />

parte do Egito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, havia uma cultura multiétnica. Várias línguas<br />

eram fala<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: o grego, em seus vários diletos, era a mais difundi<strong>da</strong>; o egípcio era a<br />

língua fala<strong>da</strong> nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nativas, enquanto que entre os ju<strong>de</strong>us predominava o hebraico<br />

“clássico” e o aramaico, além <strong>de</strong> outras línguas semíticas. Além disso, importa lembrar que a<br />

forte presença ju<strong>da</strong>ica em Alexandria foi razão suficiente para a tradução grega do texto <strong>da</strong><br />

Bíblia, conheci<strong>da</strong> como “Septuaginta” e elabora<strong>da</strong> entre os séculos III e I a.C. Essa tradução<br />

<strong>da</strong> Bíblia hebraica para o grego koiné foi tão importante que serviu <strong>de</strong> base para várias<br />

traduções bíblicas latinas, foi utiliza<strong>da</strong> para versões para o eslavo eclesiástico e para Héxapla<br />

<strong>de</strong> Orígines, e como fonte direta para as versões para as línguas orientais como o armênio e<br />

copta do Antigo Testamento. Portanto, po<strong>de</strong>mos facilmente explicar pelos fun<strong>da</strong>mentos<br />

bíblicos dos habitantes alexandrinos as razões <strong>da</strong> rápi<strong>da</strong> assimilação e difusão do cristianismo<br />

naquela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

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Outros aspectos também precisam ser consi<strong>de</strong>rados para a expansão <strong>da</strong> nova religião<br />

cristã no Egito e em todo o mundo mediterrâneo. Temos que lembrar que havia uma crise<br />

religiosa em todo o mundo não cristão, cujas religiões tradicionais não respondiam e<br />

satisfaziam as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s espirituais dos povos <strong>da</strong> época. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, essa crise religiosa<br />

crescia tanto no Egito como em outras partes do Império Romano. Muitos historiadores<br />

explicam essa crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa <strong>da</strong>s populações com as várias religiões do Império<br />

em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais e crises econômicas. A “felici<strong>da</strong><strong>de</strong>” proporciona<strong>da</strong> pelas<br />

riquezas materiais beneficiava, ca<strong>da</strong> vez mais, uma minoria <strong>de</strong> privilegiados. Até no Egito,<br />

convivia-se com uma concentração maior <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s terras e consequente direito <strong>de</strong><br />

coletar impostos por esses proprietários. Essa tendência à formação <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

domina<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong> em torno dos gran<strong>de</strong>s proprietários <strong>de</strong> terras opunha-se um aumento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spossuídos que tendiam a se agrupar em torno <strong>de</strong>sses potentados, acreditando na sua<br />

proteção e em troca <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas pequenas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ao mesmo tempo,<br />

inaugurava-se uma divisão maior no conjunto dos ci<strong>da</strong>dãos entre humiliores e honestiores (os<br />

humil<strong>de</strong>s e os notáveis), ou seja, entre duas categorias segundo a fortuna e o nível social, fato<br />

que conduzia a dois pesos e duas medi<strong>da</strong>s em termos <strong>de</strong> justiça. Assim, po<strong>de</strong>mos explicar a<br />

crescente a<strong>de</strong>são a uma nova proposta religiosa cuja promessa <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> acolhia todos os<br />

homens e, inclusive <strong>de</strong> forma inversa aos seus bens terrenos.<br />

Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> recor<strong>da</strong>r que a difusão do Cristianismo aconteceu no conjunto<br />

<strong>da</strong> Bacia Mediterrânea on<strong>de</strong> vigorava uma economia fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na escravidão. As<br />

mulheres e crianças não afortuna<strong>da</strong>s também eram penaliza<strong>da</strong>s com a exclusão social na<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> greco-romana, marca<strong>da</strong>mente machista e brutal. Não era estranho, portanto, que o<br />

Evangelho respon<strong>de</strong>sse a uma expectativa profun<strong>da</strong> dos homens nos primeiros séculos <strong>da</strong><br />

nossa era.<br />

A aparição e difusão do Cristianismo, no Egito, merecem ser analisa<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma<br />

cui<strong>da</strong>dosa. Importa assinalar, sobretudo, que a adoção <strong>da</strong> língua copta pelo cristianismo foi<br />

essencial na proliferação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s cristãs na região, ao mesmo tempo em que relegou<br />

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a segundo plano as religiões romanas, principalmente àquela fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> no culto ao<br />

imperador. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouco ain<strong>da</strong> é conhecido por nós sobre a propagação do cristianismo<br />

em terras egípcias, mas com certeza o cristianismo copta <strong>de</strong>sempenhou um papel histórico<br />

ativo, gerou inúmeros embates e exerceu notável influência sobre seus vizinhos.<br />

Paradoxalmente, constatamos que as épocas on<strong>de</strong> ocorreram perseguições religiosas<br />

mais duras aos cristãos foram também as épocas em que se afirmaram ou cresceram os<br />

números <strong>de</strong> fiéis. No Egito, particularmente, foi na época do imperador Diocleciano (303),<br />

quando o culto ao soberano atingiu o apogeu e quando as perseguições aos cristãos foram<br />

implacáveis, que marcamos o nascimento <strong>da</strong> era copta. Na instância seguinte, sob o governo<br />

<strong>de</strong> Constantino quando a tolerância religiosa foi instaura<strong>da</strong>, a história do cristianismo, no<br />

Egito, <strong>de</strong>finiu-se por uma estreita aproximação entre Alexandria e Constantinopla.<br />

Se a paz <strong>da</strong> Igreja, estabeleci<strong>da</strong> em 313 por Constantino, assinalou o início <strong>da</strong> “Igreja<br />

Constantiniana”, ou seja, um novo modo <strong>de</strong> relações entre Igreja e Estado que se consi<strong>de</strong>rava<br />

cristão, inaugurou-se ali, uma longa era <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendências entre Estado e Igreja. A partir<br />

<strong>da</strong>quele momento, seguiram-se múltiplas interferências recíprocas, mas para a Igreja<br />

representou, especialmente, um aprisionamento a liames políticos governamentais e a<br />

permanente contraparti<strong>da</strong> <strong>de</strong> sustentáculo i<strong>de</strong>ológico para esses sistemas. Assim, a partir do<br />

momento em que a religião cristã tornou-se oficialmente a religião imperial romana sob<br />

Teodósio, em 380, o imperador tentou regulamentar os conflitos doutrinais, <strong>de</strong> modo a<br />

sobrepor à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídica do Império uma uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa, entendi<strong>da</strong> como<br />

ortodoxia.<br />

No Egito, a educação religiosa, milenarmente, exigia que a língua do país fosse<br />

utiliza<strong>da</strong> como língua litúrgica. Assim, tanto o cristianismo como outras religiões na região, a<br />

partir <strong>da</strong> nossa era, adotaram o copta. A língua copta representou o último estado <strong>da</strong> antiga<br />

língua egípcia, acresci<strong>da</strong> <strong>de</strong> algumas palavras gregas e latinas. Era escrita não em signos<br />

hieroglíficos, mas em letras gregas. O alfabeto copta compreendia 24 letras gregas e sete<br />

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signos <strong>de</strong>rivados do Demótico (antiga escrita egípcia utiliza<strong>da</strong> pelo povo) <strong>de</strong>stinados a traduzir<br />

sons próprios <strong>da</strong> língua egípcia. Surgi<strong>da</strong> no século III <strong>da</strong> era cristã e adota<strong>da</strong> como língua<br />

oficial do Cristianismo Copta, tanto ortodoxo como católico, a língua Copta ain<strong>da</strong> se mantém<br />

como língua litúrgica no Egito do século XXI. O fato é que ter sido veiculado em língua copta<br />

<strong>de</strong>u ao cristianismo espaços e status populares privilegiados. Isto porque presbíteros e<br />

diáconos ao falarem em copta às classes mais humil<strong>de</strong>s <strong>da</strong> população, àquelas que não tinham<br />

acesso à cultura grega <strong>da</strong>s classes dominantes e que também não gozavam pela Constituição<br />

Antoniniana ou Edito <strong>de</strong> Caracala, <strong>de</strong> 212, do status <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos do Império, galvanizaram-nas<br />

para a fé cristã, como também, ao confrontarem o cristianismo às religiões romanas,<br />

transformaram-nas em sinônimo <strong>de</strong> pagãs e <strong>de</strong> conotação pejorativa.<br />

A partir do momento que o cristianismo ganhou status <strong>de</strong> religião oficial sob Teodósio,<br />

a história religiosa do Egito vinculou-se diretamente à Constantinopla, ficando a cristan<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

sob a égi<strong>de</strong> dos imperadores que guar<strong>da</strong>vam para si o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir e vali<strong>da</strong>r os dogmas a<br />

serem difundidos no Império. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o cristianismo havia se caracterizado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

primórdios <strong>de</strong> sua existência, por uma certa varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> fé e que geraram, por sua<br />

vez, divergências entre os fiéis em função <strong>de</strong> concepções e interpretações locais. Contudo,<br />

enquanto o cristianismo mantinha-se como religião minoritária, nos quadros culturais do<br />

Império, essas querelas não tinham expressão significativa, mas, ao tornar-se religião<br />

expressiva senão majoritária, o cristianismo suscitou <strong>de</strong>bates que se tornaram assuntos <strong>de</strong><br />

Estado no Império.<br />

Se para os Imperadores, a discussão religiosa – a heresia – <strong>de</strong>via ce<strong>de</strong>r lugar a uma<br />

concepção or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e <strong>de</strong>finitivamente reconheci<strong>da</strong> do que era ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e, em última<br />

instância, legitimo, em Alexandria, essa <strong>de</strong>terminação unificante <strong>de</strong>flagrou discussões e<br />

tensões entre Constantinopla e o bispado, ca<strong>da</strong> qual se colocando como <strong>de</strong>tentor do primado<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira fé ou ortodoxia. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, em Alexandria, o cristianismo ganhou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

primeiros séculos, um colorido muito próprio e até bem diferente <strong>de</strong> outras regiões do<br />

Mediterrâneo.<br />

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No Egito, se por um lado, foi mo<strong>de</strong>la<strong>da</strong> uma importante faceta do cristianismo<br />

nascente quando pensadores locais procuraram infiltrá-lo na tradição clássica que para muitos<br />

parecia incompatível com a doutrina cristã, por outro foi adota<strong>da</strong> uma concepção cristológica<br />

que se tornou a heresia religiosa mais po<strong>de</strong>rosa e popular <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> cristã. Assim, no<br />

Egito, difundiu-se uma importante tendência filosófica - teológica <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Monofisismo.<br />

O Monofisismo nasceu em Constantinopla por iniciativa <strong>de</strong> Eutiques, arquimandrita <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A tese <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> postulava que Jesus comportava originariamente duas naturezas: a<br />

humana e a divina. Mas afirmava, também, que Jesus não subsistiu distinto em duas naturezas;<br />

uma vez efetua<strong>da</strong> a Encarnação só se podia consi<strong>de</strong>rar uma natureza: a divina. Segundo os<br />

seguidores <strong>de</strong>ssa teoria, portanto, Cristo não era possuidor <strong>de</strong> um corpo igual ao nosso, mas<br />

sim, divinizado. Apesar do Concílio <strong>de</strong> Calcedônia, em 451, ter rejeitado completamente o<br />

postulado e <strong>de</strong>clarado, firmemente, a existência <strong>da</strong>s duas naturezas na pessoa <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong><br />

forma não confusa e não transforma<strong>da</strong>, no Egito o monofisismo expandiu-se, trazendo no seu<br />

bojo tendências nacionalistas ca<strong>da</strong> vez mais antibizantinas.<br />

No Egito, os monofisistas são precisamente os coptas. Adotaram e conservam ain<strong>da</strong><br />

hoje o nome <strong>de</strong> coptas, este <strong>de</strong>rivado <strong>da</strong>s três consoantes <strong>da</strong> palavra grega Aigyptos (g / k, p,<br />

t) e se i<strong>de</strong>ntificam como os cristãos <strong>da</strong> velha estirpe egípcia. Existem também na Etiópia, pela<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o Egito. O Monofisismo, por sua vez, mantêm-se, também, na Armênia,<br />

Síria e outros países, totalizando cerca <strong>de</strong> 16 milhões <strong>de</strong> fiéis.<br />

Ao longo <strong>de</strong> sua história, os coptas sofreram inúmeras influências culturais. Nascido<br />

num universo greco-romano, mas tendo como berço o mundo egípcio, o cristianismo copta<br />

conserva até hoje viva sua especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> que se manifesta na vi<strong>da</strong> litúrgica, nas artes e<br />

práticas culturais. Se mesmo a dominação romana não chegou a impedir os egípcios <strong>de</strong><br />

manifestarem suas <strong>de</strong>voções às divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s tradicionais, muitas vezes venera<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

vela<strong>da</strong> sob o manto dos cultos dos <strong>de</strong>uses greco-romanos, o advento do cristianismo também<br />

absorveu muito <strong>da</strong>s culturas e tradições anteriores. Alguns autores chegam a acreditar que as<br />

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tendências influencia<strong>da</strong>s pelo neoplatonismo <strong>de</strong>senvolvido em Alexandria abriram caminho<br />

para o monoteísmo cristão. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>vemos levar em consi<strong>de</strong>ração a permanente<br />

presença <strong>da</strong>s divin<strong>da</strong><strong>de</strong>s tradicionais egípcias seja na aparente i<strong>de</strong>ntificação com a trin<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cristã ou mesmo na arquitetura, artes e aspectos litúrgicos coptas. Até nas orações coptas<br />

po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar as preocupações egípcias pela abundância <strong>da</strong> água do Nilo, com a<br />

fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> e com as colheitas. As esculturas e objetos ligados às tradições religiosas e<br />

funerárias trazem ain<strong>da</strong> a marca <strong>da</strong>s tradições locais como a cruz Ansata ou “Chave do Nilo”<br />

que simbolizava a vi<strong>da</strong> no Egito antigo.<br />

Durante 5.000 anos no Egito, mumificaram-se os homens à imitação <strong>da</strong> forma<br />

mumifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> Osíris. Os homens acreditavam que seus corpos venceriam o po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> morte, o<br />

túmulo e a <strong>de</strong>composição, porque Osíris os vencera. Embora o cristianismo não aprovasse a<br />

mumificação dos corpos por ser prática pagã, o processo continuou a ser usado muitas vezes<br />

entre os cristão coptas. Ao mesmo tempo, uma certa i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Cristo com Osíris teve<br />

lugar entre os cristãos coptas e foi posta, principalmente, na vigorosa arte paleocristã. A<br />

mensagem <strong>de</strong> transcendência cristã à vi<strong>da</strong> terrena havia sido prontamente assimila<strong>da</strong> pelas<br />

massas ao ligarem a idéia <strong>de</strong> ressurreição e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> eterna ao culto tradicional egípcio <strong>de</strong><br />

Osíris.<br />

Os inúmeros lugares santos coptas nos remetem, até hoje, a acontecimentos bíblicos<br />

locais. Assim, a Igreja <strong>de</strong> El Mouallaga sinaliza o lugar on<strong>de</strong> José e Maria <strong>de</strong>scansaram<br />

quando <strong>da</strong> fuga para o Egito, empreendi<strong>da</strong> pela perseguição <strong>de</strong> Hero<strong>de</strong>s. A <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “gruta<br />

do menino Jesus” marca, por sua vez, o local on<strong>de</strong> a sagra<strong>da</strong> família teria vivido no período do<br />

exílio. Do período romano, no Egito, o cristianismo copta absorveu não só a arte, mas<br />

inclusive, o registro <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s repressões mais rigorosas que se abateu sobre os cristãos<br />

instaura<strong>da</strong> pelo imperador Diocleciano. Assim, o ano litúrgico é calculado <strong>de</strong> acordo com a<br />

“era dos mártires” e <strong>da</strong>tado a partir <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 284, quando do início do reinado <strong>de</strong>sse<br />

imperador.<br />

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Um aspecto fun<strong>da</strong>mental do espírito e <strong>da</strong>s práticas religiosas egípcias influenciou o<br />

cristianismo dos primeiros tempos e proporcionou uma experiência inovadora que se revelou<br />

fun<strong>da</strong>mental para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Igreja: o monaquismo.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a vi<strong>da</strong> mun<strong>da</strong>na como fonte e ocasião do pecado, os cristãos do Egito<br />

dos séculos III e IV cultivaram, <strong>de</strong> modo sistemático, a prática <strong>de</strong> isolar-se mundo, tanto<br />

sozinhos como em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s religiosas pequenas. A inspiração para essas experiências e<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s parece ter sido encontra<strong>da</strong> em vivências religiosas no Egito pagão e entre alguns<br />

ju<strong>de</strong>us <strong>da</strong> região. Mas o fato é que essas práticas passaram a ser o pilar <strong>de</strong> um novo<br />

movimento conhecido como monasticismo.<br />

Po<strong>de</strong>mos distinguir muitas etapas e personagens na história do monasticismo. Embora<br />

não tenhamos como objetivo nos <strong>de</strong>termos sobre elas, vale citarmos Paulo <strong>de</strong> Tebas (234-347)<br />

como um eremita importante que agrupou alguns anacoretas; Santo Antão (251-356)<br />

consi<strong>de</strong>rado o gran<strong>de</strong> “patriarca” do monaquismo por ter fun<strong>da</strong>do algumas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

vincula<strong>da</strong>s pelo prestígio <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r; e Pacômio (276-349), tido como inaugurador do<br />

cenobitismo, movimento que submetia homens e mulheres a uma rigorosa disciplina, vi<strong>da</strong><br />

volta<strong>da</strong> ao trabalho e orações. Essas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estavam organiza<strong>da</strong>s em torno <strong>de</strong> uma<br />

figura central <strong>de</strong>nominado aba<strong>de</strong>, obe<strong>de</strong>ciam a regras e executavam tarefas pré-<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s.<br />

O monaquismo cristão, tendo suas raízes finca<strong>da</strong>s no próprio cristianismo egípcio ou<br />

copta, aos poucos se transformou no gran<strong>de</strong> baluarte do monofisismo copta frente às <strong>de</strong>cisões<br />

impostas por Constantinopla a um Egito relutante em aceitá-las. Po<strong>de</strong>ríamos mesmo enten<strong>de</strong>r<br />

o monasticismo como o gran<strong>de</strong> foco <strong>de</strong> resistência às pressões bizantinas, a ponto <strong>de</strong> garantir à<br />

Igreja monofisista o papel <strong>de</strong> única igreja oficial durante anos, no Egito.Ao longo do tempo,<br />

também, o monaquismo foi adquirindo outros coloridos nas várias regiões por on<strong>de</strong> se<br />

alastrou, como na Síria, Palestina e Ásia Menor, até a ponto <strong>de</strong> ganhar características bem<br />

marcantes como no sistema <strong>de</strong>senvolvido, posteriormente, na Europa medieval.<br />

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ISSN: 1984 -3615<br />

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE<br />

I CONRESSO INTERNACIONAL DE RELIGIÃO<br />

MITO E MAGIA NO MUNDO ANTIGO<br />

&<br />

IX FÓRUM DE DEBATES EM HISTÓRIA ANTIGA<br />

2010<br />

Não é possível, no âmbito <strong>de</strong>ste breve relato, <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r inúmeros aspectos do<br />

cristianismo africano egípcio. O fato mais importante é que ali inúmeras culturas e correntes<br />

se encontraram: a egípcia, greco-romana, bizantina e até a muçulmana pelo estabelecimento<br />

dos árabes na África do Norte. To<strong>da</strong>s elas se interligaram, se misturaram e, até hoje, se<br />

confun<strong>de</strong>m. O mais interessante é que o cristianismo copta <strong>de</strong>ixou um legado <strong>de</strong> simbiose e <strong>de</strong><br />

plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural à cristan<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os tempos que é <strong>de</strong> uma riqueza muito pouco<br />

conheci<strong>da</strong> por nós.<br />

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ISSN: 1984 -3615<br />

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE<br />

I CONRESSO INTERNACIONAL DE RELIGIÃO<br />

MITO E MAGIA NO MUNDO ANTIGO<br />

&<br />

IX FÓRUM DE DEBATES EM HISTÓRIA ANTIGA<br />

2010<br />

AMARAL, Emanuel d’Able do, Dom. Introdução à História Monástica. Salvador: Edições<br />

São Bento, 2006.<br />

AUBERT, Roger. Nova História <strong>da</strong> Igreja. Vol.I. São Paulo: Vozes, 1968.<br />

BIHLMEYER, Karl; TUECHLE, J. História <strong>da</strong> Igreja: A Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> cristã. Vol. I. São<br />

Paulo: Paulinas, 1964.<br />

COMBY, Jean. Para ler a História <strong>da</strong> Igreja: <strong>da</strong>s origens ao século XV. São Paulo: Loyola,<br />

1993.<br />

GUILLAUMONT, A. Aux Origens du monaquisme chrétien. Belle-fontaine: Bégrolles,<br />

1979.<br />

HAMMAN, A.G. La vie quotidienne en Afrique du Nord au temps <strong>de</strong> Saint Augustin.<br />

Paris: Hachette, 1979<br />

MOKHTAR, G (coord.). História Geral <strong>da</strong> África: A África Antiga. Vol. II. São Paulo:<br />

Ática, 1983.<br />

PIERINI, Franco. Curso <strong>de</strong> História <strong>da</strong> Igreja: A i<strong>da</strong><strong>de</strong> Antiga. Vol. I. São Paulo: Paulus,<br />

2004.<br />

PIERRARD, Pierre. História <strong>da</strong> Igreja. São Paulo: Paulus, 1983.<br />

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