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A representação social da produção de Ronaldo Fraga

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<strong>produção</strong> do <strong>de</strong>sign e constantemente nos <strong>de</strong>paramos com imagens que estabelecem<br />

diferentes vínculos temporais e dialogam com a nossa história.<br />

Dentre os inúmeros trabalhos que enfocaram a relação entre o <strong>de</strong>sign e a história,<br />

poucos, até hoje, investigaram a memória como elemento <strong>de</strong> <strong>produção</strong> do campo. É<br />

possível encontrar alguns trabalhos que exploram a memória no <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>. No<br />

entanto, muito poucos, até o momento, abor<strong>da</strong>ram o tema através <strong>da</strong> perspectiva <strong>social</strong><br />

que aplicamos.<br />

Ao lançar os olhos sobre a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>signer, constantemente,<br />

encontramos <strong>de</strong>finições como criador ou estilista, do mesmo modo que para os produtos,<br />

frequentemente é utilizado o termo criações. Com isto, é possível observar que ain<strong>da</strong> são<br />

manti<strong>da</strong>s algumas noções que estabelecem a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> artefatos como algo individual,<br />

fruto <strong>de</strong> uma experiência subjetiva e <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m que extrapola as condições sociais do<br />

indivíduo. Frente a isto, queremos lançar outra perspectiva sobre o <strong>de</strong>sign. Ao<br />

compreen<strong>de</strong>r o trabalho do <strong>de</strong>signer como um produto, nosso objetivo é apresentar o<br />

contexto no qual este agente está inserido, <strong>da</strong> mesma forma que to<strong>da</strong>s as instâncias que<br />

o objeto, bem como o produtor, estão submetidos até a legitimação do <strong>de</strong>sign. Ou seja,<br />

diferente <strong>de</strong> uma concepção individual, queremos mostrar o quanto o <strong>de</strong>sign é uma<br />

<strong>representação</strong> <strong>social</strong>: como ele se estrutura a partir <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e como ele também<br />

reproduz esta socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A escolha do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> mo<strong>da</strong> para a observação <strong>da</strong> memória no <strong>de</strong>sign é aqui<br />

proposto <strong>de</strong>vido ao campo privilegiado que este representa para a observação do<br />

fenômeno. Diferentemente <strong>de</strong> outras áreas do <strong>de</strong>sign, a mo<strong>da</strong> possui uma visibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

muito gran<strong>de</strong> na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> contemporânea. Seu ritmo <strong>de</strong> atuação está <strong>de</strong>ntre um dos<br />

mais acelerados na <strong>produção</strong> cultural e, pelo caráter sazonal, é possível observar<br />

constantemente uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> <strong>produção</strong> em períodos muito curtos <strong>de</strong><br />

tempo. Dessa forma, como referência para a <strong>produção</strong> do campo, a memória se torna<br />

mais evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>vido à aceleração <strong>da</strong> <strong>produção</strong> e à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> objetos produzidos.<br />

Dentre os inúmeros objetos passíveis <strong>de</strong> pesquisa no campo do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>,<br />

escolhemos aqui a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>Ronaldo</strong> <strong>Fraga</strong> <strong>de</strong>vido, principalmente, à maneira como<br />

ele encara o seu próprio trabalho. Diferente <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>signers, ele evi<strong>de</strong>ncia a relação<br />

que estabelece com o passado na sua <strong>produção</strong>. Através <strong>da</strong> sua fala, é notável que<br />

<strong>Ronaldo</strong> preocupa-se em pensar e conceituar sua prática, evi<strong>de</strong>nciando os modos <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong> dos objetos. O <strong>de</strong>signer confere constantemente palestras e workshops, e<br />

conce<strong>de</strong> entrevistas em diversos meios <strong>de</strong> comunicação. Além disso, escreve em seu<br />

blog na internet e produz textos para os <strong>de</strong>sfiles, <strong>de</strong>monstrando atenção em evi<strong>de</strong>nciar

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