A representação social da produção de Ronaldo Fraga
A representação social da produção de Ronaldo Fraga
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quais os valores envolvidos em sua <strong>produção</strong>.<br />
Outro <strong>da</strong>do importante para a escolha do objeto <strong>de</strong> estudo está na visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />
o trabalho <strong>de</strong> <strong>Ronaldo</strong> <strong>Fraga</strong> possui. Sua <strong>produção</strong> é amplamente divulga<strong>da</strong>, gerando um<br />
conjunto significativo <strong>de</strong> pesquisas sobre a sua <strong>produção</strong>. <strong>Ronaldo</strong> <strong>Fraga</strong> é um dos<br />
<strong>de</strong>signers mais citados <strong>de</strong>ntro do campo acadêmico, o que faz com que seja possível<br />
encontrar outros estudos com as quais se po<strong>de</strong> criar um diálogo no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>sta pesquisa. Entretanto, até o momento, nenhum estudo que analisou a <strong>produção</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Ronaldo</strong> abordou o tema <strong>da</strong> memória como característica primordial <strong>de</strong> seu trabalho.<br />
Com isto, po<strong>de</strong>-se travar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações com o que foi já produzido, analisando as<br />
abor<strong>da</strong>gens e comparando as consi<strong>de</strong>rações apresenta<strong>da</strong>s até então, na busca <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r este outro ponto <strong>da</strong> sua <strong>produção</strong>. Além disso, a escolha <strong>de</strong> <strong>Ronaldo</strong> <strong>Fraga</strong><br />
se estabelece <strong>de</strong>vido à documentação que seu trabalho possui. Através do site do<br />
<strong>de</strong>signer é possível encontrar to<strong>da</strong>s as coleções, com texto e imagens. Do mesmo modo,<br />
as pesquisas já produzi<strong>da</strong>s apresentam documentos que po<strong>de</strong>m auxiliar no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> nossa pesquisa.<br />
Os referenciais<br />
Para tentar respon<strong>de</strong>r as perguntas já menciona<strong>da</strong>s acima, uma vez que elas são<br />
importantes no contexto do <strong>de</strong>sign na contemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, nos apropriamos <strong>de</strong> autores<br />
cujo olhar <strong>social</strong> nos aju<strong>da</strong>m a nortear os caminhos <strong>da</strong> pesquisa. Primeiramente,<br />
lançamos mãos <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>representação</strong> <strong>social</strong> que Howard Becker nos apresenta.<br />
Segundo o autor (2009, p. 18-27), uma <strong>representação</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é algo que nos fala<br />
<strong>da</strong> própria socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sob <strong>de</strong>terminado contexto. Isto quer dizer que, a noção <strong>de</strong><br />
<strong>representação</strong> <strong>de</strong>ve ser compreendi<strong>da</strong> como um produto cuja <strong>produção</strong> se estabelece a<br />
partir <strong>da</strong>s relações sociais. Para tanto, Becker ain<strong>da</strong> afirma que <strong>de</strong>vemos encarar estas<br />
representações através <strong>da</strong> perspectiva organizacional, isto é, relacionar à <strong>produção</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>representação</strong> to<strong>da</strong>s as instâncias institucionais pela qual o produto passa na sua função<br />
<strong>social</strong>.<br />
Em conseqüência <strong>de</strong>ste pensamento, nos apropriamos dos conceitos <strong>de</strong> campo e<br />
habitus <strong>de</strong> Bourdieu. De um modo geral, o primeiro se refere ao espaço on<strong>de</strong> as relações<br />
sociais se dão a partir <strong>da</strong> função <strong>social</strong> <strong>da</strong>s representações. Nas palavras <strong>de</strong> Bourdieu,<br />
“compreen<strong>de</strong>r a gênese <strong>social</strong> <strong>de</strong> um campo, e apreen<strong>de</strong>r aquilo que faz a<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica <strong>da</strong> crença que o sustenta, do jogo <strong>de</strong> linguagem que nele<br />
se joga, <strong>da</strong>s coisas materiais e simbólicas em jogo que nele se geram, é explicar,<br />
tornar necessário, subtrair ao absurdo do arbitrário e do não-motivado os atos dos<br />
produtores e as obras por eles produzi<strong>da</strong>s e não, como geralmente se julga,<br />
reduzir ou <strong>de</strong>struir. (1989, p. 69)<br />
Já o habitus se caracteriza como o princípio gerador <strong>de</strong> um campo, “um conhecimento