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ajuste oclusal na finalização do tratamento ortodôntico

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Orto<strong>do</strong>ntia & Estética<br />

7 |<br />

AjuSte ocluSAl nA finAlizAção<br />

<strong>do</strong> trAtAMento <strong>ortodôntico</strong><br />

Coorde<strong>na</strong>ção de conteú<strong>do</strong>:<br />

Alexander Mace<strong>do</strong><br />

Colaboração <strong>na</strong> matéria:<br />

Ar<strong>na</strong>l<strong>do</strong> Pinzan<br />

Eduar<strong>do</strong> Miyashita<br />

Flávio Vellini-Ferreira<br />

Pedro Paulo Feltrin<br />

Condição fundamental para a prá-<br />

tica de uma Orto<strong>do</strong>ntia de qualidade, o<br />

conhecimento sobre oclusão dentária<br />

deve ser aprimora<strong>do</strong> permanentemente<br />

pelo cirurgião-dentista, de forma que ao<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> o equilíbrio possa ser<br />

alcança<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> Pedro Paulo Feltrin,<br />

coorde<strong>na</strong><strong>do</strong>r da discipli<strong>na</strong> de Oclusão<br />

da Universidade Cidade de São Paulo<br />

(Unicid) e professor responsável pe-<br />

los módulos de Oclusão <strong>do</strong> curso de<br />

mestra<strong>do</strong> em Prótese da Faculdade São<br />

Leopol<strong>do</strong> Mandic, o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong>,<br />

principalmente, por desgaste seletivo,<br />

ou melhor ainda, uma “remodelação”<br />

seletiva, visa o refi<strong>na</strong>mento da ATM<br />

engre<strong>na</strong>n<strong>do</strong> ponta de cúspide/fossa<br />

oponente e ponta de cúspide/crista<br />

com contatos bilaterais, simultâneos e<br />

o maior número possível destes. “Des-<br />

ta forma, haverá equilíbrio da relação<br />

maxilomandibular”, acentua.<br />

Para Flávio Vellini-Ferreira, pro-<br />

fessor titular e coorde<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Pro-<br />

grama de Mestra<strong>do</strong> em Orto<strong>do</strong>ntia da<br />

Universidade Cidade de São Paulo<br />

(Unicid) e diretor <strong>do</strong> Instituto Vellini<br />

de Pós-graduação, “o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong><br />

devolve ao paciente a posição de equi-<br />

líbrio muscular <strong>do</strong> aparelho mastiga<strong>do</strong>r,<br />

que pode ser referida como a situação<br />

<strong>do</strong>s maxilares durante a deglutição in-<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

APóS o trAtAMento, o AjuSte ocluSAl é uM <strong>do</strong>S<br />

deterMinAnteS dA eStAbilizAção dentáriA e PArte<br />

iMPortAnte nA buScA PelA excelênciA nA orto<strong>do</strong>ntiA.<br />

consciente, ou seja, a posição ideal de<br />

oclusão”, informa.<br />

De fato, contatos prematuros po-<br />

dem desviar as posições dentárias e<br />

mandibulares, em busca de aliviar as<br />

tensões. “Quan<strong>do</strong> se inicia um tratamen-<br />

to <strong>ortodôntico</strong>, os pacientes passam por<br />

clínicos para preparar os dentes antes de<br />

receber o aparelho <strong>ortodôntico</strong>. É lógico<br />

que os contatos mudaram e as restaura-<br />

ções também sofreram novos pontos de<br />

intercuspidação. Remover os contatos<br />

mais evidentes faz parte da fi<strong>na</strong>lização<br />

ortodôntica. Trabalhos e observações <strong>na</strong><br />

clínica comprovam que um refi<strong>na</strong>mento,<br />

após seis meses, é necessário, uma vez<br />

que os pontos de contatos aumentam<br />

em torno de 60% depois da remoção<br />

<strong>do</strong>s aparelhos, já <strong>na</strong> fase de contenção”,<br />

destaca Ar<strong>na</strong>l<strong>do</strong> Pinzan, professor asso-<br />

cia<strong>do</strong> da Discipli<strong>na</strong> de Orto<strong>do</strong>ntia, da<br />

Faculdade de O<strong>do</strong>ntologia de Bauru, da<br />

Universidade de São Paulo.<br />

De acor<strong>do</strong> com Eduar<strong>do</strong> Miyashita,<br />

professor titular da Discipli<strong>na</strong> de Prótese<br />

Dental da Universidade Paulista (Unip) e<br />

coorde<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> curso de Especialização<br />

em Prótese Dentária da EAP-APCD Cen-<br />

tral, o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por desgaste seletivo é<br />

um <strong>tratamento</strong> complementar. “Tem como<br />

fi<strong>na</strong>lidade principal controlar o trauma<br />

<strong>oclusal</strong> decorrente da ação de forças<br />

oclusais funcio<strong>na</strong>is e, principalmente, pa-<br />

rafuncio<strong>na</strong>is ao perio<strong>do</strong>nto, elimi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> as<br />

interferências oclusais, favorecen<strong>do</strong>, desta<br />

forma, uma melhor estabilidade dental a<br />

longo prazo”, explica.<br />

interferênciAS ocluSAiS<br />

A presença de interferências oclu-<br />

sais ocorre frequentemente <strong>na</strong> popula-<br />

ção sem provocar danos ao sistema mas-<br />

tigatório, forma<strong>do</strong> por ATM, músculos<br />

e dentes. “É sob atividades parafuncio-<br />

<strong>na</strong>is, principalmente durante o bruxismo<br />

<strong>do</strong> sono, que estes contatos dentários<br />

podem provocar danos ao perio<strong>do</strong>nto<br />

com aumento da mobilidade dental”,<br />

destaca Miyashita. “Isto pode levar a<br />

perda óssea irreversível em pacientes<br />

com <strong>do</strong>ença perio<strong>do</strong>ntal, desgastes e<br />

fraturas dentais com aumento da hiper-<br />

sensibilidade dentária, poden<strong>do</strong> atuar<br />

como um fator perpetuante de <strong>do</strong>res<br />

musculares e articulares em pacientes<br />

que apresentam disfunção temporo-<br />

mandibular, mas não como um fator<br />

inicia<strong>do</strong>r desta <strong>do</strong>ença”, esclarece.<br />

Conforme Vellini, as interferências<br />

oclusais desviam ou suprimem o reflexo<br />

primitivo básico que é o da posição<br />

<strong>oclusal</strong> ideal, o qual se origi<strong>na</strong> durante<br />

o desenvolvimento da dentição. “Desde<br />

a formação <strong>do</strong> dente até sua intercuspi-<br />

dação, os estímulos aferentes <strong>do</strong>s recep-<br />

tores perio<strong>do</strong>ntais vão se soman<strong>do</strong> aos


provenientes da mucosa bucal, língua,<br />

articulação temporomandibular, inter-<br />

ligan<strong>do</strong>-se aos reflexos que regulam os<br />

movimentos mandibulares, controlan<strong>do</strong><br />

sua posição. Nenhuma correção orto-<br />

dôntica será definitiva se a oclusão fi<strong>na</strong>l<br />

não se harmonizar com a musculatura<br />

<strong>do</strong> paciente. Consequentemente, a ins-<br />

tabilidade <strong>oclusal</strong> pode contribuir para<br />

o aparecimento de enfermidades ou de<br />

várias disfunções”, argumenta.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, Feltrin afirma que,<br />

apesar <strong>do</strong> objetivo <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> orto-<br />

dôntico ser a obtenção de uma oclusão<br />

estabilizada, o fato de não atingi-la não<br />

implica no surgimento de si<strong>na</strong>is e sin-<br />

tomas de uma disfunção. “O que nós,<br />

clínicos, podemos afirmar é que interfe-<br />

rências dentais provocam si<strong>na</strong>is e sinto-<br />

mas de desconforto e <strong>do</strong>r nos pacientes,<br />

atingin<strong>do</strong> dentes, músculos e ATM. A<br />

escassez de trabalhos longitudi<strong>na</strong>is <strong>na</strong><br />

literatura relacio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> estas patologias,<br />

deixam dúvidas”, assegura.<br />

Quan<strong>do</strong> se faz um refi<strong>na</strong>mento da<br />

articulação dentária por intermédio de<br />

<strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por acréscimo ou por des-<br />

gaste seletivo, observa-se uma remissão<br />

<strong>do</strong>s sintomas e uma melhora nos si<strong>na</strong>is.<br />

“Esta constatação clínica está embasada<br />

em experiência e verificação <strong>do</strong>s fatos<br />

<strong>na</strong> roti<strong>na</strong> de atendimento aos pacientes”,<br />

observa Feltrin.<br />

Exemplifican<strong>do</strong>, em dentes, é<br />

consenso atual que uma oclusão trau-<br />

matogênica possa provocar um trauma<br />

<strong>oclusal</strong> (lesão no perio<strong>do</strong>nto) e também<br />

lesões em dentes. Os si<strong>na</strong>is mais fre-<br />

quentes observa<strong>do</strong>s, causa<strong>do</strong>s por forças<br />

excessivas e tangenciais ao longo eixo<br />

axial <strong>do</strong>s dentes são: abfrações, recessão<br />

gengival, mobilidade, trincas, bruxofa-<br />

cetas ou “simples” oclusais. O sintoma<br />

seria sensibilidade térmica.<br />

Já nos músculos, segun<strong>do</strong> o pro-<br />

fessor Dawson, desarmonias dentárias<br />

provocam contratura de compensação<br />

<strong>do</strong>s músculos eleva<strong>do</strong>res da mandíbula<br />

em função <strong>do</strong> aspecto repetitivo destas<br />

interferências, duração e intensidade<br />

das mesmas.<br />

“Nas ATMs, se ocorreu um desvio<br />

mandibular, pode, <strong>na</strong> sequência, ocorrer<br />

uma reação em cascata. Se há desvios,<br />

estes podem ser acompanha<strong>do</strong>s por<br />

estali<strong>do</strong>s que, por sua vez, limitam a<br />

abertura, prejudican<strong>do</strong> toda a normativa<br />

<strong>do</strong>s movimentos mandibulares que se<br />

desenvolvem no ciclo da mastigação.<br />

Este descompasso com as ATMs com-<br />

promete cápsula, ligamentos e disco<br />

articular. Muitos pacientes conseguem<br />

administrar estes inconvenientes sem<br />

ultrapassar os limites de tolerância<br />

tecidual, e os que não conseguem serão<br />

nossos pacientes. A <strong>do</strong>r articular é instá-<br />

vel, de pouca variação, persistente e não<br />

responde bem aos anti-inflamatórios”,<br />

complementa Feltrin.<br />

AjuSte ocluSAl<br />

Por deSgASte<br />

Durante o transcorrer <strong>do</strong> tratamen-<br />

to <strong>ortodôntico</strong> tor<strong>na</strong>-se necessária a<br />

realização de <strong>ajuste</strong>s oclusais, em alguns<br />

casos bastante específicos. Assim, por<br />

exemplo, há situações em que o paciente<br />

possui restaurações ou coroas com con-<br />

tornos oclusais previamente adapta<strong>do</strong>s<br />

para a má-oclusão inicial. Contu<strong>do</strong>, ao<br />

longo <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>, à medida que as<br />

movimentações dentárias vão se proces-<br />

san<strong>do</strong>, os novos contatos oclusais pas-<br />

sam a não ser mais adequa<strong>do</strong>s, tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />

imprescindível a realização de uma<br />

readequação a<strong>na</strong>tômica <strong>do</strong>s mesmos<br />

às novas demandas funcio<strong>na</strong>is geradas<br />

pelas correções ortodônticas.<br />

Conforme Pinzan, o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong><br />

por desgaste pode ser realiza<strong>do</strong> durante<br />

o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong> <strong>na</strong>queles casos<br />

que interfiram fortemente <strong>na</strong> movi-<br />

mentação ortodôntica. “É aconselhável<br />

observar fatores de altura <strong>do</strong>s acessórios,<br />

antes da instalação, prevenin<strong>do</strong> interfe-<br />

rências. A altura <strong>do</strong>s braquetes de caninos<br />

e <strong>do</strong>s tubos molares, em Classe II ou em<br />

Classe I deve ser diferente, evitan<strong>do</strong> o<br />

trombamento quan<strong>do</strong> da distalização nos<br />

casos de Classe II. Também obedecen<strong>do</strong><br />

à proporção 3:1, ou seja, aumentan<strong>do</strong> a<br />

dimensão vertical posterior em 1 mm,<br />

ocorre abertura anterior de 3 mm, aproxi-<br />

madamente. Num caso de mordida aberta<br />

anterior suave, ocasio<strong>na</strong>da por padrão<br />

cefalométrico vertical ou interferências<br />

oclusais, além <strong>do</strong> exame postural da<br />

língua, também realizo um pequeno des-<br />

gaste nos dentes posteriores”, declara.<br />

Para Vellini, preferencialmente, o<br />

<strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por desgaste deve ser rea-<br />

liza<strong>do</strong> após o <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>. “O<br />

que realmente podemos executar, durante<br />

a terapia corretiva, é a elimi<strong>na</strong>ção de al-<br />

guma interferência <strong>oclusal</strong> anormal, com<br />

a fi<strong>na</strong>lidade de restaurar a forma a<strong>na</strong>tômi-<br />

ca normal <strong>do</strong>s dentes”, assi<strong>na</strong>la.<br />

A técnica de <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por<br />

desgaste seletivo, segun<strong>do</strong> Miyashita,<br />

apresenta critérios específicos para a<br />

sua realização, como promover contatos<br />

bilaterais e simultâneos em Relação<br />

Central e guia anterior efetiva, elimi-<br />

<strong>na</strong>n<strong>do</strong> contatos interferentes durante os<br />

movimentos mandibulares de protrusão<br />

e lateralidade. “Desta forma, somente<br />

<strong>ajuste</strong>s grosseiros podem ser realiza-<br />

<strong>do</strong>s em casos de má-oclusão severa no<br />

qual durante as fases de alinhamento<br />

e nivelamento de dentes posteriores<br />

dificultem o fechamento de boca ou a<br />

movimentação dentária”, justifica.<br />

Já Feltrin explica que no caso de den-<br />

tes hígi<strong>do</strong>s, pelas mesmas razões aponta-<br />

das anteriormente, algumas vezes também<br />

pode ser necessário realizar pequenos<br />

<strong>ajuste</strong>s oclusais durante o <strong>tratamento</strong> orto-<br />

dôntico, particularmente <strong>na</strong>s situações em<br />

que alguns dentes não estavam sofren<strong>do</strong><br />

os desgastes oclusais fisiológicos normais,<br />

devi<strong>do</strong> à falta de contatos adequa<strong>do</strong>s <strong>na</strong> si-<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

| 7<br />

ORTOINFORMAçãO


Orto<strong>do</strong>ntia & Estética<br />

tuação de má-oclusão inicial. “Em outros<br />

casos, a situação é inversa a essa, ou seja,<br />

alguns dentes apresentavam sobrecarga<br />

mastigatória <strong>na</strong> situação de má-oclusão,<br />

geran<strong>do</strong> desgastes funcio<strong>na</strong>is excessivos<br />

que algumas vezes demandam <strong>ajuste</strong>s<br />

oclusais compensatórios nos dentes<br />

antagonistas, ou então acréscimos res-<br />

taura<strong>do</strong>res nos dentes muito desgasta<strong>do</strong>s<br />

pelo uso”, orienta.<br />

7 |<br />

MoMento ideAl<br />

PArA o AjuSte<br />

Um ponto que pode gerar dúvida é<br />

se o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> deve ser feito “ime-<br />

diatamente” após a retirada <strong>do</strong> aparelho<br />

<strong>ortodôntico</strong> ou se é necessário esperar<br />

mais um tempo.<br />

Para Feltrin, somente devem ser<br />

efetua<strong>do</strong>s <strong>ajuste</strong>s oclusais para a elimi-<br />

<strong>na</strong>ção de interferências mais intensas,<br />

uma vez que nos primeiros meses após<br />

a remoção <strong>do</strong>s aparelhos haveria uma<br />

tendência <strong>na</strong>tural e fisiológica de rea-<br />

comodação, buscan<strong>do</strong> uma adaptação às<br />

forças funcio<strong>na</strong>is geradas pela própria<br />

dinâmica <strong>do</strong> sistema estomatognático.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, após essa fase inicial<br />

A<br />

Imagens cedidas pelo professor Flávio Vellini-Ferreira.<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

de readaptação fisiológica, os <strong>ajuste</strong>s<br />

oclusais mais detalha<strong>do</strong>s poderão ser<br />

inicia<strong>do</strong>s.<br />

“A literatura mostra que ao se<br />

registrar o número de contatos oclusais<br />

logo após o término <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> or-<br />

todôntico, o profissio<strong>na</strong>l irá aferir um<br />

número ‘x’ de pontos de contatos. Esse<br />

número irá aumentar em torno de 50%<br />

após um ano da retirada <strong>do</strong> aparelho.<br />

A explicação para esse fato seria uma<br />

estabilização e uma acomodação dental,<br />

conforme Gazit e Lieberman. Assim,<br />

aconselhamos aguardar em torno de<br />

oito meses pós-<strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong><br />

para o refi<strong>na</strong>mento da oclusão dentária”,<br />

recomenda Feltrin.<br />

O mesmo ponto de vista é defendi<strong>do</strong><br />

por Vellini: “não devemos efetuar o <strong>ajuste</strong><br />

<strong>oclusal</strong> imediatamente após a remoção<br />

<strong>do</strong> aparelho <strong>ortodôntico</strong> e sim decorri<strong>do</strong><br />

algum tempo após o seu término”, diz.<br />

“Prende-se esse fato à necessidade de<br />

reorganização <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s perio<strong>do</strong>ntais,<br />

que varia em um intervalo de três a seis<br />

meses, conforme a gravidade da má-<br />

oclusão. É importante frisarmos que<br />

problemas <strong>ortodôntico</strong>s de origem esque-<br />

B<br />

Figuras 1a a 1d<br />

Recuperação da guia de canino, realizada pela colagem de fragmento cerâmico.<br />

A B<br />

lética, concluí<strong>do</strong>s <strong>na</strong> a<strong>do</strong>lescência, são<br />

suscetíveis de recidiva devi<strong>do</strong> ao cresci-<br />

mento tardio <strong>do</strong> complexo maxiloman-<br />

dibular, como pode acontecer em alguns<br />

casos de Classes II e III, necessitan<strong>do</strong> de<br />

monitoramento constante das condições<br />

oclusais e possíveis <strong>ajuste</strong>s por desgaste<br />

posteriormente”, acrescenta.<br />

Da mesma forma, Miyashita infor-<br />

ma que o perio<strong>do</strong>nto, após a remoção<br />

<strong>do</strong> aparelho <strong>ortodôntico</strong>, apresenta<br />

mobilidade, impossibilitan<strong>do</strong> um <strong>ajuste</strong><br />

<strong>oclusal</strong> preciso. O desgaste de contatos<br />

grosseiros pode ser necessário em situa-<br />

ções de grande sobrecorreção ou quan<strong>do</strong><br />

for necessária a retirada precoce <strong>do</strong> apa-<br />

relho, por solicitação <strong>do</strong> paciente.<br />

“De forma geral não existe um<br />

protocolo defini<strong>do</strong> pela literatura para o<br />

momento de realizar os desgastes oclusais.<br />

Um perío<strong>do</strong> que considero adequa<strong>do</strong> seria<br />

de três a quatro meses para estabilização<br />

<strong>do</strong> perio<strong>do</strong>nto para um <strong>ajuste</strong> inicial,<br />

promoven<strong>do</strong> contatos bilaterais e simul-<br />

tâneos em Relação Central e guia anterior<br />

efetiva e, após seis meses, um <strong>ajuste</strong> mais<br />

refi<strong>na</strong><strong>do</strong> com maior precisão <strong>do</strong>s contatos<br />

dentários”, orienta Miyashita.<br />

C<br />

D<br />

Figuras 2a e 2b<br />

Caso clínico de má-oclusão<br />

de Classe I com apinhamento<br />

anterior, solucio<strong>na</strong><strong>do</strong> por meio<br />

de desgastes interproximais nos<br />

incisivos e caninos inferiores.


Pinzan informa que realiza um<br />

<strong>ajuste</strong> muito conserva<strong>do</strong>r, elimi<strong>na</strong><strong>do</strong><br />

ou reesculpin<strong>do</strong> algumas faces que<br />

interferem <strong>na</strong> fi<strong>na</strong>lização. “Penso que<br />

melhorar o engre<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s dentes,<br />

pode minimizar a possibilidade de re-<br />

cidivas. Após seis meses de contenção<br />

realizo um <strong>ajuste</strong> mais aperfeiçoa<strong>do</strong>.<br />

Nesse intervalo, faço consultas bimen-<br />

sais e a<strong>na</strong>liso as condições da oclusão<br />

presente”, especifica.<br />

regrAS báSicAS<br />

Para se fazer o <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> o<br />

orto<strong>do</strong>ntista deve seguir um protocolo,<br />

cuja sequência é: <strong>ajuste</strong> em cêntrica,<br />

la<strong>do</strong> de trabalho, la<strong>do</strong> de balanceio e<br />

em protrusiva.<br />

“As regras básicas para o <strong>ajuste</strong> oclu-<br />

sal por desgaste que a<strong>do</strong>tamos é a preco-<br />

nizada por Feltrin (veja box), que a<strong>na</strong>lisa,<br />

em relação cêntrica (RC) as interferências<br />

entre a face incisal <strong>do</strong>s dentes inferiores e<br />

a palati<strong>na</strong> <strong>do</strong>s superiores, as interferências<br />

entre vertentes e os pontos de cúspide<br />

nos dentes posteriores, tanto abertura e<br />

fechamento quanto nos movimentos de<br />

lateralidade nos la<strong>do</strong>s de trabalho, balan-<br />

ceio e protrusão”, destaca Vellini.<br />

Conforme Miyashita, o primeiro<br />

passo é avaliar a discrepância <strong>do</strong>s<br />

contatos oclusais entre as posições<br />

mandibulares de Relação Central (RC)<br />

e Máxima Intercuspidação (MI), quanto<br />

maior a discrepância entre estas duas<br />

posições menos indicada é a técnica de<br />

desgaste seletivo, uma vez que demanda<br />

maior desgaste das superfícies oclusais e<br />

consequente sensibilidade dentária.<br />

“Como objetivo principal no <strong>ajuste</strong><br />

em Relação Central deve-se promover<br />

contatos em dentes posteriores entre<br />

pontas de cúspides de suporte (CS)<br />

vestibulares de dentes inferiores ou<br />

palati<strong>na</strong> de dentes superiores (Vips)<br />

em fun<strong>do</strong>s de fóssula oponente ou<br />

cristas margi<strong>na</strong>is”, explica Miyashita,<br />

apontan<strong>do</strong> ainda uma sequência para<br />

<strong>ajuste</strong> em Relação Central (arco de<br />

fechamento):<br />

• desgastar vertente da cúspide de su-<br />

porte (Vips).<br />

• entre duas CS, desgastar contato mais<br />

próximo da ponta.<br />

• contato de ponta de CS, desgastar<br />

antagonista, crian<strong>do</strong> plateau ou am-<br />

plian<strong>do</strong> fossa.<br />

Se a ponta também interferir em<br />

excêntrica, deve-se desgastá-la.<br />

Já os <strong>ajuste</strong>s nos movimentos<br />

excursivos em excêntrica (movimentos<br />

laterais), verificar:<br />

• contatos interferentes nos movimen-<br />

tos de trabalho ou protrusão, desgastar<br />

as vertentes da cúspide guia (Livs).<br />

• contatos interferentes nos movi-<br />

mentos de balanceio entre duas CS<br />

desgastar suas vertentes, preservan<strong>do</strong><br />

pontas estáveis em cêntrica.<br />

De acor<strong>do</strong> com Pinzan, pode<br />

ser feita principalmente a guia de<br />

desoclusão pelos caninos, elimi<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />

interferências posteriores. Verifican<strong>do</strong><br />

interferências oclusais entre as posições<br />

mandibulares de RC e MIH. “Uma vez<br />

que ocorre forte recidiva <strong>na</strong> correção<br />

de mordidas anteriores profundas e<br />

objetivamos termi<strong>na</strong>r em relação de<br />

topo os dentes anteriores, preven<strong>do</strong> uma<br />

recidiva de 50%, aproximadamente, da<br />

correção realizada, não foco muito a<br />

guia anterior, nessa fase. Também não<br />

ignoro aqueles casos que está indicada a<br />

desoclusão em grupo”, complementa.<br />

MontAgeM eM ArticulA<strong>do</strong>r<br />

Para evitar desgastes desneces-<br />

sários e, assim, situações <strong>na</strong>s quais o<br />

desgaste dentário não promove contatos<br />

estáveis em intercuspidação, o <strong>ajuste</strong><br />

<strong>oclusal</strong> em modelos de estu<strong>do</strong> monta<strong>do</strong>s<br />

em articula<strong>do</strong>res ajustáveis são indica-<br />

<strong>do</strong>s. “Realizo a montagem de articula-<br />

<strong>do</strong>res como roti<strong>na</strong> para <strong>ajuste</strong> oclusais<br />

e, principalmente, nos planejamentos<br />

de casos de <strong>tratamento</strong>s integra<strong>do</strong>s em<br />

pacientes com disfunção temporoman-<br />

dibular que necessitam uma fi<strong>na</strong>lização<br />

criteriosa”, garante Miyashita.<br />

Esse procedimento, conforme<br />

Pinzan, é interessante para estudar a<br />

oclusão, pois a <strong>do</strong>cumentação é estática<br />

(modelos, fotos, radiografias laterais).<br />

“Depois, com o <strong>tratamento</strong>, faremos<br />

mudanças profundas em toda a oclusão,<br />

procuran<strong>do</strong> estabelecer a melhor e fun-<br />

cio<strong>na</strong>l oclusão possível. Considero mais<br />

razoável a montagem fi<strong>na</strong>l em articular,<br />

<strong>do</strong> que a inicial”, justifica.<br />

Segun<strong>do</strong> Feltrin, ao exami<strong>na</strong>r e<br />

avaliar as arcadas dentárias são en-<br />

contradas eficiência de mastigação e<br />

estabilidade no terço inferior da face,<br />

quan<strong>do</strong> os guias de oclusão estiverem<br />

corretos e a deglutição se der de forma<br />

funcio<strong>na</strong>l normal. “Quan<strong>do</strong> fazemos o<br />

uso <strong>do</strong> articula<strong>do</strong>r podemos verificar<br />

estas guias de oclusão, ter uma visua-<br />

lização vestibular e lingual <strong>do</strong>s dentes,<br />

orientação no enceramento progressivo<br />

<strong>do</strong>s dentes, fazer o diagnóstico e plane-<br />

jar a terapia das patologias oclusais”,<br />

argumenta Feltrin.<br />

Ele utiliza e recomenda aos ci-<br />

rurgiões-dentistas a utilização como<br />

roti<strong>na</strong> destes dispositivos (articula<strong>do</strong>res<br />

semiajustáveis) para estudar as caracte-<br />

rísticas oclusais e montar um protocolo<br />

seguro e com uma previsibilidade de<br />

resulta<strong>do</strong>s não-iatrogênicos para os<br />

guias oclusais, tanto por desgaste se-<br />

letivo quanto por acréscimo.<br />

Já Vellini informa não executar,<br />

como roti<strong>na</strong> clínica, a montagem em<br />

articula<strong>do</strong>r, para determi<strong>na</strong>r a posição<br />

de relação cêntrica (RC), a partir da qual<br />

pode-se detectar possíveis interferências<br />

oclusais durante o deslizamento desde<br />

RC à posição de máxima intercuspidação<br />

(MIC). “Preferimos estabelecê-la clini-<br />

camente por meio de méto<strong>do</strong>s manipu-<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

| 77<br />

ORTOINFORMAçãO


Orto<strong>do</strong>ntia & Estética<br />

7 |<br />

Figura 1<br />

Trespasse anterior determi<strong>na</strong><strong>do</strong> pelos<br />

contatos dentários em Relação Central<br />

(posição retruída da mandíbula).<br />

Figura 4<br />

Diminuição <strong>do</strong> trespasse anterior após<br />

<strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por desgaste seletivo.<br />

Imagens cedidas pelo professor Eduar<strong>do</strong> Miyashita.<br />

lativos, reservan<strong>do</strong> somente a casos mais<br />

complexos, a montagem em articula<strong>do</strong>res<br />

semiajustáveis. Nos casos de auditoria <strong>na</strong><br />

oclusão <strong>do</strong>s pacientes após o <strong>tratamento</strong><br />

<strong>ortodôntico</strong>, faz-se necessária a montagem<br />

no articula<strong>do</strong>r para o estabelecimento de<br />

um protocolo correto <strong>do</strong> desgaste seletivo<br />

<strong>do</strong>s dentes”, afirma.<br />

AjuSte Por deSgASte<br />

ou AcréSciMo<br />

Convém destacar que se o profis-<br />

sio<strong>na</strong>l não diagnosticar a interferência,<br />

esta pode atrasar substancialmente o<br />

tempo de <strong>tratamento</strong> ou mesmo pro-<br />

mover mobilidade desnecessária. “Um<br />

dente restaura<strong>do</strong> conforme a situação<br />

prévia permitida, pode ficar sub ou su-<br />

per-restaura<strong>do</strong> e permitir que os dentes<br />

antagonistas migrem verticalmente,<br />

dificultan<strong>do</strong> movimentações e fi<strong>na</strong>liza-<br />

ções”, pondera Pinzan.<br />

Para Vellini, a não ser que o <strong>ajuste</strong><br />

<strong>oclusal</strong> seja para o restabelecimento<br />

da morfologia normal em dentes anô-<br />

malos ou em coroas artificiais com<br />

excesso/falta, não há possibilidade de<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

influência daquele no tempo da correção<br />

ortodôntica. “Somos de opinião que<br />

as complementações estéticas podem<br />

ser realizadas durante ou logo após o<br />

término <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong>, sujeitan<strong>do</strong>-se a<br />

possíveis <strong>ajuste</strong>s oclusais no decorrer<br />

<strong>do</strong> tempo, como já foi mencio<strong>na</strong><strong>do</strong><br />

anteriormente”, lembra.<br />

O <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong> por desgaste ou<br />

acréscimo, segun<strong>do</strong> Feltrin, pode in-<br />

fluenciar no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> or-<br />

todôntico, particularmente nos pacientes<br />

com diversos dentes restaura<strong>do</strong>s ou com<br />

coroas protéticas. “Há casos em que os<br />

contornos a<strong>na</strong>tômicos das restaurações<br />

ou das coroas possam dificultar o fecha-<br />

mento de mordidas abertas anteriores,<br />

devi<strong>do</strong> ao excesso de altura <strong>na</strong> superfície<br />

<strong>oclusal</strong>. Também há casos em que os<br />

contornos desses dentes possam desen-<br />

cadear desvios funcio<strong>na</strong>is da mandíbula,<br />

dificultan<strong>do</strong> a obtenção de relações<br />

oclusais adequadas entre os demais<br />

dentes, além de gerar desvios <strong>na</strong>s linhas<br />

médias <strong>do</strong>s arcos dentários entre si. Do<br />

mesmo mo<strong>do</strong>, a deficiência <strong>na</strong> altura de<br />

certas restaurações ou coroas também<br />

Figuras 2 e 3<br />

Contatos oclusais verifica<strong>do</strong>s em Relação Central.<br />

Figuras 5 e 6<br />

Contatos oclusais melhor distribuí<strong>do</strong>s e em maior número após <strong>ajuste</strong> <strong>oclusal</strong><br />

por desgaste seletivo. Avaliação com carbono de 200 µm (Bausch BK1).<br />

pode dificultar a correção de algumas<br />

sobremordidas acentuadas <strong>na</strong> região<br />

anterior <strong>do</strong>s arcos dentários, tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />

essencial o acréscimo de material res-<br />

taura<strong>do</strong>r ou a confecção de novas coroas<br />

que possam favorecer a evolução rápida<br />

<strong>do</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>ortodôntico</strong>, sem a exis-<br />

tência de elementos perturba<strong>do</strong>res para<br />

o seu bom andamento”, esclarece.<br />

No caso de crianças que estão<br />

com a dentição decídua cruzada e a<br />

mastigação vertical, a adaptação <strong>do</strong><br />

plano <strong>oclusal</strong> por desgaste e acréscimo<br />

de planos em resi<strong>na</strong>, em determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s<br />

dentes, estimulam e favorecem rapida-<br />

mente uma acomodação e reversão <strong>do</strong><br />

problema <strong>oclusal</strong>.<br />

Conforme Miyashita, o <strong>ajuste</strong><br />

<strong>oclusal</strong> por acréscimo pode ser realiza<strong>do</strong><br />

“tanto com resi<strong>na</strong>s compostas quanto<br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong>s cerâmicos, diminuin<strong>do</strong> o<br />

tempo de <strong>tratamento</strong> em casos de pa-<br />

cientes com discrepância de forma den-<br />

tal, dentes conoides, diastemas, mordida<br />

aberta e desgastes dentais, melhoran<strong>do</strong><br />

a guia anterior e favorecen<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s<br />

estéticos mais favoráveis”, conclui.


Conforme Feltrin, uma avaliação<br />

e um planejamento pode auxiliar o<br />

profissio<strong>na</strong>l se for utilizada a “regra<br />

das bandeirinhas”, modifica<strong>do</strong> de Oke-<br />

son <strong>na</strong> hora de decidir qual o melhor<br />

procedimento no que se refere à identi-<br />

ficação de interferências dentais.<br />

Na bandeira azul, a cúspide de<br />

suporte está próxima a sua fosseta,<br />

portanto o <strong>ajuste</strong> por desgaste seletivo<br />

está indica<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> o contato ocorre<br />

<strong>na</strong> bandeira vermelha, o des<strong>ajuste</strong><br />

entre as cúspides de suporte é bem<br />

maior, e pode ser corrigi<strong>do</strong> por meio<br />

da confecção de uma prótese unitária.<br />

Já quan<strong>do</strong> ocorre <strong>na</strong> bandeira amarela,<br />

as cúspides estão se tocan<strong>do</strong> ponta a<br />

ponta, notifican<strong>do</strong> um des<strong>ajuste</strong> impor-<br />

te e severo, indican<strong>do</strong> invariavelmente<br />

uma movimentação ortodôntica para o<br />

<strong>ajuste</strong> da oclusão dentária.<br />

Cêntrica<br />

• contatos múltiplos, simultâneos e<br />

bilaterais.<br />

• orientação de forças oclusais no<br />

senti<strong>do</strong> axial.<br />

• maior intensidade nos dentes poste-<br />

riores.<br />

• menor intensidade nos dentes ante-<br />

riores.<br />

regrAS PArA o AjuSte ocluSAl Por deSgASte Seletivo<br />

Princípio fundamental da oclusão<br />

mutuamente protegida<br />

Dentes posteriores protegem os ante-<br />

riores de cargas excessivas.<br />

Este esquema permitirá uma ativação<br />

coorde<strong>na</strong>da, sincronizada e simétrica<br />

<strong>do</strong>s músculos eleva<strong>do</strong>res, direitos e<br />

esquer<strong>do</strong>s que favorecerá o posicio<strong>na</strong>-<br />

mento cêntrico de ambos os côndilos<br />

em suas cavidades. (Posição musculo-<br />

esquelética estável).<br />

Dentes anteriores<br />

Interferência entre a incisal <strong>do</strong>s inferio-<br />

res e a palati<strong>na</strong> <strong>do</strong>s superiores:<br />

• se houver persistência <strong>do</strong> contato no<br />

movimento protrusivo: desgaste da<br />

incisal <strong>do</strong>s dentes inferiores.<br />

• se não houver contato no movimento<br />

protrusivo: desgaste <strong>na</strong> palati<strong>na</strong> <strong>do</strong>s<br />

dentes superiores.<br />

Dentes posteriores<br />

• interferência interferênciaentrevertentes:desgaste<br />

entre vertentes: desgaste<br />

de estruturas menos nobres.<br />

• interferência em ponta de cúspide:<br />

- se houver persistência <strong>do</strong> contato no<br />

movimento excêntrico: desgaste da<br />

ponta de cúspide.<br />

- se não houver contato no movimento ex-<br />

cêntrico: desgaste <strong>do</strong> assento cuspídico.<br />

Lateralidade; la<strong>do</strong> de trabalho<br />

• regra de “Livs” lingual inferior/vesti-<br />

bular superior: desgastes das vertentes<br />

das cúspides vestibulares superiores<br />

e vertentes das cúspides linguais<br />

inferiores.<br />

La<strong>do</strong> de trabalho: se houver interfe-<br />

rências <strong>na</strong>s vertentes linguais inferio-<br />

res e vestibulares superiores.<br />

Remodele-as<br />

Lateralidade; la<strong>do</strong> de não trabalho<br />

ou balanceio<br />

• regra de “Vips” vestibular infe-<br />

rior/palati<strong>na</strong> superior: desgaste das<br />

vertentes das cúspides vestibulares<br />

inferiores e vertentes das cúspides<br />

palati<strong>na</strong>s superiores.<br />

La<strong>do</strong> de balanceio: se houver inter-<br />

ferências <strong>na</strong>s vertentes das cúspides<br />

Vips, remodele-as.<br />

• Ajuste <strong>oclusal</strong> protrusivo.<br />

Dentes anteriores<br />

Desgaste das vertentes distais <strong>do</strong>s<br />

dentes superiores e mesiais <strong>do</strong>s dentes<br />

inferiores.<br />

Dentes posteriores<br />

Após o <strong>ajuste</strong> cêntrico, obtenção de con-<br />

tatos simétricos entre os incisivos. Caso<br />

isto não aconteça: desgaste da concavi-<br />

dade palati<strong>na</strong> em sua trajetória protrusiva,<br />

sem perda de contato cêntrico.<br />

No movimento protrusivo, se houver<br />

interferências <strong>na</strong>s vertentes mesiais<br />

inferiores e vertentes distais <strong>do</strong>s dentes<br />

superiores, <strong>ajuste</strong>-as.<br />

Orto<strong>do</strong>ntiaSPO | 2009;42(1):74-9<br />

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