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reflexões e trajetória do novo acordo ortográfico da ... - UNIFAFIBE

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Em 1915, o professor, poeta e filólogo Silva Ramos apresentou uma proposta<br />

que ajustava a reforma ortográfica brasileira aos padrões <strong>da</strong> reforma portuguesa de<br />

1911. Essa proposta foi aceita e aprova<strong>da</strong> pela Academia Brasileira de Letras, no<br />

mesmo ano. Porém, em 1919, a Academia revogou o antigo projeto brasileiro,<br />

manten<strong>do</strong> assim as duas ortografias, a <strong>do</strong> Brasil e a de Portugal.<br />

Com o passar <strong>do</strong> tempo, as Academias <strong>do</strong> Brasil e Portugal participaram de<br />

várias tentativas de acor<strong>do</strong>. Em 1931 foi realiza<strong>do</strong> um acor<strong>do</strong> a fim de unir a<br />

ortografia <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países, sen<strong>do</strong> oficializa<strong>do</strong>, no Brasil, em 1933. Mas, logo, em<br />

1934, a Constituição Brasileira revoga esse acor<strong>do</strong>, estabelecen<strong>do</strong> o retorno <strong>da</strong>s<br />

regras de 1891, voltan<strong>do</strong> ao uso <strong>do</strong>s fonemas gregos th, ph, ch, rh e y. Essa atitude<br />

não foi aceita, provocan<strong>do</strong> manifestos generaliza<strong>do</strong>s; com isso, ficou acor<strong>da</strong><strong>do</strong> que o<br />

uso dessa ortografia seria optativa. Em 1943, a convenção Luso-Brasileira retoma o<br />

acor<strong>do</strong> de 1931, com pequenas modificações. Esse acor<strong>do</strong> com as novas normas<br />

apresentava divergências, sen<strong>do</strong> necessária uma nova tentativa de acor<strong>do</strong>, <strong>da</strong>n<strong>do</strong><br />

origem ao Acor<strong>do</strong> Ortográfico de 1945. Em Portugal, esse acor<strong>do</strong> tornou-se lei; já no<br />

Brasil, foi aprova<strong>do</strong>, mas não foi ratifica<strong>do</strong> pelo Congresso Nacional, obrigan<strong>do</strong> o<br />

país a regular-se pela ortografia acor<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1943.<br />

Em <strong>novo</strong> acor<strong>do</strong> entre Brasil e Portugal – efetivo em 1971 no Brasil e em<br />

1973 em Portugal – aproximou um pouco mais a ortografia <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países. Como<br />

exemplo, podemos citar a abolição <strong>do</strong> trema nos hiatos átonos: saü<strong>da</strong>de<br />

(=sau<strong>da</strong>de), vaï<strong>da</strong>de (= vai<strong>da</strong>de); a supressão <strong>do</strong> acento circunflexo diferencial nas<br />

letras e e o <strong>da</strong> sílaba tônica <strong>da</strong>s palavras pareci<strong>da</strong>s, com exceção de pôde em<br />

oposição a pode: almôço (= almoço), êle (= ele), enderêço (= endereço), gôsto (=<br />

gosto); e a eliminação <strong>do</strong>s acentos circunflexos e graves que marcavam a sílaba<br />

subtônica nas palavras deriva<strong>da</strong>s <strong>do</strong> sufixo -mente ou inicia<strong>do</strong>s por -z- : bebezinho<br />

(= bebezinho), vovôzinho (= vovozinho), sòmente (= somente), sòzinho (= sozinho).<br />

Novas tentativas de acor<strong>do</strong> fracassaram – em 1975, devi<strong>do</strong> ao perío<strong>do</strong> de<br />

convulsão política em Portugal, e, em 1986, devi<strong>do</strong> à reação de ambos os países<br />

por causa <strong>da</strong> retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> acentuação <strong>da</strong>s palavras proparoxítonas.<br />

Agora, falan<strong>do</strong> <strong>da</strong> mais nova ortografia implanta<strong>da</strong> no Brasil, juntamente com<br />

Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e<br />

Príncipe e Timor Leste, temos um histórico grande sobre essa tentativa.<br />

De acor<strong>do</strong> com os responsáveis pela unificação, a permanência de duas<br />

ortografias oficiais impedia a uni<strong>da</strong>de intercontinental <strong>do</strong> português, e aumentan<strong>do</strong><br />

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