1. O aparelho edgewise - Ortogotardo.com.br

1. O aparelho edgewise<br />
Em 1925, quando o Dr. E. H.<br />
Angle apresentou o braquete edgewise.<br />
O aparelho edgewise pode ser<br />
considerado revolucionário, uma vez<br />
que era significativamente diferente dos<br />
outros sistemas da época possibilitando<br />
o encaixe do fio retangular em uma<br />
canaleta também retangular.<br />
Na técnica do arco de canto<br />
(aparelho de edgewise) a canaleta tem<br />
90º de angulação com a base do<br />
braquete. São necessárias dobras nos<br />
fios ortodônticos, a fim de conseguir<br />
um controle tridimensional.<br />
Fig 1 – Braquete Edgewise<br />
Fig 2 – Dobras in e off set (superior)<br />
Prof. Eduardo Mendes Gotardo<br />
Fig 3 – Dobras in e off set (inferior)<br />
A sua prática consumia tempo e<br />
muita habilidade dos operadores,<br />
mesmo nas mãos dos mais experientes.<br />
Os resultados eram deficientes em<br />
relação ao torque dos incisivos<br />
superiores e à correção da relação<br />
antero-posterior.<br />
Fig 4 – Aparelho do arco de canto<br />
2. O aparelho Begg<br />
Outras técnicas foram<br />
desenvolvidas, como por exemplo, a de<br />
Begg, originária de Adelaide, na<br />
Austrália, amplamente usada nas<br />
décadas de 60 e 70. Nessa técnica o<br />
Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia<br />
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fio era inserido no braquete de gengival<br />
para oclusal e apresentava a<br />
desvantagem de ter extensas dobras<br />
nos fios e a falta de controle nos<br />
resultados finais.<br />
Fig 5 – Aparelho de Begg<br />
3. Edgewise modificado<br />
Procurando diminuir a<br />
necessidade de tantas dobras Holdaway<br />
sugeriu a angulação dos braquetes.<br />
Para o controle vestibulolingual<br />
Lee introduziu o torque embutido no<br />
braquete.<br />
Jarabak agrupou os dois<br />
conceitos, preconizando um braquete<br />
com angulação e inclinação (torque),<br />
um razoável avanço para a época,<br />
embora sem nenhuma base científica<br />
quanto à quantidade de cada um, além<br />
da experimentação clínica.<br />
4. O aparelho Straight Wire<br />
4.1) Andrews<br />
Prof. Eduardo Mendes Gotardo<br />
O Dr. L. F. Andrews, em 1972,<br />
publicou o seu artigo, “Seis chaves<br />
para uma oclusão normal”, e logo em<br />
seguida desenvolveu o aparelho<br />
Straight Wire com angulação, torque<br />
(inclinação) e in/out embutido em cada<br />
braquete.<br />
Angulação (tip):<br />
A B<br />
Fig 6 – Comparação do braquete edgewise com a<br />
dobra vertical no arco (A) e braquete Straight-Wire<br />
com arco contínuo (B)<br />
Fig 7 – Angulação do braquete Straight-Wire<br />
Inclinação (torque):<br />
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Fig 8 – Comparação do braquete edgewise e<br />
dobra (torção) no fio (A) e braquete Straight-<br />
Wire sem torção no fio (B)<br />
Fig 9 – Inclinação (torque) do braquete<br />
Straight-Wire<br />
In/Out:<br />
A<br />
A B<br />
Fig 10 – Comparação do aparelho edgewise<br />
com dobra horizontal no arco (A) e o aparelho<br />
Straight-Wire (B) sem dobra (contínuo)<br />
A B<br />
Fig 11-Técnica Edgewise (A) e Straight-Wire (B)<br />
B<br />
Prof. Eduardo Mendes Gotardo<br />
Foi sem dúvida, o maior passo<br />
da ortodontia, oferecendo a vantagem<br />
de menor necessidade de dobras nos<br />
fios e uma possibilidade de melhora na<br />
mecânica. O Dr. Andrews é<br />
considerado o pai do sistema de<br />
braquetes pré-ajustados desenvolvendo<br />
o aparelho compatibilizado com as<br />
variações morfológicas e dentárias, e<br />
fez 11 prescrições diferentes.<br />
Fig 12 – Prescrição Andrews: angulação superior<br />
e inferior<br />
Fig 13 – Prescrição Andrews: inclinação superior<br />
e inferior<br />
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Fig 14 – Aparelho Straight Wire<br />
O aparelho pré-ajustado, não<br />
representa uma filosofia de tratamento,<br />
mas sim uma metodologia facilitadora<br />
da mecânica para atingir ao melhores<br />
resultados.<br />
Andrews ressalta que o Straight<br />
Wire é programado para proporcionar<br />
tratamento com resultados finais perto<br />
do ideal, requerendo poucas dobras no<br />
fio.<br />
4.2) Roth<br />
O Dr. R. H. Roth introduziu em<br />
1976, a segunda geração de braquete<br />
pré-ajustados, incorporando a<br />
sobrecorreção das posições ideais dos<br />
dentes.<br />
Fig 15 – Aparelho Straight-Wire<br />
Prof. Eduardo Mendes Gotardo<br />
Roth acreditava na<br />
movimentação recidivante no sentido<br />
de ajustar os dentes às posições<br />
corretas.<br />
Fig 16 – Braquetes de Roth (superior):<br />
angulação, inclinação, in/out e rotação<br />
Fig 17 – Braquetes de Roth (inferior): angulação,<br />
inclinação, in/out e rotação<br />
Os tubos dos molares têm uma<br />
rotação extra de 4° para distal, com o<br />
objetivo de aumentar a ancoragem.<br />
Fig 18 – Rotação do tubo do dente 16<br />
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Fig 19 – Prescrição Roth: angulação superior e<br />
inferior<br />
Fig 20 – Prescrição Roth: inclinação superior e<br />
inferior<br />
4.3) MBT<br />
McLaughlin, R. P. e Bennet, J. C.<br />
no início da década de 90<br />
desenvolveram e aperfeiçoaram a<br />
mecânica de tratamento do Straight<br />
Wire com base na mecânica de deslize.<br />
Em 1997, McLaughlin, Bennett e<br />
o brasileiro Trevisi, H. J. desenvolveram<br />
a terceira geração de braquetes pré-<br />
ajustados conhecido como MBT.<br />
4.4) Capelozza<br />
Prof. Eduardo Mendes Gotardo<br />
Fig 21 – Prescrição MBT: angulação<br />
Fig 22 – Prescrição MBT: inclinação<br />
L. Capelozza Filho em 1999<br />
propõem a individualização de<br />
braquetes na técnica de Straight-Wire<br />
com prescrições: I, II e III com o<br />
objetivo de conviver ou promover a<br />
compensação dentária que seja<br />
aceitável do ponto de vista estético e<br />
funcional.<br />
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