04.06.2013 Views

1. Epidemiological aspects of Brucella canis in Patos, Paraíba, Brazil

1. Epidemiological aspects of Brucella canis in Patos, Paraíba, Brazil

1. Epidemiological aspects of Brucella canis in Patos, Paraíba, Brazil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ciência Animal, 13(1):45-49, 2003<br />

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> EM PATOS, PARAÍBA, BRASIL<br />

(<strong>Epidemiological</strong> <strong>aspects</strong> <strong>of</strong> <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> <strong>in</strong> <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>, <strong>Brazil</strong>)<br />

Clebert José ALVES 1 *, Francisco de Assis Leandro ALVES 1 , Albério Antônio de Barros<br />

GOMES 1 , Sérgio Santos de AZEVEDO 2 , José Sóstenes Leite de ANDRADE 2 & Fabiano<br />

Alexandre dos SANTOS 2<br />

1 Depto. de Medic<strong>in</strong>a Veter<strong>in</strong>ária/UFCG/ CSTR/Campus de <strong>Patos</strong>; 2 Iniciação Científica, UFCG/CSTR<br />

RESUMO<br />

O cão é a pr<strong>in</strong>cipal fonte de <strong>in</strong>fecção para <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong>, sendo considerada uma zoonose emergente,<br />

face ao estreito convívio do homem e animal no domicílio. Desta forma o presente trabalho teve como<br />

objetivo pesquisar a prevalência de anticorpos anti-<strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong>, no município de <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>, região<br />

semi-árida do Brasil. Foram coletadas 274 amostras de soro sangüíneo de cães atendidos no Hospital<br />

Veter<strong>in</strong>ário e na área urbana da cidade. O material foi processado segundo a técnica de imunodifusão em<br />

gel de ágar e os resultados evidenciaram uma prevalência de 3,6%.<br />

PALAVRAS-CHAVE: cão, brucelose, imunodifusão, anticorpos.<br />

ABSTRACT<br />

Dogs are the ma<strong>in</strong> <strong>in</strong>fection source <strong>of</strong> <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong>. Brucellosis caused by B. <strong>canis</strong> has be<strong>in</strong>g considered<br />

an emergent zoonosis, due to the daily close contact between man and dog. The objective <strong>of</strong> the present<br />

work was to determ<strong>in</strong>e the prevalence <strong>of</strong> anti-<strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> antibodies, <strong>in</strong> the city <strong>of</strong> <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>,<br />

semi-arid region <strong>of</strong> <strong>Brazil</strong>. Blood samples were taken from 274 dogs <strong>in</strong> the Veter<strong>in</strong>ary Hospital and by<br />

other veter<strong>in</strong>arians <strong>in</strong> the urban area <strong>of</strong> <strong>Patos</strong>. The samples were processed by diffusion technique <strong>in</strong> agar<br />

gel, and the results showed a prevalence <strong>of</strong> 3.6%.<br />

KEY WORDS: dog, brucellosis, immunodiffusion, antibodies. 1<br />

A brucelose no cão causada por <strong>Brucella</strong><br />

<strong>canis</strong> é uma doença <strong>in</strong>fecto-contagiosa<br />

caracterizada por abortos enzoóticos ou<br />

epizoóticos, esterilidade nas fêmeas; orquites e<br />

epididimite nos machos. Foi identificada pela<br />

primeira vez nos E.U.A em 1966. No Brasil foi<br />

diagnosticada em 1976 em M<strong>in</strong>as Gerais (GODOY<br />

et al., 1977).<br />

A pr<strong>in</strong>cipal fonte de <strong>in</strong>fecção é o cão doente<br />

típico e ou em fase convalescente, este alberga o<br />

agente durante um longo período, no epidídimo e<br />

na próstata podendo elim<strong>in</strong>á-lo, geralmente,<br />

<strong>in</strong>termitentemente na ur<strong>in</strong>a e pr<strong>in</strong>cipalmente no<br />

sêmen, até 60 semanas após o f<strong>in</strong>al da fase de<br />

*Autor para correspondência<br />

Dept. Medic<strong>in</strong>a Veter<strong>in</strong>ária, Universidade Federal de Camp<strong>in</strong>a<br />

Grande/CSTR - Campus de <strong>Patos</strong><br />

bacteremia. Nas fêmeas, o agente pode ser<br />

elim<strong>in</strong>ado com os fetos abortados e com os<br />

corrimentos vag<strong>in</strong>ais, durante várias semanas, após<br />

um aborto aparente ou <strong>in</strong>aparente da doença.<br />

A bacteremia ocorre em média de 1 a 2<br />

semanas e pode durar por meses, até anos. As<br />

formas <strong>in</strong>aparentes são as mais freqüentes em mais<br />

de 50% dos casos, raramente há febre. Na cadela<br />

gestante, o aborto pode ocorrer em diferentes fases<br />

da gestação, mas pr<strong>in</strong>cipalmente no terço f<strong>in</strong>al entre<br />

o 45º ao 55º dia. O aborto pode ocorrer diversas<br />

vezes ou ser seguido de esterilidade. Em alguns<br />

casos, a n<strong>in</strong>hada toda pode estar morta e, se alguns<br />

filhotes estão vivos, morrem rapidamente, em<br />

algumas horas ou em alguns dias. Em outros casos,<br />

o tamanho da n<strong>in</strong>hada é reduzido em razão de<br />

reabsorções embrionárias (BERTHELOT &<br />

45


GARIN-BASTUJI, 1996).<br />

Apesar de B. <strong>canis</strong> ser específica do cão,<br />

também pode afetar o homem e causar <strong>in</strong>fecção de<br />

difícil diagnóstico clínico (ZAMORA & ALONSO,<br />

1987). Para o diagnóstico sorológico da brucelose<br />

em cães emprega-se pr<strong>in</strong>cipalmente o teste de<br />

aglut<strong>in</strong>ação rápida em lâm<strong>in</strong>a, com antígeno<br />

acidificado e tamponado para brucelose, conhecido<br />

como rosa bengala (SAT- Slide Aglut<strong>in</strong>ation Test),<br />

o teste de aglut<strong>in</strong>ação em tubos (TAT- Tube<br />

Agglut<strong>in</strong>ation Test). Os dois testes são realizados<br />

simultaneamente com ou sem adição de 2mercaptoetanol<br />

e um último teste de Imunodifusão<br />

em gel (IDGA ou AGID). Outro método de<br />

diagnóstico, o exame bacteriológico do sêmen, pode<br />

confirmar a presença da doença.<br />

Em relação a prevalência da doença, citase<br />

a distribuição em várias partes do mundo, tais<br />

como relatados por VALENTE et al. (1991), na<br />

Itália, que encontraram três animais positivos de<br />

279 exam<strong>in</strong>ados. SRINIVASAM et al. (1992), na<br />

Índia, trabalhando com 460 cães apresentando<br />

história de aborto, <strong>in</strong>fertilidade e dermatite escrotal<br />

provenientes de área urbana, constataram 9 cães<br />

positivos (1,9%). MARTIN et al. (1992), na<br />

Espanha, observaram que de 306 amostras<br />

exam<strong>in</strong>adas, 12 (3,9%) animais revelaram-se<br />

positivos. MATEU & MARTIN (1993), a<strong>in</strong>da na<br />

Espanha, exam<strong>in</strong>ando 346 amostras de cão<br />

classificados como de grande porte e 302 amostras<br />

de pequeno porte, encontraram uma prevalência de<br />

15,2% e 4,6%, respectivamente. MATEU et al.<br />

(1998), na Espanha pesquisando 926 amostras de<br />

soro can<strong>in</strong>o orig<strong>in</strong>ário da Catalunha e 308 da região<br />

de Castilha/Leon, encontraram uma prevalência de<br />

4,5% em ambas as regiões. MENDEZ et al. (1999)<br />

estudando a doença em 33 cães da raça Shnauzer,<br />

com história de abortos, identificaram 15 animais<br />

positivos para B.<strong>canis</strong>. MEGID et al. (1999), no<br />

Brasil, trabalhando com 151 amostras de soro<br />

can<strong>in</strong>o da raça Poodle, com procedência de quatro<br />

canil diferentes, encontraram uma prevalência que<br />

variou de 4,6% a 57,1% entre os locais estudados.<br />

IRIBARREN et al. (1999), na Argent<strong>in</strong>a, analisando<br />

<strong>1.</strong>148 amostras de soro can<strong>in</strong>o provenientes de<br />

canil com problemas reprodutivos encontraram 154<br />

46<br />

animais positivos para B. <strong>canis</strong>. CHANG et al.<br />

(2000) pesquisando a prevalência para a Brucelose<br />

can<strong>in</strong>a na Coréia, encontraram 99 animais positivos<br />

de 396 exam<strong>in</strong>ados.<br />

O controle da enfermidade dá-se pela<br />

elim<strong>in</strong>ação progressiva dos animais <strong>in</strong>fectados do<br />

canil com sorologia ou hemocultura positiva,<br />

evitando-se desta forma a transmissão para os<br />

animais sadios. O uso de antibióticos nem sempre<br />

funciona como desejado, no entanto a cura é<br />

considerada pela confirmação da sorologia negativa<br />

(BERTHELOT & GARIN-BASTUJI, 1996). No<br />

contexto de saúde pública, o cão foi negligenciado<br />

durante muito tempo como possível fonte de<br />

<strong>in</strong>fecção de diferentes espécies de <strong>Brucella</strong> para o<br />

homem, em face de sua resistência às <strong>in</strong>fecções<br />

natural e experimental por <strong>Brucella</strong> abortus,<br />

<strong>Brucella</strong> melitensis e <strong>Brucella</strong> suis. Todavia, a<br />

literatura registra alguns casos esporádicos de<br />

brucelose humana que tiveram o cão como<br />

responsável (GERMANO et al., 1987).<br />

Considerando a necessidade de um<br />

apr<strong>of</strong>undamento nos conhecimentos acerca da<br />

prevalência de B. <strong>canis</strong> em cães, foi estruturado<br />

este trabalho que teve como objetivo detectar a<br />

presença de animais reagentes a B. <strong>canis</strong>, no<br />

município de <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>.<br />

Local de execução<br />

Foi realizado na cidade de <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>,<br />

a qual está localizada no semi-árido brasileiro,<br />

possu<strong>in</strong>do uma área de 416 km², população de<br />

100.000 habitantes e altitude de 234 m acima do<br />

nível do mar, distando 180 km da cidade de<br />

Camp<strong>in</strong>a Grande e 300 km de João Pessoa, capital<br />

do estado. A temperatura média é de 28°C e<br />

umidade relativa do ar de 55%. A precipitação<br />

pluviométrica anual é de 700 mm. A cidade é dividida<br />

em quatro regiões adm<strong>in</strong>istrativas, norte (seis<br />

bairros), sul (quatro bairros), oeste (quatro bairros)<br />

e leste (três bairros).<br />

Coleta de sangue<br />

Foi coletado um volume de 5 mL de sangue<br />

por animal, na veia cefálica. Após a retração do<br />

coágulo, o soro sangüíneo foi centrifugado a 264 g,


durante 10 m<strong>in</strong> e, a seguir, armazenado a - 20°C,<br />

até realização das provas sorológicas. Foram<br />

coletadas 274 amostras distribuídas da segu<strong>in</strong>te<br />

forma: 140 amostras de cães atendidos no<br />

ambulatório do Hospital Veter<strong>in</strong>ário, no período de<br />

janeiro de 1998 a dezembro de 1999 e 134<br />

amostras obtidas em diferentes postos de coleta<br />

distribuídos pelas regiões adm<strong>in</strong>istrativas, com<br />

número médio de 10 animais por posto.<br />

Tamanho da amostra<br />

No presente trabalho, foram utilizadas 274<br />

amostras provenientes de cães domiciliados. O<br />

cálculo do tamanho da amostra foi efetuado pelo<br />

programa Epi Info 6.0, considerando-se uma<br />

prevalência esperada de 50% (correspondente a<br />

doença de desconhecida ocorrência em determ<strong>in</strong>ada<br />

população) em população estimada de 13.333<br />

animais, com nível de confiança de 95% e erro de<br />

6%.<br />

Prova diagnóstica<br />

A técnica de diagnóstico utilizada foi o teste<br />

de imunodifusão em ágar (CENTRO<br />

PANAMERICANO DE ZOONOSES, 1976).<br />

Antígeno<br />

O antígeno utilizado consiste de proteínas e<br />

lipopolissacarídeos, extraídos da bactéria <strong>Brucella</strong><br />

ovis, amostra Reo 198. O kit (soro, controle e<br />

antígeno), empregado neste trabalho, foi produzido<br />

pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR-<br />

Curitiba), segundo normas da Organização<br />

Panamericana da Saúde.<br />

Tratamento estatístico<br />

A verificação da hipótese foi realizada através<br />

do teste exato de Fischer (teste monocaudal) e o<br />

nível de significância adotado foi de 5%, utilizando<br />

o programa Epi Info 6.0.<br />

A prevalência de cães positivos para B.<br />

<strong>canis</strong> foi de 3,6% e o <strong>in</strong>tervalo de confiança<br />

calculado revelou um limite <strong>in</strong>ferior de 1,39% e um<br />

limite superior de 5,81%. Na Tab. 1 são<br />

apresentados os resultados dos exames sorológicos<br />

dos cães para B. <strong>canis</strong>, através da técnica de<br />

Imunodifusão em ágar, segundo o local de coleta<br />

das amostras. Dos 274 animais estudados, 10 cães<br />

foram positivos, sendo 2 provenientes do Hospital<br />

Veter<strong>in</strong>ário e 8 dos bairros. Quando foi analisado o<br />

local da coleta como possível fator de risco<br />

associado à soropositividade para B. <strong>canis</strong> foi<br />

verificado significância estatística (P = 0,044).<br />

Quanto a distribuição da frequência da doença nas<br />

diferentes regiões adm<strong>in</strong>istrativas, os resultados<br />

foram: sul 1,9%, oeste 16%, norte 6,6%, na regional<br />

leste não se observou animais reagentes.<br />

Na Tab. 2 são relatados os resultados dos<br />

exames sorológicos de cães para B. <strong>canis</strong>. A análise<br />

do sexo como possível fator de risco associado à<br />

soropositividade para B. <strong>canis</strong> não foi<br />

estatísticamente significativa (P = 0,588).<br />

A prevalência da reação sorológica<br />

encontrada neste trabalho foi de 3,6% utilizando a<br />

técnica de imunodifusão em ágar. Este resultado<br />

difere dos de outros autores, como GERMANO<br />

et al. (1987) que evidenciaram prevalência de 5,4%,<br />

em um estudo feito na cidade de Camp<strong>in</strong>as, São<br />

Paulo, utilizando-se da técnica de soroaglut<strong>in</strong>ação<br />

rápida em placas, com o 2-mercaptoetanol.<br />

CORTES et al. (1978) utilizando a técnica de difusão<br />

em ágar encontraram prevalência de 7,5% na<br />

cidade de São Paulo, porém sua amostragem foi<br />

Tabela <strong>1.</strong> Resultado da sorologia para <strong>Brucella</strong><br />

<strong>canis</strong>, através da técnica de imunodifusão em gel<br />

de ágar, segundo local de coleta, em <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>,<br />

200<strong>1.</strong><br />

Reagente<br />

Local de<br />

coleta<br />

Positivo Negativo Total<br />

Hospital<br />

veter<strong>in</strong>ário<br />

2 138 140<br />

Zona urbana 8 126 134<br />

Total 10 264 274<br />

47


Tabela 2. Sorologia de cães de acordo com o sexo para <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> através da técnica de<br />

imunodifusão em ágar, <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>, 200<strong>1.</strong><br />

bem maior e o tempo de avaliação durou 5 anos,<br />

totalizando 3.386 cães exam<strong>in</strong>ados, sendo estes<br />

animais considerados errantes. WALD &<br />

FERNANDES (1977) relataram prevalência de<br />

11,97%, em um estudo realizado na cidade de Porto<br />

Alegre, Rio Grande do Sul. Pela técnica de<br />

soroaglut<strong>in</strong>ação lenta em tubos, em que foram<br />

analisadas 192 amostras de soro sangüíneo de cães.<br />

Os autores observaram diferenças significativas na<br />

prevalência de títulos entre machos e fêmeas, o que<br />

também foi verificado no presente trabalho.<br />

GOMES et al. (1999) afirmaram que<br />

levantamentos sorológicos sobre a prevalência da<br />

doença são variáveis e dependem da área geográfica<br />

e do tipo de teste aplicado. Estas variáveis foram<br />

observadas no presente trabalho, visto que as<br />

diferentes regiões adm<strong>in</strong>istrativas da cidade de <strong>Patos</strong><br />

apresentaram resultados diferenciados. A maior<br />

prevalência encontrada foi na regional oeste,<br />

possivelmente decorrente dos <strong>in</strong>dicadores sócioeconômico<br />

e cultural, desta região adm<strong>in</strong>istrativa<br />

onde situam-se vários bairros, com uma população<br />

de baixo poder aquisitivo, baixo nível cultural e com<br />

a presença de cães errantes. Estes resultados<br />

sugerem uma possível associação entre os<br />

<strong>in</strong>dicadores citados, levando-se em consideração<br />

relato de CORTES et al. (1978) quando trabalharam<br />

com cães errantes na cidade de São Paulo.<br />

Com relação ao número de animais<br />

trabalhados, o presente experimento partiu de uma<br />

prevalência desconhecida para B. <strong>canis</strong> no município<br />

de <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>, enquanto que o trabalho de<br />

CORTES et al. (1978) partiu de prevalência<br />

48<br />

Sexo<br />

Reagente Macho Fêmea<br />

Total<br />

Sim 7 3 10<br />

Não 188 76 264<br />

Total 195 79 274<br />

conhecida para B. <strong>canis</strong> na cidade de São Paulo,<br />

uma vez que SANDOVAL et al. (1976) exam<strong>in</strong>ando<br />

o soro de 221 animais encontraram 8 animais com<br />

reação positiva para B. <strong>canis</strong>. Os dados do presente<br />

experimento são idênticos aos apresentados por<br />

SANDOVAL et al. (1976), que também não<br />

conheciam a prevalência e utilizaram técnica diferente<br />

para os exames realizados.<br />

Analisando a população can<strong>in</strong>a, constatase<br />

que os animais foram classificados como sendo<br />

na sua grande maioria sem raça def<strong>in</strong>ida (SRD), de<br />

médio porte, com residência na zona urbana. O<br />

percentual de 3,6% de prevalência, aproxima-se dos<br />

valores observado por MATEU & MARTIN<br />

(1993), que trabalhando com animais de pequeno<br />

porte encontrou prevalência de 4,6%. Destaca-se<br />

que as técnicas utilizadas foram a imunodifusão em<br />

gel de ágar e o teste de aglut<strong>in</strong>ação rápida, sem<br />

observar diferenças significativas entre as técnicas<br />

utilizadas. Com relação ao fator de risco residência,<br />

verifica-se que os dados obtidos por MATEU et al.<br />

(1998), ficaram em torno de 4,5% com cães<br />

predom<strong>in</strong>antemente de zona urbana, também<br />

próximo aos resultados obtidos neste trabalho,<br />

utilizando a mesma técnica. MARTIN et al. (1992)<br />

verificou prevalência de 2,9%, MEGID et al. (1999),<br />

entre 4,6% a 57,1% e IRIBARREN et al. (1999),<br />

encontrou prevalência de 13,4%. Ressalta-se que<br />

a técnica de imunodifusão em ágar esteve presente<br />

em todos os trabalhos citados, de forma que os<br />

resultados obtidos neste trabalho utilizando a técnica<br />

de IDGA, são compatíveis com os relatos<br />

anteriores.


A avaliação dos dados obtidos <strong>in</strong>dica a<br />

presença da <strong>in</strong>fecção por B. <strong>canis</strong> entre os cães no<br />

município de <strong>Patos</strong>, <strong>Paraíba</strong>.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BERTHELOT, X; GARIN-BASTUJI, B. A Brucelose<br />

do Cão. A Hora Veter<strong>in</strong>ária, Ano 16, n. 92, 1996.<br />

CENTRO PANAMERICANO DE ZOOESES.<br />

Técnica de difusion en gel de agar para el diagnostico<br />

de la epididimiti de los carneros por B. ovis y da la<br />

brucelosis can<strong>in</strong>a por B. <strong>canis</strong> Buenos Aires, 1976.<br />

15p. (Nota técnica 20).<br />

CHANG, C. H.; LEE, J. C.; LEE, C. Y.; KIM, S.;<br />

LEE, C. G.; CHANG, C. H.; LEE, J. C.; LEE, L.;<br />

KIM, S. K.; LEE, C. G. Can<strong>in</strong>e brucellosis <strong>in</strong> the<br />

J<strong>in</strong>do. Korean Journal <strong>of</strong> Veter<strong>in</strong>ary Cl<strong>in</strong>ical<br />

Medic<strong>in</strong>e, v. 17, p.321-326, 2000.<br />

CORTES, V. A.; OLIVEIRA, M. C. G.; ITO, F. H.;<br />

VASCONCELLOS, S. A. Reações sorológicas para<br />

<strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> em cães errantes capturados nas<br />

proximidades dos parques públicos, reservas florestais<br />

e em áreas periféricas do Município de São Paulo –<br />

Brasil. Revista da Faculdade de Veter<strong>in</strong>ária e<br />

Zootecnia da Universidade de São Paulo, v. 25,<br />

p.101-7,1978.<br />

GERMANO, P. M. L.; VASCONCELLOS, S. A.;<br />

ISHIZUCA, M. M.; PASSOS, E.C.; ERBOLATO,<br />

E. B. Prevalência da <strong>in</strong>fecção por <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong><br />

em cães da cidade de Camp<strong>in</strong>as-SP., Brasil. Revista<br />

da Faculdade de Medic<strong>in</strong>a Veter<strong>in</strong>ária e<br />

Zootecnia da Universidade de São Paulo, v. 24,<br />

p.27-34,1987.<br />

GODOY, A. M.; PERES, J. N.; BARG, L. Isolamento<br />

de <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> em M<strong>in</strong>as Gerais, Brasil. Arquivos<br />

da Escola de Veter<strong>in</strong>ária da Universidade Federal<br />

de M<strong>in</strong>as Gerais, v. 29, p.35-42,1977.<br />

GOMES, M. J. P.; SOARES, H. C.; BASTOS, C.<br />

D.; CANTO, S. P. do; BRUM,M.; ROSSI, A. C;<br />

CORBELLINI, L. G. <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong>: Isolamento em<br />

um cão com epididimite e orquite – relato de caso.<br />

Clínica Veter<strong>in</strong>ária, Ano IV, n. 18, p. 17-20, 1999.<br />

IRIBARREN, F.; BREGLIA, J.; CASTILHO, M.;<br />

ESCOBAR, V.; HOFFMAN, F. Comparison <strong>of</strong> the<br />

Recebido para publicação em: 28.<strong>1.</strong>2002 1Aceito<br />

em: 17.9.2002<br />

agar gel immunodiffusion test us<strong>in</strong>g <strong>Brucella</strong> ovis<br />

antigen with the slide aglut<strong>in</strong>ation test us<strong>in</strong>g B. <strong>canis</strong><br />

M(-) for the diagnosis <strong>of</strong> can<strong>in</strong>e brucellosis.<br />

Veter<strong>in</strong>aria Argent<strong>in</strong>a, v. 16, p.146-150, 1999.<br />

MATEU, A. E. M.; MARTIN, C. M.<br />

Seroepidemiological studies <strong>of</strong> <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong> and<br />

smooth brucellae <strong>in</strong> dogs. Medic<strong>in</strong>a Veter<strong>in</strong>aria, v.<br />

10, p.241-243, 1993.<br />

MATEU, A. E. M.; DELGADO, S.; MARTIN, M.;<br />

CASAL, J.; CARMENES, P. <strong>Brucella</strong> <strong>in</strong>fections <strong>in</strong><br />

Spanish dogs. Recueil de Medic<strong>in</strong>e Veter<strong>in</strong>aire, v.<br />

174, p.6-10, 1998.<br />

MARTIN, M.; MATEU, E. M.; GARCIA, J.;<br />

GIRONES, O. Comparison <strong>of</strong> different methods <strong>of</strong><br />

can<strong>in</strong>e brucellosis. Medic<strong>in</strong>e Veter<strong>in</strong>aria, v. 9, p.703-<br />

708, 1992.<br />

MEGID, J.; BRITO, A.F.; MORAES, C. C. G.;<br />

FAVA, N.; AGOTTONI, J. <strong>Epidemiological</strong><br />

assessment <strong>of</strong> can<strong>in</strong>e brucellosis. Arquivo Brasileiro<br />

de Medic<strong>in</strong>a Veter<strong>in</strong>aria e Zootecnia, v. 51, p. 439-<br />

440, 1999.<br />

MENDEZ, N. G.; MOTA, C. E., ARELHANO, R.<br />

B.; MONROY, B. J. I.; DIAZ, A. E. Técnica Pecuária<br />

en México, v. 37, p. 43-50, 1999.<br />

SANDOVAL, L. A.; RIBEIRO, L. O. C.; AMARAL,<br />

L. B. S.; FEITOSA, M. H.; BAZAN, J. M.; Incidência<br />

da brucelose can<strong>in</strong>a na cidade de São Paulo. O<br />

Biológico, v.1, p.128-32, 1976.<br />

SRINIVASAM, V. K.; NEDUNCHELLIYAN, S.;<br />

VENKATARAMAN, K. S. Prevalence <strong>of</strong> can<strong>in</strong>e<br />

brucellosis <strong>in</strong> urban and rural areas <strong>of</strong> Tamilnadu. Indian<br />

Journal <strong>of</strong> Veter<strong>in</strong>ary Medic<strong>in</strong>e, v. 12, p.39, 1992.<br />

VALENTE, C.; GIALLETTI, C.; CASPUA, I.;<br />

ANTOGNONI, M.T. Brucellose del cane. Indag<strong>in</strong>e<br />

sierologica e batteriologica per <strong>Brucella</strong> <strong>canis</strong>. Archivio<br />

Veter<strong>in</strong>ário Italiano, v. 42, p.135-139, 199<strong>1.</strong><br />

WALD, V. B.; FERNANDES, J. C. T. Sorologia da<br />

Brucelose can<strong>in</strong>a no Município de Porto Alegre. R.<br />

S. Arquivos da Faculdade de Veter<strong>in</strong>ária<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v.<br />

4-5, p.92-95, 1977.<br />

ZAMORA, J.; ALONSO, O. Determ<strong>in</strong>acion de<br />

anticuerpos frente a B. <strong>canis</strong> en el hombre. Revista<br />

Medica Chile, v.15, p. 126-128,1987.<br />

49

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!